PONTA PORÃ
2010
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PONTA PORÃ
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AGRADECIMENTOS
1. INTRODUÇÃO
2. JUSTIFICATIVA
3. OBJETIVOS
4. REFERÊNCIAL TEÓRICO
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pessoas que não tinham uma boa situação econômica não iriam conseguir se
desenvolver em função alguma da normalidade.
E para isso Ponce de León desenvolveu um alfabeto manual, que
ajudava os surdos a soletrar as palavras, mas há quem defenda de que esse
alfabeto foi baseado nos gestos criados por monges, quando se comunicavam desta
maneira, porque fizeram voto de silêncio.
Assim, Juan Pablo Bonet (1573-1633), aproveitando o trabalho iniciado
por León, Bonet foi um estudioso dos surdos, e seu educador escreveu sobre as
maneiras de ensinar os surdos a ler e a falar, por meio do alfabeto manual.
Conforme relata Almeida e Silva, Bonet (1573-1633) proibia o uso da língua gestual,
optando ao método oral:
Ele defendia que um surdo não deveria casar com outro surdo, e que
os surdos deveriam freqüentar a escola normal. No entanto, em 1834, um comitê de
dez membros surdos, liderado por Berthier, organizou um banquete em honra do
Abade L`Epée, banquete que se tornou um evento anual, usado pelos surdos como
Fórum, a fim de publicitar as suas idéias e exigências.
Foi aí, que nasceu o Movimento Surdo, onde as pessoas surdas
tomavam conta de sua própria vida e consciência dos problemas que a rodeava,
assim, lutavam pelos seus direitos. E, em 1838, foi fundada a primeira associação
de surdos do mundo, a Sociedade Central de Assistência e Educação de Surdos-
Mudos.
A Educação Especial no Brasil inicia-se no século XIX, com o
movimento de alguns brasileiros que se mobilizaram para atender as pessoas que
apresentavam deficiência. Sendo assim, em 1855, com a chegada do Francês
Ernest Heret no Rio de Janeiro a educação aos surdos é iniciada. E o ano de 1880,
foi considerado um marco histórico para essa comunidade, porque o Congresso de
Milão tomou a decisão de excluir a língua gestual do ensino de surdos, substituindo
pelo oralismo. Por isso, o oralismo foi à técnica utilizada para a educação dos
surdos, durante o fim do século XIX e grande parte do século XX. No ano de 1889,
havia no país seis instituições de ensino atendendo deficientes físicos, auditivos e
visuais, mas os deficientes mentais continuavam isolados em instituições
psiquiátricas.
De acordo com Mazzotta (1996):
ocultas, mas que, por meio do contato com o seu mundo peculiar (que é muito
semelhante à de outros surdos), encontra-se a si mesma para então, ir de encontro
ao outro.
Para isso não se deve adotar essa proposta bilíngue como um oralismo
flexível, não se pode ensinar a língua portuguesa oral como língua principal e em
alguns momentos utilizar a língua de sinais como secundária.
Assim, percebeu-se que a história dos surdos demonstra um grande
preconceito proveniente da sociedade em que, a todo custo, rejeitou (e muitos ainda
rejeitam) a surdez, obrigando a pessoa surda a ser instruída pelo método oral/
auditivo, intentando desenvolver-lhe a fala, mesmo que artificial. O que se provou ao
longo dos anos é que pouco ou nada se aproveitou com este método pedagógico,
pois os alunos não absorveram os conteúdos, ficaram atrasados em sua
escolaridade e prostrados em suas reais habilidades.
Somente no ano de 2002 a LIBRAS passou a ser reconhecida no
Brasil, todavia, ainda existem poucas escolas que se dedicam ao ensino da mesma,
assim como também há escassez de cursos que possam habilitar professores a dar
aulas utilizando a língua de sinais. O primeiro passo já foi dado: a LIBRAS não é
somente uma junção de sinais, mas sim, uma língua própria da comunidade surda,
assim como o português caracteriza o meio de comunicação entre brasileiros
ouvintes.
Porém, de acordo com os estudos realizados acerca do ensino para
surdos, foram surgindo, paulatinamente, pontos de vista mais coerentes com a
realidade dos alunos surdos. Acredita-se que o ensino seja oferecido por meio de
uma linguagem visual e espacial (língua de sinais). As escolas devem desenvolver
esta metodologia de ensino em turmas homogêneas, para que os alunos possam
estar no mesmo grau de aprendizado, enfrentando as mesmas situações e
aprendendo a vencê-las. Porém, a heterogeneidade, ou seja, surdos e ouvintes, na
mesma turma, faz com que o surdo não acompanhe a maioria ouvinte, ficando
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atendimento deve ser oferecido desde a Educação Infantil nas salas de aula e
também, em salas de recursos, em turno contrário ao da escolarização. (BRASIL.
