1º GRUPO DE PERGUNTAS
1 – O escoamento de um fluido no interior de tubagens resulta em perdas de carga, sendo
necessário estimá‐las de forma a dimensionar as redes e os equipamentos associados. (27‐01‐10)
a) Comente, justificando, a veracidade (ou não) da seguinte afirmação: “A perda de carga de
um escoamento numa tubagem que exiba um comportamento hidráulico liso não
depende do número de Reynolds”.
A afirmação é falsa. Tanto em regime laminar como em regime tubulento será sempre
necessário determinar o número de Reynolds pois só assim se consegue calcular o factor de
atrito inerente e fundamental para estimar a perda de carga resultante dada pela equação
de Darcy.
O que se verifica é que o factor de atrito, em regime laminar, tanto nas tubagens
lisas como nas tubagens rugosas é independente da natureza das paredes. Neste caso o
factor de atrito é dado por f = 64/Re.
b) Comente, justificando, a veracidade (ou não) da seguinte afirmação: “Num escoamento
compressível no interior de uma tubagem o caudal mássico e o cadual volúmico
permanecem constantes, o que sginifica que, para secção constante (diâmetro interno da
tubagem constante) a velocidade média do escoamento mantém‐se constante”.
A afirmação é falsa. De facto, pelo princípio da continuidade, a massa de fluido que entra na
tubagem será a mesma que sairá e portanto será lícito afirmar que o caudal mássico se
mantêm constante. Relativamente ao caudal volúmico* este não se mantêm constante
porque existe variação de volume específico devido à variação de pressão. Relativamente ao
parâmetro velocidade também não se manterá constante, vejamos a equação que define o
caudal mássico:
m ρ. V. A
Se isolarmos V:
m
V
ρ. A
Sabemos que o caudal mássico e área de secção são constantes logo como o fluído é
compressível haverá variação de massa específica e portanto se esta diminuir a velocidade
aumenta, se aumentar verifica‐se diminuição da velocidade.
* V m v
c) Qual a fundamentação física da equação de Darcy? Como estima o factor de atrito de um
escoamento e quais os parâmetros a ter em conta na sua determinação.
Redes de Fluídos ‐ Resumo 6o Semestre David Bronze 35500
A equação de Darcy expressa‐se da seguinda forma:
L V
h f. .
D 2g
Concluímos assim que a perda de carga na tubagem é directamente proporcional ao factor de
atrito, ao quociente (L/D) e à energia cinética.
Para estimar o factor de atrito existem diversas formas empíricas. Na actualidade a fórmula
melhor aceite pela comunidade mundial é a de Colesbrook‐White formulada da seguinte forma:
1 ε 2.51
2log
√f 3,7 d Re√f
Nesta expressão para calcularmos o factor de atrito torna‐se fundamental conhecer o
número de Reynolds do escoamento e a rugosidade específica (e/d).
Para chegarmos ao valor do factor de atrito existem dois métodos possíveis. Ou recorre‐se a
um método iterativo para resolver a equação de Colesbrook ou em alternativa recorre‐se ao
diagrama de Moody que é nada mais nada menos do que a “plotagem” da equação.
2– O escoamento de um fluído no interior de tubagens resulta em perda de carga, sendo
necessário estimá‐las de forma a dimensionar as redes e os equipamentos associados. (28‐06‐11)
a) Comente, justificando a veracidade (ou não) da seguinte afirmação: “o factor de atrito
pode ser descrito pela equação de Colesbrooke – White que depende do nº de reynolds e
da rugosidade relativa, verificando‐se uma diminuição do factor de atrito com o aumento
do nº de Reynolds e, consequentemente, uma diminuição das perdas de carga
distribuídas.”
Em primeiro lugar de facto a equação de Colesbrook – White depende do número de Reynolds e
da rugosidade relativa que representa o quociente entre a rugosidade absoluta do material e o
diâmetro interno da tubagem.
1 ε 2.51
2log
√f 3,7 d Re√f
L V
h f. .
