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DIREITO TRIBUTÁRIO PARA O XXV EXAME DA OAB

PRIMEIRA FASE
Aula 06 - Prof. Rodrigo Martins

1) EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

As hipóteses de exclusão do crédito tributário estão previstas nos


incisos I e II do artigo 175 do CTN:

Art. 175. Excluem o crédito tributário:


I - a isenção;
II - a anistia.
(...).”

Pois bem. Que significa “excluir” o crédito tributário?

Significa evitar que ele se constitua. As hipóteses de exclusão do


crédito tributário (isenção e anistia) são causas inibitórias do crédito tributário
(do lançamento).

Assim, ocorrerá o fato gerador da obrigação (verbo e complemento


previstos em lei), mas a lei concessiva da isenção ou da anistia impedirá a
constituição do crédito tributário, dispensando a pessoa beneficiada, assim, do
dever de cumprir a obrigação.

O regramento normativo dessas duas hipóteses (isenção e anistia)


tem início no § 6º do art. 150 da Constituição Federal, que assim dispõe:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
(...)
§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo,
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a
impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante
lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente
tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º,
XII, g.
(...).”

O poder de isentar ou de anistiar é correlato ao poder de tributar:


portanto, somente quem detém competência para a instituição do tributo
detém, por consequência, poder para conceder isenção ou anistia.

Da mesma forma como ocorre em relação ao próprio exercício da


competência tributária, os institutos pertencentes à exclusão do crédito
tributário (isenção e anistia) também se submetem ao Princípio da Legalidade.

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Portanto, atenção: somente por meio de lei em sentido estrito do


próprio ente que detém competência para o tributo é que podem ser concedidas
a isenção ou a anistia.

Ademais, atenção novamente: nos termos do § 6º do art. 150 da


Constituição Federal, essa lei deve ser específica! Isso significa que a isenção
ou a anistia deverão ser reguladas em lei que trate exclusivamente das
matérias previstas no referido § 6º do art. 150 da Constituição Federal ou na lei
que regule o correspondente tributo. O que a Constituição Federal está vedando
é que tais matérias (isenção e anistia) sejam disciplinadas por lei que trate de
assunto totalmente diferente ou que não tenha qualquer relação com o tributo.

Vejamos, pois, cada um desses institutos.

1.1) A Isenção

Conforme vimos acima, a isenção é prevista no inciso I do artigo 175


do CTN:

Art. 175. Excluem o crédito tributário:


I - a isenção;
(...).”

Vimos acima, também, que a isenção é uma forma de exclusão, por


meio de lei, da incidência do tributo. O fato gerador ocorre, mas a lei determina
que o tributo não seja pago, dispensando a constituição do crédito tributário.

Numa primeira análise a isenção se assemelha à imunidade, pois os


dois institutos têm a mesma consequência prática: o não pagamento do tributo.

Porém, apesar da mesma consequência prática, não se confundem.

A imunidade é dada pela Constituição Federal, atuando, assim, em


momento anterior ao da criação da hipótese de incidência tributária. O que é
imune não é alcançado pelo verbo e pelo complemento que caracteriza o
tributo.

A isenção, diferentemente, se dá no plano da legislação ordinária, ou


seja, é instituída por lei. Ocorre o fato gerador da obrigação, mas a lei dispensa
a constituição do crédito e, consequentemente, do pagamento, pois o crédito é
condição sine qua non para o cumprimento da obrigação.

Dessa forma, como a imunidade é dada pela Constituição Federal, não


pode ser retirada por meio de lei.

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Ao contrário, como a isenção é dada por lei, outra lei poderá, em


princípio, retirá-la ou modifica-la.

Atenção: a isenção só pode ser retirada ou modificada por meio de


lei, e não por decreto ou qualquer outro ato normativo infralegal.

Pois bem. Conforme vimos acima, a isenção é sempre decorrente de


lei específica (lei em sentido estrito), nos termos do § 6º do art. 150 da
Constituição Federal:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
(...)
§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo,
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a
impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante
lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente
tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º,
XII, g.
(...).”

Em total consonância com o dispositivo constitucional em questão, o


inciso VI do artigo 97 do CTN também contempla o Princípio da Legalidade
quanto à instituição das isenções:

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


(...)
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos
tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
(...)”

Reafirmando a necessidade de lei, o artigo 176 do CTN prescreve que


o diploma legal que a prever deve especificar todos os requisitos à sua
concessão:

Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre


decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos
para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o
prazo de sua duração.

Portanto, a lei do ente tributante que institui a isenção deve prever os


seguintes requisitos:

i) as condições e requisitos legais;

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ii) os tributos a que se aplica; e

iii) o prazo de sua duração.

Atenção: ainda que o caput do artigo 176 preveja a possibilidade de


um contrato, o que parece sugerir a desnecessidade de lei, em atenção à
indisponibilidade do interesse público, a isenção sempre dependerá de uma lei
instituidora.

De acordo com o parágrafo único do art. 176 do CTN, a isenção pode


ser regional:

Art. 176 (...)


Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do
território da entidade tributante, em função de condições a ela
peculiares.

Assim, objetivando, por exemplo, o desenvolvimento das diferentes


regiões do território da entidade tributante, admite-se a concessão de isenções
restritas a determinadas regiões.

Atenção: isso não afronta o Princípio da Uniformidade Geográfica dos


Tributos (art. 151, inciso I, da CF) e tampouco a isonomia (art. 150, inciso II,
da CF). Na verdade, essa previsão prestigia a isonomia, pois dá tratamento
desigual aos desiguais na medida de suas desigualdades, e também promove o
desenvolvimento nacional (art. 3º, inciso II, da CF).

De acordo com o inciso I do art. 177 do CTN, a isenção não alcança,


em regra, as taxas e a contribuição de melhoria, salvo se houver previsão legal
expressa nesse sentido:

Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é


extensiva:
I - às taxas e às contribuições de melhoria;
(...).

Portanto, não há vedação para que a isenção alcance as taxas e as


contribuições de melhoria, mas, para tanto, a lei deve ser clara e precisa nesse
sentido.

Por exemplo: se for instituída uma lei de determinado ente tributante


dando, genericamente, isenção de todos os tributos de sua competência, essa
isenção não alcançará as taxas e as contribuições de melhoria, pois, apesar de
se referir a “todos os tributos”, só poderia alcançar essas espécies se
mencionasse, expressamente, que “as taxas e a contribuição de melhoria ficam
alcançadas pela isenção”.

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Importa destacar, paralelamente, que as regras jurídicas que dispõe


sobre isenção tributária devem ser interpretadas restritivamente, conforme
determinado pelo art. 111 do CTN:

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que


disponha sobre:
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II - outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

Portanto, a lei concessiva de isenção tributária não pode receber


interpretação ampliativa e nem integrativa (como a analogia).

Contudo, a determinação legal em questão, de que a isenção tributária


deve ser interpretada restritivamente, não pode sobrepor-se e tampouco
afastar o constitucionalmente consagrado Princípio da Isonomia Tributária,
previsto no inciso II do art. 150 da Constituição Federal, segundo o qual:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
(...)
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem
em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de
ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente
da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
(...).

Pois bem. Nos termos do art. 177, II, do CTN, a lei concessiva de
isenção também não pode alcançar os tributos instituídos posteriormente à sua
instituição:

Art. 177. (...)


II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.

De fato, como a lei concessiva de isenção projeta seus efeitos para o


futuro, para alcançar fatos geradores que ainda vão ocorrer, retirando o dever
da formalização do crédito e dispensando o sujeito passivo, assim, do
pagamento da dívida, não haveria como alcançar fatos geradores passados.

Questão importantíssima se refere à revogabilidade das isenções.

Em regra, as isenções são revogáveis a qualquer tempo. Da mesma


forma em que concedida por meio de lei do ente competente para o tributo,
pode ser retirada por meio de outra lei do mesmo ente.

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Mas essa é a regra, havendo, pois, uma exceção prevista no artigo


178 do CTN:

Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função


de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei,
a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104.

São as chamadas “isenções condicionais” e “por prazo certo”, que


devem durar o tempo determinado e enquanto perdurarem as condições.

Atenção à conjunção “e”: são dois requisitos (condição e prazo


certo).

Assim, quando a isenção for concedida por prazo certo e em razão de


determinadas condições, não pode ser livremente revogada para aquele
contribuinte que dela está se beneficiando porque cumpriu os requisitos.

Portanto, a lei em que se fundamentou essa isenção concedida pode


sim ser revogada, mas deve-se respeitar o direito adquirido de quem dela se
beneficiou.

Portanto, quando concedida sob determinadas condições e por prazo


certo, geram direito adquirido ao contribuinte que dela se beneficiou.

A impossibilidade de supressão das isenções condicionais por prazo


determinado foi afirmada, inclusive, na Súmula 544 do STF:

Súmula 544 do STF: “Isenção tributária concedida sob condição


onerosa não pode ser livremente suprimida”.

Assim, por exemplo: se um Município vier a conceder, por meio de


lei, isenção de IPTU pelo prazo de 10 anos a todas as novas empresas que se
estabelecerem em seu território e que criarem e mantiverem no mínimo 100
vagas de emprego, e se alguma empresa efetivamente for ali se estabelecer e
criar e manter todas as referidas vagas, ela passará a gozar da imunidade.
Acaso o Município revogue essa lei, aqueles que estão no gozo da imunidade
permanecerão imunes pelo prazo então determinado, pois para eles já houve a
aquisição do direito (direito adquirido). A revogação da lei só surtirá efeitos
para quem ainda não se beneficiou da referida isenção, pois deixarão de ter a
previsão legal, de modo que mesmo que satisfaçam os requisitos, não terão
direito à isenção.

Atenção: a parte final do art. 178 em questão determina seja


obedecido o quanto disposto no inciso III do artigo 104 do próprio CTN. Esse
dispositivo traz a positivação, no CTN, do que hoje conhecemos como Princípio
da Anterioridade, que atualmente se encontra positivado na Constituição
Federal. Assim, de acordo com essa regra legal, em caso de revogação de

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isenção deve ser obedecido o Princípios da Anterioridade, pois a revogação de


uma isenção equivaleria à criação de um tributo novo. Ocorre que o STF
entende que essa parte do dispositivo não foi recepcionado pela Ordem
Constitucional em vigor, razão pela qual a revogação da isenção tem eficácia
imediata (RE 99.908/RS), não se submetendo, assim, ao Princípio da
Anterioridade.

