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GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA

SECRETARIA DE INFRA-ESTRUTURA

DEPARTAMENTO DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES DA BAHIA

PROGRAMA DE RESTAURAÇÃO E MANUTENÇÃO DE


RODOVIAS

FINA NC IAD OR : BA NC O INTE R NA C IO NAL DE


REC O NST R UÇÃ O E DE SE NVOL VIME NTO – B IRD
(BA NCO MUND IAL)

Dezembro/2005
SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO.......................................................................................................... 2

2. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 2

3. FUNDAMENTOS DO PLANO DE REASSENTAMENTO....................................... 3

3.1. OBJETIVO................................................................................................................ 3

4. PASSOS METODOLÓGICOS ..................................................................................... 4

4.1. CADASTRAMENTO DA POPULAÇÃO AFETADA........................................... 4

4.2. AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA.................................................................................... 6

4.3. QUESTÃO DA DOCUMENTAÇÃO...................................................................... 7

4.4. COMUNICAÇÃO E PARTIC IPAÇÃO COMUNITÁRIA ..................................... 8

5. PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO................................................................. 9

6. PLANO DE ATENDIMENTO........................................................................................ 9

6.1. OPÇÕES DE COMPENSAÇÃO PROPOSTAS...............................................10

7. REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA ...............................................................................13

8. ESTUDO DE VULNERABILIDADE ..........................................................................13

9. PLANO DE AÇÃO........................................................................................................14

10. MATRIZ INSTITUCIONAL ..........................................................................................14

11. CRONOGRAMA DE TRABALHO.............................................................................15

12. ORÇAMENTO...............................................................................................................15

13. FONTE DE RECURSOS .............................................................................................16

14. MONITORAMENTO E AVAL IAÇÃO ........................................................................17

15. GLOSSÁRIO .................................................................................................................17

16. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................20

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1. APRESENTAÇÃO

Este documento trata das diretrizes e procedimentos que deverão orientar as ações do
Departamento de Infra-estrutura de Transporte da Bahia – DERBA quando do
Reassentamento de Populações afetadas pela implementação de empreendimentos
rodoviários, sob sua responsabilidade, no ambito do Programa de Restauração e
Manutenção de Rodovias, a ser parcialmente financiado com recursos do Banco
Mundial.

Estas diretrizes visam reduzir os impactos adversos às comunidades afetadas, na


medida em que o deslocamento se mostra inevitável e, nesses casos, potencializar os
impactos benéficos decorrentes dos seus empreendimentos.

E, finalmente, vale ressaltar que na elaboração deste documento foi utilizada a


estrutura (enquanto forma de apresentação), e o conteúdo (tais como: conceitos e
procedimentos), do documento “Diretrizes para o Reassentamento Involuntário”,
elaborado pelo DNIT.

2. INTRODUÇÃO

O presente documento apresenta as diretrizes básicas para os procedimentos e ações


a serem adotados pelo DERBA, órgão responsável pelo planejamento, construção e
manutenção de empreendimentos rodoviários do Estado da Bahia, no ambito do
Programa de Restauração e Manutenção de Rodovias, que prevê o financiamento de
obras de restauração e manutenção de rodovias estaduais pavimentadas. A execução
de tais obras envolve as atividades seguintes:

• Conservação de rodovias pavimentadas: serviços de reparos nos defeitos


ocasionados na obra de arte corrente ou no pavimento, sendo de caráter
corretivo e não preventivo, incluindo-se, entre outros, a limpeza dos dispositivos
de drenagem da rodovia e faixa de domínio, tais como: “tapa buraco”, reparo no
meio fio, limpeza da sarjeta, desobstrução de bueiros, roçada do entorno de
obra de arte especial, roçada de placas, roçada da vegetação da faixa de
domínio da rodovia, limpeza do acostamento, reparos na sinalização vertical e
horizontal;
• Manutenção de rodovias pavimentadas: serviços de reparo dos defeitos
ocasionados pelo desgaste natural, face ao uso ou à exposição às intempéries,
onde se procura reabilitar as funções de trafegabilidade, em caráter preventivo,
com intervenções singelas, de baixo custo, tais como a sinalização horizontal e a
recuperação asfáltica; e
• Restauração de rodovias pavimentadas: serviços de reparos dos defeitos,
reabilitação estrutural da rodovia, com aplicação de camadas de reforços ou
revitalização da base, reabilitação de trechos em elevado estado de deterioração
física dos pavimentos e das condições dos elementos situados dentro da faixa
de domínio do corpo estradal.

Tais atividades são restritas na faixa de domínio e nos sítios relacionados com as
obras, incluindo caminhos de acesso, instalações de apoio, canteiros. Devido à
localização destas atividades, não haverá, a principio, reassentamento de populações.
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Entretanto, caso isto venha a ser necessário, o DERBA assumirá o princípio explicitado
no documento “Diretrizes para o Reassentamento Involuntário” do DNIT, que é aquele
que recomenda a:

“Manutenção, restauração da cultura ou melhoria (quando possível) da


qualidade de vida das famílias afetadas, oferecendo a plena participação das
comunidades atingidas em todo o processo decisório, a fim de garantir a defesa
de seus direitos e seus anseios”.

Ainda seguindo este princípio, as ações e os procedimentos que orientam a atuação do


DERBA nos casos de Reassentamento Involuntário, visam sempre reduzir os impactos
adversos decorrentes do empreendimento rodoviário, sejam eles materiais, como a
perda de uma moradia ou local de trabalho, sejam eles imateriais, como a quebra das
relações culturais ou da rede de apoio social ou ainda resgatar perdas culturais/sociais,
se indicadas a partir dos estudos ambientais ou de levantamento antropológico.

3. FUNDAMENTOS DO PLANO DE REASSENTAMENTO

3.1. OBJETIVO

O principal objetivo dessas diretrizes é orientar a atuação do DERBA para que nos
casos de Reassentamento Involuntário, as pessoas ou famílias afetadas tenham a
compensação justa pela perda do local de moradia ou trabalho, e a reabilitação
adequada no novo local de assentamento.

Para tanto, serão analisadas todas as alternativas com o objetivo de evitar ou, caso
seja inevitável, minimizar a necessidade de reassentamento. A partir da confirmação
desta necessidade será elaborado um Plano que deverá atender aos preceitos legais
vigentes, sobretudo nos aspectos que se referem: “aos processos de desapropriação,
pautados fundamentalmente na Constituição Federal de 1988, nas normas definidas
pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas e outras diretrizes”.

