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Aproximações entre Estética e Comunicação: aberturas possíveis e diálogos entre os conceitos

Aproximações entre Estética e


Comunicação: aberturas
possíveis e diálogos entre os
conceitos1
Luis Mauro Sá Martino
Doutor; Faculdade Cásper Líbero, São Paulo, SP, Brasil
lmsamartino@uol.com.br

Resumo
O conceito de “estética” é comumente associado à Teoria da
Arte ou ao estudo do Belo. No entanto, pelo menos desde os
anos 1990 diversos autores vêm buscando por uma articulação
da Estética com noções relativas à Comunicação, de modo a
estabelecer uma nova dimensão para o conceito de Estética,
que vá além da questão artística e sublinhe a perspectiva
relacional. Dentro deste trabalho esta possibilidade é
desenvolvida a partir de três processos: (1) situar
etimologicamente as noções de “Estética” e “Comunicação”,
destacando o componente “comum” presente entre ambas; (2)
posicionar a noção de Estética discutida dentro do campo da
Comunicação, para que finalmente se possa (3) destacar como a
categoria ampliada do estético auxilia a ver a comunicação
como processo compreensivo e intersubjetivo.

Palavras-chave
Comunicação. Estética. Teoria da Comunicação. Epistemologia.

1 Introdução
Em um primeiro momento, questões de Estética normalmente são relacionadas à
Teorias da Arte, Teorias Literárias ou ainda, ao estudo filosófico do Belo. No entanto, desde
os meados dos anos 90 – quiçá até antes, conforme a força da acepção que se queira dar ao
termo – nota-se um aumento progressivo na atenção depositada ao tema dentro dos estudos
de Comunicação. Dentro desta apropriação, é possível perceber um alargamento acerca da
noção de “Estética” que, para além de sua vinculação específica à Arte, também passa a ad-

1 Uma versão anterior deste trabalho foi apresentado na DTI 07, Discursos e Estéticas da Comunicação, do XVI Congresso
Ibercom – ECA/USP, março 2015. Agradeço aos pareceristas anônimos de Intexto pelas lúcidas considerações sobre o artigo.

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quirir espaço e forma como um fenômeno estético – na forma de se pensar a comunicação


humana, em seu jogo de sentidos, afetos, sensibilidades e inteligibilidades.
A Estética na Comunicação não se trata especificamente de abordar a dimensão esté-
tica presente nas produções midiáticas – o que não seria errado –, mas sim de pensar a co-
municação como uma abertura da estética dentro das possibilidades proposicionais de es-
tabelecimento de vínculos interacionais, entendidos aqui a partir do delineamento que vem
sendo proposto nos últimos anos por Marcondes Filho (2010, 2012), Braga (2010, 2011) e
Ferrara (2013, 2014).
Ao mesmo tempo, ganham destaque pesquisadores interessados tanto na hermenêu-
tica filosófica, explorada por Cardoso Filho (2009) e Leal e Guimarães (2008) quanto aos
interessados em desenvolver a proposta de Guimarães (2004), isto é, trabalhar as possibili-
dades e os lugares da experiência estética dentro da Comunicação, com enfoque particular
acerca do que tange questões da vida cotidiana,
Um ponto comum entre esses estudos é o entendimento da Comunicação como um
fenômeno ligado à sensibilidade, não necessariamente dependente de um meio técnico –
embora a própria concepção de “meio” ou “meio técnico” seja passível de discussão – para
sua efetivação, como uma ligação entre seres humanos sem a qual não se estabelece um vín-
culo comunicacional. É neste sentido que este trabalho busca examinar alguns aspectos que
vem sendo sublinhados como importantes na aproximação entre estética e comunicação
dentro da área.
Sob uma perspectiva superficial, estabelecer as relações entre os dois conceitos – Es-
tética e Comunicação – podem não parecer necessário. Em um primeiro momento, ao se
pensar na polissemia existente para ambos, e em especial nas diversas acepções que lhes
cabem tanto no léxico cotidiano quanto na perspectiva de uma apropriação epistemológica,
a pretensão de qualquer aproximação poderia parecer difícil ou desnecessária, na medida
em que se estaria tratando de domínios separados, conforme o conceito que se faz de Co-
municação e de Estética. No entanto, será justamente por conta da polissemia dos conceitos
que se poderá propor uma articulação tensional para pensar a Estética sob uma perspectiva
comunicacional.
Pensar em uma Estética a partir da Comunicação demanda identificar, ainda que
brevemente, a operacionalização proposta na intersecção dos componentes dessa expres-
são, explicando a primeira pela última no reforço da partícula “da”, o que implica uma rela-
ção estética como pertinente ou pertencente ao fenômeno próprio da Comunicação.