Portanto temos, em resumo, a seguinte regra:

i) as isenções concedidas por lei podem ser suprimidas por meio de


lei de mesma hierarquia que as determinou (são, pois,
revogáveis);

ii) as isenções concedidas por prazo certo e em razão de


determinadas condições não podem ser livremente revogadas para
aqueles que dela estão se beneficiando (geram direito adquirido)

A isenção pode ser concedida, ainda, em caráter geral ou específico:

Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é


efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa,
em requerimento com o qual o interessado faça prova do
preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos
previstos em lei ou contrato para concessão.

Tanto em caráter geral quando em caráter específico será sempre


instituído em lei, em razão do Princípio da Legalidade.

Contudo, na primeira hipótese (em caráter geral) basta somente a lei


para que ela surta efeitos (aplica-se indistintamente a todos os casos previstos
de forma genérica na lei).

Por exemplo: uma lei da União que conceda isenção de ITR a todos
os imóveis situados em área de proteção ambiental.

Na segunda hipótese (em caráter individual), com base na previsão


legal deverá haver o despacho fundamentado da autoridade administrativa em
cada caso.

O interessado deverá apresentar, assim, requerimento e prova do


preenchimento das condições para o reconhecimento da isenção.

Por exemplo: uma lei de um Município que conceda isenção de IPTU


para todos os aposentados que ganham até 1 (um salário) mínimo. A
autoridade fiscal deverá receber o requerimento dos interessados e analisar,
caso a caso, quem preenche esses requisitos, deferindo o benefício a todos que
o fizerem.

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De acordo com o § 1º do referido artigo 179:

Art. 179 (...)


§ 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o
despacho referido neste artigo será renovado antes da expiração de
cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a partir do
primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover
a continuidade do reconhecimento da isenção.

Essa regra, que se aplica somente aos tributos lançados por período
certo de tempo, como o IPTU, ITR etc., se aplica às isenções concedidas em
caráter individual. Segundo a regra, os pedidos de reconhecimento da isenção
devem ser renovados antes da ocorrência do próximo fato gerador. A
continuidade do preenchimento das condições deve ser comprovada
periodicamente.

Pois bem. Já vimos que as isenções não geram, em regra, direito


adquirido, salvo quando concedidas por prazo certo e em razão de
determinadas condições (para aqueles que se beneficiarem).

Quanto às isenções concedidas em caráter individual, prescreve o § 2º


desse artigo 179 que:

Art. 179 (...)


§ 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido,
aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.

Já vimos acima (quando estudamos a anulação da remissão individual,


pois a regra é a mesma) que de acordo com o art. 155 do CTN, a isenção
individual será revogada de ofício sempre que se apure que o beneficiado não
satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de
cumprir os requisitos para a sua concessão, cobrando-se o crédito acrescido de
juros de mora com imposição da penalidade cabível, nos casos de dolo ou
simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele, e sem imposição
de penalidade, nos demais casos. Se houve dolo ou simulação, o tempo
decorrido entre a concessão da remissão e sua anulação não se computa para
efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito. Se não houve dolo ou
simulação, a anulação só pode ocorrer antes de prescrito o referido direito.

Pois bem. Há uma classificação que distingue as isenções em


autonômicas e heterônomas.

Autonômica é a isenção concedida por lei da própria pessoa política


competente à instituição do tributo. Essa forma é a regra, pois se compatibiliza
com as regras de competência dispostas na Constituição Federal (pode isentar

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somente quem tem poder para instituir o tributo, isto é, competência


tributária).

Heterônoma, diferentemente, é a isenção caracterizada por ser


concedida por lei de pessoa política diversa daquela que é competente à
instituição do tributo.

Ocorre que o Presidente da República, ao firmar Tratados ou


Convenções Internacionais em nome da soberana República Federativa do
Brasil, inclusive dispondo sobre matéria tributário, age como Chefe de Estado
(Estado Brasileiro), e não como Chefe de Governo (Chefe da União).

Nesses casos, o STF entende que a concessão de isenção por meio de


Tratados ou Convenções Internacionais não se sujeita à vedação à concessão
de isenção heterônoma, pois o art. 151, inciso III, da Constituição Federal, só
se aplica nas relações das entidades federadas entre si, não alcançando a União
quando esta se apresenta na ordem externa.

1.2) A anistia

Conforme vimos acima, junto com a isenção, a anistia está prevista no


II do artigo 175 do CTN como hipótese de exclusão do crédito tributário:

Art. 175. Excluem o crédito tributário:


(...)
II - a anistia.
(...).”

Pois bem. De acordo com o artigo 180 do CTN:

Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas


anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando:
I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos
que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude
ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício
daquele;
II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio
entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas.

Contata-se, dessa forma, que a anistia é a exclusão do crédito


tributário relativamente à penalidade pecuniária.

Assim, pela isenção exclui-se o crédito tributário referente ao


“tributo”, determinando-se, por meio da lei, que o respectivo lançamento não
seja constituído, livrando-se o sujeito passivo da cobrança, apesar da
ocorrência do fato gerador.

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Pela anistia, diferentemente, o legislador extingue a punibilidade do


sujeito passivo infrator da legislação tributária, impedindo a constituição do
crédito pelo AIIM – Auto de Infração e Imposição de Multa.

Portanto: pela isenção dispensa-se do pagamento do tributo; pela


anistia dispensa-se do pagamento da multa.

A anistia é concedida, dessa forma, sempre antes da constituição do


crédito decorrente de penalidade, isto é, do AIIM.

Atenção: a anistia não alcança os atos qualificados como crime ou


contravenção, ou seja, os atos tipificados na lei penal tributária. A anistia
alcança somente as infrações administrativas, sancionadas com pena
pecuniária.

Pois bem. Com base nos artigos 150, § 6º, da Constituição Federal e
nos artigos 97, inciso VI, e 111 do CTN, aplicam-se à anistia todas aquelas
regras aplicáveis à isenção quanto ao Princípio da Legalidade, necessidade de
lei específica, interpretação restritiva etc.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
(...)
§ 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo,
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a
impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante
lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente
tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º,
XII, g.
(...).

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


(...)
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos
tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.
(...).

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que


disponha sobre:
I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II - outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

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Considerando a aplicabilidade dessas regras à anistia, assim como


aplicadas à isenção, remetermos o leitor ao quanto explicamos acima, evitando,
assim, repetições desnecessárias.

De acordo com o caput do artigo 180 do CTN, a anistia pode ser


concedida de forma ilimitada ou limitada:

Art. 181. A anistia pode ser concedida:


I - em caráter geral;
II - limitadamente:
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado
montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza;
c) a determinada região do território da entidade tributante, em
função de condições a ela peculiares;
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que
a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade
administrativa.

Assim, quando concedida de forma geral (inciso I do art. 181), não


considerará qualquer especificidade prevista em lei, como o tipo do tributo,
valor etc.

Ao contrário, quando concedida limitadamente (inciso II do art. 181),


considerará aquelas especificidades prevista nas alíneas do inciso em questão,
cujas hipóteses (uma ou outra ou várias) deverão ser contempladas na lei
específica do ente tributante que concedeu a anistia.

Por fim, de acordo com o artigo 182 do CTN, a anistia – da mesma


forma que a isenção – também pode ser concedida em caráter geral ou
específico, sem prejuízo da concessão limitada ou ilimitada que vimos acima:

Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter geral, é


efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa,
em requerimento com a qual o interessado faça prova do
preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos
previstos em lei para sua concessão.

Tanto em caráter geral quando em caráter específico será sempre


instituído em lei, em razão do Princípio da Legalidade.

Contudo, como já explicamos acima, na primeira hipótese (em caráter


geral) basta somente a lei para que ela surta efeitos (aplica-se indistintamente
a todos os casos previstos de forma genérica na lei).

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Por exemplo: uma lei da União que conceda anistia de multas


relativas ao IR a todos os contribuintes que não apresentaram Declaração do
Imposto de Renda na forma da lei.

Na segunda hipótese (em caráter individual), com base na previsão


legal específica deverá haver o despacho fundamentado da autoridade
administrativa em cada caso.

O interessado deverá apresentar, assim, requerimento e prova do


preenchimento das condições para o reconhecimento da anistia.

Por exemplo: uma lei de um Estado que conceda anistia de multas


relativas ao não recolhimento do ICMS para os contribuintes situados em área
abrangida por uma grave e devastadora enchente. A autoridade fiscal deverá
receber o requerimento dos interessados e analisar, caso a caso, quem
preenche esse requisito, deferindo o benefício a todos que o fizerem.

Igualmente à isenção, a anistia concedida em caráter individual não


gera direito adquirido:

Art. 182 (...)


Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito
adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.

Pois bem. Como já vimos acima (quando estudamos a anulação da


remissão individual, pois a regra é a mesma), o art. 155 do CTN prevê que o
benefício legal – no caso a anistia individual – será anulada de ofício sempre
que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as
condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a sua
concessão, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora com imposição da
penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de
terceiro em benefício daquele, e sem imposição de penalidade, nos demais
casos. Se houve dolo ou simulação, o tempo decorrido entre a concessão da
anistia e sua anulação não se computa para efeito da prescrição do direito à
cobrança do crédito. Se não houve dolo ou simulação, a anulação só pode
ocorrer antes de prescrito o referido direito.

QUADRO SINÓTICO

ISENÇÃO ANISTIA
Dispensa: tributo Dispensa: multa
Abrange fato gerador posterior à lei Abrange fato gerador anteriores à lei
(para frente) (para trás)

1.3) Diferença entre remissão, isenção, anistia, imunidade e não


incidência

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Vimos acima que remissão é a forma de extinção da obrigação pela


qual o credor perdoa a dívida do devedor, não pretendendo mais exigi-la.

No Direito Tributário a remissão corresponde ao perdão da dívida


tributária “devidamente constituída”, isto é, que já possui um correspondente
crédito tributário.