D 2g
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No entanto a segunda parte da afirmação é falsa. O factor de atrito é tanto maior quanto menor
for o número de Reynolds e portanto como pela equação de Darcy a perda de carga é
proporcional ao factor de atrito esta aumenta com a dimiuição do Reynolds
b) Comente, justificando a veracidade (ou não) da seguinte afirmação: “Num escoamento em
que a tubagem exibe um comportamento hidráulico liso, o factor de atrito é só função do
nº de Reynolds”.
A afirmação é verdadeira. Considera‐se tubo liso os tubos cujas irregularidades internas são
totalmente cobertas pela camada limite laminar. Desta forma o factor de atrito não será assim
influenciado pelo estado da parede sendo função exclusiva do número de Reynolds. Dos vários
estudos e fórmulas propostas destacam‐se a fórmula proposta por Prantdl e Blasius
respectivamente:
1
2 log . 0.8
1
0.316. 4000 10
4
c) Comente, justificando a veracidade (ou não) da seguinte afirmação: “A perda de carga
num escoamento compressível varia linearmente com o comprimento da tubagem”
Considerando os demais parâmetros que entram na equação de Darcy efectivamente a perda de
carga varia linarmente com o comprimento da tubagem.
3 – A energia necessária para o transporte de líquidos em tubagem varia com as características
físicas do sistema. (18‐02‐08)
a) Indique as principais características físicas que intervêm no cálculo da energia
Sabemos que a equação da energia entre 2 pontos (A e B) é dada por:
2 2
A energia de cada ponto é o resultado da soma da energia potencial de pressão, da energia
cinética e da energia potencial de posição. Desta forma, respectivamente os parâmetros físicos
que intervêm no seu cálculo são a pressão estática, o peso específicio, a aceleração gravítica, a
velocidade e a altura geométrica relativamente a um referencial previamente estabelecido.
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b) Indique os princípios para estabelecer as equações de cálculo
Para estabelecer as equação da energia considera‐se que o escoamento se encontra em
regime estacionário e permanente sendo que pela lei da continuidade o caudal mássico se
mantêm constante em qualquer ponto da conduta.
Tem que se definir um volume de controlo
4 – A determinação das perdas de carga é fundamental para se proceder ao dimensionamento
de redes de fluídos: (25‐09‐2007)
a) O que traduz o nº de Reynolds? Se pretendesse calcular o nº de Reynolds de um
escoamento num canal aberto qual a dimensão característica que utilizaria?
O número de Reynolds é o quociente entre as forças de inércia e as forças viscosas. Serve para
classificar o regime de escoamento, isto é, se o esoamento é laminar, transitório ou totalmente
turbulento (Re > 4000).
Num canal aberto a dimensão característica seria o comprimento do canal na direcção coaxial ao
escoamento.
b) De que depende o factor de atrito de um escoamento numa tubagem? Comente a
determinação do factor de atrito no caso de escoamento hidráulico rugoso.
O factor de atrito depende do nº de Reynolds e da rugosidade relativa (quociente entre
rugosidade absoluta e o diâmetro hidráulico). Relativamente ao factor de atrito no caso do
escoamento hidráulico rugoso em regime laminar é dado por f = 64/Re. Quando passa a regime
turbulento já se torna necessário quantificar a resistência criada pelas próprias paredes da
tubagem entrando por isso nas expressões de cálculo a rugosidade relativa. Nikuradse propôs a
seguinte expressão para a estimativa do factor de atrito para este caso:
1 /
2. log
3.7
c) O que entende por perdas de carga localizadas?
São as perdas de pressão devidas a acessórios instalados nas tubagens tais como: curvas,
válvulas, purgadores, juntas anti‐vibratorias, venturis, reduções, entre outros.
5– O transporte de fluídos de forma contínua em tubagens deve ser calculado tendo em conta
a resistência dos tubos: (18‐02‐08)
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a) Como define a pressão e temperatura de projecto a utilizar nos cálculos?
