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AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DE POLIPROPILENO

MOÍDO EM ARGAMASSAS COMO SUBSTITUIÇÃO PARCIAL À AREIA


POTENTIAL’S EVALUATION OF USING GROUND POLYPROPYLENE IN MORTARS AS
A PARTIAL SUBSTITUTION TO SAND

Alves, Andressa Fátima (1); Biscouto, Giulia Cristine Quint Seronato (2); Artigas, Laila Valduga (3).

(1) Aluna, Universidade Federal do Paraná.


(2) Aluna, Universidade Federal do Paraná.
(3) Professora Doutora, Departamento de Construção Civil – UFPR.
Centro Politécnico – Jardim das Américas – Bloco III. Caixa Postal 19.011. CEP 81531-980 –
Curitiba – PR.

Resumo
A preocupação com a redução de custos na Construção Civil aliado à importância em se preservar recursos
naturais traz à tona a necessidade em se buscar novas tecnologias para área de Engenharia Civil. Tendo
isso em vista, buscou-se nesse trabalho analisar a viabilidade em substituir parte da areia de argamassas
por polipropileno moído, sendo este refugo de indústria de reciclagem plástica. Primeiramente foi
estabelecido um traço em volume de 1:2:9, três teores de PP na mistura (2,5 %, 5,0 % e 7,5 %) e relação
a/m.s. igual a 0,19. Após ensaios de granulometria e de massa unitária do polipropileno, de tração na flexão
e compressão, de módulo de elasticidade dinâmico e de consistência para as argamassas, viu-se a
necessidade de encontrar um teor ótimo de polipropileno que tornasse viável à substituição por parte da
areia. Esse teor foi encontrado por meio de substituição em porcentagens em massa, retirando-se areia e
colocando polipropileno em seu lugar, até que a curva granulométrica da mistura ficasse dentro dos limites
da zona ótima. O teor encontrado foi de 35 % PP e 65 % areia, com relação a/m.s. igual a 0,32. Então foram
realizados ensaios de módulo de elasticidade dinâmico, de desempenho acústico e comparativo de custos.
Nos ensaios de resistência mecânica os melhores resultados foram obtidos para o traço de 15 % PP. O
Módulo de Elasticidade teve decréscimo ao se aumentar o teor de PP, com exceção do traço 15 % PP. No
desempenho acústico, o traço com PP obteve melhores resultados. E na análise de custos, houve redução
de 17,83 % no valor da argamassa quando utilizado o traço 35 % PP (a/m.s. igual a 0,32). A análise dos
resultados obtidos nos permite concluir que a substituição da areia natural por polipropileno moído é viável
para a produção de argamassas.
Palavra-Chave: Polipropileno, Resíduos, Argamassas, Propriedades Mecânicas.
Abstract
The concern with cost reduction in the Construction Industry associated to the importance of preserving
natural resources gives us the need of searching for new technologies for the Civil Engineering area. In view
of that, it has been searched in this work sheet analyzing the viability of replacing sand part of mortar for
ground polypropylene, as it is waste of a plastic recycling industry. First of all, it has been established a
volume ratio of 1:2:9, three contents of PP intro the blend (2.5 %, 5.0 % and 7.5 %) and w/d.m relation of
0.19. After tests of polypropylene’s granulometry and unit mass, traction in flexion and compression,
dynamic elastic module and of consistency for the mortars, it has been gone into a great value of
polypropylene that would make viable the replacement for a part of sand. The content found was of 35 % of
PP and 65 % of sand, by the w/d.m of 0.32. After that, it has been continued to the Dynamic Elastic Module
test, acoustic performance and costs comparative. In the mechanical resistance tests, there was found the
best result for the content of 15 % of PP. The Dynamic Elastic Module had a decrease when increasing the
content of PP, with exception of 15 % of PP. In the acoustic performance, the content of PP obtained the
best results. And considering the costs analysis, there was a reduction of 17.83 % into the mortar value
when using the content of 35 % of PP (w/d.m as of 0.32). The analysis of the obtained results makes us
conclude that the replacement of natural sand for ground polypropylene is viable for the mortar production.
Keywords: Polypropylene, Waste, Mortar, Mechanical Properties
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1 Introdução
O mundo de hoje não existiria na forma que conhecemos sem a grande variedade de
materiais plásticos: policloreto de polivinila (PVC), poliestireno (PS), polietileno de alta
densidade (PEAD), polietileno de baixa densidade (PEBD), polipropileno (PP) e
politereftalato de etileno (PET), entre outros. Sendo a indústria da Construção Civil a
maior consumidora de plásticos no Brasil, utilizando 25,7 % de todo material produzido
(ABIPLAST, 2015), somado ao fato de não existir uma gestão adequada dos resíduos
sólidos, uma vez que demoram mais tempo para degradar (BRASKEM, 2012), constatou-
se a necessidade de buscar novas tecnologias que visem e aprimorar o uso de polímeros
às construções.