Assim, pela remissão, que também se submete ao Princípio da


Legalidade, o ente tributante pode “perdoar” o pagamento de um crédito
tributário referente a um tributo ou a uma multa (AIIM).

Na isenção e na anistia, diferentemente, a lei concessiva desobriga da


constituição do respectivo crédito relativo a um fato gerador efetivamente
ocorrido e, impedindo que esse seja constituído, desobriga, por consequência,
do respectivo pagamento.

A diferença entre a isenção e a anistia que é aquela se refere a um


tributo e essa outra a uma multa.

A imunidade, por sua vez, decorre de regra constitucional (a remissão,


a isenção e a anistia decorrem de lei, e não da Constituição Federal) de
“incompetência tributária”. De incompetência porque retira determinadas
pessoas, coisas e situações do âmbito da competência tributária das pessoas
políticas, tanto que nesse caso nem ocorre o fato gerador da obrigação.

A imunidade, portanto, é o obstáculo criado por uma norma da


Constituição que impede a incidência de lei ordinária de tributação sobre
determinado fato, ou em detrimento de determinada pessoa, ou categoria de
pessoas.

A não incidência configura-se, por fim, por ser uma situação em que a
regra jurídica de tributação não existe, como, por exemplo, sobre o ato de
“respirar”. Não há verbo e complemento previsto em norma tributária
determinando o pagamento de tributo sobre o ato de respirar, não havendo,
assim, incidência tributária.

2) GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

Garantia do crédito tributário corresponde a um meio previsto em lei


para assegurar o direito subjetivo do Estado ao recebimento de um tributo.

Privilégio, diferentemente, corresponde à preferência de que goza o


crédito tributário no concurso com outros tipos de crédito. É a posição de
superioridade que se encontra o crédito tributário em relação a outros.

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O crédito tributário goza de garantias e privilégios em razão do


Princípio da Supremacia do Interesse Público.

Vejamos, então, as garantias e os privilégios do crédito tributário:

2.1) As garantias do crédito tributário

Vimos acima que a garantia do crédito tributário corresponde a um


meio previsto em lei para assegurar o direito subjetivo do Estado ao
recebimento de um tributo.

Pois bem. O CTN traz diversas garantias, conforme veremos adiante,


sendo que o caput do artigo 183 prescreve que:

Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao


crédito tributário não exclui outras que sejam expressamente
previstas em lei, em função da natureza ou das características do
tributo a que se refiram.

Portanto, o Poder Legislativo – já que é por meio de lei – pode


estipular outras garantias fora do CTN para assegurar o crédito tributário, além
daquelas previstas no CTN.

De fato, são exemplos de outras garantias estipuladas fora do CTN a


Ação Cautelar Fiscal (Lei Federal nº 8.397/92) e o Arrolamento de Bens (Lei
Federal Nº 9.532/97).

A garantia pode ser real (patrimônio próprio ou de terceiro),


fidejussória (pessoal), ou de qualquer outra forma.

Ademais, diferentes tributos podem exigir diferentes tipos de


garantias, como, por exemplo, o IPTU, que pode ter o próprio imóvel como
garantia, ou como o II, que necessita de uma garantia fiduciária.

No entanto, de acordo com o parágrafo único do artigo 183 do CTN, a


natureza da garantia não altera a natureza do crédito tributário:

Art. 183 (...)


Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao crédito
tributário não altera a natureza deste nem a da obrigação tributária a
que corresponda.

Assim, o crédito não deixa de ser tributário para ser hipotecário,


cambiário etc., só porque a garantia tem uma dessas naturezas.

Pois bem. Importante regra é aquela prevista no artigo 184 do CTN:

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Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados


bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito
tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou
natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive
os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou
impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da
cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare
absolutamente impenhoráveis.

Portanto, de acordo com o dispositivo legal em questão, responde pelo


crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas do sujeito passivo, seu
espólio ou sua massa falida.

De acordo com o dispositivo legal em questão, garantem o crédito


tributário até mesmo os bens gravados por ônus real (que limita a fruição e a
disposição da propriedade) ou com cláusula de inalienabilidade ou
impenhorabilidade (seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula).

Atenção, muita atenção: o art. 184 do CTN excepciona somente e


tão somente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.

Logo, as impenhorabilidades convencionais instituídas no ato de


doação, em testamento etc. não podem ser opostas ao Fisco, pois acaso
admitidas, tornaria muito fácil “driblar” o Fisco para não pagar um tributo.

Portanto, somente os bens e rendas que a lei declare absolutamente


impenhoráveis são excluídos da garantia do crédito tributário.

E quais são os bens legalmente impenhoráveis?

Com exceção da hipótese prevista no inciso I (que trata de


impenhorabilidade convencional, sendo incompatível, portanto, com o Direito
tributário), são aqueles previstos no art. 833 do CPC:

Art. 833. São impenhoráveis:


(...)
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem
a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que
ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio
padrão de vida;
III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do
executado, salvo se de elevado valor;
IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as
remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios
e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de
terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os

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ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional


liberal, ressalvado o § 2o;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os
instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício
da profissão do executado;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se
essas forem penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que
trabalhada pela família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para
aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de
40 (quarenta) salários-mínimos;
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido
político, nos termos da lei;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob
regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
(...).

Além das hipóteses previstas no art. 833 do CPC, o denominado bem


de família previsto na Lei Federal nº 8.009/90 também é, em regra,
impenhorável:

Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar,


é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil,
comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos
cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele
residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o
qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de
qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso
profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.
Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade os veículos de transporte,
obras de arte e adornos suntuosos.
Parágrafo único. No caso de imóvel locado, a impenhorabilidade
aplica-se aos bens móveis quitados que guarneçam a residência e que
sejam de propriedade do locatário, observado o disposto neste artigo.
Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo
de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra
natureza, salvo se movido:
I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria
residência e das respectivas contribuições previdenciárias;
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à
construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e
acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
III -- pelo credor de pensão alimentícia;

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IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e


contribuições devidas em função do imóvel familiar;
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia
real pelo casal ou pela entidade familiar;
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de
sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou
perdimento de bens.
VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de
locação. (Incluído pela Lei nº 8.245, de 1991)
Art. 4º Não se beneficiará do disposto nesta lei aquele que, sabendo-
se insolvente, adquire de má-fé imóvel mais valioso para transferir a
residência familiar, desfazendo-se ou não da moradia antiga.
§ 1º Neste caso, poderá o juiz, na respectiva ação do credor, transferir
a impenhorabilidade para a moradia familiar anterior, ou anular-lhe a
venda, liberando a mais valiosa para execução ou concurso, conforme
a hipótese.
§ 2º Quando a residência familiar constituir-se em imóvel rural, a
impenhorabilidade restringir-se-á à sede de moradia, com os
respectivos bens móveis, e, nos casos do art. 5º, inciso XXVI, da
Constituição, à área limitada como pequena propriedade rural.
Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei,
considera-se residência um único imóvel utilizado pelo casal ou pela
entidade familiar para moradia permanente.
Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser
possuidor de vários imóveis utilizados como residência, a
impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver
sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do
art. 70 do Código Civil.

Assim, em regra, o bem de família não pode ser penhorado como


garantia de crédito tributário, salvo se o crédito tributário for de:

i) contribuições previdenciárias relativas à remuneração devida aos


que trabalham na própria residência (art. 3º, I): trata-se da
contribuição previdenciária devida ao INSS, que, sabemos, é um
tributo; ou

ii) de impostos, taxas e contribuições devidas em função da


propriedade imóvel familiar (art. 3º, IV): são o IPTU, o ITR, as
taxas imobiliárias (de recolhimento de lixo etc.) e a contribuição de
melhoria;

Portanto, no caso de dívida tributária relativa a esses tributos, não há


como defender a impenhorabilidade com base no instituto do bem de família,
pois a própria lei do instituto permite essas exceções.

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Outra forma pela qual o CTN garante o crédito tributário é pela


presunção de fraude prevista no artigo 185 do CTN:

Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou


rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a
Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como
dívida ativa (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005).

Assim, se o devedor estiver com seu débito tributário inscrito em


dívida ativa e vier a alienar ou onerar (ou começar a fazê-los) os seus bens ou
rendas, tais atos serão considerados presumidamente fraudulentos.

Atenção: a presunção de fraude é absoluta, isto é, não admite prova


em contrário.

Não há como tentar provar, assim, a boa-fé do devedor no ato de


alienação do seu patrimônio: acaso constatada a fraude de que trata o
dispositivo, os negócios jurídicos de alienação serão desconsiderados pelo
Estado-Fisco, com vistas à quitação do débito.

Contudo, a presunção absoluta de fraude é afastada se o devedor


reservar bens suficientes a garantir a dívida:

Art. 185 (...)


Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de
terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao
total pagamento da dívida inscrita. (Redação dada pela Lcp nº 118, de
2005)

Nesse caso, não há que se falar em fraude, pois sobraram bens


suficientes à garantia da dívida.

O CTN também traz a indisponibilidade de bens e direitos como uma


das garantias do crédito tributário.

A indisponibilidade de bens e direitos foi inserida no CNT pela Lei


Complementar nº 118/2005, mediante o acréscimo do art. 185-A:

Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado,


não pagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem
encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade
de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por
meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de
transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e
às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de
capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a
ordem judicial. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

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Atenção: de acordo com o referido dispositivo, há diferentes etapas


que devem ser necessariamente cumpridas (sem “saltos”) para que o juiz
possa, ao final, decretar a indisponibilidade de bens do devedor. Essas etapas
são:

i) a citação do devedor;

ii) o não pagamento (depois de regularmente citado);

iii) o não oferecimento de bens à penhora (acaso não pague após ser
regularmente citado);

iv) a não localização de bens penhoráveis (se não houver o pagamento


ou o oferecimento de bens após a citação, o Estado-Fisco deve
pesquisar bens penhoráveis e indicá-los ao Juiz).

Atenção, muita atenção: somente após cumpridas todas essas


etapas, poderá então o Estado-Fisco, por meio de seus Procuradores, pedir ao
Juiz a aplicação do art. 185-A, para fins de decretação da indisponibilidade de
bens e direitos do devedor. Não, basta, assim, a mera citação e o não
pagamento para que se aplique o instituto: é preciso cumprir todas as etapas!