Decreto n.5.626. apud ALMEIDA; SILVA. 2009, p.88, 89).
Ainda segundo o DECRETO nº 5.626, para garantir esse atendimento
é necessário que as escolas tenham professor de Libras ou instrutor de Libras;
tradutor e intérprete de Libras – Língua Portuguesa; professor para o ensino de
Língua Portuguesa como segunda língua para pessoas surdas e professor regente
de classe com conhecimento acerca da singularidade linguística manifestada pelos
alunos surdos.
Segundo Bueno (2007), “é preciso ultrapassar a visão que reduz os
problemas de escolarização das pessoas com surdez ao uso desta ou daquela
língua, mas sim de ampliá-la para os campos sócio políticos”.
Assim o Decreto nº 5.626/05 regulamentou a Libras, prevê que as
turmas nas escolas devem ser constituídas por alunos surdos e ouvintes e as duas
línguas Libras e Língua Portuguesa devem ser utilizadas no mesmo espaço. E em
relação ao aluno surdo garante que a primeira língua é a Libras e a segunda é a
Língua Portuguesa na modalidade escrita.
O decreto também assegura a formação inicial e continuada de
professores e de intérpretes para que possam atuar na tradução e interpretação da
Libras e ou Língua Portuguesa.
Nesse sentido, Damázio destaca:
Pode-se destacar:
Para isso não se deve adotar essa proposta bilíngue como um oralismo
flexível, não se pode ensinar a língua portuguesa oral como língua principal e em
alguns momentos utilizar a língua de sinais como secundária.
Assim, percebeu-se que a história dos surdos demonstra um grande
preconceito proveniente da sociedade em que, a todo custo, rejeitou (e muitos ainda
rejeitam) a surdez, obrigando a pessoa surda a ser instruída pelo método oral/
auditivo, intentando desenvolver-lhe a fala, mesmo que artificial. O que se provou ao
longo dos anos é que pouco ou nada se aproveitou com este método pedagógico,
pois os alunos não absorveram os conteúdos, ficaram atrasados em sua
escolaridade e prostrados em suas reais habilidades.
As discussões acerca da alfabetização da pessoa surda destacam
que as mesmas deveriam aprender a escrever o Português com base na oralidade,
pois normalmente, pensa-se na dificuldade do estabelecimento da relação grafema-
fonema para pessoas que não adquiriram de forma natural uma língua oral.
Para a alfabetização das pessoas surdas é necessário considerar os
seguintes aspectos: a relação de significação entre o contexto do aluno e a leitura e
a escrita; a relação de significação na prática social da leitura e da escrita;
e a relação de significação entre a língua de sinais, a leitura e a escrita.
No que se refere à relação de significação entre o contexto do aluno,
a leitura e a escrita, os alunos surdos devem ter a oportunidade de relatar na Língua
Brasileira de Sinais - LIBRAS as situações diretamente relacionadas com o seu
contexto, sua vivência, sua realidade, suas experiências, eleitas por ele como
importantes para esse fim.
Em relação à significação na prática social de leitura e da escrita, a
função social da escrita na escola está relacionada com seu caráter permanente,
isto é, os alunos registram seus relatos, objetivando a possibilidade de relembrá-los
em outros momentos. A reflexão recai sobre a escrita como algo decorrente de uma
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que também faz uso competente e frequente da leitura e escrita, e que, ao se tornar
letrado, muda seu lugar social, seu modo de viver na sociedade, sua inserção na
cultura”.
Na alfabetização de alunos surdos, é importante se ater ao fato de
que os alunos surdos, na maioria das vezes, são excelentes copistas, o que, ao
primeiro contato, pode confundir o professor, porém copiar tudo o que foi posto na
lousa, não significa ter o entendimento de tudo que está sendo copiado.
Nesse sentido Fernandes destaca:
5. METODOLOGIA
6. CONCLUSÃO
8. REFERÊNCIAS
SALLES. Heloisa Maria Moreira Lima. Ensino da Língua Portuguesa para surdos:
caminhos para a prática pedagógica. Heloisa Maria Moreira Lima Salles [et.al] –
Brasilia: MEC/SEESP, 2004.