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Prática de Ensino em

Gestão Educacional
Material Teórico
Áreas de atuação da Gestão e Gestão Democrática

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Julia de Cassia Pereira do Nascimento

Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Áreas de atuação da Gestão e
Gestão Democrática

• Introdução
• Direção: áreas de atuação
• Direção: gestão democrática
• Considerações Finais

OBJETIVO DE APRENDIZADO
··Organizar informações e produzir saberes que possibilitem a crítica e as
discussões na disciplina Prática de Ensino na Gestão Educacional, com
propostas pedagógicas voltadas para as áreas de atuação do Gestor
Educacional e para a gestão democrática, a partir das observações em
campo de estágio.

ORIENTAÇÕES
Nesta Unidade, vamos aprender um pouco mais sobre a Prática de Ensino
na Gestão Educacional, ressaltando as áreas de atuação do gestor e a gestão
democrática nas escolas.

Então, procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material


complementar. Não esqueça: a leitura é um momento oportuno para registrar
suas dúvidas; por isso, não deixe de registrá-las e transmiti-las ao professor-tutor.

Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais interativo
possível, permitindo a reflexão e discussão necessárias à sua formação, participe
do fórum proposto nesta unidade.

Cada material disponibilizado é mais um elemento para seu aprendizado, por


favor, estude todos com atenção!

Lembre-se: você é responsável pelo seu processo de estudo; por isso, aproveite
ao máximo esta vivência digital!
UNIDADE Áreas de atuação da Gestão e Gestão Democrática

Contextualização

Fonte: Thinkstock/Getty Images

O trabalho do diretor deve ir muito além dos controles administrativos dentro


da escola.

Você já pensou sobre isso?


Quais são os profissionais envolvidos nesse processo?
Somente o diretor?
Uma equipe?
É possível desenvolver esse trabalho democraticamente?

Pense nisso! Leia, estude e se informe sobre as atribuições do diretor e a gestão


democrática na escola.

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Introdução
Vivemos um período de rápidas transformações que têm afetado a sociedade em
diversas esferas. Tal contexto lança alguns questionamentos sobre a democratização
da gestão escolar. Especificamente, qual é o papel da direção escolar? Quais são os
limites e possibilidades da democracia na escola?

De acordo com Lück (2000, p.16):


[...] um diretor de escola é um gestor da dinâmica social, um mobilizador e
orquestrador de atores, um articulador da diversidade para dar-lhe unidade
e consistência, na construção do ambiente educacional e promoção
segura da formação de seus alunos. Para tanto, em seu trabalho, presta
atenção a cada evento, circunstância e ato, como parte de um conjunto
de eventos, circunstâncias e atos, considerando-os globalmente, de modo
interativo e dinâmico.

O gestor escolar deve atuar como um articulador frente aos diversos segmentos
da unidade escolar. Cabe a ele a função de coordenar considerando os aspectos
sociais, econômicos e políticos do contexto em que a escola está inserida, de
modo a garantir uma integração democrática e participativa entre todos os
envolvidos no processo.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) n. 9.394/96


aponta que as relações de poder dentro das unidades escolares devem gerar
participação e cooperação. Portanto, as propostas educacionais precisam ser
construídas pelos sujeitos envolvidos na escolarização, descentralizando as tomadas
de decisão. A construção não é simples e precisa envolver uma rede coerente
e consistente nessa direção, na qual participam os pais, a família e a escola De
acordo com a referida lei, a gestão democrática constitui princípio fundamental da
organização e da administração das instituições públicas de ensino; e compreende
a existência de mecanismos de coparticipação na gestão das instituições de ensino,
com representação dos segmentos que a integram, incluídos, no caso das instituições
destinadas à educação e ao ensino de crianças e adolescentes, os pais ou responsáveis.