Em primeiro lugar pressão e temperatura de projecto são os valores de pressão e temperatura
considerados para efeito de cálculo, e consequente, projecto de tubagem. Para definir estes dois
parâmetros começa‐se por analisar as pressões e temperaturas extremas que irão ocorrer nas
tubagens em projecto que poderão ser devido às mais diversas razões. Posteriormente, e
recorrendo à tabela A.1 da norma ASME B31.3 determina‐se a tensão admissível para o material
e em função das temperaturas extremas praticadas que se prevê ocorrer na tubagem. A pressão
e temperatura que conduzam à tensão admissível mais baixa (vista na tabela A.1) são os valores
de temperatura e pressão de projecto a usar nos cálculos inerentes à previsão da espessura da
tubagem, etc...
b) Qual a influência do facto da tubagem ser aérea ou enterrada?
c) Qual a justificação para se definir a utilização de certificados de materiais e construção?
Nas normas constam todas as características mecânicas dos materiais a utilizar sendo que os
cálculos de equipamentos e tubagens são relativos a essas mesmas características. Na altura da
aquisição dos materias torna‐se importante garantir que as características dos materiais estão
conforme os requísitos de cálculo. Nas normas consta também os procedimentos de verificação
de qualidade dos materiais.
d) Quais os factores principais a ter em conta?
Na selecção de materias para tubagens devem‐se ter em conta os seguintes factores:
1. Condições de serviço (pressão e temperatura de trabalho) – o material tem de ser capaz de
resistir à pressão máxima de serviço assim como a toda a faixa de variação possível de
temperatura.
2. Fluído conduzido – Devem ter sidos em conta os seguintes aspectos:
a) Natureza e concentração do fluído
b) Impurezas e contaminantes presentes
c) Presença de sólidos ou gases em suspensão
d) Temperatura
e) pH
f) Resistência à corrosão do material
g) Possibilidade de contaminação do fluído por corrosão
3. Nível de resistência mecânica do material – o material deve resistir a todos os esforços
actuantes.
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4. Natureza dos esforços mecânicos
5. Processos de ligação – o material deverá ser adequado ao processo de ligação que se deseja
empregar.
6. Custo
7. Segurança
8. Facilidade de fabrico e montagem
9. Velocidade de escoamento do fluído – em alguns materiais a velocidade de escoamento do
fluído pode influir apreciavelmente na sua resistência à corrosão e erosão
10. Perda de carga
11. Tempo de vida útil
6 – A viscosidade participa no balanço das perdas de energia no transporte de fluídos. (11‐02‐
2005)
a) Que tipo de resistência é evidenciada pela viscosidade?
Sabemos que um fluído distingue‐se de um corpo sólido através da sua capacidade para escoar.
As ligações intermoleculares são consideravelmente menores do que num sólido. A viscosidade
evidencia precisamente essa resistência ao corte. Quanto maior for a resistência ao corte,
“maior será a semelhança do fluído com um sólido”, e maior será a dificuldade para que este se
escoe.
b) Qual o comportamento de um fluído Newtoniano? Qual o interesse da definição?
Um fluído Newtoniano é um fluído em que a tensão de corte é directamente proporcional ao
gradiente de velocidades e directamente proporcional à viscosidade dinâmica evidenciada pelo
fluído. Matematicamente:
.
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Graficamente um fluído Newtoniano tem o seguinte comportamento:
c) Como se relaciona a viscosidade com as outras características do escoamento de fluídos?
A viscosidade relaciona‐se com a temperatura. Para fluídos liquídos com o aumento da
temperatura menor será a viscosidade. Já nos gases um aumento de temperatura traduz um
aumento de viscosidade já que aumentam as colisões moleculares que originam tensões
internas. A viscosidade nos gases é bastante inferior à dos líqudos uma vez que as ligações
intermoleculares são bastante mais fracas.
Relativamente à pressão, nos fluídos líquidos não se verifica grandes alterações da viscosidade
em função da pressão pois os fluídos liquídos podem ser considerados incompressíveis.
A viscosidade também se relaciona com o nº de Reynolds, quanto maior for a viscosidade mais
díficilmente o fluído entra em regime turbulento uma vez que a resistência ao corte aumenta.
d) Quais as unidades da viscosidade no sistema SI?
.
A viscosidade dinâmica (µ) é expressa em .