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Este presente trabalho tem como objetivo delinear algumas das possibilidades exis-
tentes no que tange pensar a questão estética a partir de uma noção de Comunicação. A
partir de uma investigação exploratória etimológica inicial, o trabalho se elabora a partir de
três movimentos: (1) situando etimologicamente as noções de “Estética” e “Comunicação”,
destacando seu componente “comum”; (2) posicionando a noção de “Estética” no campo da
Comunicação; (3) destacando como a categoria ampliada do estético auxilia a ver a comuni-
cação como processo compreensivo e intersubjetivo.

2 A estética e a interação criativa com o sensível


Em suas utilizações na Grécia antiga, a noção de aisthesis não estava originalmente
ligada ao campo da Arte. Muito pelo contrário, a Arte era ligada à techné, o domínio de uma
“capacidade de fazer” vinculada a um sujeito realizador, algo que hoje criaria um campo
semântico comum entre “técnica” e “habilidade”. A tradução latina de techné ars, ainda hoje
ecoa na expressão “a arte de fazer algo”. Acompanhando seus desdobramentos semânticos
propostos nos estudos lexicográficos de Peters (1983), Gobry (2010) e Magnavacca (2005),
percebe-se uma considerável complexidade de elementos de sentidos do termo, e a argu-
mentação que se segue é caudatária desses autores.
A aisthesis, por sua vez, pertencia ao domínio da percepção sensível, ao ato da per-
cepção ligada aos cinco sentidos, sem um componente ligado ao belo, ao kalia, associado a
ela. De fato é possível observar que, ao menos em Platão, as discussões sobre o Belo não
estão associadas a sua percepção física, mas sim à sua rigorosa interpretação enquanto idei-
a. Em função disso, conclui-se que esteja menos ainda ligada a uma apreensão sensível do
que quer que seja. Neste primeiro momento, mais do que a um desdobramento vinculado ao
Belo, o domínio do estético vinculava-se à fisiologia da percepção sensível. O sentido mais
próximo, no caso, seria o da mimesis, da imitação produtiva, mas não necessariamente de
uma apropriação vinculada à sensibilidade em relação ao Belo ou, em termos contemporâ-
neos, à capacidade de apreciar uma obra de arte (LIMA, L. C., 1983, 1998). Logo, havia uma
dimensão cotidiana da estética; longe de se tratar de um momento de fruição que irrompe
no cotidiano, o fenômeno estético era parte do conjunto de ações cotidianas vinculadas aos
sentidos, parte – seria possível ousar, a partir de Schaeffer (2000) – do componente relacio-
nal e comunicativo do cotidiano.
É preciso um lapso considerável de tempo até o momento em que se começa a pen-
sar efetivamente nas relações entre a percepção dos sentidos, a aisthesis, e a percepção do