O DERBA, ainda seguindo os princípios preconizados pelo DNIT, quando da


elaboração de um Plano de Reassentamento segue as diretrizes estabelecidas por
este órgão, a saber:

Ø minimização das áreas a serem desapropriadas, estudos alternativos de projetos


sempre deverão ser desenvolvidos com o objetivo de se evitar que haja
desapropriação;
Ø garantia da oferta de diferentes opções de atendimento, considerando que as
famílias afetadas possuem realidades diferentes, é necessário que a política de
atendimento ofereça diferentes opções de compensação;
Ø garantia da liberdade de escolha aos desapropriados quanto à sua opção de
atendimento;
Ø garantia da melhoria ou da manutenção das condições de moradia, as
moradias a serem disponibilizadas para o Reassentamento Involuntário, quer sejam
rurais ou urbanas deverão ser providas dos serviços de infra-estrutura básicos, tais
como água, luz e esgoto, condições de iluminação e ventilação conforme normas da
ABNT;

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Ø garantia da oferta de serviços sociais , como por exemplo: educação, saúde e
transporte, etc.;
Ø garantia da possibilidade de manutenção da renda e da produção, as áreas
escolhidas para o reassentamento deverão propiciar a manutenção ou incremento
da renda familiar;
Ø minimização dos impactos sociais e/ou ambientais sobre a população;
Ø reconhecimento das reivindicações da comunidade, mantendo sempre canais
abertos de comunicação entre o empreendedor e a comunidade;
Ø respeito aos direitos humanos, não impondo-lhes condições de negociações que
impeçam às famílias afetadas de recompor a sua vida;
Ø não pressionar a população visando atender ao cronograma da obra, caso haja
atraso no cronograma.

4. PASSOS METODOLÓGICOS

O Plano de Reassentamento a ser elaborado pelo DERBA, em todas as situações nas


quais, necessariamente, deverão ser removidas pessoas, deverá obedecer ao seguinte
roteiro: metodologia utilizada; objetivos e fundamentos; fases de monitoramento e,
quando for pertinente, a avaliação de organismos financiadores. Este plano deverá
atender às seguintes etapas:

4.1. CADASTRAMENTO DA POPULAÇÃO AFETADA

O nível de detalhamento do projeto do empreendimento rodoviário deverá permitir que


a definição da área que será atingida pela obra tenha a necessária precisão, para que
os imóveis situados na área diretamente afetada possam ser devidamente
cadastrados. A poligonal que define esta faixa é, quase sempre, representada pela
linha de off-set do empreendimento.

Nos casos onde a base de informação é o Projeto Básico, segundo as normas do


DNIT, “é sempre prudente analisar se não é necessário ampliar um pouco mais as
fronteiras dessa poligonal, de forma a garantir que todas as famílias a serem afetadas
encontrem-se dentro da mesma. Na definição da área afetada deve-se incluir também
as afetadas temporariamente pela execução das obras, por ruídos, vibrações,
qualidade do ar, transtorno no trânsito, dificuldades de acesso às moradias, trânsito de
equipamentos, etc.”.

Por outro lado, a definição desta poligonal deve também considerar e evitar as
situações que possam criar expectativas falsas, envolvendo famílias que poderão, por
algum tempo, se sentirem inseguras diante da possibilidade de serem desapropriadas.
Uma vez definida a poligonal da obra, o próximo passo é o cadastramento sócio-
econômico e imobiliário dos afetados.

O cadastramento deve ser precedido de um amplo trabalho de comunicação de forma


a estabelecer uma relação de confiança entre o DERBA e as lideranças locais e a
comunidade como um todo. O êxito deste trabalho é fundamental para permitir o livre
acesso aos imóveis e benfeitorias para o necessário cadastramento. Nesta fase é
indispensável a participação ativa do profissional de Serviço Social do DERBA.

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Após os entendimentos, a equipe responsável pela realização do cadastro deve ser
preparada e treinada, iniciando-se a etapa subseqüente, na qual as atividades
previstas deverão ser realizadas simultaneamente:

1. Cadastro sócio-econômico;
2. Cadastro imobiliário;
3. Notificação.

O cadastro socioeconômico tem por objetivo identificar os critérios de elegibilidade e


as condições de compensação e reabilitação da população afetada.

As informações básicas a serem consideradas neste cadastro são as seguintes:

Ø quantos e quem são os ocupantes do imóvel;


Ø qual a relação familiar e/ou social entre eles;
Ø o uso do imóvel (residencial, comercial, industrial, serviços ou misto);
Ø a ocupação do imóvel (próprio, alugado);
Ø definir se há família expandida, sob o mesmo teto;
Ø tempo de residência no imóvel;
Ø escolaridade dos ocupantes;
Ø atividade ocupacional;
Ø renda familiar e número de participante nesta renda;
Ø número de crianças, idosos e deficientes;
Ø organização social.

O cadastro socioeconômico deve ser aplicado a todas as famílias afetadas, pois é


fundamental o conhecimento daqueles que serão desapropriados. Esta atividade é
importante para instruir a etapa de negociação com as famílias, já que é através do
cadastro socioeconômico que são (a) definidos os critérios de elegibilidade e requisitos
de compensação e reabilitação para cada família afetada, e (b) identificados as famílias
mais vulneráveis. Por essa razão, torna-se necessário que as informações sejam
obtidas com a devida clareza e se possível o entrevistado ao término da consulta deve
assinar o formulário.

Vale ressaltar que as informações deverão ser atualizadas caso ocorra uma defasagem
maior que dois anos entre o cadastro e o início das negociações. A realização do
cadastro define a data de corte para a elegibilidade e compensação, não sendo
admitidas novas adesões. Este fato deve ser amplamente divulgado por todos os meios
de comunicação.