Pois bem. De acordo com o § 1° do 185-A em questão, a


indisponibilidade limitar-se-á ao valor total exigível (isto é, do débito em
cobrança), devendo o juiz determinar o imediato levantamento da
indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite:

Art. 185-A (...)


§ 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á
ao valor total exigível, devendo o juiz determinar o imediato
levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem
esse limite. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

Ainda, nos termos do § 2º do referido dispositivo:

Art. 185-A (...)


§ 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que
trata o caput deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação
discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem
promovido. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

Portanto, os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação


enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja
indisponibilidade houverem promovido:

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2.2) Os Privilégios do Crédito Tributário

Vimos acima que o privilégio de que a lei reveste o crédito tributário é


uma preferência que ele passa a ter no concurso com outros créditos.

É, assim, a posição de superioridade que se encontra o crédito


tributário com relação a outros créditos.

Essa superioridade igualmente decorre do Princípio da Supremacia do


Interesse Público.

Pois bem. O CTN disciplina os privilégios do crédito tributário de


acordo com duas diferentes situações:

i) devedor de crédito tributário não falido; e

ii) devedor de crédito tributário falido.

Na hipótese de inexistência de falência, o art. 186 do CTN prescreve o


seguinte:

Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for
sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos
decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho.
(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

Portanto, inexistindo falência, o crédito tributário prefere a qualquer


outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados
os créditos decorrentes:

i) da legislação do trabalho; ou

ii) do acidente de trabalho.

No caso de existência de falência, o parágrafo único do referido art.


186 complementa os critérios de privilégio dispondo que:

Art. 186 (...)


Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às
importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar,
nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem
gravado; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos
créditos decorrentes da legislação do trabalho; e (Incluído pela Lcp nº
118, de 2005)

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III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados.


(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

Ocorre que para bem entender o artigo 186 do CTN, temos que nos
dirigir à Lei de Falências (Lei Federal nº 11.101/05), pois é ela quem nos dá os
conceitos necessários à compressão deste artigo. Vejamos:

De acordo com o artigo 84 da Lei Federal nº 11.101/05 (Lei de


Falências), são créditos extraconcursais:

Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos


com precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem
a seguir, os relativos a:
I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e
créditos derivados da legi ação do trabalho ou decorrentes de
acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação
da falência;
II – quantias fornecidas à massa pelos credores;
III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e
distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência;
IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa
falida tenha sido vencida;
V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante
a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a
decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos
após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art.
83 desta Lei.

Após os créditos extraconcursais, a ordem de quitação continua na


seguinte ordem:

Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte


ordem:
I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150
(cento e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de
acidentes de trabalho;
II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo
de constituição, excetuadas as multas tributárias;
IV – créditos com privilégio especial, a saber:
a) os previstos no art. 964 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de
2002;
b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo
disposição contrária desta Lei;
c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a
coisa dada em garantia;

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III - Municípios, conjuntamente e pró-rata.

O dispositivo legal em questão é complementado pelo art. 29 da Lei de


Execução Fiscal, que contempla, ainda, as autarquias, que foram esquecidas
pela redação do parágrafo único acima:

Art. 29 - A cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública não é


sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, concordata,
liquidação, inventário ou arrolamento.
Parágrafo Único - O concurso de preferência somente se verifica entre
pessoas jurídicas de direito público, na seguinte ordem:
I - União e suas autarquias;
II - Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias,
conjuntamente e pro rata;
III - Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata.

O caput do art. 188 dispõe, por sua vez, sobre os créditos tributários
extraconcursais, prescrevendo que:

Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de


fatos geradores ocorridos no curso do processo de falência. (Redação
dada pela Lcp nº 118, de 2005)

Por foros lógicos, a massa falida desenvolve uma enormidade de atos


lucrativos (ou minimizadores de prejuízo) para pagar seus credores, podendo
dar surgimento, assim, a obrigações de natureza tributária.

Nos termos do art. 188 em questão, esses débitos tributários da


massa são extraconcursais, encabeçando, assim, a lista das preferências.

De outro lado, de acordo com o § 1º do art. 188:

Art. 188 (...)


§ 1º Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes ao
processo competente, mandando reservar bens suficientes à extinção
total do crédito e seus acrescidos, se a massa não puder efetuar a
garantia da instância por outra forma, ouvido, quanto à natureza e
valor dos bens reservados, o representante da Fazenda Pública
interessada.
(...)

O dispositivo se refere, evidentemente, aos créditos tributários que


constituem encargo da massa.

Por fim, nos termos do § 2º desse artigo 188:

Art. 188 (...)

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§ 2º. O disposto neste artigo aplica-se aos processos de concordata.

Importa esclarecer, porém, que a concordata foi extinta pela vigente


Lei de Falências e substituída pela recuperação judicial ou extrajudicial.

Pois bem. O dispositivo legal em questão é até mais importante na


recuperação, já que nessa continuam as atividades e os negócios.

Pois bem. No inventário ou arrolamento também há preferência geral


e absoluta do crédito tributário, nos termos do caput do art. 189 do CTN:

Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados


em inventário ou arrolamento, ou a outros encargos do monte, os
créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de
seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou
arrolamento.

Se houver contestação do crédito, age-se na forma do § 1º do art.


188, conforme disposto no parágrafo único do art. 189:

Art. 189 (...)


Parágrafo único. Contestado o crédito tributário, proceder-se-á na
forma do disposto no § 1º do artigo anterior.

Já vimos acima, pois, o referido art. 188.

Também nas liquidações judiciais ou voluntárias das pessoas jurídicas


de direito privado gozam os créditos tributários de preferência absoluta,
segundo o art. 190 do CTN:

Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos


tributários vencidos ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de
direito privado em liquidação judicial ou voluntária, exigíveis no
decurso da liquidação.

Por fim, o CTN exige a total quitação de tributos para que se


aperfeiçoem determinadas situações jurídicas. Vejamos:

De acordo com o artigo 191 do CTN:

Art. 191. A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação


de todos os tributos. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

Essa extinção requer, portanto, prova de quitação dos tributos


relativos à atividade mercantil.

De outro lado, nos termos do art. 191-A:

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Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende da


apresentação da prova de quitação de todos os tributos, observado o
disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta Lei. (Incluído pela Lcp nº 118,
de 2005)

De acordo com o art. 192 do CTN:

Art. 192. Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação


será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos
aos bens do espólio, ou às suas rendas.

Nesse caso, exige-se prova de quitação dos tributos relativos aos bens
do espólio, ou suas rendas.

E de acordo com o art. 193:

Art. 193. Salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum


departamento da administração pública da União, dos Estados, do
Distrito Federal, ou dos Municípios, ou sua autarquia, celebrará
contrato ou aceitará proposta em concorrência pública sem que o
contratante ou proponente faça prova da quitação de todos os tributos
devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em cujo
exercício contrata ou concorre.

Atenção: verifica-se que a lei (do contratante) pode autorizar o


contrato sem a prova de quitação!

Pois bem. A prova da quitação dos tributos em todas essas hipóteses


ocorre pela apresentação de uma certidão de regularidade fiscal, que
passaremos a estudar no item seguinte.

3) DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

Ao tratar da Administração Tributária, o CTN referiu-se à (i)


fiscalização, (ii) dívida ativa e (iii) certidões tributárias.

Vejamos cada um dos temas:

3.1) Poder de Fiscalização

O poder de fiscalizar é correlato ao de cobrar o tributo (teoria dos


poderes implícitos) e, assim como a competência tributária, encontra
fundamento na Constituição Federal.

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De fato, a parte final do § 1º da Constituição Federal disciplina, em


âmbito constitucional, o exercício da fiscalização tributária, nos seguintes
termos:

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


poderão instituir os seguintes tributos:
(...)
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado
à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a
esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos
termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte.

Portanto, o ordenamento jurídico – com supedâneo na Constituição


Federal – garante o exercício da fiscalização tributária, desde que respeitados
os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte.

De acordo com o art. 194 do CTN, compete à legislação de cada ente


tributante dispor sobre a competência e os poderes das autoridades
administrativas em matéria de fiscalização de tributos (obviamente, respeitados
os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte, conforme diretriz constitucional):

Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei,


regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza
do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das
autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua
aplicação.

Portanto, para fins de fiscalização tributária, os agentes devem


observar não só as regras constantes no CTN, mas também as regras expedidas
no âmbito da legislação da entidade tributante.

Muito embora o art. 194 em questão permita que a atividade de


fiscalização seja regulada inclusive por Portarias, Ordens de Serviço, Instruções
Normativas etc., esses instrumentos infranormativos jamais podem poderão
contrariar a CF, o CTN e a lei em sentido estrito do respectivo ente tributante.

Pois bem. De acordo com o parágrafo único art. 194 em questão, até
mesmo os não contribuintes, imunes ou isentos estão sujeitos a fiscalização
tributária:

Art. 194 (...)

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Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às


pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que
gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal.

Atenção: o poder de fiscalizar não exclui nem mesmo as pessoas


imunes ou isentas, pois essas, apesar de estarem dispensadas do pagamento
do tributo (obrigação principal), continuam obrigadas ao cumprimento dos
deveres instrumentais (obrigações acessórias), e isso justifica a necessidade de
fiscalização.

O art. 195 do CTN contempla uma importantíssima regra, referente à


impossibilidade de limitação dos poderes do Estado-Fisco:

Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação


quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de
examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos
comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou
da obrigação destes de exibi-los.

A Súmula 439 do STF dispõe no mesmo sentido:

Súmula 439 do STF: “Estão sujeitos à fiscalização tributária ou


previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos
pontos objeto da investigação.”

Atenção: o contribuinte não pode ser furtar ou se negar à


fiscalização. O que ele pode fazer é combater os efeitos da fiscalização acaso
lhe sejam desfavoráveis.

O parágrafo único do art. 195 do CTN dispõe sobre o dever de


conservação dos livros e demais documentos fiscais:

Art. 195 (...)


Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e
fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão
conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários
decorrentes das operações a que se refiram.

Atenção: o prazo para a guarda não é, necessariamente, de somente


5 (cinco) anos, pois poderá ocorrer a suspensão ou interrupção da prescrição,
conforme vimos acima, o que consequentemente dilatará esse prazo.