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Belo. É com Baumgarten (1993) que o termo parece efetivamente ganhar uma nova dimen-
são, ligada à arte e a uma percepção que implica a possibilidade de estabelecimento de um
tipo de relação entre um objeto e um sujeito observador dentro da qual não é possível veri-
ficar uma causalidade, mas apenas uma relação que ocorre de maneira descontínua, assimé-
trica e irredutível a um desses polos de atração.
O ponto comum ao se pensar na aisthesis como percepção em seu sentido estrito, e a
“estética” em seu sentido moderno, parece residir na questão do estabelecimento de uma
relação entre elementos previamente desligados – sem, evidentemente, pressupor nenhum
tipo de permanência desse tipo de relação.
Seguindo no argumento, identificam-se dois sentidos vinculados à ideia de aisthesis.
De um lado, a simples sensibilidade dos cinco sentidos para perceber o mundo, e de outro,
um processo um pouco mais longo e complexo. A partir deste processo é possível observar
um deslocamento para que se pense a estética como um processo que vai além de uma sen-
sibilidade bruta e indiferenciada, mas sim que parte de uma potência de compreensão e
diferenciação dessa experiência no contato do elemento percebido com um logos.
Tangendo esta perspectiva, delineia-se um componente comunicacional: a Estética é
um processo eminentemente relacional. A Estética acaba sendo responsável não apenas por
uma simples percepção, mas sim como constituinte de uma das etapas do movimento de
intelecção que se processa nos sentidos e no exterior da mente – e que também é na qual
estão os processos intelectivos responsáveis pelas “formas”, o eidos.
Embora na concepção clássica os sentidos não possam ser falseados, uma percepção
pode ser clara ou confusa. A experiência da relação dos sentidos com o concreto, o empireo,
não pode ser desmentida, mas certamente os juízos, por serem operações mentais de cará-
ter diferente das percepções empíricas, estão sujeitos ao erro e ao engano. Uma das defini-
ções clássicas do conceito de Verdade em alguns ramos da filosofia medieval referia-se ao
juízo verdadeiro como aquele em que havia uma relação entre a coisa e o conceito, o ade-
quatio rei et intellectu, a “adequação da coisa e do intelecto”.
Na medida em que a verificação da plausibilidade dessa adequação demanda um
ponto fixo a partir do qual se possa efetivamente elaborar a comparação de tal operação, e
que os juízos são evidentemente a peça em análise, parece decorrer que o único espaço apto
a ser entendido como confiável para a correta avaliação do adequatio seria, de fato, os senti-
dos, já que as afecções dos sentidos não poderiam ser falsificáveis.

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No entanto, essa posição teria a possibilidade de facilmente incorrer em um empi-


rismo radical de consequências solipsistas, de maneira que tudo o que se pode entender
como Verdade seria reduzido a uma percepção infalível. Mais ainda, a falibilidade das per-
cepções certamente não escapava à perspectiva antiga e medieval. Embora os sentidos não
sejam falseáveis, existia a precaução lógica contra uma excessiva ênfase neles, sob o argu-
mento de que certamente as percepções nem sempre são claras, mas pode acontecer que
sejam confusas. Para que sejam classificadas como “confusas” compreende-se que sejam de
tal ordem que os sentidos, embora ainda exerçam suas afecções, não consigam registrá-las
plenamente por conta da dificuldade intrínseca para que sejam percebidas. É como a inca-
pacidade de ouvir um som específico em um local fechado e ruidoso no qual ecoam milhares
de sons ao mesmo tempo – o que chega ao ouvido é uma cacofonia.
É possível ainda que essa percepção seja um objeto de exame e educação: educar a
percepção, a educação estética, parece se referir de alguma maneira ao treino para que a
aisthesis consiga distinguir os elementos presentes nas “percepções confusas” e, portanto,
torná-los claros, abrindo caminhos para a elaboração do fenômeno intelectual como um
todo.
Desta forma, a aisthesis é uma parte fundamental para o conhecimento na medida
em que não parece ser apenas, nessa segunda concepção, um elemento canalizador do mun-
do exterior para a mente intelectiva, mas também um elemento mediador da relação entre a
mente e a realidade. Assim, a experiência estética, longe de se constituir como um momento
inicial separado da intelecção, se determina como indissociável da própria experiência inte-
lectual à qual confere uma de suas dimensões – um tipo de dado que não se submete ao lo-
gos, mas parece caminhar ao seu lado e, em alguns momentos, até mesmo se opor a ele.
A aisthesis enquanto ato de comunicação permite a interação entre grandezas ante-
riormente díspares, como a mente humana à experiência sensível, onde acopla-se um juízo
responsável por defini-la. É na mente que se formam os juízos e o mundo exterior, povoado
pelas coisas efetivamente ajuizáveis desde que exista um vínculo de ligação entre elas que
permita essa interação. Assim, longe de ser um ato unidirecional no quais conteúdos exteri-
ores são levados à consciência, a estética, apesar de sua concepção inicial um pouco mais
passiva enquanto elemento apenas de “percepção”, se revela como o centro de uma relação
comunicacional.
A estética se revela inicialmente como uma potência transformada em ato no mo-
mento da afecção externa para com o ser que percebe. Nesse momento, há uma passagem da