Para tanto, a LDBEN destaca a necessária de observância dos seguintes preceitos:

I Existência de órgãos colegiados e conselhos escolares, com competência


sobre o conjunto de todas as atividades desenvolvidas pela instituição;

III Avaliação permanente da qualidade de serviços prestados e dos resultados


das atividades educacionais oferecidas à sociedade;

V Utilização de métodos participativos para a escolha de dirigentes, ressalvado


o provimento de cargos por concurso público;

VI Incentivo para a criação de associações de profissionais do ensino, alunos,


ex-alunos e pais, além das de caráter acadêmico, assegurada sua participação
nos processos decisórios internos das instituições.

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UNIDADE Áreas de atuação da Gestão e Gestão Democrática

Libâneo (2003) considera que a escola deve ser gerida com base nos artigos 14
e 15 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), n. 9.394/96,
pois envolve a participação de todos, possibilitando a autonomia para a tomada de
decisões, indispensável para o bom funcionamento da unidade escolar.

Diante desse contexto, essa unidade tem por objetivo conhecer o papel da
direção escolar e de suas áreas de atuação. Além disso, buscamos refletir sobre
os limites e as possibilidades que a escola enfrenta no contexto de uma sociedade
contemporânea que se democratiza e se transforma.

Direção: áreas de atuação


No atual contexto educacional, a escola se constitui num lócus que exige,
certamente, um profissional capaz de gerir com competência os recursos
disponíveis, administrativos e humanos, que estão sob sua responsabilidade. Nesse
sentido, gerir não se limita a se responsabilizar apenas com as tarefas burocráticas,
mas sim estar preparada para partilhar as decisões e aceitar sugestões para que os
objetivos institucionais sejam alcançados.

Falcão Filho (1991, p. 14) salienta que:


A competência profissional do diretor implica, em primeiro lugar,
o domínio de um saber que permita o desempenho das funções a ele
destinadas na escola; em segundo, pressupõe que ele tenha uma visão
relativamente integrada e articulada dos aspetos relevantes mais imediatos
de sua própria prática, ou seja, um entendimento das múltiplas relações
entre os vários aspectos da escola; em terceiro lugar, o diretor precisa
ter não somente a compreensão das relações entre o preparo técnico
que recebeu, a organização da escola e os resultados de sua ação, como
também uma percepção abrangente e profunda das relações entre a
escola e a sociedade.

Desse modo, o gestor escolar é o responsável pela organização escolar como um


todo, e assume atribuições que ultrapassam técnicas meramente administrativas.

Gadotti (2004, p. 92) destaca que:


Outro aspecto que merece destaque neste trabalho é o fato de que a
atual prática gestionária nas escolas acaba exigindo dos diretores uma
dedicação maior, e às vezes plena, às questões administrativas, obrigando-
os a tornar secundário o aspecto mais importante de sua atuação, ou
seja, a sua responsabilidade em relação a questões pedagógicas e
propriamente educativas, que se reportam à sociedade como um todo, e,
especificamente, à sua comunidade escolar.

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De acordo com Vasconcelos (2006, p.61):
A direção tem por função ser o grande elo integrador, articulador dos
vários segmentos – internos e externos – da escola, cuidando da gestão
das atividades, para que venham a acontecer e a contento (o que
significa dizer, de acordo com o projeto). Um grande perigo é o diretor
se prender à tarefa de “fazer a escola funcionar”, deixando de lado seu
sentido mais profundo. Se não falta professor, se tem merenda, se não
há muito problema de disciplina, está tudo bem... É claro que a escola
tem de funcionar, mas sua existência só tem sentido se ocorrer dentro de
determinadas diretrizes, de uma intencionalidade. [...] Assim, não se trata
de um papel puramente burocrático-administrativo, mas de uma tarefa de
articulação. De coordenação, de intencionalização, que, embora suponha
o administrativo, o vincula radicalmente ao pedagógico.

