Olá!
Fabiano Pereira.
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SUMÁRIO
2. Órgãos públicos
Todos aqueles capazes de contrair direitos e obrigações são conhecidos
como pessoas ou sujeitos de direito, podendo estabelecer relações jurídicas
com outras pessoas ou sujeitos de direito, pois é a existência de uma
personalidade que possibilita o estabelecimento de relações jurídicas.
O Estado é considerado um ente personalizado, ou seja, é dotado de
personalidade jurídica. Entretanto, não possui vontade própria, não consegue
se expressar diretamente para estabelecer relações jurídicas com outras pessoas
ou sujeitos de direito.
Sendo assim, é obrigado a manifestar a sua vontade através da atuação de
seus agentes públicos, cujos atos praticados lhe são diretamente imputados
(quando o agente público pratica um ato no exercício da função pública é como
se o próprio Estado o tivesse praticado e, portanto, é o ente estatal que
inicialmente deverá ser responsabilizado pelos prejuízos que eventualmente
forem causados a terceiros).
Diversas teorias foram criadas para tentar justificar a possibilidade de se
atribuir a uma pessoa jurídica (Estado) atos praticados por pessoas físicas
(agentes públicos). E, como não poderia ser diferente, são frequentes as
questões em provas sobre o tema.
Não se desespere! Você não precisa ficar decorando todos esses órgãos,
pois apenas estou explicando como é que se constitui a estruturação de um órgão
público.
2.6. Classificação
São várias as classificações de órgãos públicos elaboradas pelos
doutrinadores brasileiros, contudo, nas provas de concursos, a do professor Hely
Lopes Meirelles ainda é a mais utilizada.
1º) Quanto à posição ocupada na escala governamental ou
administrativa (quanto à posição estatal): órgãos independentes,
autônomos, superiores e subalternos.
Independentes são os órgãos previstos diretamente no texto
constitucional, representativos dos Poderes Legislativo (Congresso Nacional,
Senado, Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmara de
Vereadores), Executivo (Presidência da República, Governadoria dos Estados,
DF e Prefeituras) e Judiciário (com todos os seus órgãos). É possível incluir
nessa classificação também o Ministério Público e os Tribunais de Contas.
Destaca-se que esses órgãos não estão subordinados a quaisquer outros e
são ocupados por agentes políticos.
Autônomos são os órgãos que se encontram diretamente subordinados
aos órgãos independentes, apesar de figurarem no topo da hierarquia
administrativa. Detêm autonomia técnica, administrativa e financeira. Dentre
eles, podemos citar os Ministérios, os órgãos integrantes da estrutura
3. Centralização e descentralização
3.1. Centralização e descentralização política
As expressões “centralização” e “descentralização” podem ser estudadas
tanto no âmbito do Direito Constitucional quanto no âmbito do Direito
Administrativo.
Analisando-as sob o âmbito constitucional, a expressão “centralização”
refere-se à manutenção do poder político (poder de legislar) em um único
núcleo. Nesse caso, a função legislativa não é repartida entre vários entes,
mas centralizada em um ente central, que é o único responsável pela edição de
leis, que são de âmbito nacional. É o que ocorre nos denominados Estados
Unitários, sendo possível citar como exemplos o Uruguai, a França e a Itália.
Para responder às questões do CESPE: Considere que um estado crie, por meio de
lei, uma nova entidade que receba a titularidade e o poder de execução de ações de
saneamento público. Nessa situação, configura-se a descentralização administrativa
efetivada por meio de outorga (Técnico Administrativo/MPU 2010/CESPE).
Assertiva correta.
DESCONCENTRAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO
Ocorre no âmbito de uma MESMA pessoa Ocorre quando a Administração Pública Direta
jurídica e dá origem à criação de órgãos públicos, transfere a particulares ou às entidades da
desprovidos de personalidade jurídica própria. Administração Pública Indireta a titularidade e/ou
execução de atividades administrativas. Envolve
duas pessoas jurídicas distintas.
Sempre que você se deparar com a expressão Sempre que você se deparar com a expressão
“desconcentração”, lembre-se de “órgãos “descentralização”, lembre-se de entidades da
públicos”. Administração Indireta ou de particulares que
prestam serviços públicos.