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sensibilidade ao sensível. Não há elemento sensível que não se constitua no ato relacional do
encontro entre a potência de uma percepção ainda por vir – a sensibilidade – e sua atualiza-
ção singular no momento do encontro em si, quando o objeto exterior, aplicado à percepção
dos sentidos, atualiza-se como representação na mente humana a partir da qual se realiza-
rão efetivamente os juízos de ordem racional.
Dessa maneira, a Estética se coloca como um momento cronologicamente anterior
ao da compreensão – a aisthesis precede o logos, mas depende deste para que exista a possi-
bilidade de ser entendida. Em função disso, surge outro sentido para aisthesis, não mais
como sensibilidade, mas agora como “percepção”, onde de alguma maneira ecoam as resso-
nâncias de um tipo de experiência que, se por um lado transcende o logos, por outro não
prescinde dele para ser efetivamente entendida como uma experiência do sujeito.
Isso, no entanto, poderia colocar um problema, também apontado por Cruz (1986),
Guimarães (2006) e Gomes (2009), que questionam a ocorrência da experiência estética no
cotidiano. Dessa maneira, se atualiza um problema que pode ter suas raízes rastreadas até a
própria “Estética” de Hegel, que questiona se o fenômeno estético se dá apenas no âmbito de
interação com a obra de arte, e se apenas uma poética pode se tornar geradora de uma esté-
tica, ou se qualquer fenômeno apreendido pelos sentidos pode ser validado como efetiva-
mente estético.
Em uma das perspectivas hegelianas, o Belo existe apenas onde houve um processo
humano de transformação, isto é, quando a natureza é recriada, imitada, pelo ser humano
que busca obter um fenômeno sensível que pode ser compartilhado tornado comum neste
processo – daí uma perspectiva de Hegel seja justamente pensar o belo artístico, em contras-
te com o belo natural. A mediação comunicacional humana torna-se, neste caso, o corte ne-
cessário para se pensar as formas e as naturezas do que se chama de Beleza, um dos cora-
ções da própria experiência estética para Hegel. No entanto, isso não parece resolver a ques-
tão a respeito da ocorrência de fenômenos estéticos em circunstâncias distantes do mundo
cotidiano. Como é possível perceber mais adiante, essa concepção de Estética como um fe-
nômeno ligado exclusivamente ao campo artístico acaba por desafiar a compreensão do
próprio conceito de “Estética” quando contrastada com a perspectiva de se pensar o fenô-
meno estético em suas relações com a comunicação.

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3 Alguns lugares da estética nas aberturas da Comunicação


Os medievais traduziram “aisthesis” por “sensus”, conservando nessa opção algumas
das pluralidades de alcance semântico do original grego. A noção de “sensus” se refere ao
que pode ser “sentido“, entretanto há uma ambivalência da palavra que se desdobra em
“sentir”, de um lado e “significar”, de outro. A linguagem cotidiana guarda isso como “fazer
sentido”.
No conhecimento, o aspecto propriamente físico na visão de “sentir” como “sensa-
ção”, completa-se com a operação mental do “sentido” como “significado”, o “fazer sentido”,
ou de atribuição de um determinado valor inteligível àquilo que, no encontro com o objeto, a
potência do sentido transformou em ato. Magnavacca, afirma que o “sensus” é responsável
pela “[...] comunicação do ser humano com a realidade circundante e consigo mesmo.”
(2005, p. 619, tradução nossa).
Na perspectiva medieval do sensus, a palavra é dotada de um entendimento no sen-
tido de “tornar comum” ou “compartilhar” uma realidade externa com o intelecto. O “tornar
comum”, neste caso, parece trazer implícita uma relação presente em todo ato estético – de
onde é possível sugerir uma proximidade entre a noção de Estética e determinado conceito
de Comunicação (WILLIAMS, 2003, LIMA, V., 1983).
Nesse sentido, é possível notar que desde sua concepção original a noção de aisthesis
se referia a um componente relacional – a percepção ocorria no momento em se desenvolvia
alguma espécie de contato entre determinado dado e o sentido correspondente no corpo
humano.
Ao entrar em relação com algo, dava-se a ocorrência do fenômeno estético. O estéti-
co, em sua concepção grega, poderia estar dissociado do especificamente Belo, mas desen-
volvia-se dentro de uma perspectiva relacional presente em diversos momentos do cotidia-
no – ou, dito de outro modo, sempre que havia o estabelecimento de algum tipo de relação
entre o objeto percebido e o ser humano que o percebia e, nesse processo, poderia se apro-
priar dele como parte de seu edifício mental.
O sentido desse tipo de apropriação a partir de um componente relacional tornava a
aisthesis próxima de uma perspectiva de reelaboração do dado aferido, mas na esfera do
próprio sujeito: desta forma, o processo de percepção não se desligava propriamente do
aparato de sentidos do sujeito no qual se instaurava a relação do que foi recebido, mas tam-
bém do aparato de pensamentos. Mais do que isso, desenvolvia-se também a própria capa-

