a dualidade se evidencia igualmente em gênio: infância redescoberta dotada de
qualquer tempo e espaço espírito analítico
“A dualidade da arte é uma consequência “A multidão é seu universo, como o ar é o
fatal da dualidade do homem.” dos pássaros, como a água, o dos peixes. Sua paixão e profissão é desposar a II multidão.” “[...] há na vida ordinária, na metamorfose “ver o mundo, estar no centro do mundo e incessante das coisas exteriores, um permanecer oculto ao mundo” movimento rápido que exige do artista idêntica velocidade de execução flâneur: incógnito, dissolvido na multidão
Paul Gavarni e Honoré Daumier multidão: “caleidoscópio dotado de
(ilustradores franceses) consciência”
pintor de costumes: flâneur, observador/ eu/ não-eu
gênio de natureza mista (no qual entra boa iluminação das cidades dose de espírito literário)- “é o pintor do circunstancial e de tudo o que este sugere “como se temesse que as imagens lhe de eterno” escapassem, belicoso, mas sozinho e debatendo-se consigo mesmo.” ARTISTA: restrito/ “homem subordinado á sua palheta como o servo à gleba”/ “grande deserto de homens”: multidão especialista/ artesão/ “inteligências provincianas” x HOMEM DO MUNDO: homem do mundo (C.G.) busca “um sentido amplo, “compreende o mundo e as objetivo mais geral, diverso do prazer razões misteriosas e legítimas de todos os efêmero da circunstância” / modernidade ( seus costumes”/ se interessa pelo mundo “Trata-se, para ele, de tirar da moda o que inteiro/ curiosidade como ponto de partida esta pode conter de poético no histórico, de extrair o eterno do transitório.” O homem das multidões, Poe “A modernidade é o transitório, o efêmero, “a convalescença é como uma volta à o contingente, é a metade da arte, sendo a infância. O convalescente goza, no mais alto outra metade o eterno e o imutável.” grau, como a criança, da faculdade de se interessar intensamente pelas coisas, Suprimindo o elemento transitório, caímos mesmo por aquelas que aparentemente se no vazio de uma beleza abstrata e mostram as mais triviais. [...] A criança vê indefinível tudo como novidade; está sempre é preciso representar uma época a partir de inebriada.” seus caracteres temporais próprios “afirmo que a inspiração tem alguma pode-se estudar os antigos mestres, mas relação com a congestão, e que todo para compreender a beleza atual é pensamento sublime é acompanhado de necessário que se extraia o belo que a vida um estremecimento nervoso, mais ou humana involuntariamente confere. menos intenso, que repercute até no cerebelo. O homem de gênio tem nervos variantes da moda: época, casta, nação sólidos; na criança, eles são fracos. Naquele, (espaço), profissões a razão ganhou um lugar considerável; V nesta, a sensibilidade ocupa quase todo o ser.” Barbárie: “Quero falar de uma barbárie inevitável, sintética, infantil, que muitas vezes permanece visível numa arte perfeita (mexicana, egípcia, ninivita) e que resulta da necessidade de ver as coisas de maneira ampla, e de, principalmente, considera-las no seu efeito de conjunto.”
Arte mnemônica: a memória do reprodutor
não é científica, exata, naturalista; é antes marcada por impressões particulares, exageros e lacunas./ tradução da vida exterior/ quadros feitos exclusivamente a partir de um modelo são “notas muito minuciosas, é verdade, mas simples notas”
“Um artista com o sentimento perfeito da
forma, mas acostumado a exercitar sobretudo a memória e a imaginação, encontra-se então como que assaltado por uma turba de detalher, todos reclamando justiça com a mesma fúria de uma multidão ávida por igualdade absoluta.”/ “muitos detalhes sem importância tornam-se usurpadores”
“minúcia de míope”
“É o medo de não agir com suficiente
rapidez, de deixar o fantasma escapar antes que sua síntese tenha sido extraída e captada”