Ao falarmos de competências, Luck (2009) aponta oito competências de


planejamento e organização do trabalho escolar do diretor, relacionadas no quadro
a seguir:

Competências do planejamento e organização do trabalho escolar do diretor

1 Estabelecer na escola a prática do planejamento como um processo fundamental de gestão, organização


e orientação das ações em todas as áreas e segmentos escolares, de modo a garantir a sua materialização
e efetividade;

2 Orientar a elaboração de planos de ação segundo os princípios e normas do planejamento, como


instrumento de delineamento de política e estratégia de ação;

3 Promover e liderar a elaboração participativa do Plano de Desenvolvimento da Escola e o seu Projeto


Político-Pedagógico, com base em estudos e adequada compreensão sobre o sentido da educação,
suas finalidades, seu papel, e também com base em diagnóstico objetivo da realidade social e das
necessidades educacionais dos alunos e das condições educacionais para atendê-las;

4 Orientar e coordenar a elaboração de planos de ensino e de aula pelos professores, a serem


adotados como instrumento norteador do processo ensino-aprendizagem, segundo as proposições
legais de educação e o Projeto Político-Pedagógico da escola;

5 Promover o delineamento da visão, missão e dos valores com os participantes da comunidade


escolar e a sua tradução em planos específicos de ação, de modo a integrá-los na organização e
modo de fazer das diferentes áreas de atuação da escola;

6 Promover a realização sistemática de diagnósticos da realidade escolar, de avaliações institucionais


para a compreensão dos seus desafios e oportunidades, como subsídios para a elaboração de
planos de melhoria;

7 Estabelecer o alinhamento entre o Projeto Político-Pedagógico, o Plano de Desenvolvimento da Escola


e o Regimento Escolar e sua incorporação nas ações educacionais;

8 Reforçar e orientar a prática de planejamento em diversos níveis e âmbitos de ação como


instrumento de orientação do trabalho cotidiano, de modo a dar-lhe unidade, organização,
integração e operacionalidade.
Fonte: Elaborado pela autora, com base em Luck (2009)

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UNIDADE Áreas de atuação da Gestão e Gestão Democrática

A gestão escolar vem sofrendo mudanças significativas ao longo do tempo,


passando a ampliar suas responsabilidades. Diante disso, a atuação do gestor
escolar precisa favorecer a organização escolar, de modo a adequar estratégias
curriculares capazes de elevar a aprendizagem dos alunos e a compreensão de suas
especificidades.

Luck (2009) apresenta algumas questões que o gestor escolar deve refletir e
buscar conhecer:

QUESTÕES REFLEXIVAS DO GESTOR ESCOLAR

Qual o sentido da educação, seus fundamentos, princípios, diretrizes e objetivos propostos


pela teoria educacional e pela legislação?

Qual o sentido e os objetivos da educação na sociedade atual?

Como se organiza o processo educacional nos diferentes níveis e modalidades de ensino


para atender as novas demandas?

Qual o papel da escola e de seus profissionais segundo as proposições legais e as


demandas sociais?

Que princípios e diretrizes constituem uma escola efetiva?

Quem são os alunos a quem a escola deve atender? Quais suas necessidades? Suas
características pessoais e orientações para a vida?

Quais suas necessidades educacionais e humanas, em relação ao seu estágio de


desenvolvimento e seus desafios sociais?

Em que condições aprendem melhor?

Como se pode organizar a escola para oferecer ao aluno condições educacionais favoráveis
para sua formação e aprendizagem efetiva?
Fonte: elaborado pela autora, com base em Luck (2009)

O trabalho desarticulado em cada um dos eixos da gestão escolar resultará em


gastos de tempo e recursos disponíveis, sem melhorias no processo de ensino
e aprendizagem dos educandos. Para tanto, segundo Libâneo (2003,) haverá
muitos desafios, pois a organização e a gestão escolar são dimensões que estão
intrinsecamente ligadas e devem articular o elo indissociável entre o pedagógico
e prática.