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cidade de agir a partir desse dado, além do que poderia ser uma interpretação em termos de
uma tabula rasa.
Na transversalidade de várias proposições feitas por filósofos de enfoques distintos,
parece existir certa afinidade entre os pontos de vista estabelecidos no que diz respeito ao
aisthesis enquanto algo que interfere não apenas nas relações entre sujeito e objeto, criando
algum tipo de ligação entre eles, mas também entre esse sentido da percepção estética e a
mente do indivíduo, em quem acabam por serem deixadas “impressões”, “marcas” – o cha-
mado typos, que talvez não deixe de estar nas proximidades da tradução medieval de affec-
tus, o “afeto”, uma das marcas da experiência estética quando pensada em seu sentido con-
temporâneo, ligada à forma como uma obra de arte é recebida.
Ao estabelecer um princípio de relação no sentido da Estética, abre-se a perspectiva
de pensa-la como o ato de tornar algo comum entre os dois termos – o comum, do latim
communis, próximo das relações de comunicação. A noção de uma “Estética da Comunica-
ção” parece ser oriunda muito mais do campo da arte do que propriamente dos estudos de
Comunicação. Não é o objetivo deste trecho fazer um recenseamento do espaço das ques-
tões estéticas dentro dos estudos de Comunicação, algo que demandaria um trabalho de
fôlego e escopo consideravelmente maior do que este. Busca-se apenas ressaltar de que ma-
neira se constitui uma perspectiva de abertura da Estética em relação com a Comunicação.
A proposta de uma estética que possa estabelecer elos com o público além do víncu-
lo propriamente estético é amplamente discutida por diversos autores, como Forest (2006),
Costa (1999) e Bourriaud (2001). Apesar dos posicionamentos diversos, cuja discussão
pormenorizada escapa a este texto, é possível perceber a discussão acerca das qualidades da
obra de arte no estabelecimento de relações de “comunicação” com um público como um
ponto comum para a origem de suas respectivas propostas. Tangencia-se nesse sentido a
questão aberta pelas possibilidades das mídias, sobretudo as eletrônicas, e das linguagens e
códigos que as envolvem. A Estética, neste caso, é vista como um fenômeno que ocorre so-
bretudo no campo da arte e, em particular, na relação entre a obra e quem a usufrui.
Neste aspecto, em um texto intitulado “A Estética da Recepção e a Crítica da Razão
Impura”, Maria Tereza Cruz (1986) questiona em que medida a expressão não é redundante,
na medida em que em um primeiro momento o termo “Estética” faz referência a um fenô-
meno ligado ao ato da percepção. O momento estético não poderia ocorrer senão no instan-
te da recepção, o que a princípio tornaria a noção de uma “estética da recepção” redundante
– uma estética só pode ser efetivada quando há a recepção de algo.

