água na agricultura
Uma das estratégias usadas pelos pesquisadores é identificar genes que possam ser
utilizados para aumentar a eficiência do uso da água em plantas, caso do RIPE (do
inglês Realizing Increased Photosynthetic Efficiency for sustainable increases in crop
yield). O grupo tem objetivo de melhorar a eficiência da fotossíntese para incrementar o
rendimento de culturas agrícolas por meio da engenharia genética. Fundado em 2012, o
RIPE já conseguiu ampliar a capacidade fotossintética de plantas, resultando em uma
produtividade 15% maior. O próximo passo é reunir em uma só planta o avanço já
conquistado com a capacidade de economia de água. Isso seria feito por meio da
manipulação do gene responsável pela produção da proteína PsbS.
Esse mecanismo foi adotado por outra equipe de cientistas, que desenvolveu uma
variedade de arroz com maior resistência à seca. O caminho, entretanto, foi diferente. O
grupo encontrou uma proteína proveniente do milho que também influencia na abertura
dos estômatos. As plantas geneticamente modificadas (GM) deste experimento
demonstraram menor perda de água por meio da transpiração, apresentando, portanto,
um nível de resistência à seca. Os resultados dessa pesquisa foram publicados na revista
Plant Biotechnology Journal.
Outro bom exemplo de aplicação desta tecnologia vem da Embrapa. Pesquisa realizada
em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) identificou um gene
do café que confere resistência à seca. Em uma planta modelo os resultados foram
animadores. O próximo passo agora é inserir e testar esse gene em plantas de interesse
agronômico como soja, milho, trigo, cana-de-açúcar, arroz e algodão.
Esses estudos mostram que a biotecnologia é uma arma na luta contra a escassez de
água. As inovações técnicas na área agrícola devem sempre ser consideradas quando
falamos em sustentabilidade. Sem o uso de todas as ferramentas disponíveis, o desafio
de produzirmos mais com menos será difícil de ser superado.