O art. 196 do CTN dispõe, por sua vez, sobre a fixação do termo inicial
e final do procedimento de fiscalização:

Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a


quaisquer diligências de fiscalização lavrará os termos necessários

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para que se documente o início do procedimento, na forma da


legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão
daquelas.
Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão lavrados,
sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos; quando
lavrados em separado deles se entregará, à pessoa sujeita à
fiscalização, cópia autenticada pela autoridade a que se refere este
artigo.

A lavratura do Termo de Início de Ação Fiscal e sua ciência ao


contribuinte são as formalidades que dão início à fiscalização. Nesse documento
já deve ser indicado, pois, a data do término do procedimento (a ação fiscal já é
iniciada com a data para acabar).

Atenção: a ciência ao contribuinte acerca do Início da Ação Fiscal fixa


o momento até o qual é possível efetuar a denúncia espontânea de que trata o
artigo 138 do CTN e que já estudamos ao analisar as obrigações tributárias:

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da


infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido
e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela
autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de
apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada
após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de
fiscalização, relacionados com a infração.

Pois bem. O CTN impõe o dever a algumas pessoas (contribuintes e


terceiros) de prestar informações:

Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à


autoridade administrativa todas as informações de que disponham
com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros:
I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício;
II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais
instituições financeiras;
III - as empresas de administração de bens;
IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais;
V - os inventariantes;
VI - os síndicos, comissários e liquidatários;
VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em
razão de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.

Atenção: ao mesmo tempo em que impõe o dever de prestar


informações, o CTN também garante, de outro lado, o dever de sigilo em
relação a determinadas matérias a essas mesmas pessoas. Vejamos:

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Art. 197 (...)


Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a
prestação de informações quanto a fatos sobre os quais o informante
esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo,
ofício, função, ministério, atividade ou profissão.

De outro lado, o CTN também impõe o dever de sigilo fiscal por parte
da Administração Tributária. A Fazenda Pública tem, portanto, o dever de
guardar sigilo fiscal em relação à situação econômica ou financeira do sujeito
passivo ou de terceiros:

Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a


divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de
informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou
financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o
estado de seus negócios ou atividades. (Redação dada pela Lcp nº
104, de 10.1.2001)
(...)

Ocorre, porém, que o próprio CTN estipula algumas exceções ao


regime do sigilo fiscal fazendário. De acordo com o § 1º do art. 198 do CTN:

Art. 198 (...)


§ 1o Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos
no art. 199, os seguintes: (Redação dada pela Lcp nº 104, de
10.1.2001)
I – requisição de autoridade judiciária no interesse da
justiça; (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da
Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração
regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade
respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se
refere a informação, por prática de infração administrativa. (Incluído
pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

Ainda excepcionando o dever de sigilo, o § 2º do art. 198 prevê o


intercâmbio de informações fiscais:

Art. 198 (...)


§ 2o O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da
Administração Pública, será realizado mediante processo regularmente
instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade
solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure
a preservação do sigilo. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

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Contudo, a divulgação, pela Administração Tributária, de algumas


informações fiscais dos contribuintes não é considerada quebra de sigilo fiscal,
consoante § 3º do art. 198 do CTN.

Art. 198 (...)


§ 3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a: (Incluído
pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
I – representações fiscais para fins penais; (Incluído pela Lcp nº 104,
de 10.1.2001)
II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; (Incluído pela Lcp
nº 104, de 10.1.2001)
III – parcelamento ou moratória. (Incluído pela Lcp nº 104, de
10.1.2001)

Ainda sobre fiscalização tributária, o inciso XXII da Constituição


Federal prevê a possibilidade de assistência fazendária mútua, com a atuação
integrada das administrações tributárias:

Art. 37 (...)
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do
Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão
recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de
forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de
informações fiscais, na forma da lei ou convênio. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Em consonância com a Constituição Federal, o CTN garante a


prestação de mútua assistência entre as Administrações Tributárias no que
tange à permuta de informações:

Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a
fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na
forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou
convênio.
Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma estabelecida
em tratados, acordos ou convênios, poderá permutar informações com
Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de
tributos. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

Por fim, o art. 200 dispõe sobre o auxílio de força policial, que é uma
medida drástica para viabilizar a fiscalização:

Art. 200. As autoridades administrativas federais poderão requisitar o


auxílio da força pública federal, estadual ou municipal, e
reciprocamente, quando vítimas de embaraço ou desacato no exercício

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de suas funções, ou quando necessário à efetivação dê medida


prevista na legislação tributária, ainda que não se configure fato
definido em lei como crime ou contravenção.

Pois bem, como a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela


podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante
delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial (art. 5º, inciso XI, da CF/88), esse dispositivo não justifica a entrada
forçada, com o auxílio de força policial, nas dependências do estabelecimento
contribuinte (equiparado à residência), salvo se amparado em ordem judicial e
durante o dia.

O auxílio da força policial sem ordem judicial pode ser usado,


entretanto, em bloqueios de estradas, em caso de desacato etc., com finalidade
fiscalizatória.

3.2) Dívida Ativa Tributária

Dívida Ativa é o conjunto de débitos de pessoas jurídicas e físicas com


órgãos públicos Federais, Estaduais, Municipais ou distritais, referentes a
dívidas não pagas espontaneamente.

Essa dívida fica sujeita à inscrição num livro, denominado Livro da


Dívida Ativa, onde é lançada, por obvio, mediante escrituração, a referida
Dívida Ativa.

Antigamente isso era feito num livro físico, com suas folhas
numeradas e encadernadas, mas atualmente é feito num livro digital, ou seja,
num arquivo de computador.

No ato de inscrição é feito o controle da legalidade da dívida, pois são


conferidos todos os requisitos legais, sendo desnecessário, pois, noticiar ao
contribuinte acerca da inscrição.

Pois bem. De acordo com o CTN, Dívida Ativa é de natureza tributária,


proveniente de crédito tributário devidamente inscrito na repartição
competente:

Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito


dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa
competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela
lei ou por decisão final proferida em processo regular.
Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os
efeitos deste artigo, a liquidez do crédito.

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Porém, de acordo com o art. 2º da Lei de Execução Fiscal (Lei Federal


nº 6.830/80), a Dívida Ativa pode ter natureza tributária ou não tributária:

Art. 2º - Constitui Dívida Ativa da Fazenda Pública aquela definida


como tributária ou não tributária na Lei nº 4.320, de 17 de março de
1964, com as alterações posteriores, que estatui normas gerais de
direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

Portanto, atenção: estão sujeitos à inscrição em Dívida Ativa os


créditos tributários e não tributários inadimplidos.

O art. 202 do CTN dispõe sobre os requisitos legais do termo de


inscrição na Dívida Ativa:

Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela


autoridade competente, indicará obrigatoriamente:
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem
como, sempre que possível, o domicílio ou a residência de um e de
outros;
II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora
acrescidos;
III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a
disposição da lei em que seja fundado;
IV - a data em que foi inscrita;
V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se
originar o crédito.
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo,
a indicação do livro e da folha da inscrição.

A Dívida Ativa regularmente inscrita, isto é, com obediência de todas


as prescrições legais, goza das presunções de certeza e liquidez.

Portanto, a Certidão da Dívida Ativa goza das presunções de certeza e


liquidez, consoante art. 204 do CTN e 3º da Lei de Execução Fiscal:

Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza


e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída.
Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e
pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do
terceiro a que aproveite.

LEF: Art. 3º - A Dívida Ativa regularmente inscrita goza da presunção


de certeza e liquidez.
Parágrafo Único - A presunção a que se refere este artigo é relativa e
pode ser ilidida por prova inequívoca, a cargo do executado ou de
terceiro, a quem aproveite.

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Porém, conforme prescrevem os respectivos parágrafos únicos, a


presunção em questão é relativa, pois a Certidão de Dívida Ativa pode conter
algum vício, cabendo ao executado ou ao terceiro fazer a correspondente prova.

Como aquela presunção é relativa, se houver erro ou omissão quanto


a algum desses requisitos legais do art. 202, a inscrição na dívida ativa será
considerada nula:

Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo


anterior, ou o erro a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição
e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá ser
sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da
certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o
prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte
modificada.

No entanto, o dispositivo em questão prescreve que a nulidade poderá


ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da
certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo
para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada.

Atenção: em caso de emenda, deverá haver devolução do prazo para


defesa sobre a parte modificada.

A mesma previsão é encontrada no § 8º do art. 2º da Lei de execução


Fiscal:

LEF: Art. 2º (...)


§ 8º - Até a decisão de primeira instância, a Certidão de Dívida Ativa
poderá ser emendada ou substituída, assegurada ao executado a
devolução do prazo para embargos.
(...).

Atenção: na LEF não há a menção de que será devolvido ao devedor


o direito se se manifestar novamente só em relação à parte modificada, mas
deve-se aplicar o CTN.

Pois bem. Muito embora o texto legal admita a referida emenda, com
vistas a sanar vícios na Certidão da Dívida Ativa, a Jurisprudência vem
reafirmando que a substituição dessa certidão nos autos do Processo de
Execução Fiscal é permitida só até o momento em que for proferida decisão de
primeira instância, mas tão-somente quando se tratar de erro formal ou
material, e não em casos que impliquem alteração do próprio lançamento (REsp
826.927/BA , DJ de 08.05.06).

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Decisões nesse sentido motivaram, inclusive, a edição da Súmula 392


do STJ, segundo a qual:

STJ Súmula nº 392: “A Fazenda Pública pode substituir a certidão de


dívida ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando
se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a modificação
do sujeito passivo da execução.

Atenção, muita atenção: não se admite, portanto, a emenda da


Certidão da Dívida Ativa quando isso implicar em modificação do sujeito
passivo. Nesse caso o eventual processo de execução deve ser extinto.

Pois bem. Quando o débito estiver com a sua exigibilidade suspensa


por força de alguma das hipóteses previstas no art. 151 do CTN, quais sejam,
moratória, depósito do montante integral, reclamações e os recursos
tempestivos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário
administrativo, a concessão de medida liminar em mandado de segurança, a
concessão de medida liminar ou de tutela antecipada em outras espécies de
ação judicial ou o parcelamento, o Estado-Fisco fica impedido de inscrever o
crédito em Dívida Ativa.

