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Dr.

Eliézer Sousa
OAB/PA 21.835

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DE UMA DAS
VARAS DA FAMÍLIA DA COMARCA DE ANANINDEUA/PARÁ.

ALDISETE PEREIRA DA CUNHA, brasileira, união estável, cabeleireira, portadora da


Carteira de Identidade de nº 4.445.040–SSP/PA, inscrita no CPF/MF sob nº 711.368.272-34,
residente e domiciliada na Av. Belém, 12-A, Quadra 161, Conjunto PAAR, Maguary, Ananindeua-
PA, CEP: 67145-161, neste ato representada por seu advogado que a esta subscreve,
(instrumento procuratório em anexo - doc.01), vem, respeitosamente a presença de Vossa
Excelência, oferecer a presente

AÇÃO DE USUCAPIÃO POR ABANDONO FAMILIAR

Em face de ROSINALDO FERREIRA VIEIRA, brasileiro, casado, vendedor, portador


da Carteira de Identidade de nº 3040787–SSP/PA, inscrito no CPF/MF sob nº 443.154.812-20,
residente e domiciliado na Alameda Foz do Jordão, Quadra 150, Casa 18, Conjunto PAAR,
Maguary, Ananindeua-PA, CEP: 67145-103, pelos motivos de fato e de direito que doravante
passa a expor:

I - DA JUSTIÇA GRATUITA
A Requerente por ser reconhecidamente pobre na acepção legal, não tendo condições
de arcar com o pagamento das taxas judiciais, demais emolumentos ou honorários advocatícios,
sem prejuízo do sustento próprio, bem como o de sua família, razão pela qual faz jus ao
benefício da gratuidade da justiça, nos termos assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º,
LXXIV e pela Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e seguintes e da Lei n. 1.060/50, inclusive
perante o Cartório de Imóveis, de acordo com o art. 12, § 2º da Lei nº 10.257/01- Estatuto da
Cidade.

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II - DOS FATOS
A Requerente e o Requerido conviveram em União Estável pelo período aproximado
de 14 (quatorze) anos e 10 (dez) meses, com inicio no ano de 1998 e término no mês de Agosto
de 2012, quando o Requerido abandonou a Requerente.
Desta união, nasceu RUAN DA CUNHA VIEIRA, nascido em 01/05/2003, conforme
atesta a certidão de nascimento anexa (doc.02).
O único bem adquirido (em 29/03/2005) na constância da União Estável foi o imóvel
em que a Requerente reside, o qual é o objeto da Lide.
Pois bem, no ano de 2012 o Requerido foi embora de casa e nunca mais voltou,
deixando sob a responsabilidade da Requerente o filho, menor de idade, que durante muito
tempo enfrentou sozinha as tarefas de educar, alimentar e vestir o menor, muito embora seja
cabeleireira autônoma, sem renda fixa.
Em meados do ano de 2016, após 4 (quatro) anos de separação de fato e, já estando
com o filho RUAN morando em sua casa, o Requerido, movido talvez pelo fato de que a
Requerente constituiu nova União Estável com outro companheiro, passou a turbar a posse
desta, sempre com ameaças de despejo e injúrias, dizendo que ela não tem direito à nada, entre
muitas ofensas.
Muito abalada emocionalmente e com medo das ameaças, a Requerente concordou,
em documento extrajudicial (doc.03), lavrado na Defensoria Pública, em indenizar o Requerido
em metade, o imóvel avaliado em R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), vindo a arrepender-se
posteriormente, pois não teria nenhuma condição de arrumar esse dinheiro, e muito menos de
sair da casa que por direito é sua.
É míster destacar Excelência que, assumir todas as responsabilidades sozinha não foi
tarefa fácil, pois a Requerente já tinha as mesmas responsabilidades com sua filha de outro
relacionamento, menor à época, e com a sua mãe, doente e inválida para o trabalho, para a qual
construiu um quarto e ainda cuida diuturnamente, por conta da doença que a tornou dependente
para tudo, inclusive alimentação e asseio.
Com efeito, a Requerente, durante todo o tempo transcorrido, permaneceu residindo
com os filhos e sua mãe no imóvel citado, arcando com todas as despesas da manutenção
destes, além de fazer diversas benfeitorias no imóvel.
O imóvel usucapiendo conta com 100,00 m² de superfície limitada, localizado na Av.
Belém, 12-A, Quadra 161, Conjunto PAAR, Maguary, Ananindeua-PA, CEP: 67145-161.
Contudo, como o Requerido está fora do lar há quase 5 (cinco) anos, incide o disposto
no art.1.240-A, do Código Civil, ou seja, a Requerente faz jus ao imóvel adquirido pelo casal
em sua totalidade, por ocasião da usucapião pró-família.
Destarte, a utilidade do instituto da USUCAPIÃO FAMILIAR é clara. Havendo
abandono do lar, a usucapião pode ocorrer após o lapso temporal de 02 (dois) anos. Trata-se de
usucapião exclusivamente a ser utilizado entre cônjuge ou companheiro contra seu antigo
consorte que abandonou o lar e não se opôs pelo referido período a posse mansa e pacífica do
outro consorte.
A Requerente há mais de 4 (quatro) anos vem possuindo, utilizando para sua moradia,
mansa e pacificamente, sem interrupção, nem oposição, o imóvel acima caracterizado, e, não
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tendo título de domínio, bem como não sendo proprietária de qualquer outro imóvel urbano ou
rural, quer obtê-lo, por via desta ação, nos termos do art. 183 da Constituição Federal e
1.240-A do Código Civil.