A viscosidade cinemática (v) resulta da divisão da viscosidade dinâmica pela respectiva massa
específica e portanto as unidades SI serão:
.
μ
/
7 – Considere o escoamento de um líquido numa tubagem: (27‐07‐2007)
a) Indique e caracterize os regimentos de escoamento que conhece
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e David Bronze 35500
Tem
mos o regimee laminar ond
de tal como o próprio no
ome indica o
o fluído escoaa em camadas sendo
juntto à parede aa velocidade nula e no eixxo da tubage
em máxima
me turbulentto onde o fluído escoaa na direcção coaxial como tamb
mos o regim
Tem bém tem
movvimentos transversais à ttubagens. Caaracterizas p
pelo aparecim
mento de reddemoinhos.
Tem
mos intermed
diamente um
m regime traansitório que reúne cara
acterísticas ddo regime la
aminar e
turb
bulento.
b) Descreva o e
efeito da visscosidade doo fluído na pe
erda de carg
ga da tubageem
A peerda de cargaa é dada pela
a equação dee Darcy:
L V
h f. .
D 2g
2º GRU
UPO DE PEERGUNTA
AS
1 – Num necessários eequipamenttos destinados a repor aa energia de
ma rede de ffluidos são n e pressão
(bombas) e equipam
mentos de co
ontrolo de caaudal e presssão (válvula
as). (27‐01‐100)
a) Descreva o princípio de
e funcionam
mento de um
ma bomba centrífuga.
c CComo se processa a
transformaçção da energgia mecânicaa aplicada ao
o veio da bomba em eneergia de presssão?
Usualmente um
m motor elécctrico accionna o impulso
or da bomba
a através de
e um eixo co
omum. O
fluíd
do é admitido axialmente
e por um boocal perpend
dicular ao pró
óprio impulssor. Devido à
à rotação
m aumento dde velocidade que se
destte, o fluído ssofre uma acceleração ceentrífuga resultando num
trad
duz num aum
mento de ene
ergia cinétic a (pressão d
dinâmica). Po
osteriormentte e devido à
à própria
geom
metria da carcaça qu
ue envolve o impulso
or usualmente
designada por voluta/difuso
v or a energiaa cinética é convertida em
enerrgia de presssão (pressão
o estática). Para isso ass dimensões da
secçção da pró
ópria voluta vão aumeentando pro
ogressivame
ente
diminuindo a velocidade (princípiio da continuidade) e
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consequentemente diminui a pressão dinâmica resultando num aumenta da pressão estática
isto para que teoricamente se verifique o príncipio de Bernoulli (como sabemos inevitavelmente
haverá sempre perdas de energia).
b) Em que consiste o NPSH de uma bomba e qual a sua relevância como parâmetro de
selecção deste equipamento para uma determinada rede de fluídos?
Como sabemos e pegando agora em concreto nas bombas centrífugas inicialmente devido à
rotação do impulsor há um aumento de energia cinética e pressão dinâmica e contrariamente
uma diminuição da pressão estática em iguais proporções. Supondo que a temperatura se
mantêm constante e se caracteriza por uma dada pressão de vapor, sempre que se verifique um
abaixamento da pressão estática abaixo da pressão de vapor entramos em regime de cavitação.
Surge assim a necessidade de assegurar que a pressão nunca se encontra abaixo da pressão
de vapor para essa mesma temperatura. Para isso habitualmente os fabricantes de bombas
traçam abácos que delimitam o NPSH mínimo que a instalação deverá ostentar de modo a
garantir que não existe cavitação das bombas. O NPSH é assim a energia medida em pressão
absoluta disponível na aspiração da bomba. Matematicamente é a diferença entre a pressão do
fluído e a pressão de vapor a uma dada temperatura. Para o cálculo do NPSH existe duas
hipóteses, ou a bomba está em carga ou está em aspiração tal como é explicado pelas imagens e
respectivas expressões de cálculo abaixo:
Em aspiração:
p p p V
NPSH í ΔH çã H é
γ 2g
Em carga
p p p V
NPSH í ΔH çã H é
γ 2g
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c) Considerando que pretende instalar uma válvula de isolamento num circuito de vapor
baixa pressão, tendo à disposição válvulas de cunha, diafragama, de borboleta e guilhotina
(todas com o diâmetro nominal da tubagem do circuito) em que é que se basearia a sua
escolha por um determinado tipo de válvula? Justifique.