É ainda função do gestor assumir uma postura de conhecimentos diversos que


lhe permita desenvolver um trabalho em consonância com a comunidade local,
viabilizando autonomia para a construção dinâmica de um projeto pedagógico,
discutindo a avaliação e o currículo escolar, cooperando na solução de problemas
que lhe são apresentados, auxiliando o corpo docente a compreender a realidade
educacional para romper paradigmas que permeiam a prática docente.

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Nessa linha, Paro (1991, p.130) afirma que:
O gestor escolar tem de se conscientizar de que ele, sozinho, não pode
administrar todos os problemas da escola. O caminho é a descentralização,
isto é, o compartilhamento de responsabilidades com alunos, pais,
professores e funcionários. Isso, na maioria das vezes, decorre do fato
de o gestor centralizar tudo, não compartilhar as responsabilidades com
os diversos atores da comunidade escolar. Na prática, entretanto, o que
se dá é a mera rotinização e burocratização das atividades no interior da
escola, e que nada contribui para a busca de maior eficiência na realização
de seu fim educativo.

Responsabilidade, diálogo, empatia e decisão são características essenciais que


estão estritamente relacionadas com o perfil do gestor escolar. Todavia, essas
características são aprimoradas pelo gestor durante a sua trajetória profissional.

Segundo Luck (2009):


A gestão escolar constitui-se em uma estratégia de intervenção
organizadora e mobilizadora, de caráter abrangente e orientada para
promover mudanças e desenvolvimento dos processos educacionais, de
modo que se tornem cada vez mais potentes na formação e aprendizagem
dos seus alunos. Como tal, ela envolve dimensões que, em conjunto,
tornam possível a realização desses objetivos.

Nesse processo, o gestor deve liderar e buscar meios para motivar a sua equipe.
É preciso acrescentar valor social ao corpo docente de maneira intensa e contínua
– não de forma isolada e interrompida, mas contínua. Considera-se importante
o processo de formação continuada para aperfeiçoamento de competências e,
quando isso ocorre, há um retorno de motivação e de benefícios mútuos.

Ao tratar da formação acadêmica do gestor, Masetto (2009, p.17) destaca que:


A formação de profissionais atualmente se pensa para além de sua
formação específica. Espera-se que continue pesquisando, participe
de congressos com trabalhos próprios, esteja atento aos avanços da
tecnologia e seus novos instrumentos, desenvolva capacidade de gerência
em diversas circunstâncias e diferentes níveis, saiba trabalhar em equipe,
inclusive com colegas de especialidade diferente da sua e mesmo com
profissionais de outras áreas de conhecimento que não a sua.

Para Libâneo (2009), são algumas as atribuições do gestor educacional: promover


a junção entre a escola e a comunidade, liderar atividades administrativas, ter o
conhecimento aprofundado da legislação vigente e dos ideais educacionais da
nossa sociedade.

Liderança também é fundamental nesse processo, a qual, segundo Hunter (2004,


p. 25), é “a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente
visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum”.

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UNIDADE Áreas de atuação da Gestão e Gestão Democrática

A missão do gestor escolar é de se apropriar do fazer pedagógico e de maneiras


de gerir a unidade escolar, bem como desempenhar para que a diversidade seja
respeitada e tolerada.

É imprescindível que o gestor esteja preparado para esse trabalho, compreen-


dendo a relevância da participação de toda a comunidade externa. Assim, há uma
série de desafios a serem superados, pois obter consenso entre todos os envolvidos
não é uma tarefa fácil e requer muitas habilidades, e, muitas vezes, os gestores são
alvos de críticas pelos excessos de ações autoritárias, centralizadoras e conservado-
ras, que destituem a gestão democrática.

Sendo o gestor escolar o responsável pelo êxito da unidade escolar, é oportuno


que as mudanças comecem pela sua forma de gerir uma escola. Todavia, é
imprescindível compreender que o gestor é peça chave no processo, mas não é o
único responsável para que todos participem e para que possa ser vivida a gestão
democrática na escola.

