PRIMEIRA FASE
Aula 06 - Prof. Rodrigo Martins
1.1) A Isenção
Pois bem. Nos termos do art. 177, II, do CTN, a lei concessiva de
isenção também não pode alcançar os tributos instituídos posteriormente à sua
instituição:
Por exemplo: uma lei da União que conceda isenção de ITR a todos
os imóveis situados em área de proteção ambiental.
Essa regra, que se aplica somente aos tributos lançados por período
certo de tempo, como o IPTU, ITR etc., se aplica às isenções concedidas em
caráter individual. Segundo a regra, os pedidos de reconhecimento da isenção
devem ser renovados antes da ocorrência do próximo fato gerador. A
continuidade do preenchimento das condições deve ser comprovada
periodicamente.
1.2) A anistia
Pois bem. Com base nos artigos 150, § 6º, da Constituição Federal e
nos artigos 97, inciso VI, e 111 do CTN, aplicam-se à anistia todas aquelas
regras aplicáveis à isenção quanto ao Princípio da Legalidade, necessidade de
lei específica, interpretação restritiva etc.
QUADRO SINÓTICO
ISENÇÃO ANISTIA
Dispensa: tributo Dispensa: multa
Abrange fato gerador posterior à lei Abrange fato gerador anteriores à lei
(para frente) (para trás)
A não incidência configura-se, por fim, por ser uma situação em que a
regra jurídica de tributação não existe, como, por exemplo, sobre o ato de
“respirar”. Não há verbo e complemento previsto em norma tributária
determinando o pagamento de tributo sobre o ato de respirar, não havendo,
assim, incidência tributária.
i) a citação do devedor;
iii) o não oferecimento de bens à penhora (acaso não pague após ser
regularmente citado);
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for
sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos
decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho.
(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
i) da legislação do trabalho; ou
Ocorre que para bem entender o artigo 186 do CTN, temos que nos
dirigir à Lei de Falências (Lei Federal nº 11.101/05), pois é ela quem nos dá os
conceitos necessários à compressão deste artigo. Vejamos:
O caput do art. 188 dispõe, por sua vez, sobre os créditos tributários
extraconcursais, prescrevendo que:
Nesse caso, exige-se prova de quitação dos tributos relativos aos bens
do espólio, ou suas rendas.
3) DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
Pois bem. De acordo com o parágrafo único art. 194 em questão, até
mesmo os não contribuintes, imunes ou isentos estão sujeitos a fiscalização
tributária:
O art. 196 do CTN dispõe, por sua vez, sobre a fixação do termo inicial
e final do procedimento de fiscalização:
De outro lado, o CTN também impõe o dever de sigilo fiscal por parte
da Administração Tributária. A Fazenda Pública tem, portanto, o dever de
guardar sigilo fiscal em relação à situação econômica ou financeira do sujeito
passivo ou de terceiros:
Art. 37 (...)
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do
Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão
recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de
forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de
informações fiscais, na forma da lei ou convênio. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Por fim, o art. 200 dispõe sobre o auxílio de força policial, que é uma
medida drástica para viabilizar a fiscalização:
Antigamente isso era feito num livro físico, com suas folhas
numeradas e encadernadas, mas atualmente é feito num livro digital, ou seja,
num arquivo de computador.
Pois bem. Muito embora o texto legal admita a referida emenda, com
vistas a sanar vícios na Certidão da Dívida Ativa, a Jurisprudência vem
reafirmando que a substituição dessa certidão nos autos do Processo de
Execução Fiscal é permitida só até o momento em que for proferida decisão de
primeira instância, mas tão-somente quando se tratar de erro formal ou
material, e não em casos que impliquem alteração do próprio lançamento (REsp
826.927/BA , DJ de 08.05.06).
Art. 5º (...)
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento
de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
(...)
Contudo, mesmo que haja algum débito vencido e não pago, o art.
206 do CTN prevê a expedição de certidão com os mesmos efeitos da CND nos
seguintes casos:
iii) estiver com sua exigibilidade suspensa por força de alguma das
hipóteses previstas no art. 151 do CTN, quais sejam: moratória,
depósito do montante integral, reclamações e os recursos
tempestivos, nos termos das leis reguladoras do processo
tributário administrativo, a concessão de medida liminar em
mandado de segurança, a concessão de medida liminar ou de
tutela antecipada em outras espécies de ação judicial ou o
parcelamento.
QUESTÕES DA OAB
23) Exame de Ordem/2007. Por não ter atingindo renda superior ao limite
de isenção previsto em lei, um contribuinte deixou de apresentar a declaração
de ajuste anual do imposto de renda de pessoa física. A atitude do contribuinte
em apreço foi:
A) Correta, tendo em vista que a isenção de pagamento do tributo dispensa o
cumprimento da obrigação acessória.
B) Correta, tendo em vista que a exigência da obrigação acessória só faz
sentido nos casos de pagamento devido.
C) Incorreta, embora não caiba aplicação de penalidade, tendo em vista a
inexistência de base para cálculo.
D) Incorreta, uma vez que a dispensa da obrigação principal não o exime do
cumprimento da obrigação acessória.