Aliado a isto, tem-se o fato da areia, material amplamente utilizado na Construção Civil,
ser um recurso natural cuja extração, em geral, tem provocado diversos impactos no meio
ambiente (NOGUEIRA, 2016). Assim, necessidade da utilização da areia artificial vem
crescendo, visto que as restrições ambientais à utilização de várzeas e leitos de rios
limitam a extração de areia, associado ao fato das grandes distâncias de transporte
aumentarem os custos do produto.

Com isto exposto, foi elaborado estudo no qual analisou a substituição de parte da areia
de argamassas por polipropileno moído. O polipropileno (PP) tem uma ampla variedade
de aplicações, sendo o setor de embalagens responsável pela metade do consumo
mundial deste polímero. Como é um dos plásticos mais utilizados no mundo,
principalmente no setor de embalagens, e pode ser moldado novamente por simples
aquecimento, a sua reciclagem torna-se muito importante, não apenas do ponto de vista
econômico, como ambiental (RESO, 2015).

2 Metodologia
Para este estudo foram desenvolvidas três etapas (Figura 1), nas quais foram
caracterizados os materiais envolvidos, realizada a análise de resistência à compressão,
à tração na flexão, módulo de elasticidade, desempenho acústico e custos das diversas
argamassas, com diferentes teores de substituição de areia por PP.

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Figura 1 - Metodologia utilizada no estudo (AS AUTORAS. (2017))

2.1 Etapa 1
O polipropileno empregado neste trabalho foi obtido como refugo da indústria de
reciclagem de plástico, sendo, portanto, material sem reuso, com destinação final em
aterro sanitário.

Para explicitar o processo de obtenção do PP, tem-se o seu processo de reciclagem:


quando os materiais constituídos de PP chegam à central de reciclagem, passam por 3
procedimentos principais (Figura 2). Inicialmente o material vai para um moinho de facas,
o qual irá reduzi-lo a frações menores, em forma de lascas. Depois esse material segue
para um funil de separação, que por diferença de densidade, separa o material mais fino
das frações mais grossas. O material mais fino é retido em filtros no funil e não tem
utilidade, uma vez que por ser mais fino que o filtro utilizado, pode queimar na etapa
seguinte; já as frações mais grossas seguem para o processo de aglutinação, no qual o
material se aglomera, e então passa pelo processo de extrusão, adquirindo forma de
longos filetes. Então são cortados em forma de grãos, ensacados e seguem para
indústrias que os utilizarão como matéria prima.

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Figura 2 - Obtenção do PP (AS AUTORAS. (2017))

Tanto para areia (seca e não lavada), quanto para o PP foram realizados ensaios de
granulometria (ABNT, 2003a), cujos resultados seguem expostos na Figura 3 e mostram
que o PP encontra-se fora das zonas de utilização, já a curva da areia tangencia o limite
inferior utilizável.

Figura 3 – Curva Granulométrica da Areia e do PP (AS AUTORAS. (2017))

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Foi também realizado ensaio de material pulverulento (ABNT, 2003b), os quais mostraram
que o a areia utilizada apresentou maior teor de finos que o PP (Tabela 1). Isso pode
causar alguns danos à argamassa, como por exemplo, maior retração por secagem e
menor desempenho em ensaios de resistência à compressão.
Tabela 1 – Resultados do Ensaio de Material Pulverulento (AS AUTORAS, (2017))

2.2 Etapa 2
Com base nos estudos de Mattar e Viana (2012) e Correa (2015), inicialmente foram
estabelecidos traços com teores de substituição de 2,5 %, 5,0 % e 7,5 % de polipropileno
moído. Entretanto, com a posterior realização dos demais ensaios, viu-se que estes
traços acabaram não propiciando grandes alterações nas propriedades das argamassas.
Então, com base nos ensaios granulométricos da areia e do PP, pensou-se em criar uma
mistura de ambos os materiais, de modo que esta mistura ficasse com a curva
granulométrica dentro da zona ótima.