Direção e Gestão Democrática


Diversos significados podem ser atribuídos à democracia. Sua forma de
implementação e matriz ideológica podem ser igualmente diversas. Para Bobbio
(2000), por democracia entende-se uma das várias formas de governo, em particular
aquelas em que o poder não está nas mãos de um só ou de poucos, mas todos, ou
melhor, da maior parte, como tal se contrapondo às formas autocráticas, como a
monarquia e a oligarquia.

Focar a democracia na escola requer que consideremos a cultura da instituição


escolar e de seus processos, pois a escola é parte fundamental para a articulação
das relações sociais.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação ressalta em seus artigos 14 e 15


orientações sobre a gestão democrática:
Art. 14 - Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática
do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades
e conforme os seguintes princípios:

I. Participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto


pedagógico da escola;

II. Participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares


ou equivalentes.

Art. 15 - Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas


de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia
pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas
de direito financeiro público.

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A gestão democrática se caracteriza em princípios constitucionais da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) n. 9.394/96, assim como da
Constituição Federal de 1988. Sendo assim, para que as políticas de democratização
sejam efetivadas em consonância com os preceitos exigidos pela LDB, é preciso o
envolvimento de vários profissionais, como também a participação da comunidade
externa, pois a educação é um processo que deve ser construído no coletivo.

A esse respeito, Lück (2009, p.71) destaca que:


A participação constitui uma forma significativa de, ao promover
maior aproximação entre os membros da escola, reduzir desigualdades
entre eles. Portanto, a participação está centrada na busca de formas
mais democráticas de promover a gestão de uma unidade social. As
oportunidades de participação se justificam e se explicam, em decorrência,
como uma íntima interação entre direitos e deveres, marcados pela
responsabilidade social e valores compartilhados e o esforço conjunto
para a realização de objetivos educacionais.

A Constituição Federal de 1988 apresenta modificações necessárias na gestão


educacional, tendo em vista a gestão democrática e participativa, conforme
destaca o artigo 206 (BRASIL, 1988): “Art. 206 - O ensino será ministrado com
base nos seguintes princípios: [...] VI – gestão democrática do ensino público, na
forma da lei [...]”.

A Constituição Federal é o norte de todo o sistema de educação no Brasil. Na


LDB (Leis de Diretrizes e Bases/1996), em seu Artigo 12, Incisos de I a VII, estão
as principais delegações que se referem à gestão escolar, no que diz respeito às
suas respectivas unidades de ensino, como se expõe a seguir:
Art. 12 - Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns
e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I - elaborar e
executar sua proposta pedagógica; II - administrar seu pessoal e seus
recursos materiais e financeiros; III - assegurar o cumprimento dos dias
letivos e horas-aula estabelecidas; IV - velar pelo cumprimento do plano de
trabalho de cada docente; V - prover meios para a recuperação dos alunos
de menor rendimento; VI - articular-se com as famílias e a comunidade,
criando processos de integração da sociedade com a escola; VII - informar
os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem
como sobre a execução de sua proposta pedagógica.

A partir dos incisos descritos, podemos compreender a expansão da gestão


escolar e o novo paradigma que ela apresenta.

Lück (2009) evidencia que a gestão democrática deve propiciar a articulação de


todos os setores da unidade escolar, a fim de elaborar uma proposta pedagógica de
acordo com o contexto que a escola está inserida. Ainda segundo Libâneo (2003),
somente a participação de todos os sujeitos envolvidos no processo de tomada
de decisão favorecerá o adequado funcionamento da unidade escolar, garantindo
uma proximidade entre professores, alunos, pais, entre outros representantes da

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UNIDADE Áreas de atuação da Gestão e Gestão Democrática

comunidade. A participação baseia-se na autonomia, contrariando o autoritarismo.


