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“É à geração de hoje que ele se dirige (o que é sem dúvida melhor do que se dirigir à de

ontem) – mas, como só se dirige a ela, o que está escrito se arrisca a passar com ela.”
(GIDE, Os moedeiros falsos, p. 74)

TEUTISAN, Calin. The planet of literature: Franco Moretti’s neo-perspectivist


method.

“Como um instrumento que pode sintetizar fatos literários em um nível continental e


transcontinental, a distant reading – que empresta instrumentos dos domínios da
estatística, computação, história quantitativa, geografia e evolução literária – tem gerado
reações agudas e, às vezes, polêmicas nos círculos literários. Apesar de tudo isso, agora
está além de qualquer dúvida e é unanimemente aceito que a distant Reading de Franco
Moretti pertence justamente à era da globalização, para a qual os estudos literários
permanecem relutantes em aderir, seja por causa de seu conservantismo ou por conta de
sua contaminação com a “poeticidade” (num sentido mais geral) de seu próprio objeto
de estudo: a literatura.” (TEUTISAN, 2016, p. 98 – tradução minha)

“O que é, de acordo com Franco Moretti, o “modelo excelente” para a análise literária?
Sua substância é esboçada a partir de três domínios disciplinares – história quantitativa,
geografia e, por último mas não menos importante, a teoria da evolução: “gráficos,
mapas, árvores” (Graphs, Maps, Trees, 67). Em outras palavras, isto seria uma história
da literatura “mais racional” (Graphs, Maps, Trees, 68). O que racionalmente isto
acarreta? Em primeiro lugar, que a pesquisa quantitativa produz dados, não
interpretações, e, como Moretti admite, isto é uma limitação do método. No entanto,
este reconhecimento seria sincero, ingênuo?
Certamente, o gesto de assumir os limites do método são feitos para dissuadir potenciais
críticas agudas. [...]” (TEUTISAN, 2016, p. 100 – tradução minha)

Cf. p. 104, onde Teutisan – que toca no mesmo ponto que o professor Nabil Araújo, da
UERJ (2015, p. 654) – mencionando a fala de Moretti (nas p. 56-57 da tradução
brasileira), quando este diz que “todas as grandes teorias do romance” reduziram-no “a
uma só forma de base (realismo, romance, dialogismo, meta-romance)”explica que
“Há um grão de falsa retórica aqui, através do qual Moretti bate em portas abertas.
Críticos e historiadores literários democratizaram há muito tempo as suas opções, como
fortemente atestado pelas discussões da última década e meia sobre o cânon e sua
desconstrução. Além disso, independente de representarem ou não gêneros ou
subgêneros, os termos entre parênteses – realismo, o dialogismo, romance, meta-
romance – são, mais do que qualquer coisa, modelos para construção do imaginário,
baseados em tipos de perspectivas sobre o sujeito ou o sobre o objeto. [Afinal,] Estes
modelos são igualmente funcionais para ambos, grandes obras e romances de menor
mérito (cuja importância Moretti defende, de fato, indireta ou diretamente, em todos os
seus textos). Na falta destes modelos, nós não poderíamos sequer verificar a natureza
romanesca [novelistic] de um dado texto.” (TEUTISAN, 2016, p. 104 – tradução
minha)

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