Com proporções estipuladas de areia e de PP (em massa) para a mistura, multiplicou-se


cada proporção pela sua respectiva massa retida obtida nos ensaios de granulometria da
areia e do PP. Este procedimento foi realizado para as porcentagens de areia – PP de:
75 % – 25 %, 65 % – 35 %, 60 % – 40 % e 50 % – 50 %.

A mistura com 65 % de areia e 35 % de PP (em massa) encontrou-se dentro da zona


ótima de utilização, sendo a escolhida como porcentagem de substituição desejável. A
Figura 4 apresenta a curva granulométrica da mistura ótima obtida. Cabe ressaltar que
esta curva foi obtida de forma teórica, não sendo realizado o ensaio de granulometria
desta mistura.

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Figura 4 - Curva Granulométrica da Mistura Ótima (AS AUTORAS. (2017))

Foi ainda realizado ensaio de consistência nas argamassas (ABNT, 2002), cujos
resultados encontram-se na Tabela 2.

Considerou-se como índice de consistência desejável o valor de 240 ± 10 mm, por se


tratar de uma boa faixa de valores para argamassas de revestimento. Para isto, foi
necessário adicionar água num traço de 15,0 % PP e no 35,0 % PP para obter esse
intervalo de índice de consistência.

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Tabela 2 – Índice de Consistência (AS AUTORAS, (2017))
Índice de Consistência - ABNT NBR 13276/2002
Índice de
Média
Traço Diâmetro (mm) Consistência
(mm)
(mm)
240,00
REF. (1) 240,40 241,17 241
243,10
228,45
2,5 % PP (1) 217,35 219,82 220
213,65
212,00
5,0 % PP (1) 209,50 209,68 210
207,55
236,00
5,0 % PP (1)
245,00 238,33 238
Repetição
234,00
232,45
7,5 % PP (1) 239,20 236,85 237
238,90
230,00
7,5 % PP (1)
215,00 221,67 222
Repetição
220,00
238,00
15,0 % PP
201,20 221,37 221
(1)
224,90
235,00
15,0 % PP
238,00 235,67 236
(2)
234,00
291,00
30,0 % PP (1) 281,00 275,00 275
253,00
235,00
35,0 % PP (3) 277,00 252,33 252
245,00
(1) a/m.s.=0,19 (2) a/m.s.=0,25 (3) a/m.s.=0,32

A partir dos resultados obtidos, pode-se observar que ocorreu perda gradativa do índice
de consistência das argamassas com substituição de parte da areia por PP moído nas
dosagens de 2,5 % e 5,0 % em relação ao traço sem adição, voltando a aumentar para o
teor de 7,5 %. Devido a este fato, para eliminar possíveis erros de leitura dos diâmetros
destes traços, se realizou novamente a produção dos traços de 5,0 % e 7,5 % de PP.

É importante observar que a areia possui grãos mais arredondados, diferentemente do PP


que visualmente apresenta grãos mais angulosos, que acabaram gerando maior
travamento das partículas na pasta.

Visualmente a argamassa de areia apresentou consistência mais firme, quando


comparada à de PP, o qual mostrou ter consistência mais seca. Vale observar que esse
ensaio não serve para definir completamente a trabalhabilidade, pois, por exemplo, pode
haver duas argamassas com índices de consistência iguais, onde uma apresenta boa
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trabalhabilidade e a outra pode não ser aplicável.

Este pode ser o caso do traço de 35 % PP, que apresentou consistência de 252 mm,
dentro do estipulado, entretanto estava com uma consistência mais seca (Figura 5).

Figura 5 - Ensaio de Consistência das Argamassas (AS AUTORAS. (2017))

Para a análise de resistência à compressão (ABNT, 2005), tem-se os resultados obtidos


no ensaio expostos na Figura 6.

Figura 6 - Resultado do Ensaio de Resistência à Compressão (AS AUTORAS. (2017))

Verifica-se que a resistência média à compressão praticamente não se alterou nos traços
de 2,5 % a 7,5 % de PP, em relação ao traço REF. Já no traço 15 % houve aumento da
resistência. Entretanto, esse valor decaiu muito no traço de 30 % PP, o que talvez possa
ser creditado à maior dificuldade de moldagem devido à consistência mais seca. Nos
traços com maior relação água/materiais secos a resistência diminuiu, o que era esperado
já que a mistura possuía maior quantidade de água.