Paro (1991) salienta que o autoritarismo na escola ainda é um impasse, que deve
ser superado com a prática no cotidiano escolar.
A autonomia é um dos mais importantes princípios da gestão democrática-
participativa, não pode ser delegada e corresponde à livre escolha dos objetivos
estabelecidos pela organização escolar.
Para Libâneo (2008, p. 102):
O conceito de participação se fundamenta no de autonomia, que significa a
capacidade das pessoas e dos grupos de livre determinação de si próprios,
isto é, de conduzirem sua própria vida. Como a autonomia opõe-se às
formas autoritárias de tomada de decisão, sua realização concreta nas
instituições é a participação.

A gestão democrática é um processo que estabelece condições para promover a


aproximação entre os membros da escola, para assim, certamente, responsabilizar-
se com os compromissos de uma unidade escolar.
Pesquisas revelam que a maioria das famílias que deveriam estar participando
nas decisões da escola não conhece a abrangência dos conselhos escolares.
A aproximação da família é importante e necessária, a fim de proporcionar
situações que possibilitem que esses entendam a proposta pedagógica,
os objetivos e o currículo escolar. Somente com a interação de todos os
envolvidos que a escola pode progredir rumo a uma educação emancipadora,
transformadora e de qualidade.
Segundo Libâneo (2003), a parceria escola/família acontece com a participação
no Conselho Escolar, no Conselho de Classe, com a contribuição dos pais nas
campanhas escolares e festas comemorativas, na elaboração do PPP – Projeto
Político Pedagógico.
A família é parte integrante da escola. A partir do momento em que a
escola é uma instituição da sociedade, nenhum componente da sociedade
pode se omitir em contribuir com os projetos idealizados por ela. Como
a família é à base de sustentação, pois é dela que sai os alunos, suas
responsabilidades são ainda maiores. (LIBÂNEO, 2001, p.316).

É com base nessa linha de pensamento que a participação apresenta benefícios


em termos de resultados promissores, pois os envolvidos são valorizados como
sujeitos autônomos. Ainda nessa perspectiva, Luck (2002, p. 66) aponta que:
A participação significa, portanto, a intervenção dos profissionais da
educação e dos usuários (alunos e pais) na gestão da escola. Há dois
sentidos de participação articulados entre si: a) a de caráter mais interno,
como meio de conquista da autonomia da escola, dos professores, dos
alunos, constituindo prática formativa, isto é, elemento pedagógico,
curricular, organizacional; b) a de caráter mais externo, em que os
profissionais da escola, alunos e pais compartilham, institucionalmente,
certos processos de tomada de decisão.

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De acordo com Gadotti (1997, p. 16), a participação influencia na democratização
da gestão, garantindo, assim, melhores condições para viabilizar os processos de
ensino e aprendizagem. Para o autor:
Todos os segmentos da comunidade podem compreender melhor o
funcionamento da escola, conhecer com mais profundidade os que nela
estudam e trabalha, intensificar seu envolvimento com ela e, assim,
acompanhar melhor a educação ali oferecida.

Segundo Lück (2009), cabe ao gestor educacional estar inteirado a respeito das
questões da comunidade em seu entorno, buscando clareza nos processos sociais
e proporcionando o alinhamento entre a escola e a comunidade a qual pertence,
com o apoio dos colegiados escolares. A participação dos colegiados escolares
contribui consideravelmente com o trabalho do gestor, facilitando a organização do
trabalho pedagógico. São colegiados escolares: o Conselho Escolar, a APMF e o
Grêmio Estudantil.

Para se avançar na gestão democrática é preciso descentralizar o poder de


decisões de um único indivíduo e atribuir responsabilidade a todos os membros
representativos do contexto educacional, pois a junção da unidade escolar, a família
e a comunidade é fator de grande importância para o coerente funcionamento da
unidade escolar, bem como da qualidade do processo de ensino-aprendizagem.

Paro (1991) afirma que a participação no âmbito escolar não deve partilhar
apenas do poder de decisão, e deve englobar, também, a elaboração de projetos,
assumindo responsabilidades e construindo o cotidiano escolar.