O cadastro imobiliário corresponde ao levantamento físico do imóvel afetado para fins


de avaliação, e deve ser efetuado com muito cuidado. Segundo recomendação do
DNIT, devem ser observados os seguintes aspectos:

Ø que o imóvel seja numerado;


Ø que o imóvel seja fotografado e que o seu número apareça na foto;
Ø que seja feito um croqui do bem com todas as medidas;

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Ø que seja cadastrado todo e qualquer investimento realizado pelo seu ocupante
e/ou proprietário, como por exemplo , muros, cisternas fossas, hortas, pomares,
canil, etc.;
Ø que sejam bem definidas as medidas, os limites e as confrontações do terreno;
Ø que o ocupante ou seu representante acompanhe o levantamento;
Ø que sejam cadastrados todos os serviços disponíveis na propriedade, como por
exemplo, água, luz, esgoto, telefone, pavimentação, etc.;
Ø que sejam cadastrados todos os serviços sociais nas imediações do imóvel, tais
como escola, comércio, transporte, associação, postos de saúde, campos e
quadras esportivas, etc.;
Ø que sejam descritas as condições topográficas de localização, etc.;
Ø que seja indicado qual o grau de afetação do imóvel, se parcial ou totalmente
atingido;
Ø que seja identificada e registrada a opção da família, que neste momento será
apenas um indicador;

Estas informações são partes integrantes do laudo de avaliação e correspondem à sua


etapa de campo.

A última fase deste cadastro corresponde à notificação ao proprietário e/ou posseiro


do imóvel afetado, de maneira a impedir que ocorram novas adesões. Medidas
apropriadas serão tomadas pelo DERBA para impedir novos assentamentos, mesmo
porque a inserção de novas pessoas ou famílias na área ou em qualquer dos imóveis
cadastrados, por qualquer que seja a razão, não implicará em direitos sobre a
elegibilidade e compensação ou reabilitação.

Qualquer nova ocupação, ou nova intervenção de qualquer tipo de moradia, mesmo


aquelas de caráter emergencial, não serão ressarcidas posteriormente pelo DERBA.
No entanto, caso o prazo decorrido entre a pesquisa e o início da etapa de negociação
seja maior que dois anos, as eventuais modificações serão incorporadas quando da
atualização do cadastro, no novo laudo de avaliação.

A notificação deve ser feita em duas vias e assinada pelo proprietário e/ou posseiro ou
seu representante, que deverá receber uma dessas vias, sendo a outra incorporada ao
processo.

Após a etapa de levantamento de campo, os dados serão processados e incluídos em


um banco de dados que permitirá a realização de diversos tipos de análises, bem como
o resgate de informações de quaisquer dos imóveis e/ou famílias cadastradas. A partir
destes dados, também serão montados os processos para cada um dos imóveis
afetados.

4.2. AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA

As diretrizes estabelecidas pelo DNIT, e adotadas pelo DERBA, recomendam que “a


avaliação imobiliária deve ser realizada baseada no princípio da reposição do bem, ou
seja, o valor de avaliação obtido pelo laudo deve possibilitar ao afetado que o mesmo
obtenha um imóvel igual, ou melhor, ao que ele possui no momento da
desapropriação”.
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O cadastro imobiliário deverá subsidiar o laudo de avaliação. A equipe responsável
pelo cadastro deve ter profissionais da área de edificações para os laudos urbanos e
na área de agronomia para a área rural. A avaliação deve considerar a valorização dos
terrenos e benfeitorias após a obra, além de eventuais variações climáticas e
econômicas.

As indicações da área afetada, da área remanescente, da localização das benfeitorias,


são informações utilizadas na elaboração do laudo e na verificação da possibilidade de
permanência ou não do afetado na área remanescente. Também importante na
avaliação é a pesquisa do mercado de terras, em zona urbana ou rural.

Torna-se necessário também, o conhecimento dos custos de construção para que seja
estimado o real valor do imóvel atingido, visando permitir que o afetado possa adquirir
ou construir moradia equivalente aos níveis anteriores à desapropriação.

4.3. QUESTÃO DA DOCUMENTAÇÃO

A Constituição Federal garante o direito de propriedade, ao tempo em que define que


esta deve atender a sua função social. Também diz que “a lei estabelecerá o
procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, mediante justa e prévia indenização”. Cabe, portanto ao Poder
Executivo – Federal, Estadual ou Municipal – a iniciativa de desapropriar os imóveis
necessários à implementação do empreendimento rodoviário.

Este processo deve ser feito de forma transparente e bem documentada. Os imóveis
afetados devem ter a documentação de propriedade regularizada, caso contrário, o
processo de desapropriação será por via judicial.

Nestes casos, segundo o Decreto-Lei n° 3.365/41, que dispõe sobre desapropriação


por utilidade pública, somente a pessoa que comprovar a propriedade é que poderá
retirar o valor depositado em juízo.. Portanto, se o ocupante do imóvel não estiver com
a documentação regularizada, este se verá obrigado a deixá-lo sem nada receber. Este
é o enfoque da questão, que do ponto de vista social é extremamente perverso.
Considerando isto, o DERBA, adotando as diretrizes do DNIT, sempre que iniciar um
processo de desapropriação deve colocar à disposição da população afetada uma
equipe de advogados para orientá-los quanto à documentação requerida, e a forma de
obtê-la. Evitando com isto situação de ruptura social”.

No caso em que apenas a posse da terra é possível ser comprovada, o processo de


indenização considera, apenas, o valor do imóvel e benfeitorias. Não considerando o
valor da terra, que às vezes pode ser demandado por outro. A documentação
específica e particular é, também, muito importante que esteja em ordem. O DERBA
auxilia-os na providência de obtenção da Carteira de Identidade, e de CPF, logo o
afetado tem a sua situação resolvida sob o menor impacto possível. Estas diretrizes
visam a assegurar que, mesmo neste caso, a família a ser reassentada beneficia de
compensações que permitirão a esta família de se reestruturar em outro lugar com
condições semelhastes.

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4.4. COMUNICAÇÃO E PARTIC IPAÇÃO COMUNITÁRIA

O Plano de Reassentamento deverá refletir o resultado das consultas às comunidades


afetadas, seja através de suas lideranças, seja diretamente à população afetada, desde
a fase de projeto até o final da execução e mesmo posteriormente na fase de
avaliação.

O DERBA envidará esforços necessários para que os canais de comunicação com a


população afetada sejam fluidos e transparentes, de forma que a troca de informações
além de esclarecer as duas partes possam também fundamentar as soluções
adotadas, e que serem resultado dessa ação conjunta.

Essa comunicação pode ser efetivada através de reuniões, palestras, pesquisas e


outros meios que permitam propiciar o melhor contato entre o DERBA e a população
afetada. Também é muito importante assegurar que os subgrupos mais vulneráveis
tenham seus interesses atendidos de maneira adequada e justa.