Na selecção de uma válvula de isolamento devem ser tidos em conta parâmetros como: pressão
e temperatura de serviço, estanquicidade, características do fluído, velocidades praticadas,
gamas de dimensão, perda de carga admissível, níveis de ruído e vibração e custos de aquisição
e manutenção!
partículas em suspensão
Válvulas Regulação fina gases e
Regulação precisa de caudal Tubagens até 50 mm
agulha líquidos
Válvula de Isolamento Manobras rápidas Grande peso
macho Linhas alta pressão Sedes e vedantes protegidos Custo elevado
cilínrico / Água e vapor Manutenção simples Temperaturas de serviço
cónico Indústrias químicas Longa vida útil limitadas pelos vedantes
Indústrias químicas Larga gama de diâmetros
Válvulas de Dosagem Resistente a altas e baixas
macho Instalações com controlo temperaturas
esférico remoto Reistente a altas e baixas
pressões
Isolamento Compactas
Controlo caudal Rapidez de manobra
Centrais produção energia Capacidade de regulação
Válvulas de
Indústria química Baixa perda de carga
borboleta
Gás Atravancamento
Águas Peso reduzido
Grande gama de diâmetros
Controlo de caudal Escoamento bastante suave
Fluídos corroivos Hidraulicamente liso
Lodos Sem bolsas de fluído
Águas Oferece estanquicidade
Gases mesmo na presença de
Válvulas de
Ar comprimido partículas em suspensão
diafragma
Manutenção Simples
Em certas posições são auto‐
purgáveis
Reduzida perda de carga
Longa duração
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Parâmetros de selecção de válvulas de retenção/isolamento:
Pressão e temperatura de trabalho
Características do fluído
Velocidade do escoamento
Perda de carga admíssivel
Condições de fecho
Tipo de montagem vertical, horizontal, etc
2 – Entre os diversos equipamentos constítuintes de uma rede de fluídos destacam‐se as válvulas e
as bombas: (28‐06‐11)
a) Admita que numa instalação em que o comprimento da tubagem é suficientemente longo
é necessário instalar uma válvula de isolamento numa das extremidades. O que pode
inferir sobre o tempo de manobra da válvula para que não ocorra choque hidráulico?
Seleccione uma válvula de isolamento para o efeito e descreva os seus componentes e
funcionamento.
Para diminuir a probabilidade de fenómenos de choques hidráulicos o tempo de fecho das
válvulas de isolamento deve ser o mais lento quanto possível. Como na pergunta não é
mencionado o tipo de fluído nem os parâmetros de pressão/temperatura, qualquer tipo de
válvula adapta‐se ao caso. Como exemplo seleccionemos uma válvula de globo esférico.
Sucintamente a válvula é composta por um corpo, pelo elemento responsável pelo isolamento
(obturador), que neste caso é um globo esférico, por juntas de vedação para assegurar a
máxima estanquicidade e naturalmente por um sistema de accionamento do obturador que
poderá ser por exemplo manual e portanto contítuido por uma simples manivela acoplada
através de um eixo ao globo. Quando ao seu funcionamento, o globo tem um furo passante e
quando este se encontra direccionado coaxialmente com a tubagem de ligação a válvula
encontra‐se assim aberta. Posteriormente à medida que se roda a manivela o globo roda até
que atinja uma posição em que o eixo do seu furo fica perpendicular à direcção da tubagem.
Neste caso a válvula encontra‐se totalmente fechada.
b) Explique qual, ou quais, as vantagens de utilização de bombas multicelulares (vários
impulsores) submersas. Qual a vantagem da utilização de “boosters pumps”? Como são
instaladas?