Um processo de gestão escolar fundamentado na participação, autonomia e


democracia resultará em membros que participam com habilidade nas atividades
que lhe forem delegadas. De um lado, a gestão democrática é uma tarefa coletiva,
que acarreta a participação. De outra, depende dos deveres e responsabilidades
para uma gestão coordenada e eficaz.

É fato que, com a democratização da gestão, a escola deixará de ser burocrática


para se tornar um instrumento de intencionalidade conduzida por princípios
fundamentados e alinhados aos objetivos.

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UNIDADE Áreas de atuação da Gestão e Gestão Democrática

Considerações Finais
No desenvolvimento desta unidade, buscou-se identificar o papel da direção
escolar e suas áreas de atuação, apresentando alguns elementos reflexivos sobre a
gestão democrática nas escolas diante do contexto de uma sociedade contemporânea
que se democratiza e se transforma.

Foi evidenciado que o gestor escolar é o responsável pela organização escolar


como um todo, e assume atribuições que ultrapassam técnicas meramente
administrativas. Esse deve ter uma visão ampliada de suas funções e assumir uma
postura de conhecimentos diversos que lhe permita desenvolver um trabalho em
consonância com a comunidade local, viabilizando autonomia para a construção
dinâmica de um projeto pedagógico, discutindo a avaliação e o currículo escolar,
cooperando na solução de problemas que lhe são apresentados, auxiliando o corpo
docente a compreender a realidade educacional para romper paradigmas que
permeiam a prática docente.

Quanto à gestão democrática e participativa, é importante salientar que ela só se


concretiza quando há a inserção efetiva dos sujeitos sociais envolvidos no processo
escolar. Além disso, é preciso se apoiar nas leis que regem o sistema educacional,
consolidando-o com as práticas de gestão escolar, só assim estaremos garantindo
o princípio democrático dentro da unidade escolar.

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Material Complementar:
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Vídeos
A importância da gestão democrática para as escolas
Assista ainda à entrevista da Professora Josemary Marastoni, sobre a importância da
gestão nas escolas, com destaque para as características dessa gestão e as atitudes
necessárias para sua implantação.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=H6NtSgULmB8. Acesso em: jan. 2016.

 Leitura
Guia jurídico do diretor escolar
As leis e normas que os diretores têm a responsabilidade de conhecer, aplicar e garantir
que sejam cumpridas. De Luiza Andrade.
Disponível em: http://gestaoescolar.abril.com.br/politicas-publicas/guia-juridico-diretor-escolar-427919.shtml
Acesso: jan. 2016.

Rumo à democracia
Texto de Gustavo Heidrich.
Disponível em: http://gestaoescolar.abril.com.br/formacao/rumo-democracia-520828.shtml. Acesso: jan. 2016.

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Referências
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de Janeiro: 1998.

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In: OLIVEIRA, Maria Auxiliadora Monteiro (org.). Gestão Educacional: Novos
olhares Novas abordagens. Petrópolis: Vozes, 2005.

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Administração da Educação, Brasília, v.8, n. 2, p. 9-33, jul/dez. 1991.

GADOTTI, Moacir. Autonomia da escola: princípios e preposições. São Paulo:


Cortez, 1997.

GADOTTI, Moacir e ROMÃO, José E. Autonomia da Escola. 6. ed. São Paulo:


Cortez, 2004. (Guia da escola cidadã; v.1)

HUNTER, James C. O Monge e o Executivo Uma Historia Sobre a Essência


da Liderança. São Paulo: Sextante, 2004.

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed.


Goiânia: MF Livros, 2008.

________. Organização e gestão da escola. Goiânia: Alternativa, 2002.

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estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2003.

LUCK, Heloisa. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. São Paulo:


Cortez, 2002

________. Dimensões da gestão escolar e suas competências. Curitiba: Editora


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LÜCK, H. et al. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 4. ed. Rio


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MASETTO, Marcos Tarciso. Competências Pedagógicas do Professor


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VASCONCELOS, Celso dos S. Coordenação do Trabalho Pedagógico – do


projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. 7. ed. São Paulo:
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