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O termo “Estética da Recepção” é oriundo de estudos literários. A área da Literatura


foi o primeiro espaço acadêmico a deslocar o foco de análise para o momento de encontro
entre o leitor e a obra literária, partindo do princípio de que a experiência da arte não se
encerrava na obra, mas na relação entre o objeto e sua contemplação. A sensibilidade – um
dos sentidos do grego aisthesis, daí de onde “estética” se origina – do leitor ou leitora era
fruto da apreensão da leitura como uma produção de consciência. No entanto, prossegue
Cruz (1986), tal perspectiva se mostrava incompleta na medida em que não se tratava de
fazer uma equiparação entre a recepção de uma obra enquanto fenômeno estético em si,
mas problematizar o fenômeno estético a partir das relações estabelecidas nos caminhos
entre uma obra e um leitor – ou, mais ainda, uma leitura, na medida em que várias leituras
podem coexistir na mesma pessoa.
Em uma de suas instâncias mais conhecidas, a presença do elemento estético pode
ser traçado de volta a Hans Robert Jauss, que propõe que “A experiência primária de uma
obra de arte realiza-se na sintonia com seu efeito estético, isto é, na compreensão fruidora e
na fruição compreensiva.” (2002, p. 69). O sentido da mensagem se trata de uma complexa
negociação entre emissores e receptores, sendo que ambos estão mergulhados dentro do
mesmo universo de significados possíveis. Pensar a Estética em sua articulação também
pode significar outro caminho, sem relação necessária com a noção de obra artística.
Nesse aspecto, Schaeffer (2000) adota um posicionamento mais radical no que tange
à proposição de uma abertura do fenômeno estético para além da questão das obras de arte,
indica a possibilidadede pensar a estética nas linguagens utilizadas no cotidiano, em particu-
lar àquelas vinculadas às mídias.
Seguindo pelo caminho desta argumentação, o tema da Estética dos Meios ou de uma
Estética da Cultura de Massa, poderia ter uma considerável genealogia traçada desde McLu-
han (2008 [1965]) até Jenkins (2006). Vale indicar, no entanto, que esse tipo de pesquisa
parece ter se constituído de maneira por vezes separada nos Estudos dos Meios e nos Estu-
dos de Recepção empreendidos na área de Comunicação – é possível citar, por exemplo, as
coletâneas organizadas por Jacks (2008, 2014) ou os estudos monográficos de Campbell
(1971) e de Thorburn (1987) a respeito das condições da relação entre Meio e Percepção.
Jean Caune (1997) parece se aproximar da perspectiva de pensar a questão a partir
de uma definição de “comunicação” a partir da qual se retrabalha a noção de “Estética”, des-
tacando o aspecto sensível do ato de comunicar ao qual, e a partir do qual, estão ligadas du-

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as sensibilidades que, em seu encontro, operam de acordo com uma perspectiva estética
sem a qual nenhum tipo de relação seria possível.
Ao trabalhar a estética como uma parte do fenômeno comunicacional, Caune (1997)
evidencia o aspecto relacional indissociável da Comunicação, diminuindo com isso tanto
uma perspectiva de “efeitos” da mídia tanto quanto de uma “teoria do meio” ou do “signifi-
cado”, que deixasse de lado esse aspecto da comunicação enquanto uma relação criativa
entre dois elementos distintos ligados pela afecção mútua de sensibilidades presentes no
ato de comunicação.
De certo modo, essa perspectiva da relação ganha força quando se pensa em uma Es-
tética da Comunicação desenvolvida a partir de uma Estética da Recepção responsável por
trabalhar o sentido da criatividade propriamente envolvida no ato estético decorrente de
um fenômeno que pode não necessariamente ser artístico, mas estaria igualmente vinculado
a essa percepção.

4 A comunicação como formação de vínculos estéticos


A palavra “comunicação”, traçada em uma de suas origens, parece se referir ao grego
koinos, “aquilo que é comum”. A expressão aisthesis koinos, mencionada por Peters (1983) e
Gobry (2010), refere-se àquilo que seria um “entendimento comum” ou uma “percepção
comum”, no sentido de algo que pertence a todos. A ideia do koinos, “o elemento comum”,
refere-se a um campo semântico a princípio distante de qualquer acepção que correlacione
“comum” e “vulgar”. No caso, trata de algo que é comum porquanto compartilhado, isto é,
presente em dois espaços ao mesmo tempo ou que pertence à duas instâncias simultanea-
mente.
Com os devidos cuidados metodológicos, seria possível derivar disso uma percepção
do koinos como algo que se dirige ao conceito de “relação”, na medida em que estabelece
alguma ligação entre os dois termos que compartilham algo. O “comum”, neste aspecto, po-
deria ser interpretado como o elemento propriamente dito de constituição de um espaço
relacional – é possível supor que, para algo se tornar efetivamente comum, é necessário que
exista ao menos um instante de contato entre os dois termos em questão a partir dos quais
se estabeleceria uma relação.
Dessa maneira, considerando que o fundamento teórico baseado na argumentação
elaborada por Ferrara (2013) a partir da leitura de Martino e Marques (2014), seria neces-
sário fazer uma distinção entre a comunicação enquanto indicador de uma progressividade