As bombas multicelulares submersíveis são caracterizadas pelo conjunto moto‐bomba estar
preparado para trabalhar debaixo de água, não havendo portanto tubulação de sucção e
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dispensando assim operações de escorva/ferragem. O motor eléctrico é colocado numa caixa
herméticamente fechada sendo o seu arrefecimento a água.
c) Que precauções deverá tomar com a instalação de reduções nas condutas de aspiração
das bombas centrífugas? Se utilizar uma bomba de velocidade variável, como poderá
minimizar a ocorrência de cavitação sem proceder a qualquer alteração da instalação?
Na instalação de cones de redução excêntricos a excentricidade deverá ser colocado para baixo
de modo a evitar a introdução de bolhas de ar na aspiração, que reduzem a secção de
escoamento e podem eventualmente originar fenómenos de cavitação.
3 – Para calcular as características de escoamento em bombagem de líquidos recorre‐se às
curvas de funcionamento das bombas: (18‐02‐2008)
a) Indique como define as condições de transporte na tubagem e como se relacionam com as
curvas características das bombas centríguas e das bombas alternativas
FAZER
b) Distinga entre associação de bombas centrífugas em série e em paralelo, no que concerne
às curvas características e adequação às condições de transporte.
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Instala‐se bombas em paralelo quando não é possível elevar com apenas uma bomba um dado
caudal. Associando as bombas em paralelo (assumindo que são iguais) teoricamente
conseguiria‐se elevar o dobro do caudal. Na prática 2 bombas em paralelo não asseguram o
dobro do caudal de uma bomba individual porque haverá maior perda de carga nas tubulações
devido ao facto de haver maior caudal e simultâneamente ao maior número de acessórios
instalados.
Instala‐se bombas em série quando é necessário grandes alturas elevatórias. Teoricamente
associando duas bombas iguais em série torna possível o dobro da altura de elevação quando
comparada com uma instalação de bomba individual.
c) Justifique porque não é usual utilizar bombas alternativas em série
4 – Entre os diversos equipamentos constituintes de uma rede de fluídos destacam‐se as
bombas centrífugas e válvulas:
a) Admita que procede à alteração do diâmetro do impulsor de uma bomba centrífuga. Como
poderá estimar a altura manométrica que a bomba irá desenvolver com o novo impulsor
em relação às condições de funcionamento inicais?
Se tivermos a curva funcional de uma determinada bomba, o desempenho de uma outra bomba
do mesmo tipo, pode ser obtida a partir da curva característica de referência para aplicação das
regras de semelhança dinâmica, que permitem afirmar que:
‐ O caudal varia directamente com a velocidade de rotação
‐ A altura manométria varia com o quadrado da velocidade
‐ A potência absorvida varia com a terceira potência da velocidade, permitindo variações no
rendimento.
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Neste caso concreto, a expressão que nos dá a nova altura manometrica é:
Em suma temos as seguintes expressões de cálculo:
.
.
.
b) Qual a função de uma válvula de pé? Em que situação, ou situações, poderá prescindir da
sua utilização?
Funciona com uma válvula de retência. Tem por objectivo assegurar que a conduta de aspiração
de uma bomba se encontra preenchida com fluído, ou seja, assegura o escorvameno de uma
bomba.
Pode‐se prescindir de uma válvula de pé quando:
‐ A bomba for auto‐aspirante
‐ Existir um reservatório com cota superior à bomba na aspiração
‐ Quando a bomba for submersível
‐ Quando a rede disponha de uma bomba de vácuo que assegura a “sucção” de fluído até à
admissão da bomba
5 – Para condicionar o transporte de fluídos em tubagem utilizam‐se válvulas. (20‐06‐2006)
a) Que tipo de ligações são utilizados entre tubagens e acessórios?
Os tipos de ligações mais vulgarmente empregues são as ligações roscadas, flangeadas e
soldadas.
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As ligações roscadas são de baixo custo, fácil execução e permitem uma fácil desmontagem. São
ligações condicionadas pelo diâmetro e pelas pressões de operação, devido à possibilidade de
ocorrência de fugas e à diminuiiçãoda resistência mecânica das tubagens devido à abertura de
rosca.
As ligações flangeadas ostentam as mesmas características que as roscadas mas podem ser
aplicadas numa gama de diâmetros superior.