3.3) Certidões Tributárias

O direito à obtenção de certidão é uma garantia constitucional:

Art. 5º (...)
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento
de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
(...)

No âmbito do Direito Tributário existem 3 (três) tipos de certidões:

i) Certidão Negativa de Débitos - CND;

ii) Certidão Positiva com Efeitos de Negativa – CPEND ou CPEN;

iii) Certidão Positiva de Débitos - CPD.

Pois bem. Diante da inexistência de débitos vencidos, o contribuinte


terá direito à expedição de uma “Certidão Negativa de Débitos”, conhecida
como “CND”.

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Contudo, mesmo que haja algum débito vencido e não pago, o art.
206 do CTN prevê a expedição de certidão com os mesmos efeitos da CND nos
seguintes casos:

Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a


certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso
de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja
exigibilidade esteja suspensa.

Nesse caso (do art. 206) a referida certidão é chamada de “Certidão


Positiva com Efeitos de Negativa”, também conhecida como “CPEND” ou
“CPEN”.

De acordo com o referido dispositivo, o contribuinte terá direito à


expedição de uma “Certidão Positiva com Efeitos de Negativa” quando:

i) constar a existência de créditos não vencidos: de fato, se a data de


vencimento do tributo ainda não ocorreu, significa que ele ainda
não exigível, e se não é exigível significa, por consequência, que o
contribuinte não está em mora relativamente a tal débito, tendo
direito à certidão;

ii) estiver em curso de cobrança executiva em que tenha sido


efetivada a penhora: se o débito existente já está sendo cobrado
em execução fiscal e se já houve a penhora de bens, significa que
a dívida está garantida, e por isso o legislador optou em fornecer a
referida certidão, mas – atenção – desde que tenha sido realizada
a penhora (se houver execução sem penhora, não há direito à
certidão);

iii) estiver com sua exigibilidade suspensa por força de alguma das
hipóteses previstas no art. 151 do CTN, quais sejam: moratória,
depósito do montante integral, reclamações e os recursos
tempestivos, nos termos das leis reguladoras do processo
tributário administrativo, a concessão de medida liminar em
mandado de segurança, a concessão de medida liminar ou de
tutela antecipada em outras espécies de ação judicial ou o
parcelamento.

Atenção: a “Certidão Positiva com Efeitos de Negativa” tem os


mesmos efeitos jurídicos da “Certidão Negativa de Débitos”. Assim, com uma
“Certidão Positiva com Efeitos de Negativa” o contribuinte poderá praticar, em
regra, qualquer ato para o qual é exigida uma “Certidão Negativa de Débitos”.
Nesses dois casos diz-se que o contribuinte possui uma certidão de regularidade
fiscal.

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Atenção: acaso o contribuinte possua débitos vencidos, em curso de


cobrança executiva sem penhora ou cuja exigibilidade não esteja suspensa, sua
certidão será emitida como “Certidão Positiva de Débitos”, ou “CPD”, o que
vedará a prática de determinados atos.

Assim, será negada a Certidão Negativa inclusive se os créditos


tiverem sido constituídos pelo próprio contribuinte, por meio de
“autolançamento” ou lançamento por homologação, e não pagos no prazo de
seu vencimento.

Nesse sentido, a importantíssima Súmula nº 446 do STJ:

Súmula 446 do STJ: “Declarado e não pago o débito tributário pelo


contribuinte, é legítima a recusa de expedição de certidão negativa ou
positiva com efeito de negativa.”

A lei pode exigir, efetivamente, a prova de quitação de tributos para a


prática de determinados atos:

Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado


tributo, quando exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à
vista de requerimento do interessado, que contenha todas as
informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal
e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o
pedido.

De acordo com o CTN, é exigida a apresentação de certidão de


regularidade fiscal para os seguintes atos:

Para a declaração de extinção das obrigações do falido:

Art. 191. A extinção das obrigações do falido requer prova de quitação


de todos os tributos. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

Essa prova é feita mediante a apresentação de uma certidão negativa


(CND), não sendo possível a apresentação da certidão positiva com efeito de
negativa (CPEN).

Para concessão de recuperação judicial:

Art. 191-A. A concessão de recuperação judicial depende da


apresentação da prova de quitação de todos os tributos, observado o
disposto nos arts. 151, 205 e 206 desta Lei. (Incluído pela Lcp nº 118,
de 2005)

Atenção: a Lei de Falências (Lei Federal nº 11.101/2005) dispensou


essa exigência:

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Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta


Lei, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, no
mesmo ato:
(...)
II – determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas
para que o devedor exerça suas atividades, exceto para contratação
com o Poder Público ou para recebimento de benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, observando o disposto no art. 69 desta Lei;
(...)

Para que seja proferida sentença de partilha ou adjudicação de bens:

Art. 192. Nenhuma sentença de julgamento de partilha ou adjudicação


será proferida sem prova da quitação de todos os tributos relativos
aos bens do espólio, ou às suas rendas.

Para contratar ou para que possa ser aceita proposta em concorrência


pública, isto é, para a participação em licitações:

Art. 193. Salvo quando expressamente autorizado por lei, nenhum


departamento da administração pública da União, dos Estados, do
Distrito Federal, ou dos Municípios, ou sua autarquia, celebrará
contrato ou aceitará proposta em concorrência pública sem que o
contratante ou proponente faça prova da quitação de todos os tributos
devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em cujo
exercício contrata ou concorre.

Para que seja autorizada a alienação em processos de falência,


recuperação, liquidação, inventário, arrolamento ou concurso de credores, nos
termos do art. 31 da Lei Federal nº 6.830/80 – Lei de Execução Fiscal:

Art. 31 - Nos processos de falência, concordata, liquidação, inventário,


arrolamento ou concurso de credores, nenhuma alienação será
judicialmente autorizada sem a prova de quitação da Dívida Ativa ou a
concordância da Fazenda Pública.

Mas atenção: será dispensada a apresentação de prova de quitação


de tributo – isto é, de certidão de regularidade fiscal, que é a negativa ou
positiva com efeito de negativa – quando necessário a evitar a caducidade de
direito:

Art. 207. Independentemente de disposição legal permissiva, será


dispensada a prova de quitação de tributos, ou o seu suprimento,
quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a
caducidade de direito, respondendo, porém, todos os participantes no
ato pelo tributo porventura devido, juros de mora e penalidades

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cabíveis, exceto as relativas a infrações cuja responsabilidade seja


pessoal ao infrator.

Apesar da previsão legal em questão, não se observa, na realidade, a


prática de qualquer ato para o qual se exija certidão sem a sua apresentação!

O servidor público que expedir a certidão é pessoalmente responsável,


no âmbito funcional e criminal, pelas informações fornecidas:

Art. 208. A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que


contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente
o funcionário que a expedir, pelo crédito tributário e juros de mora
acrescidos.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a responsabilidade
criminal e funcional que no caso couber.

Por fim, de acordo com o parágrafo único do art. 205 do CTN, a


certidão tributária, nas suas três modalidades, deve ser expedida em até 10
(dez) dias da data do requerimento:

Art. 205 (...)


Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos
em que tenha sido requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias
da data da entrada do requerimento na repartição.

Atenção: o prazo em questão é o mesmo para a emissão dos 3 (três)


tipos de certidão acima vistas: Certidão Negativa de Débitos; Certidão Positiva
com Efeitos de Negativa; ou Certidão Positiva de Débitos.

QUESTÕES DA OAB

1) XXIV EXAME UNIFICADO DA OAB/FGV. O Estado A ajuizou execução


fiscal em face da pessoa jurídica B, com o objetivo de cobrar crédito referente
ao Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).
Nesse sentido, requereu, em sua petição inicial, que, após a citação, fosse
determinada a imediata indisponibilidade de bens e direitos da contribuinte.
Nesse caso, o juiz deve indeferir o pedido, porque a decretação da
indisponibilidade de bens e direitos:
A) Ocorre somente após o insucesso do pedido de contrição sobre ativos
financeiros, embora desnecessária qualquer outra providência.
B) Ocorre somente após a expedição de ofícios aos registros públicos do
domicílio do executado, embora desnecessária qualquer outra providência.
C) Ocorre somente após o exaurimento das diligências na busca de bens
penhoráveis.
D) É impossível durante a execução fiscal.

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2) XXIII EXAME UNIFICADO DA OAB/FGV. O Estado E publicou a Lei nº


123, instituindo anistia relativa às infrações cometidas em determinada região
de seu território, em função de condições a ela peculiares. Diante desse fato, o
contribuinte C apresentou requerimento para a concessão da anistia,
comprovando o preenchimento das condições e o cumprimento dos requisitos
previstos em lei. Efetivada a anistia por despacho da autoridade administrativa,
verificou-se o descumprimento, por parte do contribuinte, das condições
estabelecidas em lei, gerando a revogação da anistia de ofício. Diante da
situação apresentada, assinale a afirmativa correta.
A) A anistia instituída pela Lei nº 123 é inviável, pois a anistia deve abranger
todo o território da entidade tributante.
B) Não é possível a revogação da anistia, pois o preenchimento das condições e
o cumprimento dos requisitos previstos em lei, por parte do contribuinte, geram
direito adquirido.
C) A anistia instituída pela Lei nº 123 é inviável, pois a anistia somente pode
ser concedida em caráter geral.
D) É possível a revogação da anistia, pois o despacho da autoridade
administrativa efetivando a anistia não gera direito adquirido.

3) XIX EXAME UNIFICADO DA OAB/FGV. A falência da sociedade XYZ Ltda.


foi decretada em 5/6/2014. Nessa data, a pessoa jurídica já possuía dois
imóveis hipotecados para garantia de dívidas diversas. A União tem créditos
tributários a receber da sociedade, inscritos em dívida ativa em abril de 2013.
Baseado nos fatos narrados, assinale a afirmativa correta.
A) A União tem direito de preferência sobre todo e qualquer credor, porque o
crédito tributário foi inscrito em dívida ativa antes da decretação da falência.
B) A União tem direito de preferência sobre os credores com garantia real, pois
o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o
tempo de sua constituição.
C) A União tem de respeitar a preferência dos credores hipotecários, no limite
do valor dos bens gravados.
D) A União tem de respeitar a preferência dos credores hipotecários, no limite
do valor das dívidas garantidas pelas hipotecas.