Segundo diretrizes do DNIT, incorporadas pelo DERBA, algumas fases do projeto


merecem maior atenção, a saber:

Ø Projeto de desapropriação devem-se promover reuniões com as comunidades


visando informá-las do projeto da obra, de sua importância de seus benefícios e da
ocorrência das desapropriações, e também informar aos presentes da mudança de
tratamento que os desapropriados passaram a receber após a Constituição
Brasileira de 1988, e das diretrizes do órgão. Estas reuniões iniciais são importantes
não só para esclarecer à população, mas, sobretudo para tranqüilizá-la.
Ø Cadastramento sócio-econômico e imobiliário antes de iniciar esta etapa de
trabalho é necessária a promoção de reuniões com as famílias, para que as
mesmas sejam informadas da importância da realização deste cadastro, e para que
também ao serem visitadas pelo cadastrador, elas possam fornecer as informações
o mais corretas possível. É também, sobretudo, de bom tom pedir “licença” para
adentrar seus domicílios;
Ø Áreas de reassentamento, a participação da comunidade na escolha da área de
reassentamento é imprescindível. Após a pesquisa, identificação e estudo de
viabilidade técnica e econômica das diversas áreas é necessário consultar a
comunidade quanto à escolha da área. Para isto o DERBA deve promover reuniões
para esclarecimento das vantagens e desvantagens de cada área, apurando-se
aquela de maior aprovação por parte da comunidade. A localização da área de
reassentamento é um fator determinante no grau de adesão da comunidade quanto
à opção de reassentamento;
Ø Unidade Habitacional Urbana/Lote Agrícola qualquer que seja o modelo de
assentamento, tanto no caso do urbano quanto no caso do rural, também aqui é
desenvolvido pelo DERBA, uma unidade padrão a ser adotada e provida de infra-
estrutura. Este modelo proposto é apresentado à comunidade, juntamente com a
sua estimativa de custo para discussão. Este fator juntamente com o descrito
anteriormente define o grau de aceitação pela opção reassentamento;

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Ø Avaliação Imobiliária é necessário que os afetados sejam esclarecidos da
metodologia adotada para a elaboração da avaliação imobiliária. Deve-se promover
reuniões de forma a informar e prestar esclarecimento quanto à metodologia
empregada, utilizando uma linguagem simplificada e despojada de termos técnico
bastante acessível ao cidadão. Estas reuniões dão credibilidade ao projeto.

Em todos os casos, o DERBA deverá proporcionar formas e meios de comunicação


com a população afetada, tais como: Balcão de Informações, Sistema de Ouvidoria ou
outras modalidades de serviço que garantam o acesso das pessoas envolvidas às
informações. Deve ser disponibilizado, também, um serviço permanente de registro de
reclamações e avaliação de queixas por parte da comunidade.

5. PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO

A política de compensação de Projeto de Reassentamento Involuntário, às vezes, não


pode ficar limitada ao ressarcimento do imóvel urbano, do lote agrícola ou a relocação
dos negócios afetados.

A compensação e a reabilitação devem assegurar que as populações reassentadas


sofrerão o mínimo de transtorno, quanto possível, das suas relações sociais e culturais,
oportunidades de trabalho e acesso aos recursos naturais e serviços e equipamentos
públicos. Nestes casos, a população deve ter o auxílio necessário, sobretudo o
segmento mais carente e frágil, à sua re-inserção no novo local de assentamento.

Para tanto, o DERBA deve implementar projetos que ofereçam aos reassentados
oportunidades equivalentes ou melhores de moradia, emprego e acesso aos serviços
urbanos. Estes projetos, sempre que possível, devem ser implementados por
Associações de Bairro e/ou ONG’s (organizações não governamentais), que tenham
experiência com a comunidade afetada.

Estes programas devem ser amplamente discutidos com a população. A sua


continuidade deve estar mais associada ao envolvimento da população do que com o
suporte institucional. Esses programas podem ser deflagrados na fase da construção
dos locais de reassentamento, com projetos sendo realizados através da
autoconstrução, do mutirão, até a fase pós-relocação com atividades de
implementação de renda.

Segundo as diretrizes do DNIT, aqui adotadas, além do “treinamento na área afim da


atividade a ser desenvolvida, um pequeno grupo deve ser treinado nas atividades
gerenciais, de forma que possam conduzir o processo dentro das regras do mercado”.

6. PLANO DE ATENDIMENTO

A responsabilidade de atendimento do DERBA à população afetada pelo


empreendimento está restrita à faixa de domínio da rodovia, ou área diretamente
afetada.

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O Plano de Atendimento, no entanto, deve estar assentado nos princípios de
compensação justa e reabilitação das redes sociais que apóiam a subsistência e a
renda. A variedade de situações exige a oferta de opções diferenciadas. Algumas
perdas, porém, são imensuráveis, tais como, o rompimento dos laços familiares e de
vizinhança, de mudança de usos e costumes estabelecidos entre a população e o local
de residência de direito aos recursos naturais da região e ta ntos outros.

Vale salientar que bens de uso comunitário, tais como: escolas, postos de saúde,
sedes de associações e de sindicatos, quando afetados serão reconstruídos ou
compensados pelo DERBA.

O DERBA, tal como estabelece a diretriz do DNIT, na condição de “coordenador do


processo é responsável pela orientação, esclarecimento, oferta das opções, mas a
decisão final é do cidadão”.

6.1. OPÇÕES DE COMPENSAÇÃO PROPOSTAS

Conforme mencionado acima, as atividades a serem desenvolvidas no âmbito do


Programa são restritas à faixa de domínio e aos sítios relacionados com as obras,
incluindo caminhos de acesso, instalações de apoio, canteiros, o que implica que não
deveria haver necessidade de reassentamento de populações. Entretanto, caso isto
venha a ser necessário, o DERBA proporá duas opções de compensação, para os
proprietários de imóveis rurais e urbanos.

Quando se tratar de imóvel urbano, as opções serão as seguintes:

Ø Indenização – Está referenciada aos laudos de avaliação, porém, o seu valor final é
formado pela somatória do resultado do laudo de avaliação acrescido de uma
parcela de compensação social pelas perdas não mensuráveis. Este valor final
deverá ser no mínimo suficiente para que a família possa recompor a sua condição
de vida, atentando-se para a questão da faixa de domínio e competência do
DERBA.