Por ultimo temos as ligações soldadas que das três é a que aplicar a qualquer diâmetro e a única
que oferece total estanquiciddade e resistência mecânica desde que devidamente executada.
Tem no entanto o incoveninente de não ser fácilmente desmontável.
6 – Para calcular as condições de bombagem de líquidos em tubagem recorre‐se às curvas
características das bombas: (02‐04‐2004)
a) Que tipo de comportamento da bomba é evidenciado pela sua curva característica?
Concluímos que a altura manométrica da bomba decresce parabolicamente com o aumento do
caudal a elevar exceptuando nas bombas rotativas de parafuso em que a altura manométrica
decresce linearmente com o caudal e de uma forma muito reduzida.
b) Qual a influência da velocidade do motor na curva característica?
Aumentando a velocidade do motor (rotação) transmite maior energia cinética (velocidade) ao
fluído que por sua vez ao atravessar o difusor devido ao aumento progressivo da área hidráulico
transforma essa energia cinética em energia de pressão. Concluímos portanto que a altura
manométrica da bomba será superior tanto quanto for a velocidade de rotação e portanto a
curva característica subirá. A altura manométrica varia com o quadrado da velociade.
c) Qual a influência do número de impulsores na curva característica?
O impulsor tem por objectivo transferir energia cinética ao fluído. Ora, se tivermos vários
impulsores maior será a consequente transferência de energia cinética para o fluído.
Posteriormente esta energia cinética é transformada em energia de pressão. Concluímos que
quantos mais impulsoes forem instalados maior será a altura manométria da bomba.
d) Qual a influência do diâmetro do impulsor na curva característica da bomba?
A altura manométrica da bomba varia com o quadrado do diâmetro do impulsor. A curva
característica (altura manométrica vs caudal) sobe com o aumento do diâmetro do impulsor.
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e) Em bombas de pipeline com grandes caudais é habitual a construção de bombas com dois
impulsores opostos. Qual é o objectivo desta construção? Como se relaciona a curva
característica total com a de cada impulsor?
3º GRUPO DE PERGUNTAS
1 – As redes de fluidos revelam a sua importância em quase todos os sectores de actividade.
Escalões de pressão de transporte:
Materiais utilizados:
a) Admita que pretende projectar uma rede destinada ao transporte de gás natural a uma
pressão nominal de 20 bar. Indique quais os critérios a ter em conta na selecção do
material da tubagem. Poderá uma tubagem PEAD (polietileno de alta densidade) ser uma
opção para responder aos requísitos desta rede de gás? Justifique.
Uma conduta com pressões na casa dos 20 bar é claramente um gasoduto de escalão 1
destinado ao transporte de gás combustível. Para esta gama de pressões o material que
usualmente se emprega é aço revestido por uma camada de PEAD sujeito a tratamento
catódico. Os factores principais a ter em conta na selecção dos materiais será a pressão e
temperatura de funcionamento, níveis de segurança exigidos, níveis de corrosão, localização da
tubagem (aérea ou enterrada) entre outros. Claramente que PEAD não se aplica a gasodutos
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escalão 1 face às elevadas pressões. Este material destina‐se maioritariamente a redes primárias
(escalão 2). Para tubagens não enterradas é desaconselhável a utilização de materias não
metálicos devido ao perigo de incêndio.
b) Porque motivo os caudalímetros utilizados na contagem do consumo de gás na indústria e
serviços possuem sondas de pressão e temperatura? Justifique.
Tendo em consideração que os gases combustíves são compressíveis, em função da variação da
pressão e temperatura ocorre variação do caudal mássico e volúmico e portanto para que o
caudalímetro tenha uma boa fiabilidade é necessário ter em consideração essa mesma variação
de pressão e temperatura.
c) O que entende por famílias de gases combustíveis? Qual a relevância do índice de Wobbe
na caracterização de gases combustíveis?
Os gases combustíveis podem ser classificados em três famílias, de acordo com o valor do índice
de Wobbe. O indíce de Wobbe caracteriza o caudal calórico de um queimador sendo definido
pelo quociente entre o poder calorífico e a raiz quadrada da sua densidade.