Os órgãos públicos devem ser criados por lei. As entidades da Administração Indireta, fruto da
descentralização, poder ser CRIADAS ou
AUTORIZADAS por lei específica.
(FCC/Analista Judiciário TRE AL/2010) Somente por Lei Específica poderá ser
criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação. Assertiva considerada correta pela banca
examinadora.
Caso a entidade seja criada diretamente por lei específica, será instituída
com personalidade jurídica de direito público. Entretanto, se a criação for
apenas autorizada por lei específica, será regida pelo direito privado.
Uma questão que anteriormente gerou bastante polêmica, mas que parece
ter sido pacificada pelo Supremo Tribunal Federal, refere-se à existência de duas
espécies de fundações públicas: de Direito Público e de Direito Privado.
A polêmica foi criada porque até a promulgação da emenda constitucional
19, que alterou o artigo 37, XIX, da CF/1988, as fundações públicas não podiam
ter a criação autorizada por lei específica, somente podiam ser criadas por lei
específica. O texto anterior era o seguinte:
“XIX - somente por lei específica poderão ser criadas empresas
públicas, sociedades de economia mista, autarquias ou fundações
públicas”.
1. Criada pelo jurista alemão Otto Gierke, a teoria do órgão declara que a o
Estado manifesta a sua vontade através de seus órgãos, que são compostos de
agentes públicos. Sendo assim, a vontade do órgão é imputada à pessoa jurídica
a cuja estrutura está integrado, o que se convencionou denominar de imputação
volitiva;
2. Não confunda desconcentração e descentralização. A primeira nada mais
é que a distribuição interna de competências dentro de uma mesma pessoa
jurídica, ou seja, a criação de órgãos públicos que fazem parte de uma estrutura
hierarquizada, criada com o objetivo de tornar mais eficiente a execução das
finalidades administrativas previstas em lei. A segunda ocorre quando a União,
DF, Estados ou Municípios desempenham algumas de suas funções por meio de
outras pessoas jurídicas. A descentralização pressupõe a existência de duas
pessoas jurídicas distintas: o Estado e a entidade que executará o serviço, por
ter recebido do Estado essa atribuição;
3. As principais características dos órgãos públicos, que estão presentes na
maioria deles (não em todos), são: integram a estrutura de uma pessoa jurídica;
não possuem personalidade jurídica; são resultado da desconcentração; alguns
possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira; podem firmar, por
meio de seus administradores, contratos de gestão com outros órgãos ou com
pessoas jurídicas (CF, art. 37, § 8º.); não tem capacidade para representar em
juízo a pessoa jurídica que integram; alguns tem capacidade processual para a
defesa em juízo de suas prerrogativas funcionais e não possuem patrimônio
próprio.
4. Independentes são os órgãos previstos diretamente no texto constitucional,
representativos dos Poderes Legislativo (Congresso Nacional, Senado, Câmara
dos Deputados, AssembléiasLegilativas e Câmara de Vereadores) Executivo
(Presidência da República, Governadoria dos Estados, DF e Prefeituras) e
Judiciário (com todos os seus órgãos). É possível incluir nesta classificação
também o Ministério Público e os Tribunais de Contas;
1. Considerações iniciais
De início, é importante que você saiba diferenciar algumas expressões que
são muito comuns em provas: “entidades, entes ou pessoas políticas”, “entidades
ou entes estatais” e “entidades ou entes administrativos”.
As expressões “entidades, entes ou pessoas políticas”, bem como
“entidades ou entes estatais”, são expressões sinônimas, utilizadas para se
referir à União, Estados, Municípios e Distrito Federal. De outro lado, as
expressões “entidades ou entes administrativos” são utilizadas para designar
as autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia
mista e consórcios públicos de Direito Público.
Os entes políticos ou estatais sempre serão pessoas jurídicas de Direito
Público interno. Por outro lado, as entidades administrativas podem ser
instituídas sob a forma de pessoas jurídicas de Direito Público (autarquias,
fundações de direito público e consórcios públicos) ou de Direito Privado
(fundações públicas de direito privado, empresas públicas e sociedades de
economia mista).