Na medida em que for constatado que a condição de vida da família afetada é de


extrema miséria o DERBA pode adotar um valor mínimo independente do laudo de
avaliação. Assim, a família pode conseguir obter no mercado imobiliário uma
moradia adequada. Os imóveis comerciais, industriais e de serviços terão seus
valores avaliados e acrescidos da compensação social e, quando alugados, seus
inquilinos receberão ajuda para que possam fazer sua re-inserção no mercado.

Ø Reassentamento – Esta opção prevê a construção de conjuntos habitacionais que,


segundo as diretrizes do DNIT já referidas, atendam as seguintes características:

- o mais próximo possível do local da retirada das famílias (quando isto é


impossível devido a falta de terrenos adequados, devem ser discutidas
alternativas tais como a verticalização da moradia ou a seleção de lotes mais
distantes dotados de infra-estrutura, inclusive transportes urbanos que permitam
o acesso ao mercado de trabalho, em qualquer das hipóteses a solução deve
ser discutida com a comunidade);

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- dotados de infra-estrutura urbana;
- com área disponível para equipamentos;
- podendo ser construído, pelo DERBA diretamente ou por delegação a empresas
ou por mutirão.

A unidade habitacional deve atender aos padrões mínimos de abrigo – iluminação e


ventilação – e acesso aos serviços básicos – água potável e esgotamento sanitário. A
família proprietária do imóvel poderá optar pelo ressarcimento, isto é, indenização.

Caso o imóvel não tenha sido totalmente afetado, o proprietário ou posseiro poderá
decidir pela permanência na área remanescente, desde que atendido o critério de área
mínima. Deve ser também permitido pelo DERBA que os proprietários e/ou posseiros
retirem de seus imóveis os elementos e materiais construtivos que julgarem
reaproveitáveis.

O DERBA, seguindo as diretrizes do DNIT, pagará aos inquilinos uma ajuda de


moradia correspondente a seis meses de aluguel de forma que esta família possa se
reestruturar em outro local. Esta ajuda de moradia visa atenuar os transtornos
causados pela mudança de endereço, que muitas vezes acarretam em transferências
das crianças de escolas, etc.

A todos os relocados o DERBA oferece a execução da mudança ou o pagamento da


mesma para que o relocado promova sua própria mudança.

Quando se tratar de imóvel rural, cresce o grau de complexidade. Na maior parte dos
casos, a afetação do imóvel pode atingir também a atividade produtiva. Neste caso as
opções oferecidas são as seguintes:

Ø Indenização – Da mesma forma que foi comentada para os imóveis urbanos, esta
opção é fundamentada nos laudos de avaliação, que neste caso abrangem as áreas
de cultura atingidas. Também neste caso, o valor final é formado pela somatória do
resultado do laudo de avaliação acrescido de uma parcela de compensação social
pelas perdas não mensuráveis.

Este valor final deverá ser no mínimo suficiente para que a família possa recompor
a sua condição de vida.

Na medida em que for constatado que a condição de vida da família afetada é de


extrema miséria o DERBA pode adotar um valor mínimo independente do laudo de
avaliação. Assim, a família pode conseguir obter na região uma moradia adequada
e o retorno das condições de trabalho.

Ø Reassentamento – Esta opção considera a possibilidade de oferta de lotes


agrícolas individuais ou agrovilas para aqueles que tiverem sua propriedade
totalmente atingida, ou aqueles que não possuem terras mas que tem acesso à
mesma (arrendatário, cedente, rendeiro) e perderam o acesso com a implantação
da obra.

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A área escolhida, ainda de acordo com as diretrizes do DNIT, deve apresentar as
seguintes características:

- que área de relocação esteja dentro da área de influência do empreendimento;


- em localização estratégica, com relação ao transporte e acesso ao mercado;
- com topografia favorável ao tipo de atividade desenvolvida pelos
desapropriados;
- com qualidade de solo mais adequado possível ao tipo de atividade
desenvolvida pelos desapropriados.

Os lotes agrícolas ou as agrovilas deverão ser dotados de:

- área mínima suficiente para o desenvolvimento do trabalho de uma família


padrão da região, dentro de suas atividades produtivas;
- ser titulada;
- moradia que atenda aos critérios de habitabilidade, ou seja de iluminação,
ventilação e condições hidráulico-sanitárias.

A afetação de um imóvel rural exige que além da recomposição física do imóvel, sejam
dadas opções ao afetado de recompor suas atividades, ou seja, se este trabalha na
agricultura, o DERBA seguindo as diretrizes do DNIT, deve oferecer assistência técnica
que consiste (conforme as necessidades) no fornecimento de insumos e de tecnologia,
crédito rural, havendo alteração de atividades, cursos de novas técnicas e apoio à
família até a primeira safra no lote agrícola do reassentamento.

Para aqueles que tiverem sua propriedade parcialmente atingida o ressarcimento do


imóvel pelo DERBA corresponderá ao valor da indenização, conforme o laudo de
avaliação da parte atingida, acrescido do valor de compensação social.

Ø Auto-reassentamento – Esta opção, também utilizada pelo DNIT, tem como objetivo
atender à família afetada que mora em imóvel rural, a ser totalmente atingido, que
quer continuar morando em um imóvel rural, porém diferente daqueles ofertados
pelo DERBA. Esta opção deve receber uma compensação social maior que a opção
da simples indenização por dois motivos:

a) não há intenção de induzir o deslocamento da população rural para as áreas


urbanas;
b) a recomposição da condição de vida em um imóvel rural é mais dispendiosa
do que na área urbana e bem mais lenta;

Esta opção deve ser acompanhada pelos técnicos do DERBA e somente após a
certeza de que o afetado irá realmente adquirir um imóvel rural e nele se estabelecer
com sua família é autorizado o pagamento.

O DNIT recomenda ainda que em “casos de indenização em dinheiro a mesma seja


paga conjuntamente ao casal residente, e quando a união for consensual à mulher do
casal. Neste caso também se adota um valor mínimo para que a família possa buscar
no mercado uma propriedade mínima para que possa se estabelecer, independente do
valor de sua propriedade anterior”.