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processual passível de ser eventualmente limitada, e o comunicar, que dentro de sua di-
mensão verbal, sugere a ação em si. No ato de “tornar comum” está implicada uma ação.
Se entendida dessa maneira, quiçá fosse correto afirmar que em todo ato de comuni-
cação está implicado algum tipo de “movimento”, no sentido de haver uma energeia respon-
sável pelo ato de estabelecimento da ligação e uma dynamis a partir da qual se faz uma de-
terminada ligação. O gesto do comunicar expande-se sempre na direção de uma exteriorida-
de, um estranho – ainda que internalizado – que compartilha um fenômeno naquele momen-
to, tornando-se parte de uma relação. Nesse sentido, há a circulação de um movimento que
talvez se aproxime do que Marcondes Filho (2010, 2012) vem trabalhando como “durante”.
A tradução latina para koinos é o communis, palavra que conserva em si a raiz de di-
versas outras palavras, todas vinculadas de alguma maneira à ideia de “tornar comum”, co-
mo no sentido original. No entanto, não seria de todo errado indicar que o espaço semântico
coberto pelas ressonâncias da palavra communis apresenta-se como consideravelmente
maior do que aquele do koinos, na medida em que pode ser usada para definir tipos bastante
específicos de vínculo formados a partir do momento em que algo é tornado comum.
Por “comunidade” pode se compreender um elemento propriamente derivado do ato
de compartilhar. ou mesmo a presença vinculadora de algo que é compartilhado por todo
um grupo que, nesse ato de dividir algo, torna-se mais forte em seus laços específicos, crian-
do uma “comunidade”, o espaço daquilo que é dividido por quem tem algo em comum (YA-
MAMOTO, 2014). Aqui, a perspectiva de “comunidade” ultrapassa a noção de “comum” esta-
belecida de acordo com ideia do koinos, de algo que é “tornado comum”, e aproxima-se da
aisthesis koiné, a “percepção comum” ou “sensibilidade comum”, em que a presença do com-
partilhado torna um agrupamento humano uma “comunidade”, vinculada exatamente por
conta de algum traço comum – e novamente o elemento relacional aparece.
A dimensão comunicativa do sentir compartilhado, ou do sentir em comunidade, a
do aisthesis koiné, revela-se da mesma forma quando se pensa nas condições da temporali-
dade do ato comunicacional. Onians (2008) propõe que isso advém de mudanças na estrutu-
ra perceptiva do humano decorrente de sua experiência. O “modo de ver” do ser humano da
Renascença difere fundamentalmente daquele da pessoa na Idade Média, assim como difere
do indivíduo mediado pelos ambientes digitais contemporâneos, como é possível ver em
Baxandall (1988), Berg (2009) ou mesmo Jenkins (2006).
Na medida em que os sentidos interagem com um, e não com qualquer ambiente, é
de se esperar que suas condições perceptivas estejam acostumadas a um tipo de demanda

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no campo da informação que torne algumas experiências familiares e outras estranhas, em