E não pense que, em razão de sua simplicidade, esse tema não é
cobrado em provas. No concurso público para o cargo de Auditor da
Prefeitura do Recife, realizado em 2003, por exemplo, a ESAF elaborou a
seguinte questão sobre o assunto:
2.1.1. Conceito
As autarquias possuem personalidade jurídica de Direito Público e
integram a Administração Indireta e Descentralizada, sendo criadas por lei
específica para o exercício de funções administrativas típicas de Estado, tais
como previdência e assistência social (INSS), polícia administrativa (IBAMA),
regulação de determinados setores da economia (Banco Central e Comissão de
Valores Mobiliários - CVM), assistência social (INCRA) e até mesmo atuação na
área de saúde, em situações excepcionais.
O Decreto-Lei 200/67, em seu artigo 5º, I, conceitua autarquia como “o
serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita
próprios, para executar atividades típicas da administração pública, que
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira
descentralizada”.
2.1.5. Patrimônio
a) Servidores Públicos
O texto original do artigo 39 da Constituição Federal de 1988 estabelecia
que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deveriam criar, no
âmbito de sua competência, regime jurídico único (apenas estatutário,
celetista ou outro regime legal) para os servidores da administração pública
direta, das autarquias e das fundações públicas.
Na esfera federal, decidiu-se adotar o regime estatutário (Lei 8.112/90)
para todos os servidores públicos federais vinculados à União, seus respectivos
órgãos, autarquias e fundações públicas de Direito Público.
Entretanto, em 04 de junho de 1998, foi promulgada a emenda
constitucional nº. 19, que acabou com a obrigatoriedade de um regime jurídico
único para todos os servidores públicos.
A partir de então, o regime jurídico das referidas entidades e órgãos
públicos poderia ser estatutário ou celetista (nos termos da CLT), ou, ainda,
qualquer outro previsto em lei. Em tese, seria possível então que uma autarquia
federal, por exemplo, tivesse em seu quadro uma parte de servidores regidos por
estatuto (Lei 8.112/90) e outra parte regida pela CLT.
Todavia, no dia 02 de agosto de 2007, o Plenário do Supremo Tribunal
Federal deferiu medida cautelar na ADIn nº. 2.135, para declarar inconstitucional
a nova redação dada pela EC nº. 19/98 ao caput do artigo 39 da CF, sob a
alegação de que a alteração do referido artigo não teria sido aprovada pelo
processo legislativo previsto no texto constitucional (quórum favorável de, no
mínimo, 3/5 dos membros das duas Casas do Congresso Nacional, em dois
turnos de votação, como exige o art. 60, §2º, da CF/88).
Segundo os partidos que apresentaram a ADIn 2.135 (PT, PDT, PCdoB e
PSB), a alteração do texto do artigo 39 da CF somente teria sido aprovada no
Senado, sem a manifestação obrigatória da Câmara dos Deputados.
Sendo assim, com a suspensão, pelo STF, da alteração que havia sido
efetuada pela emenda constitucional nº 19, voltou a vigorar no Brasil o famoso
regime jurídico único.
A alteração efetuada pela EC nº. 19/98 (fim do regime jurídico único) no
artigo 39 da CF/88 foi suspensa liminarmente pelo Supremo Tribunal Federal e,
portanto, as autarquias federais atualmente só podem contratar servidores
públicos pelo regime estatutário (Lei 8.112/90), pelo menos até a decisão
final de mérito na ADIn 2.135.
b) Dirigentes
Além dos servidores públicos, ainda fazem parte do quadro de pessoal das
autarquias os seus respectivos dirigentes, que serão escolhidos na forma da lei
instituidora ou dos respectivos estatutos.
Em regra, os dirigentes das autarquias ocupam cargos em comissão
(também denominados cargos de confiança), nos termos do inciso II, artigo
37, da CF/1988, e a competência para efetuar tanto a nomeação quanto a
exoneração é do Presidente da República (artigo 84, XXV, da CF/1988).
Da mesma forma e em respeito ao princípio da simetria (que determina
que as entidades federativas estaduais, municipais e distrital, ao organizarem
suas constituições estaduais e leis orgânicas, devem obediência às normas de
organização previstas na Constituição Federal), tal competência também será
assegurada aos Governadores dos Estados, do DF e aos Prefeitos, em suas
respectivas esferas de atuação.