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Para os casos de afetações temporárias, deve ser ofertado um aluguel de casa,
acrescido de um valor para o transporte das mudanças, além de uma compensação
monetária devida à interrupção da produção, no caso de imóvel agrícola. No caso de
imóvel urbano, o imóvel a ser alugado deverá oferecer condições de conforto e
localização semelhantes ao ocupado pela família afetada.

7. REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Este tema, conforme as diretrizes do DNIT correspondem a duas situações: (i)


regularização fundiária das áreas desapropriadas; (ii) regularização fundiária das áreas
de reassentamento, sejam elas urbanas ou rurais.

O DERBA, seguindo a diretriz do DNIT, deverá dar “suporte técnico à população para
que se possa proceder à regularização da documentação tanto da propriedade quanto
do proprietário e/ou posseiro, para que se efetive da forma mais rápida e eficiente
possível o processo de desapropriação”.

Após o encerramento da negociação, seja de forma amigável ou judicial, é efetuado o


registro das áreas desapropriadas em nome do DERBA. Em seguida é providenciada a
regularização fundiária das áreas de reassentamento, o que corresponde à entrega de
título de registro dos imóveis aos reassentados.

Para tanto, é necessário ao DERBA aprovar o conjunto habitacional junto à Prefeitura


do município onde o mesmo está situado e, na seqüência, registrar em Cartório e
entregar os títulos de propriedade para aqueles que optaram pelo reassentamento
assumirem, de fato, as suas moradias. Da mesma forma o DERBA deve aprovar os
lotes agrícolas junto ao INCRA, registrar e entregar os títulos de propriedade para
quem optou pelo reassentamento.

8. ESTUDO DE VULNERABILIDADE

Para cada projeto de desapropriação a ser desenvolvido pelo DERBA será elaborado
um plano de reassentamento Involuntário, específico para aquele projeto. Este plano é
baseado nestas diretrizes e define de forma precisa a política de atendimento.

O que significa dizer que define todo o elenco, que compõem a política de atendimento
de um plano de Reassentamento Involuntário, ou seja, as opções de compensação a
serem ofertadas, as tabelas de compensação para a opção de indenização e local e o
modelo de reassentamento a ser adotado, considerando todas as premissas
apresentadas neste documento de diretrizes.

Mas, para termos certeza de que esta política de atendimento irá mesmo atenuar os
impactos decorrentes do projeto e que a população poderá administrar uma nova
realidade, se inserindo nela de forma gradativa e os menores transtornos possíveis, é
que o DERBA realiza o teste de vulnerabilidade, para checar, se na verdade suas
intenções, serão realizadas.

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O teste consiste em selecionar 15% das famílias afetadas aquelas que possuem maior
relação entre número de dependentes pelo número de pessoas em idade produtiva.
Isto é, soma-se o número de crianças, idosos e deficientes (impossibilitados de
participarem da renda familiar) divide-se pelo número de pessoas em idade produtiva.
As famílias que se enquadrarem nos 15% com o maior número deverão ser analisadas
com mais detalhes.

É preciso verificar a capacidade de sobrevivência destas famílias dentro do modelo de


compensação ofertado. Porque de nada adianta oferecer um bom lote agrícola a uma
mulher que vive na companhia de sua mãe idosa e duas crianças bem pequenas. Após
verificação, se for necessário o DERBA procede às correções necessárias para o
ajuste da política em atendimento a este grupo.

9. PLANO DE AÇÃO

O Plano de Reassentamento Involuntário divide-se em três etapas:

PARTE 1 – corresponde à identificação, levantamento de dados e diagnóstico. Está


consubstanciada pela delimitação da área afetada, pela realização do cadastro
socioeconômico imobiliário e pelos laudos de avaliação, pela análise do perfil da
população atingida, pela documentação da população afetada.

PARTE 2 – corresponde à elaboração das diretrizes de atendimento e definição de


suas opções, de suas compensações e dos mecanismos de comunicação com a
comunidade, etc.

PARTE 3 – corresponde ao Plano de Ação, que é objeto deste capítulo, constituído


pela matriz institucional, pelo cronograma de trabalho, pelo orçamento e pela definição
das fontes de recursos.

10. MATRIZ INSTITUCIONAL

O DERBA é responsável pela condução de todo o Plano de Reassentamento


Involuntário, entretanto, existem diversas ações que necessitam da participação de
outros órgãos e setores das esferas municipal, estadual e federal, bem como de
concessionárias de serviços públicos. Desta forma, será necessário a preparação de
uma Matriz Institucional específica para cada Plano de Reassentamento Involuntário,
onde deverão estar identificadas todas as instituições intervenientes, bem como as
atribuições, atividades e intervenções às quais serão envolvidas. Esta matriz é
fundamental para que sejam estabelecidos os convênios/contratos para que as
atividades e intervenções ocorram no devido tempo, evitando-se atrasos no
cronograma de implementação do Plano de Reassentamento Involuntário.

No Programa de Restauração e Manutenção de Rodovias, a princípio, não haverá


reassentamento de populações, entretanto, caso isto venha a ser necessário, o DERBA
contratará consultores autônomos (assistentes sociais, sociólogos, etc.), que sob
coordenação da DPE – Diretoria de Projeto e Programas Especiais, responderá pelo
desenvolvimento e implementação do Plano de Reassentamento Involuntário. Desta
forma, a DPE, através da GERAM, conduzirá todo o processo desde a fase de
planejamento até a implantação do empreendimento rodoviário, sendo a articuladora
14
de outras agências que, por necessidade do projeto, tenham que ser envolvidas. Neste
caso, serão estabelecidos convênios ou parcerias entre o DERBA e as Prefeituras dos
municípios afetados pelo empreendimento rodoviário, bem como com as Agências de
Habitação e com a Secretaria de Agricultura, visando a construção de conjuntos
habitacionais ou de lotes agrícolas.

Além da DPE tem-se, ainda, a DCM – Diretoria de Construção e Manutenção, que ,


através da GEDES, responde pela condução dos processos de desapropriação das
áreas para a implantação das obras e daquelas necessárias para o reassentamento de
populações. Fazem parte das atividades desta diretoria, a avaliação de imóveis, a
pesquisa documental em cartório de imóveis e a condução das questões jurídico-legais
relativos às propriedades afetadas.

Quando da reposição dos equipamentos de uso comunitário, como escolas, postos de


saúde, sede de sindicatos ou de associações, os agentes responsáveis pelos mesmos
deverão ser envolvidos na solução de reposição.