A primeira família diz respeito aos gases com indíce de Wobbe compreendido entre 5600 e 7500
Kcal/m3. São eles o gás manufactuado, o gás de coque e misturas de hidrocarbonetos e ar
A segunda família diz respeito aos gases com indíce de Wobbe compreendido entre 9680 e
13850Kcal/m3. São eles os gases naturais e os hidrocarbonetos e ar de alto indíce de Wobbe
A terceira família diz respeito aos gases com indíce de Wobbe compreendido entre 18500 e
22070 Kcal/m3. Nesta família encontram‐se os gases GPL (propano e butano comercial).
O indíce de Wobbe é muito impotante para efeitos de análise de intermutabilidade entre gases.
Salienta‐se no entanto que o indíce de Wobbe isoladamente não é suficiente para assegurar a
intermutabilidade entre gases, sendo necessário também o indíce de “Delbourg”.
2 – As redes de fluídos revelam a sua importância em quase todos os sectores de actividade: (28‐
06‐11)
a) Como se processa o transporte, distribuição e fornecimento de gás? Quais as pressões
típicas utilizadas em cada uma das etapas acima enunciadas? Justifique.
Os gases combustíveis são colocados apartir do seu local de exploração em gasodutos de
transporte (escalão 1) sendo deslocados sempre fora de zonas urbanas até ás redes primárias
Redes de Fluídos ‐ Resumo 6o Semestre David Bronze 35500
(escalão 2) que por sua vez abastecem as redes de distribuição urbana (escalão 1) através de
redutores de pressão devidamente escalonados Nas tubagens de escalão 1 circula gás a
pressões iguais ou superior a 20 bar, nas tubagens de escalão 2 circula gás a pressões inferiores
a 20 bar e finalmente nas tubagens de distribuição urbana (escalão 3) pressões entre 50 mbar e
4 bar.
b) Entre os códigos ASME utilizados no dimensionamento de redes de fluidos para processos
industriais qual recairia a sua escolha como referência para o projectista? Na
eventualidade do processo industrial prever mudanças de fase do fluido como pode ter em
conta este facto?
Escolheria o código B31.1 que se destina a tubagens industriais de geração de vapor e energia
eléctrica. Na eventualidade de ser prevísivel a condensação nas tubagens torna‐se necessário
que estas sejam projectadas com um ligeiro declive negativo para promover o escoamento dos
condensados e também deve proceder‐se à instalação de purgadores nos pontos baixos.
3 – As redes de gases combustíveis revelam a sua importância em quase todos os sectores de
actividade como infraestrutura de transporte e distribuição de energia: (25‐09‐2007)
a) Comente a aplicabilidade da equação dos gases perfeitos na determinação da relação
entre as propriedades termodinâmicas de um gás fortemente comprimido. Como poderá
ter em conta este efeito na equação dos gases perfeitos?
Quandos os gases se encontram fortemente comprimidos deixam de ter um comportamento
ideal sendo que a equação dos gases ideias deixa de ser directamente aplicável. Para que a
equação dos gases perfeitos traduza o comportamento dos gases fortemente comprimidos
torna‐se necessário introduzir o coeficiente de compressibilidade “Z”. Com base em
experiências foram traçados ábacos que nos indicam o valor deste coeficiente em função da
pressão, temperatura e do tipo de gás.
b) Explique quais as vantagens de um regulador pilotado em relação a um regulador de acção
directa? O que pode dizer em termos de comportamento das curvas características de um
e de outro regulador?
4 – O transporte e distribuição de gases combustíveis deve respeitar normas e códigos legais,
nomeadamente nas condições de pressão e temperatura.
a) Explique sucintamente em que consistem estas condições
b) Como varia a velocidade ao longo de um tubo de distribuição
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A velocidade nas colunas montantes e enterradas deve manter‐se abaixo dos 20 m/s e depois já
nas tubagens no interior dos fogos não deve exceder os 10 m/s.
Em ambiente industrial são permitidas velocidades até 20 m/s
c) Que expressões se utilizam no cálculo das redes de distribuição, e quais as variáveis
intervenientes?
d) Explique o que é o factor de compressibilidade