4) XVIII EXAME UNIFICADO DA OAB/FGV. Prefeito de um determinado


município resolveu conceder isenção de IPTU, por 10 (dez) anos, a proprietários
de imóveis que sejam portadores de deficiência e que realizem investimento
nas condições de acessibilidade de suas propriedades. Com base na situação
apresentada, assinale a afirmativa correta.
A) É possível que o município institua a isenção por meio de decreto.
B) Tal isenção constitui caso de suspensão da exigibilidade daqueles créditos
tributários.
C) Somente por meio de lei específica municipal pode ser concedida isenção de
IPTU.
D) A isenção concedida em função de determinadas condições, como é o caso,
pode ser revogada a qualquer tempo.

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5) XXIII EXAME UNIFICADO DA OAB/FGV. A massa falida X possui (i)


débitos tributários vencidos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços – ICMS; (ii) débitos decorrentes da legislação do trabalho, no valor de
30 salários mínimos; (iii) débitos com os sócios da massa falida X; e (iv)
remuneração devida ao administrador da massa. Em tal quadro, assinale a
afirmativa correta.
A) O débito de natureza tributária será pago em primeiro lugar.
B) O débito de natureza tributária será pago em segundo lugar.
C) O débito de natureza tributária será pago em terceiro lugar.
D) O débito de natureza tributária será pago em quarto lugar.

6) XVII EXAME UNIFICADO DA OAB/FGV. Após ser intimada da lavratura


de um auto de infração visando à cobrança da Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (COFINS) dos últimos cinco anos, a pessoa
jurídica XYZ Participações Ltda. verificou que o tributo não era devido e
ofereceu impugnação ao auto de infração. Como irá participar de uma licitação,
a pessoa jurídica em questão irá precisar de certidão de regularidade fiscal – no
caso, Certidão Positiva de Débito com Efeito de Negativa (CPD-EN). Na
hipótese, considerando que o contribuinte não possui outros débitos, assinale a
afirmativa correta.
A) A impugnação ao auto de infração exclui o crédito tributário, sendo possível
a emissão da CPD-EN.
B) A impugnação ao auto de infração, sem o pagamento do crédito, impede a
emissão da CPD-EN.
C) A pessoa jurídica XYZ Participações Ltda. somente terá direito à CPD-EN caso
realize o depósito do montante integral.
D) A impugnação ao auto de infração suspende a exigibilidade do crédito, sendo
possível a emissão da CPD-EN.

7) XVII EXAME UNIFICADO DA OAB/FGV. A pessoa jurídica X foi


contemplada com isenção do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial
Urbana (IPTU) do imóvel utilizado para suas atividades comerciais. A referida
isenção foi concedida pelo prazo de 5 (cinco) anos e sob a condição de que o
imóvel seja utilizado para a produção de artesanato regional. Com base no caso
apresentado, sobre a referida isenção assinale a opção correta.
A) Poderá ser suprimida por lei, a qualquer tempo, ainda que o contribuinte
atenda à condição de utilizar o imóvel para a produção de artesanato regional.
B) Não poderá ser suprimida no prazo de 5 (cinco) anos, caso o contribuinte
cumpra a condição de utilizar o imóvel para a produção de artesanato regional.
C) Não poderá ser suprimida no prazo de 5 (cinco) anos, ainda que o
contribuinte utilize o imóvel para a realização de atividades comerciais diversas
da produção de artesanato regional.
D) Poderá ser suprimida por decreto, a qualquer tempo, ainda que o
contribuinte cumpra a condição de utilizar o imóvel para a produção de
artesanato regional.

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8) XVI EXAME UNIFICADO DA OAB/FGV. Uma obrigação tributária referente


ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) teve seu fato
gerador ocorrido em 1º de junho de 2012. O débito foi objeto de lançamento
em 21 de janeiro de 2014. A inscrição em dívida ativa ocorreu em 02 de junho
de 2014. A execução fiscal foi ajuizada em 21 de outubro de 2014 e, em 02 de
março de 2015, o juiz proferiu despacho citatório nos autos da execução fiscal.
Considerando que o contribuinte devedor alienou todos os seus bens sem
reservar montante suficiente para o pagamento do tributo devido, assinale a
opção que indica o marco temporal, segundo o CTN, caracterizador da fraude à
execução fiscal, em termos de data de alienação.
A) 21 de janeiro de 2014
B) 02 de junho de 2014
C) 02 de março de 2015
D) 21 de outubro de 2014

9) XVI EXAME UNIFICADO DA OAB/FGV. A União concedeu isenção, pelo


prazo de cinco Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
(COFINS) para as indústrias de veículos automotores terrestres que
cumprissem determinadas condições. Sobre a isenção tributária, é possível
afirmar que
A) as indústrias de aviação podem requerer a benefício, pois a norma que
concede isenção deve ser interpretada extensivamente.
B) a União poderá, a qualquer tempo, revogar ou modificar a isenção
concedida.
C) a isenção da COFINS pode ser concedida mediante decreto, desde que a
norma seja específica.
D) as indústrias de veículos automotores terrestres não estão dispensadas do
cumprimento das obrigações acessórias, pois elas são independentes da
existência da obrigação principal.

10) XIV EXAME UNIFICADO DA OAB/FGV. Presume-se fraudulenta a


alienação ou oneração de bens ou rendas por sujeito passivo em débito para
com a Fazenda Pública:
A) por crédito tributário ainda não inscrito em dívida ativa, desde que não
tenham sido reservados pelo devedor bens ou rendas suficientes ao total
pagamento da dívida.
B) por crédito tributário regularmente inscrito em dívida ativa, desde que não
tenham sido reservados pelo devedor bens ou rendas suficientes ao total
pagamento da dívida inscrita.
C) por crédito tributário regularmente inscrito em dívida ativa, mesmo que
tenham sido reservados pelo devedor bens ou rendas suficientes ao total
pagamento da dívida inscrita.
D) por crédito tributário ainda não inscrito em dívida ativa, objeto de
impugnação administrativa oferecida pelo contribuinte.

11) IX EXAME UNIFICADO DA OAB/FGV. De acordo com as regras contidas


no Código Tributário Nacional, considera-se fraude à execução fiscal:

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A) a alienação dos direitos reais do patrimônio do devedor, efetivada a qualquer


tempo, para terceiro de má-fé.
B) a alienação do patrimônio do devedor, feita após ciência inequívoca da
regular inscrição de crédito da Fazenda contra si constituído.
C) a aquisição, de má-fé, por terceiro, de parte do patrimônio devedor,
refletindo tal situação presunção absoluta de fraude.
D) a alienação de qualquer parcela do patrimônio do devedor, mesmo que feita
a terceiro de boa-fé, após notificação do lançamento fiscal.

12) VI EXAME UNIFICADO DA OAB/FGV. Fulano de Araújo, proprietário de


um único imóvel em que reside com sua esposa, no Município do Rio de Janeiro,
é réu em ação de execução fiscal promovida pela Fazenda Pública Municipal por
falta de pagamento do IPTU. Tendo em vista as disposições gerais contidas no
Código Tributário Nacional acerca do crédito tributário, assinale a alternativa
correta.
A) O imóvel residencial próprio do casal é impenhorável, não devendo
responder por qualquer tipo de dívida.
B) Os bens e rendas do sujeito passivo respondem pelo pagamento de todo
crédito de natureza tributária, sem comportar exceções.
C) Bens gravados por ônus real ou por cláusulas de inalienabilidade não podem
ser alcançados para saldar dívidas tributárias.
D) A impenhorabilidade do bem de família não é oponível em face da cobrança
do Imposto Predial Territorial Urbano.

13) VI EXAME UNIFICADO DA OAB/FGV (REAPLICADO/DUQUE DE


CAXIAS/RJ). Em cumprimento de diligência na sede da gráfica Impressões
Beta, empresa beneficiária de imunidade quanto aos impostos incidentes sobre
sua atividade de impressão de periódicos, fiscais da Fazenda Estadual
apreenderam notas e livros fiscais, sem terem apresentado mandado judicial
com a previsão da medida. Com base no cenário acima, assinale a alternativa
correta no que tange à conduta dos agentes do Fisco.
A) A ação não apresenta qualquer ilegalidade, conformando ato regular de
fiscalização, representando um poder-dever da Administração.
B) A ação é ilegal, pois a legislação que rege a fiscalização tributária não se
aplica àqueles que gozam de imunidade tributária.
C) A ação é ilegal, pois, para o cumprimento da diligência, era imprescindível a
apresentação de mandado judicial.
D) A ação não apresenta qualquer ilegalidade, já que a função de fiscalização é
ilimitada, tendo em vista a supremacia do interesse público.

14) II EXAME UNIFICADO DA OAB/FGV. Vera e Mara são contribuintes


obrigados, solidariamente, por lei, a pagar, mensalmente, certo tributo. Em
determinado mês, foi publicada lei que isentou do imposto, pessoalmente, as
pessoas que sofriam de certa enfermidade, da qual Vera é portadora. Nessa
situação hipotética:
A) A isenção concedida a Vera exonera integralmente Mara de sua obrigação.

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B) A isenção concedida a Vera não exonera Mara, restando a este a obrigação


pelo saldo remanescente.
C) A isenção dada a Vera não exonera Mara, restando a este a obrigação
integral.
D) A referida lei é inconstitucional, dada a impossibilidade de concessão de
isenção pessoal em caso de solidariedade de obrigados.

15) Exame de Ordem/2009. Assinale a opção correta no que se refere à


exclusão de crédito tributário.
A) A isenção concedida por prazo certo e em função de determinadas condições
poderá ser revogada ou modificada por lei.
B) A anistia não pode ser concedida em caráter geral.
C) A lei tributária que concede isenção deve ser interpretada restritivamente.
D) A anistia dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da
obrigação principal.

16) Exame de Ordem/2008. Promove a extinção do crédito tributário relativo


a imposto devido por contribuinte:
A) O depósito do montante integral da dívida, se efetuado em ação promovida
pelo contribuinte.
B) O advento de lei que crie isenção relativa ao referido imposto.
C) O advento de lei que estabeleça anistia relativa ao referido imposto.
D) A conversão, caso sobrevenha, de depósito em renda pública.