Em vista a esses resultados, tem-se que o melhor desempenho à compressão ocorreu

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para o teor de 15 % de PP, que teve um ganho de 35 % em relação ao traço referência.

Já para a análise de resistência à tração na flexão (ABNT, 2005), tem-se os resultados


apresentados na Figura 7.

Figura 7 - Resultado do Ensaio de Resistência à Tração na Flexão (AS AUTORAS. (2017))

Neste ensaio notou-se que as resistências aumentaram até o traço de 15 %


(a/m.s.=0,19), onde este traço teve quase o dobro da resistência do traço REF.
Entretanto, com a adição de água nos outros traços, a resistência caiu. O traço de 35 %
PP, apesar de apresentar maior relação água/materiais secos, teve uma resistência muito
parecida com o traço REF.

O incremento de polipropileno na argamassa resultou em maiores efeitos na resistência à


tração na flexão devido ao PP ser um material com boa resistência à tração, 35 MPa
(INCOMPLAST, 2017).

2.3 Etapa 3
Na Etapa 3 deste trabalho foram realizados ensaios a fim de definir, nas argamassas, o
Módulo de Elasticidade Dinâmico e realizar uma análise preliminar da acústica.
Posteriormente foi feito o comparativo de custos.

O ensaio de Módulo de Elasticidade Dinâmico foi realizado conforme ABNT (2008) e seus
resultados estão contidos na Figura 8.

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Figura 8 - Resultado do Módulo de Elasticidade Dinâmico Médio (AS AUTORAS. (2017))

Nota-se que as argamassas tiveram diminuição no valor do Módulo de Elasticidade


Dinâmico à medida que foi crescendo a substituição da areia por PP. Exceção feita para a
argamassa 15 % PP, a qual sofreu pequeno acréscimo no Módulo de Elasticidade ao
aumentar a relação a/m.s. Pela análise do coeficiente de variação, podemos ver que os
resultados foram homogêneos.

Assim vemos que o incremento de PP em porcentagens a partir de 30 % resulta em


argamassas com maior capacidade de deformação, característica considerada ideal para
argamassas de assentamento.

Para a avaliação de desempenho acústico foi desenvolvida uma metodologia (Figura 9),
na qual foram confeccionados cubos com 5 faces. Para tal, foram moldadas placas de
argamassa medindo 15 cm x 15 cm x 2,54 cm, sendo o molde utilizado revestido
internamente com filme plástico para facilitar a retirada das placas. As placas foram
armazenadas por 7 dias em câmara seca no Laboratório de Materiais e Estruturas da
UFPR. Decorrido esse período, seguiu-se para montagem do cubo utilizando as placas
moldadas, as quais foram unidas por meio de espuma expansiva à base de poliuretano.
Os excessos de espuma foram aparados com estilete.

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Figura 9 - Ensaio de Desempenho Acústico (AS AUTORAS. (2017))

Finalizada a montagem do cubo, foi colocado um decibilímetro, em seu interior e medido o


nível de som em decibéis para um toque de celular e depois de batidas constantes no
fundo do mesmo com auxílio de haste metálica. A medição do equipamento foi realizada
com todas as janelas e portas do laboratório fechadas, a fim de evitar possíveis
interferências com ruídos externos e os resultados obtidos encontram-se na Tabela 3.
Tabela 3 – Desempenho Acústico das Argamassas (AS AUTORAS, (2017))
Redução som Batidas com haste Redução batidas
Traço Som constante (dB)
constante metálica (dB) com haste metálica
REF (a/m.s=0,19) 68,2 108,2
4,7% 15,2%
35% PP (a/m.s=0,32) 65 91,8

Cabe ressaltar que os níveis sonoros obtidos foram somente para argamassa utilizada de
forma isolada. Em um ambiente construído ainda haveria de ser levado em conta o
isolamento acústico por parte de blocos cerâmicos ou de concreto, drywall, laje ou forro.

Para o comparativo de custos entre argamassas de areia e argamassas com PP, foram
adotados os valores unitários da Tabela 4. Já para o cálculo do preço das argamassas, foi
utilizado quantitativo para 1 litro da mesma.