III - DO DIREITO
A Usucapião Especial Urbana Familiar vem prevista nos artigos 183 da Constituição
Federal e 1.240-A do Código Civil, com a mesma redação, in verbis:
"Aquele que exercer, por 02 (dois) anos ininterruptamente e
sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre
imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros
quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-
companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua
moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral,
desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou
rural.

§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao


mesmo possuidor mais de uma vez."

No caso em tela, temos um imóvel situado na área urbana da cidade, medindo 100 m²
e que está na posse mansa, pacífica, e sem interrupção e/ou oposição da Requerente há mais
de 4 (quatro) anos, cuja ocupação é para moradia da Usucapiente, após o abandono do lar pelo
Requerido.
Observe Excelência, que a metragem do imóvel não ultrapassa 250 m² e a Requerente
não possui outro imóvel e utiliza o imóvel apenas para fins residenciais.
Portando, nada obsta que seja deferido o pedido postulado pela Usucapiente, uma vez
que preenche todos os requisitos legais exigidos.

IV - DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência:
a) A concessão à Autora dos benefícios da justiça gratuita, de acordo com a
Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e
seguintes, inclusive perante o Cartório de Imóveis, de acordo com o art. 12, § 2º da
Lei nº 10.257/01- Estatuto da Cidade;
b) que a sentença seja transcrita no registro de imóveis, mediante mandado, por
constituir esta, título hábil para o respectivo registro junto ao Cartório de Registro de
Imóveis;
c) A citação do Requerido, para que da ação tome conhecimento e, querendo,
apresente resposta;
d) a citação dos confrontantes e de eventuais interessados;

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e) a intimação, por carta registrada, dos representantes da Fazenda Pública da


União, Estado e Município para que manifestem seu interesse na causa;
f) a intervenção do Represente do Ministério Público;
g) a juntada dos documentos anexos a esta petição;
g) a PROCEDÊNCIA DA AÇÃO para que, ao final, seja reconhecido o domínio da
Requerente sob o imóvel em questão, determinando a expedição do competente
mandado de registro, para as anotações legais.
Protesta por todos os meios de provas aplicáveis.
Dá-se à causa o valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais).

Nestes termos, pede deferimento.


Ananindeua/PA, 24 de Junho de 2017.

ELIÉZER SILVA DE SOUSA


OAB/PA 21.835

ROL DE TESTEMUNHAS:
1. Eliete Azevedo Alves – RG: 2.950.173-SSP/PA – Av.Belém, Quadra 161, Casa 12,
Conjunto PAAR, Maguary, Ananindeua-PA

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