O DERBA encaminhará a minuta final do Plano de Reassentamento Involuntário ao


Banco Mundial para avaliação e aprovação do mesmo antes de iniciar o processo de
licitação das obras de manutenção e restauração que geraram a necessidade de
reassentamento.

Finalmente, a DPE – Diretoria de Projeto e Programas Especiais será o ponto de


contato para tirar duvidas ou analisar pedidos que uma família afetada possa ter
durante o processo de preparação e implementação do Plano de Reassentamento
Involuntário. Caso um pedido não seja atendido de maneira satisfatória pela DPE, a
família terá a possibilidade de recorrer a um processo de mediação conforme previsto
na legislação estadual.

11. CRONOGRAMA DE TRABALHO

O cronograma de trabalho é um instrumento de planejamento e controle das atividades.


O cronograma de um Plano de Reassentamento Involuntário deve abranger todas as
fases de trabalho, além de registrar como marco a data de início das obras. Este item
do cronograma é muito importante, pois sinaliza qual o prazo disponível para que a
área a ser afetada esteja totalmente desimpedida para a execução das obras.

O responsável pelo Plano de Reassentamento Involuntário deve estar em contato


permanente com o responsável pela equipe de obra, evitando transtornos,
reclamações, enfim impactos sobre a população, além de desgaste para o órgão
executor.

12. ORÇAMENTO

O DERBA ao elaborar o orçamento do Plano de Reassentamento Involuntário deve


considerar os seguintes itens:

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• Custo das atividades meio:

1. Elaboração do cadastro-sócio econômico;


2. Elaboração dos laudos de avaliação dos imóveis e benfeitorias;
3. Pesquisa em cartórios de registros de imóveis;
4. Elaboração do plano de Reassentamento Involuntário;
5. Apoio jurídico à população afetada;
6. Despesas com a equipe do programa.

• Custo das atividades fim:

1. Aquisição das áreas para reassentamento;


2. Construção das unidades de reassentamento;
3. Pagamento das indenizações acrescidas dos subsídios;
4. Custas judiciais (distribuições de ações e pagamento de peritos judiciais);
5. Despesa com a mudança das famílias;
6. Despesa com a demolição dos imóveis;
7. Despesa com a guarda da área desocupada;
8. Despesa com a guarda da área de reassentamento, até a sua total entrega;

A apropriação dos custos de cada um dos itens descritos, da forma mais detalhada
possível, compõe o orçamento do Plano de Reassentamento Involuntário. Vale
ressaltar a importância da disponibilidade dos recursos financeiros dentro das datas
previstas. Torna-se fundamental e imprescindível para o bom desenvolvimento do
plano.

13. FONTE DE RECURSOS

O quadro fonte de recursos é outro elemento de planejamento e controle do projeto de


Reassentamento Involuntário.

É necessário ter conhecimento da origem dos recursos para que se possa planejar e
controlar o desenvolvimento de um projeto de Reassentamento Involuntário. Muitas
obras são realizadas apenas com recursos do DERBA, mas outras possuem recursos
federais, internacionais. Daí torna-se importante conhecer a participação de cada
agente e quais as formas e mecanismos de liberação de cada entidade. No caso do
Programa de Reabilitação de Rodovias, os recursos devem estar previstos no âmbito
dos quantitativos de custos dos projetos contemplados pelo Programa.

Portanto, matriz institucional, cronograma de trabalho, orçamento e fonte de recursos


são informações interdependentes e que no seu conjunto formam o plano de ação do
projeto de Reassentamento Involuntário a ser implantado, quando necessário e dentro
das possibilidades de cada projeto.

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14. MONITORAMENTO E AVAL IAÇÃO

O monitoramento é o instrumento utilizado na obtenção de subsídios de análise que


avaliam o andamento e o sucesso do plano e deve, segundo as diretrizes do DNIT,
ocorrer em três momentos distintos: (i) antes do início das negociações, ou seja, logo
após o cadastro das famílias afetadas; (ii) durante as negociações, e, (iii) logo após o
reassentamento, de forma a retratar as três realidades.

O monitoramento, ainda segundo as diretrizes do DNIT adotadas pelo DERBA, tem os


seguintes objetivos:

• observar se as ações do Plano de Reassentamento estão sendo desenvolvidas


dentro dos conceitos básicos e, caso venha ser detectados distorções, propor
correções de rumo;
• detectar entraves e oportunidades para implantações das ações, indicando, em
tempo hábil, as soluções para superação das primeiras e otimização das segundas;
• avaliar os efeitos do programa sobre a população afetada, considerando, para isto,
os momentos antes, durante e depois do projeto;
• formar um banco de dados, de forma que esta experiência venha a servir de
referência a futuros programas;
• verificar o nível de restabelecimento ou melhora das condições sócio-econômicas
dos afetados como condições de saneamento, atividades econômicas, educação,
etc, no caso das famílias;
• prever e garantir condições de sustentabilidade para as atividades econômicas das
famílias, seja em áreas urbanas ou rurais considerando o acesso ao comércio,
serviços, infra-estrutura de transporte, etc.

O processo de monitoramento deve ser realizado por uma equipe interdisciplinar que
não tenha participado, diretamente, do processo de desapropriação, com condições de
observar, de forma independente, e corrigir eventuais desvios de rumo.

E, finalmente, ratificando as diretrizes do DNIT, “o trabalho desta equipe deverá ter


sempre como indicador o grau de satisfação da comunidade afetada se baseando na
premissa de que a melhora das condições sociais dos reassentados deverá ter como
foco, as benfeitorias geradas pela aquisição das novas moradias que devem dar plenas
condições de saneamento, acesso aos serviços básicos de educação, saúde,
transporte, etc, que possibilitem cálculos quantitativos como índices de mercado das
melhorias implementadas na vida socioeconômica das famílias afetadas, servindo
como forma de compensação das perdas sociais não mensuráveis”.

15. GLOSSÁRIO

O DERBA, em atenção às diretrizes do BIRD, incorpora neste Glossário as definições


formuladas pelo DNIT, necessárias ao bom entendimento de um projeto de
reassentamento Involuntário, de modo a evitar distorções quanto à interpretação de
determinados termos.