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Tabela 4 – Custos dos Componentes das Argamassas (Adaptado de Caixa Econômica Federal, GR
Plásticos, SANEPAR e Balaroti, (2017))
Densidade
Material Custo/Kg Custo/m³
(Kg/m³)

Cimento 3110 R$ 0,430000 -


Cal 1400 R$ 0,330000 -
Água 1000 R$ 0,006580 R$ 6,58

Massa Unitária
Material Custo/Kg Custo/m³
(Kg/m³)

Areia 1450 R$ 0,082690 R$ 119,90


PP 348 R$ - R$ -

Os resultados da redução de custos das argamassas com PP em relação ao traço REF.


seguem apresentados na Figura 10.

Figura 10 - Comparativo de Redução de Custos por Metro Cúbico (AS AUTORAS. (2017))

Nota-se que as maiores reduções em custo ocorrem, em ordem crescente, para os traços:
30 % PP (a/m.s. = 0,19), 35 % PP (a/m.s. = 0,32) e 35 % PP (a/m.s. = 0,19). Percebe-se
ainda que quando se utiliza pouco percentual de PP na argamassa, esta não sofre
alterações significativas de custo. Entende-se que quando é utilizado o mesmo traço, ao
diminuir a relação a/m.s., tem-se diminuição do custo. Apesar disto, não foi considerado
viável a produção de argamassa no traço 35 % PP com relação a/m.s. igual a 0,19 devido
à consistência mais seca.

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Também foi calculado o valor do custo por MPa, dividindo-se o custo por metro cúbico da
argamassa pela resistência à compressão e à tração na flexão (Figura 11).

Figura 11 - Custo por MPa (AS AUTORAS. (2017))

Nos traços onde as resistências foram inferiores ao traço REF., o que ocorreu nos traços
15 % (a/m.s.=0,25), 30 % e 35 %, o custo aumentou. Também se percebe que as maiores
reduções de custo por MPa foram nos valores referentes a resistência à tração na flexão.
A maior redução de custo por MPa foi no traço 15 % (a/m.s.=0,19).

3 Conclusão
Os resultados desse estudo mostram que houve melhora, de um modo geral, no
desempenho de argamassa com PP quando comparado à argamassa comum de cimento,
cal e areia.

Após a análise dos resultados obtidos, pode-se perceber que o índice de consistência
diminui com o aumento da incorporação de PP. Já para uma mesma relação de
água/materiais secos, nota-se o aumento da resistência à tração na flexão com o
crescimento da porcentagem de PP no traço. Quanto à resistência à compressão, tem-se
que esta é maior, para uma mesma relação água/matérias secos, quanto maior for a
porcentagem de PP.

Como um dos objetivos principais desse estudo foi buscar o teor ótimo de PP moído que
poderia ser utilizado em substituição à areia na argamassa, conclui-se que a mistura de
65 % areia e 35 % PP foi a que melhor se encaixou na zona granulométrica ótima do
agregado.
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Quanto à capacidade de deformação, foi onde se obtiveram os melhores resultados, com
o Módulo de Elasticidade Dinâmico diminuindo ao se aumentar a porcentagem de PP na
argamassa.

No quesito desempenho acústico, a argamassa com polipropileno mostrou-se 15,2 %


mais eficiente ao isolamento de ruídos quando testada para batidas com haste metálica e
4,7 % mais eficiente quando testada em presença de som constante.

Também foi percebida diminuição no custo, com redução de 17,83 % por metro cúbico de
argamassa (redução encontrada para a substituição de 35 % e relação água/materiais
secos de 0,32). Já no custo por MPa a melhor redução ocorreu no traço 15 %, com
redução média de 41,24 % (relação água/materiais secos de 0,19), já que foi o traço que
apresentou melhores resultados de resistência. Esse valor é referente à argamassa
isoladamente, entretanto, visto que os revestimentos e acabamentos são responsáveis
por até 32 % do custo de uma obra (ADEMILAR, 2013), essa diminuição é vantajosa no
orçamento final.

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4 Referências
ABIPLAST, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DO PLÁSTICO. Perfil 2015.
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ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13276: Argamassa


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______. NBR 13279: Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e teto –


Determinação da resistência à tração na flexão e à compressão. Rio de Janeiro, 2005.

______. NBR 15630: Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e teto –


Determinação do módulo de elasticidade dinâmico através da propagação de onda ultra-
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