Existem casos específicos em que a própria Constituição Federal afastou a
discricionariedade do Presidente da República para a nomeação dos dirigentes de
autarquias, como acontece, por exemplo, no inciso XIV, do artigo 84, que
condiciona a nomeação dos diretores e presidente do Banco Central (autarquia
federal) à aprovação prévia do Senado Federal.
O Supremo Tribunal Federal já declarou ser constitucional a exigência
legal que condiciona a nomeação de dirigentes de autarquias e demais entidades
administrativas regidas pelo Direito Público, pelo Chefe do Executivo, à prévia
aprovação do Poder Legislativo respectivo.
Todavia, é inconstitucional a lei que estabeleça a necessidade de
aprovação prévia pelo Legislativo das nomeações de dirigentes para as
empresas públicas e sociedades de economia mista efetuadas pelo Chefe
do Poder Executivo (ADI 1.642/MG).
PIT STOP
AUTARQUIAS
São pessoas jurídicas de direito público CRIADAS por lei específica.
A responsabilidade civil é OBJETIVA pelos danos que seus agentes públicos, nessa
qualidade, causarem a terceiros.
Atualmente só podem contratar agentes públicos, após concurso público, pelo regime
estatutário (Lei 8.112/1990, na esfera federal).
O professor José dos Santos Carvalho Filho, com a clareza que lhe é
peculiar, afirma que “em virtude da autonomia de que são titulares, na forma do
art. 18, da CF, cada uma das pessoas federativas tem competência para instituir
suas próprias autarquias, que ficarão vinculadas à respectiva Administração
Direta. Todavia, não são admissíveis autarquias interestaduais e
intermunicipais. Se há interesse de Estados e de Municípios para executar
serviços comuns, devem os interessados, por si mesmos ou por pessoas
descentralizadas, como é o caso de autarquias, celebrar convênios ou consórcios
administrativos, constituindo essa forma de cooperação a gestão associada
prevista no art. 241 da Constituição, tudo, é óbvio, dentro do âmbito das
respectivas competências constitucionais. Esta é que deve ser a solução, e não a
criação de autarquia única (ou outra pessoa descentralizada) para interesse de
diversos entes. Semelhante hipótese provocaria deformação no sistema de
administração direta e indireta, segundo o qual cada pessoa descentralizada é
vinculada apenas ao ente federativo responsável por sua instituição, e não
simultaneamente a várias pessoas federativas. Inexiste, por conseguinte,
vinculação pluripessoal.
Nos termos do Código Civil, para criar uma fundação privada o seu
instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens
livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira
de administrá-la. A fundação privada somente poderá constituir-se para fins
religiosos, morais, culturais ou de assistência.
Tornando-se ilícita, impossível ou inútil à finalidade a que visa a fundação
ou, vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público (que é o
responsável por zelar pelas fundações privadas) ou qualquer interessado lhe
promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em
contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, a outra fundação, designada pelo
juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
Como exemplos de fundações privadas, podemos citar a Fundação Roberto
Marinho, Fundação Bradesco, Fundação Ayrton Senna, Fundação Abrinq, entre
PIT STOP
FUNDAÇÕES PÚBLICAS
Podem ser instituídas com personalidade jurídica de direito público ou de direito
privado. No primeiro caso, são CRIADAS por lei específica. No segundo caso, lei
específica apenas AUTORIZA a criação.
2.3.2. Classificação
As empresas públicas e sociedades de economia mista são pessoas jurídicas
de Direito Privado, instituídas pelo Estado para a exploração de atividade
econômica ou prestação de serviços públicos, sendo possível classificá-las
sob dois critérios:
1º)Dependência financeira: a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei
Complementar 101/00) utiliza-se do critério da dependência financeira para
diferenciar as entidades integrantes da Administração Indireta. Nos termos do
inciso III do artigo 2º, empresa estatal dependente é aquela que recebe do
ente controlador (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) recursos
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou
de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de
participação acionária.
Por outro lado, empresa estatal independente é aquela que consegue
se manter com recursos próprios e, portanto, não se sujeita integralmente à Lei
de Responsabilidade Fiscal, ao contrário das empresas estatais dependentes.