particular na apreensão específica de determinados modos de ser e de sentir. Nesse particu-
lar, Ackerman (2000) mostra como a história dos sentidos é parte inseparável do conjunto
da história humana em sua relação com o ambiente que o cerca e, principalmente com a as
possibilidades de mudar esse ambiente – na mesma proporção em que se poderia falar de
uma mudança, de igual teor, na própria percepção estética.
À primeira vista, a comunidade não é um agrupamento fortuito de indivíduos, mas
trata-se de algo estabelecido a partir dos vínculos formados entre eles, das relações que
permitem de fato a formação ou ao menos a percepção de que existe algo em comum – al-
guma coisa que, sem pertencer a ninguém, pertence a todos.
Em sentido próximo, o ato de “estar junto”, a “comunhão”, encontra-se igualmente
próxima da noção de communis, sendo a tradução de communio, “aquilo que é compartilha-
do” ou, mais ainda, o próprio ato de compartilhar – as ressonâncias religiosas da palavra,
além do uso contemporâneo, implicam sua utilização ao menos desde os primórdios do cris-
tianismo para indicar um momento não apenas de reunião, mas também de “contemplação”
de algo.
Embora em sua origem religiosa o objeto de contemplação seja o “místico”, a noção
de “contemplação”, neste aspecto, aproxima-se da noção de uma estética que não se limita
ao componente de percepção ou ao momento extático do que é percebido, mas indica-se, em
“comunhão”, a presença de uma possibilidade de estar apto à dividir, isto é, dirigir a sensibi-
lidade para a questão – uma atividade estética para além do ato de percepção do contem-
plado, na qual se forma um vínculo no qual a atividade estética é, paradoxalmente, produto-
ra. Retomando Cruz (1986), em seu trabalho com os cânones da recepção da obra literária,
observa-se a capacidade de reelaboração do momento do fenômeno estético, longe de uma
simples “recepção”, o que poderia sugerir alguma passividade ou o simples “transmitir”, de
parte a parte, mas como o momento no qual a potência do ato criador torna-se fato.

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5 Considerações finais
Procurou-se trabalhar o fenômeno estético como uma parte indissociável do ato co-
municacional independentemente do aspeto propriamente midiático no qual ele eventual-
mente possa encontrar sua objetivação. Nesta perspectiva, pensar em uma Estética da Co-
municação não significa trabalhar em termos da concepção da palavra relacionada à arte ou,
especificamente, aos critérios de constituição de beleza, talvez nem mesmo ao momento do
encontro entre uma “obra” e o sujeito, mas à relação que se forma no encontro entre subje-
tividades, seus conhecimentos e seus afetos, mediados por um mundo cotidiano com o qual
estão em constante interação. Uma Estética da Comunicação, nesse sentido, diferencia-se de
uma Estética da Recepção na consideração inicial de que não existe propriamente um mo-
mento específico da “recepção” de uma obra.
Dessa maneira, a perspectiva estética no estudo da Comunicação se volta, para a
compreensão do fenômeno comunicacional em sua condição de uma contínua reconstrução
do mundo ao redor. Trabalhando um breve resgate dos sentidos da palavra “aisthesis”, bem
como de “communis”, buscou-se uma aproximação entre os dois que levasse em conta, de
um lado, a dimensão relacional da “aisthesis” a partir da qual se ressaltou a condição vincu-
ladora de seus elementos, vínculo esse responsável, em alguma instância, pela possibilidade
do estabelecimento de laços – a construção do “comum” como parte do senso de “comuni-
dade”, espaço da Comunicação.
Desse modo, a aproximação entre estética e comunicação procura ressaltar o com-
ponente relacional e perceptual da ligação entre os sujeitos, em um contínuo re-definir-se
em relação uns aos outros e aos elementos responsáveis por sua constituição enquanto se-
res em diálogo – nos quais a palavra compreensiva demanda sempre uma condição, do
mesmo modo compreensiva, de fala e de escuta.

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Aesthetics and Communication: a


preliminary approach towards a conceptual
dialogue
Abstract
The concept of ‘aesthetics’ have been intimately associated with
the Arts and studies along the lines of beauty. Likewise, the
concept of ‘communication aesthetics’ have often been
associated with some ‘communicative’ element in works of art.
However, in the last twenty years, some thinkers have proposed
that the concept of ‘communication’ should be understood,
among other dimensions, as an aesthetical phenomenon. This
paper develops this idea by using a threefold argument: (a) it
briefly places the notion of ‘aesthetics’ in Communication

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Aproximações entre Estética e Comunicação: aberturas possíveis e diálogos entre os conceitos

Studies; (b) it explores the Greek notion of ‘aesthetics’ to stress


the relational element on it; (c) it stresses the relacional in
aesthetics as the key to understand ‘communication’ as an
comprehensive and intersubjective process.

Keywords
Communication. Aesthetics. Communication Theory.
Epistemology.

Recebido em 29/04/2015
Aceito em 29/03/2016

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