Comunidade é a unidade social que compartilha de um convívio comum, que possui


uma identidade reconhecida e que freqüenta as mesmas instituições, de caráter social,
lazer, religioso, institucional, independente de seu tamanho;

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Plano de Reassentamento Involuntário plano a ser elaborado baseado nas diretrizes
do DERBA para a situação específica, ou seja, quando da execução de determinada
obra deverá ser elaborado plano específico que contemple ações que minimizem sobre
à população afetada;

População afetada ou população atingida são todas as pessoas atingidas direta ou


indiretamente pela obra, ou seja, diretamente são aqueles que perderão suas moradias
e/ou comércio ou indústria e indiretamente são aqueles que, por exemplo, ficarão sem
acesso às suas moradias ou atividades devido à obra. Esta afetação pode ocorrer de
forma permanente ou temporária, como são os atingidos durante à execução das obras
pelos ruídos, vibrações, trânsito de máquinas.

Proprietário é a pessoa que detêm o título de propriedade ou documento de registro


de imóvel;

Posseiro é o ocupante do imóvel no momento do cadastro, podendo ser ou não


proprietário do mesmo, o posseiro se divide em duas categorias a da do posseiro direto
ou do posseiro indireto.

Posseiro direto é o dono da benfeitoria que pode ou não ser proprietário do terreno;
posseiro indireto é a pessoa ou família que vive sob o regime de cessão.

Inquilino é a pessoa ou família que vive sob o regime de aluguel documentado ou não;

Arrendatário é a pessoa ou família que aluga imóvel rural para moradia ou para
atividades agrícolas ou pontos comerciais para vender bens ou serviços;

Cadastro Socioeconômico é a pesquisa realizada em 100% dos casos de forma a


identificar e definir quem e quantos e onde estão os afetados;

Área Afetada é a área atingida pela obra, pode ou não incluir o off-set, isto será função
do tamanho da área e da altura do off-set, ou seja, se o mesmo for pequeno e não
inviabilizar o acesso à área remanescente do imóvel, não é incluído, mas do contrário é
considerado parte da área afetada;

Off-set é a linha que determina o limite de afetação da obra, determinada a partir dos
estudos ambientais de cada projeto;

Área Remanescente é a área que após a desapropriação poderá permanecer de


propriedade ou posse do desapropriado desde que atendida à legislação urbana. A
Legislação Federal Lei 6.766, determina que o lote urbano mínimo deve ser superior a
125m², mas alguns municípios possuem legislação específica, como por exemplo, Belo
Horizonte, que a Lei de Uso e Ocupação do Solo prevê lote mínimo de 200m²;

Decreto de Utilidade Pública é o instrumento do Poder Executivo Federal, Estadual


ou Municipal no qual declara determinada área de utilidade pública para fins de
desapropriação, para implantação de determinada obra, como por exemplo construção
de rodovias;

Decreto de Interesse Social é o instrumento do Poder Executivo Federal, Estadual ou


Municipal no qual declara determinada área de interesse social para fins de
desapropriação, para a implantação de determinada obra, como por exemplo
construção de conjuntos habitacional ou agrovilas;

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Laudo de Avaliação Imobiliária é o laudo técnico onde é feito todo o levantamento
das benfeitorias e dos terrenos atingidos tanto qualitativamente quanto
quantitativamente para determinação de seu valor monetário para fins de negociação,
que poderá ser pela via amigável ou judicial, com a foto e croqui de todas as
benfeitorias;

Pesquisa de Mercado Imobiliário é a pesquisa do valor das terras na mesma região


de forma a fundamentar à apropriação de preços do laudo de avaliação imobiliária;

Custo Unitário Padrão é o valor do metro quadrado de construção, dentro do padrão


construtivo do imóvel afetado, normalmente adota-se os valores publicados por
instituições de credibilidade na área como, por exemplo, COHAB (Companhia de
Habitação), Sinduscon (Sindicato da Construção Civil) e outros;

Fator de Depreciação é o índice que deprecia os imóveis conforme o seu estado de


conservação e idade de construção. Este índice não é aplicado uma vez que a
metodologia utilizada é a do custo de reprodução do imóvel;

Custo de reprodução da benfeitoria é o valor do imóvel à sua reposição, ou a


reconstrução ou a aquisição de imóvel semelhante;

Indenização é o valor oferecido à família afetada, e que é o resultado do valor da


avaliação dos terrenos e benfeitorias atingidos acrescidos da compensação social;

Compensação Social é a parcela definida para repor as perdas não mensuráveis tais
como a quebra das relações sociais, a rede de apoio da vizinhança, as mudanças nos
hábitos de vida, etc.;

Reassentamento é a reposição pelo órgão promotor dos imóveis suprimidos pela


desapropriação, ou seja, é a construção de conjuntos habitacionais, agrovilas, lotes
agrícolas que visam regular o estoque de habitações destruídas pelo projeto. É uma
das opções de negociação;

Regularização fundiária é o conjunto de atividades de natureza urbanística ou agrária


e jurídica, que visa registrar determinado imóvel, tornando-o e seu proprietário
oficialmente reconhecidos;

Título ou Registro é o documento registrado em Cartório de Registro de Imóveis que


comprova a propriedade;

Poligonal é a linha topográfica (cotas planimétricas), que delimita a área de afetação


da obra, é, no mínimo, igual à área do off-set da obra;

Monitoramento é a atividade que tem por finalidade o acompanhamento do


desenvolvimento do processo de desapropriação e reassentamento, que visa corrigir
os rumos do mesmo e o fundamentar futuras experiências;

Processo é o documento individual de cada família ou pessoa atingida, composto dos


seguintes documentos: cadastro sócio-econômico, laudo de avaliação, documentos de
propriedade (se houver), atas das reuniões de negociação e acordos, no caso de
negociação amigável;

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Negociação é a etapa do projeto de Reassentamento Involuntário quando as famílias
são convocadas a comparecerem junto ao órgão promotor do projeto para conhecer de
forma específica ao seu caso quais são as suas opções de compensação. Durante esta
reunião é explicado à família afetada todo o levantamento social e imobiliário, o método
de avaliação, os valores definidos, e por fim apresentado as suas opções de escolha.
Esta etapa pode se encerrar de forma amigável ou judicial;

16. BIBLIOGRAFIA

Política para Reassentamento Involuntário – DNIT / Ministério dos Transportes


Site:www.obancomundial.org

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