SECRETARIA DE INFRA-ESTRUTURA
Dezembro/2005
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO.......................................................................................................... 2
2. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 2
3.1. OBJETIVO................................................................................................................ 3
5. PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO................................................................. 9
6. PLANO DE ATENDIMENTO........................................................................................ 9
9. PLANO DE AÇÃO........................................................................................................14
12. ORÇAMENTO...............................................................................................................15
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1. APRESENTAÇÃO
Este documento trata das diretrizes e procedimentos que deverão orientar as ações do
Departamento de Infra-estrutura de Transporte da Bahia – DERBA quando do
Reassentamento de Populações afetadas pela implementação de empreendimentos
rodoviários, sob sua responsabilidade, no ambito do Programa de Restauração e
Manutenção de Rodovias, a ser parcialmente financiado com recursos do Banco
Mundial.
2. INTRODUÇÃO
Tais atividades são restritas na faixa de domínio e nos sítios relacionados com as
obras, incluindo caminhos de acesso, instalações de apoio, canteiros. Devido à
localização destas atividades, não haverá, a principio, reassentamento de populações.
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Entretanto, caso isto venha a ser necessário, o DERBA assumirá o princípio explicitado
no documento “Diretrizes para o Reassentamento Involuntário” do DNIT, que é aquele
que recomenda a:
3.1. OBJETIVO
O principal objetivo dessas diretrizes é orientar a atuação do DERBA para que nos
casos de Reassentamento Involuntário, as pessoas ou famílias afetadas tenham a
compensação justa pela perda do local de moradia ou trabalho, e a reabilitação
adequada no novo local de assentamento.
Para tanto, serão analisadas todas as alternativas com o objetivo de evitar ou, caso
seja inevitável, minimizar a necessidade de reassentamento. A partir da confirmação
desta necessidade será elaborado um Plano que deverá atender aos preceitos legais
vigentes, sobretudo nos aspectos que se referem: “aos processos de desapropriação,
pautados fundamentalmente na Constituição Federal de 1988, nas normas definidas
pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas e outras diretrizes”.
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Ø garantia da oferta de serviços sociais , como por exemplo: educação, saúde e
transporte, etc.;
Ø garantia da possibilidade de manutenção da renda e da produção, as áreas
escolhidas para o reassentamento deverão propiciar a manutenção ou incremento
da renda familiar;
Ø minimização dos impactos sociais e/ou ambientais sobre a população;
Ø reconhecimento das reivindicações da comunidade, mantendo sempre canais
abertos de comunicação entre o empreendedor e a comunidade;
Ø respeito aos direitos humanos, não impondo-lhes condições de negociações que
impeçam às famílias afetadas de recompor a sua vida;
Ø não pressionar a população visando atender ao cronograma da obra, caso haja
atraso no cronograma.
4. PASSOS METODOLÓGICOS
Por outro lado, a definição desta poligonal deve também considerar e evitar as
situações que possam criar expectativas falsas, envolvendo famílias que poderão, por
algum tempo, se sentirem inseguras diante da possibilidade de serem desapropriadas.
Uma vez definida a poligonal da obra, o próximo passo é o cadastramento sócio-
econômico e imobiliário dos afetados.
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Após os entendimentos, a equipe responsável pela realização do cadastro deve ser
preparada e treinada, iniciando-se a etapa subseqüente, na qual as atividades
previstas deverão ser realizadas simultaneamente:
1. Cadastro sócio-econômico;
2. Cadastro imobiliário;
3. Notificação.
Vale ressaltar que as informações deverão ser atualizadas caso ocorra uma defasagem
maior que dois anos entre o cadastro e o início das negociações. A realização do
cadastro define a data de corte para a elegibilidade e compensação, não sendo
admitidas novas adesões. Este fato deve ser amplamente divulgado por todos os meios
de comunicação.
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Ø que seja cadastrado todo e qualquer investimento realizado pelo seu ocupante
e/ou proprietário, como por exemplo , muros, cisternas fossas, hortas, pomares,
canil, etc.;
Ø que sejam bem definidas as medidas, os limites e as confrontações do terreno;
Ø que o ocupante ou seu representante acompanhe o levantamento;
Ø que sejam cadastrados todos os serviços disponíveis na propriedade, como por
exemplo, água, luz, esgoto, telefone, pavimentação, etc.;
Ø que sejam cadastrados todos os serviços sociais nas imediações do imóvel, tais
como escola, comércio, transporte, associação, postos de saúde, campos e
quadras esportivas, etc.;
Ø que sejam descritas as condições topográficas de localização, etc.;
Ø que seja indicado qual o grau de afetação do imóvel, se parcial ou totalmente
atingido;
Ø que seja identificada e registrada a opção da família, que neste momento será
apenas um indicador;
A notificação deve ser feita em duas vias e assinada pelo proprietário e/ou posseiro ou
seu representante, que deverá receber uma dessas vias, sendo a outra incorporada ao
processo.