17) Exame de Ordem/2008. A alienação do patrimônio por parte do devedor


com débitos perante a Fazenda Pública não pode ser anulada. À luz do Código
Tributário Nacional, a afirmativa acima:
A) Não é verdadeira, pois a Fazenda Pública pode pleitear a anulação da
alienação do patrimônio efetuada a partir da inscrição dos débitos em dívida
ativa, desde que o devedor não tenha outros bens que possam satisfazer o
pagamento total do débito.
B) Não é verdadeira, pois a Fazenda Pública pode pleitear a anulação da
alienação do patrimônio efetuada desde a ocorrência do fato gerador que
ensejou o débito.
C) É verdadeira, pois a Fazenda Pública não pode pleitear a anulação da
alienação do patrimônio efetuada pelo devedor, em razão da ausência de
previsão no Código Tributário Nacional.
D) É verdadeira, pois a Fazenda Pública não pode pleitear a anulação da
alienação do patrimônio efetuada pelo devedor, haja vista que a dívida ativa
regularmente inscrita não traz a presunção de sua certeza e liquidez.

18) Exame de Ordem/2007. Analise as proposições nos termos do Código


Tributário Nacional:
I) A restituição de tributos que comportem transferência do respectivo encargo
financeiro somente será feita a quem provar haver assumido referido encargo
ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente
autorizado a recebê-la.

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II) Em caso de revogação de moratória anteriormente concedida em caráter


individual, o tempo decorrido entre a concessão e a revogação não se computa
para efeito da prescrição do direito à cobrança do crédito se restar configurado
dolo ou simulação.
III) Há dever legal de conservação dos livros obrigatórios de escrituração
comercial e fiscal, bem como os comprovantes dos lançamentos neles
efetuados, pelo sujeito passivo das respectivas obrigações tributárias,
independentemente de já ter ocorrido a prescrição dos créditos tributários
decorrentes das operações a que se refiram.
Quanto às proposições, pode-se afirmar que:
A) Todas estão corretas.
B) Estão corretas apenas I e II.
C) Estão incorretas I e III.
D) Estão incorretas II e III.

19) Exame de Ordem/2007. A nulidade de inscrição da dívida ativa,


decorrente da omissão de dados que dela deveriam obrigatoriamente dela
constar:
A) Pode ser sanada até a prolação da decisão de primeiro grau.
B) Pode ser sanada em qualquer fase processual.
C) É insanável.
D) Pode ser sanada, desde que no prazo da impugnação dos embargos da
execução fiscal.

20) Exame de Ordem/2007. Não será expedida a certidão positiva de débitos


com efeitos de negativa quando:
A) Os débitos forem objeto de execução fiscal na qual foi apresentada apenas
exceção de pré-executividade.
B) O auto de infração que constitui o crédito tributário for impugnado pelo
contribuinte, nos termos das leis reguladoras do processo administrativo
tributário.
C) Os débitos estiverem incluídos no parcelamento.
D) O contribuinte tiver efetuado o depósito do montante integral dos débitos.

21) Exame de Ordem/2007. A nulidade de inscrição da dívida ativa,


decorrente da omissão de dados que dela deveriam obrigatoriamente dela
constar:
A) Pode ser sanada até a prolação da decisão de primeiro grau.
B) Pode ser sanada em qualquer fase processual.
C) É insanável.
D) Pode ser sanada, desde que no prazo da impugnação dos embargos da
execução fiscal.

22) Exame de Ordem/2007. Com relação ao exato significado (inclusive em


função do julgamento pelo STF) do termo “isenção”, constante do art. 195, §
7º, da CF, que dispõe: “São isentas de contribuição para a seguridade social as

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entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências


estabelecidas em lei”, pode-se afirmar que:
A) Se trata efetivamente do instituto da isenção.
B) Se refere à hipótese de não-incidência.
C) Se trata de imunidade constitucional.
D) Se refere à isenção condicionada.

23) Exame de Ordem/2007. Por não ter atingindo renda superior ao limite
de isenção previsto em lei, um contribuinte deixou de apresentar a declaração
de ajuste anual do imposto de renda de pessoa física. A atitude do contribuinte
em apreço foi:
A) Correta, tendo em vista que a isenção de pagamento do tributo dispensa o
cumprimento da obrigação acessória.
B) Correta, tendo em vista que a exigência da obrigação acessória só faz
sentido nos casos de pagamento devido.
C) Incorreta, embora não caiba aplicação de penalidade, tendo em vista a
inexistência de base para cálculo.
D) Incorreta, uma vez que a dispensa da obrigação principal não o exime do
cumprimento da obrigação acessória.

24) Exame de Ordem/2007. A isenção de tributos concedida por lei estadual


pelo prazo de três anos, beneficiando contribuintes que comprovem preencher
certas condições nela estabelecidas:
A) Não pode ser revogada, ainda que por lei de idêntica hierarquia ou de
hierarquia superior, antes de transcorrido o prazo previsto.
B) Pode ser revogada a qualquer tempo, tendo em vista considerações de
oportunidade e conveniência da autoridade fiscal.
C) Só pode ser revogada antes do prazo previsto de três anos por lei
complementar especificamente editada para esse fim.
D) Conforme autoriza o CTN, pode ser revogada, a qualquer tempo, por lei de
hierarquia superior àquela que concedeu a isenção.

25) Exame de Ordem/2007. O taxista João recebeu do fisco estadual uma


correspondência na qual lhe foi informado que, mesmo tendo ocorrido o fato
gerador do IPVA, ele não precisaria pagar o tributo, uma vez que fora aprovada
uma lei, pela respectiva assembleia legislativa, que excluía o crédito tributário
dos taxistas, relativamente ao IPVA. Nessa situação hipotética, pode-se dizer
que a citada lei estabeleceu uma:
A) Isenção.
B) Anistia.
C) Remissão.
D) Transação.

26) Exame de Ordem/2006. O Governador do Estado edita Decreto


concedendo isenção de determinado imposto para contribuintes que atuam no
ramo do comércio de alimentos. Sobre a referida isenção pode-se afirmar,
segundo a legislação tributária, que:

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A) É Regular porquanto preenche todos os requisitos exigidos pelo Código


Tributário.
B) É Irregular porquanto somente a lei pode estabelecer as hipóteses de
exclusão do crédito tributário.
C) É Regular uma vez que segundo a Constituição da República cabe ao
Governador do Estado dispor sobre os tributos de sua competência.
D) A análise de sua regularidade dependerá do disposto na Constituição do
Estado.

27) Exame de Ordem/2006. Assinale a alternativa incorreta:


A) A isenção exclui o crédito tributário.
B) A isenção é concedida por lei.
C) A exclusão do crédito tributário também dispensa o cumprimento das
obrigações acessórias, dependentes da obrigação principal.
D) A Anistia exclui o crédito tributário.

28) Exame de Ordem/2006. Consoante o Código Tributário Nacional é


CORRETO afirmar a respeito da isenção:
A) É modalidade de suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
B) Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, a isenção extingue o
crédito tributário de forma integral.
C) A isenção afasta o cumprimento da obrigação acessória.
D) A isenção é modalidade de exclusão do crédito tributário, sendo uma forma
de dispensa legal do pagamento do tributo.

29) Exame de Ordem/2006. A norma que cria isenção de um tributo deve


ser interpretada da seguinte forma:
A) De forma ampla, podendo alterar conceitos do direito privado.
B) De forma literal, não podendo alterar conceitos do direito privado.
C) De forma literal, podendo alterar conceitos do direito privado.
D) De forma ampla, não podendo alterar conceitos do direito privado.

30) Exame de Ordem/2006. Para cobrança de crédito não-tributário da


Fazenda Pública, inscrito na dívida ativa, a ação cabível é:
A) A medida cautelar fiscal.
B) A execução fiscal.
C) A ação ordinária de cobrança.
D) A ação sumaríssima.

31) Exame de Ordem/2006). Assinale a alternativa incorreta:


A) Tem os mesmos efeitos da certidão negativa a certidão de que conste a
existência de créditos não-vencidos, em curso de cobrança executiva, que
tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.
B) A responsabilidade por infrações é excluída pela denúncia espontânea da
infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos
juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade
administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.

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C) Compete privativamente à autoridade administrativa: constituir o crédito


tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo
tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente;
determinar a matéria tributável; calcular o montante do tributo devido;
identificar o sujeito passivo; e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade
cabível.
D) O Código Tributário Nacional permite, em algumas hipóteses, a
compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação
judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão
judicial.

32) Exame de Ordem/2005. O Código Tributário Nacional prevê que a lei


poderá autorizar a autoridade administrativa a conceder remissão ou anistia do
crédito tributário mediante despacho devidamente fundamentado, que deverá
levar em conta os seguintes aspectos, exceto:
A) A situação econômica do sujeito passivo.
B) A extrafiscalidade, visando a privilegiar um determinado segmento do setor
produtivo.
C) A condição econômica de uma determinada região do território da entidade
tributante.
D) O valor diminuto do crédito tributário.

33) Exame de Ordem/2004. A inscrição de determinado crédito tributário na


dívida ativa:
A) É o ato administrativo que aperfeiçoa definitivamente a sua constituição.
B) É ato discricionário, não sujeito a controle judicial.
C) Torna-o líquido e certo, ainda que não exigível.
D) É requisito para sua exigência judicial.

34) Exame de Ordem/2003. O título executivo para cobrança da dívida ativa


da União, dos Estados, do Distrito Federal e respectivas Autarquias é:
A) A Nota de Lançamento de Crédito Tributário;
B) A Nota de Débito;
C) O Auto de Infração;
D) A Certidão de Dívida Ativa.

35) Exame de Ordem/2003. São modalidades de extinção do crédito


tributário:
A) A remissão e a conversão do depósito em renda.
B) A anistia e o pagamento.
C) A imunidade e a não-incidência.
D) A isenção e a moratória.

36) Exame de Ordem/2002. Toda vez que a Constituição Federal estabelece


que determinado imposto “não incide” é correto afirmar que estamos diante de
um caso de:
A) Imunidade.

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