Torna-se necessário também, o conhecimento dos custos de construção para que seja
estimado o real valor do imóvel atingido, visando permitir que o afetado possa adquirir
ou construir moradia equivalente aos níveis anteriores à desapropriação.
Este processo deve ser feito de forma transparente e bem documentada. Os imóveis
afetados devem ter a documentação de propriedade regularizada, caso contrário, o
processo de desapropriação será por via judicial.
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4.4. COMUNICAÇÃO E PARTIC IPAÇÃO COMUNITÁRIA
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Ø Avaliação Imobiliária é necessário que os afetados sejam esclarecidos da
metodologia adotada para a elaboração da avaliação imobiliária. Deve-se promover
reuniões de forma a informar e prestar esclarecimento quanto à metodologia
empregada, utilizando uma linguagem simplificada e despojada de termos técnico
bastante acessível ao cidadão. Estas reuniões dão credibilidade ao projeto.
5. PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO
Para tanto, o DERBA deve implementar projetos que ofereçam aos reassentados
oportunidades equivalentes ou melhores de moradia, emprego e acesso aos serviços
urbanos. Estes projetos, sempre que possível, devem ser implementados por
Associações de Bairro e/ou ONG’s (organizações não governamentais), que tenham
experiência com a comunidade afetada.
6. PLANO DE ATENDIMENTO
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O Plano de Atendimento, no entanto, deve estar assentado nos princípios de
compensação justa e reabilitação das redes sociais que apóiam a subsistência e a
renda. A variedade de situações exige a oferta de opções diferenciadas. Algumas
perdas, porém, são imensuráveis, tais como, o rompimento dos laços familiares e de
vizinhança, de mudança de usos e costumes estabelecidos entre a população e o local
de residência de direito aos recursos naturais da região e ta ntos outros.
Vale salientar que bens de uso comunitário, tais como: escolas, postos de saúde,
sedes de associações e de sindicatos, quando afetados serão reconstruídos ou
compensados pelo DERBA.
Ø Indenização – Está referenciada aos laudos de avaliação, porém, o seu valor final é
formado pela somatória do resultado do laudo de avaliação acrescido de uma
parcela de compensação social pelas perdas não mensuráveis. Este valor final
deverá ser no mínimo suficiente para que a família possa recompor a sua condição
de vida, atentando-se para a questão da faixa de domínio e competência do
DERBA.
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- dotados de infra-estrutura urbana;
- com área disponível para equipamentos;
- podendo ser construído, pelo DERBA diretamente ou por delegação a empresas
ou por mutirão.
Caso o imóvel não tenha sido totalmente afetado, o proprietário ou posseiro poderá
decidir pela permanência na área remanescente, desde que atendido o critério de área
mínima. Deve ser também permitido pelo DERBA que os proprietários e/ou posseiros
retirem de seus imóveis os elementos e materiais construtivos que julgarem
reaproveitáveis.
Quando se tratar de imóvel rural, cresce o grau de complexidade. Na maior parte dos
casos, a afetação do imóvel pode atingir também a atividade produtiva. Neste caso as
opções oferecidas são as seguintes:
Ø Indenização – Da mesma forma que foi comentada para os imóveis urbanos, esta
opção é fundamentada nos laudos de avaliação, que neste caso abrangem as áreas
de cultura atingidas. Também neste caso, o valor final é formado pela somatória do
resultado do laudo de avaliação acrescido de uma parcela de compensação social
pelas perdas não mensuráveis.
Este valor final deverá ser no mínimo suficiente para que a família possa recompor
a sua condição de vida.
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A área escolhida, ainda de acordo com as diretrizes do DNIT, deve apresentar as
seguintes características:
A afetação de um imóvel rural exige que além da recomposição física do imóvel, sejam
dadas opções ao afetado de recompor suas atividades, ou seja, se este trabalha na
agricultura, o DERBA seguindo as diretrizes do DNIT, deve oferecer assistência técnica
que consiste (conforme as necessidades) no fornecimento de insumos e de tecnologia,
crédito rural, havendo alteração de atividades, cursos de novas técnicas e apoio à
família até a primeira safra no lote agrícola do reassentamento.
Ø Auto-reassentamento – Esta opção, também utilizada pelo DNIT, tem como objetivo
atender à família afetada que mora em imóvel rural, a ser totalmente atingido, que
quer continuar morando em um imóvel rural, porém diferente daqueles ofertados
pelo DERBA. Esta opção deve receber uma compensação social maior que a opção
da simples indenização por dois motivos:
Esta opção deve ser acompanhada pelos técnicos do DERBA e somente após a
certeza de que o afetado irá realmente adquirir um imóvel rural e nele se estabelecer
com sua família é autorizado o pagamento.
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Para os casos de afetações temporárias, deve ser ofertado um aluguel de casa,
acrescido de um valor para o transporte das mudanças, além de uma compensação
monetária devida à interrupção da produção, no caso de imóvel agrícola. No caso de
imóvel urbano, o imóvel a ser alugado deverá oferecer condições de conforto e
localização semelhantes ao ocupado pela família afetada.
7. REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA
O DERBA, seguindo a diretriz do DNIT, deverá dar “suporte técnico à população para
que se possa proceder à regularização da documentação tanto da propriedade quanto
do proprietário e/ou posseiro, para que se efetive da forma mais rápida e eficiente
possível o processo de desapropriação”.
8. ESTUDO DE VULNERABILIDADE
Para cada projeto de desapropriação a ser desenvolvido pelo DERBA será elaborado
um plano de reassentamento Involuntário, específico para aquele projeto. Este plano é
baseado nestas diretrizes e define de forma precisa a política de atendimento.
O que significa dizer que define todo o elenco, que compõem a política de atendimento
de um plano de Reassentamento Involuntário, ou seja, as opções de compensação a
serem ofertadas, as tabelas de compensação para a opção de indenização e local e o
modelo de reassentamento a ser adotado, considerando todas as premissas
apresentadas neste documento de diretrizes.
Mas, para termos certeza de que esta política de atendimento irá mesmo atenuar os
impactos decorrentes do projeto e que a população poderá administrar uma nova
realidade, se inserindo nela de forma gradativa e os menores transtornos possíveis, é
que o DERBA realiza o teste de vulnerabilidade, para checar, se na verdade suas
intenções, serão realizadas.
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O teste consiste em selecionar 15% das famílias afetadas aquelas que possuem maior
relação entre número de dependentes pelo número de pessoas em idade produtiva.
Isto é, soma-se o número de crianças, idosos e deficientes (impossibilitados de
participarem da renda familiar) divide-se pelo número de pessoas em idade produtiva.
As famílias que se enquadrarem nos 15% com o maior número deverão ser analisadas
com mais detalhes.
9. PLANO DE AÇÃO
12. ORÇAMENTO
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• Custo das atividades meio:
A apropriação dos custos de cada um dos itens descritos, da forma mais detalhada
possível, compõe o orçamento do Plano de Reassentamento Involuntário. Vale
ressaltar a importância da disponibilidade dos recursos financeiros dentro das datas
previstas. Torna-se fundamental e imprescindível para o bom desenvolvimento do
plano.
É necessário ter conhecimento da origem dos recursos para que se possa planejar e
controlar o desenvolvimento de um projeto de Reassentamento Involuntário. Muitas
obras são realizadas apenas com recursos do DERBA, mas outras possuem recursos
federais, internacionais. Daí torna-se importante conhecer a participação de cada
agente e quais as formas e mecanismos de liberação de cada entidade. No caso do
Programa de Reabilitação de Rodovias, os recursos devem estar previstos no âmbito
dos quantitativos de custos dos projetos contemplados pelo Programa.
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14. MONITORAMENTO E AVAL IAÇÃO
O processo de monitoramento deve ser realizado por uma equipe interdisciplinar que
não tenha participado, diretamente, do processo de desapropriação, com condições de
observar, de forma independente, e corrigir eventuais desvios de rumo.
15. GLOSSÁRIO
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Plano de Reassentamento Involuntário plano a ser elaborado baseado nas diretrizes
do DERBA para a situação específica, ou seja, quando da execução de determinada
obra deverá ser elaborado plano específico que contemple ações que minimizem sobre
à população afetada;
Posseiro direto é o dono da benfeitoria que pode ou não ser proprietário do terreno;
posseiro indireto é a pessoa ou família que vive sob o regime de cessão.
Inquilino é a pessoa ou família que vive sob o regime de aluguel documentado ou não;
Arrendatário é a pessoa ou família que aluga imóvel rural para moradia ou para
atividades agrícolas ou pontos comerciais para vender bens ou serviços;
Área Afetada é a área atingida pela obra, pode ou não incluir o off-set, isto será função
do tamanho da área e da altura do off-set, ou seja, se o mesmo for pequeno e não
inviabilizar o acesso à área remanescente do imóvel, não é incluído, mas do contrário é
considerado parte da área afetada;
Off-set é a linha que determina o limite de afetação da obra, determinada a partir dos
estudos ambientais de cada projeto;
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Laudo de Avaliação Imobiliária é o laudo técnico onde é feito todo o levantamento
das benfeitorias e dos terrenos atingidos tanto qualitativamente quanto
quantitativamente para determinação de seu valor monetário para fins de negociação,
que poderá ser pela via amigável ou judicial, com a foto e croqui de todas as
benfeitorias;
Compensação Social é a parcela definida para repor as perdas não mensuráveis tais
como a quebra das relações sociais, a rede de apoio da vizinhança, as mudanças nos
hábitos de vida, etc.;
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Negociação é a etapa do projeto de Reassentamento Involuntário quando as famílias
são convocadas a comparecerem junto ao órgão promotor do projeto para conhecer de
forma específica ao seu caso quais são as suas opções de compensação. Durante esta
reunião é explicado à família afetada todo o levantamento social e imobiliário, o método
de avaliação, os valores definidos, e por fim apresentado as suas opções de escolha.
Esta etapa pode se encerrar de forma amigável ou judicial;
16. BIBLIOGRAFIA
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