Esse critério também é utilizado para submeter ou não os empregados das
empresas estatais ao teto geral remuneratório previsto no inciso XI, artigo 37,
da CF/1988, que dispõe que o teto aplica-se somente “às empresas públicas e às
sociedades de economia mista e suas subsidiárias, que receberem recursos da
União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de
despesas de pessoal ou de custeio em geral”.
2º) Objeto de atuação (prestação de serviços públicos ou
exploração de atividade econômica): apesar de o texto constitucional referir-
se apenas às empresas estatais exploradoras de atividades econômicas (§ 1º do
artigo 173), é pacífico na doutrina o entendimento de que também podem prestar
serviços públicos.
a) Empresas estatais exploradoras de atividades econômicas: nos
termos do artigo 173 da CF/1988, o Estado somente está autorizado a explorar
atividades econômicas em duas situações excepcionais: quando necessária aos
imperativos de segurança nacional ou existir relevante interesse coletivo.
Em regra, a exploração de atividades econômicas deve ficar sob a
responsabilidade das empresas particulares e o Estado somente irá intervir nessa
seara supletivamente.
Como exemplos de entidades estatais exploradoras de atividades
econômicas, podemos citar o Banco do Brasil (sociedade de economia mista
federal), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social –
BNDES (empresa pública federal), a Caixa Econômica Federal (empresa
a) Criação de subsidiárias
Nos termos do inciso XX, artigo 37, da Constituição Federal, depende de
autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das empresas
estatais, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada.
Para a criação de subsidiárias, não existe a necessidade de lei específica,
mas somente autorização legislativa (qualquer espécie legislativa). Além
disso, nos termos constitucionais, a autorização legislativa tem que ser concedida
em cada caso, ou seja, a cada criação de uma nova subsidiária.
Contudo, apesar de o texto constitucional ser expresso ao afirmar a
necessidade de autorização legislativa para cada caso, o Supremo Tribunal
Federal, no julgamento da ADI 1649, decidiu que a autorização legislativa
específica para a criação de empresas subsidiárias é dispensável nos casos em
que a lei autorizativa de criação da sociedade de economia mista ou empresa
pública matriz também previu a eventual formação das subsidiárias.
2.3.6. Licitação
O inciso III, § 1º, artigo 173, da CF/88, afirma expressamente que a
leiestabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de
produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre
licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os
princípios da administração pública.
2.3.8. Falência
Consta expressamente no inciso I, artigo 2º, da Lei 11.101/2005 (que
regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da
sociedade empresária), que não se aplicam às empresas públicas e às
sociedades de economia mista as regras gerais sobre a falência,
independentemente de explorarem atividade econômica ou prestarem serviços
públicos.
2.3.10. Patrimônio
O patrimônio da empresa pública e da sociedade de economia mista é
constituído, inicialmente, mediante transferência efetuada pelo ente político
criador (União, Estados, Municípios e Distrito Federal).
Enquanto integravam o patrimônio das citadas entidades políticas, os bens
eram considerados públicos. Todavia, a partir do momento que são transferidos
para o patrimônio das empresas estatais assumem a característica de bens
privados e, portanto, não gozam dos atributos da imprescritibilidade,
impenhorabilidade e alienabilidade condicionada.
Todavia, é necessário ficar atento ao entendimento do Supremo
Tribunal Federal quanto às empresas públicas e sociedades de economia
mista que prestam serviços públicos em regime de exclusividade. Nesse
caso, os respectivos bens das entidades serão considerados públicos,
conforme se constata na decisão proferida pelo STF em 2003:
a) Foro judicial
Nos termos do inciso I, artigo 109, da Constituição Federal de 1988, as
causas em que a empresa pública federal for interessada na condição de
autora, ré, assistente ou oponente, exceto as de falência, as de acidentes de
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho, tramitarão na
justiça federal comum. Entretanto, nos casos de empresas públicas estaduais
ou municipais, as causas deverão tramitar na justiça estadual.
As sociedades de economia mista não gozam dessa prerrogativa e,
portanto, todas as ações judiciais em que for autora, ré, assistente ou oponente,
exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral
b) Forma jurídica
As sociedades de economia mista somente podem ser constituídas sob a
forma de sociedade anônima (S.A.), sejam elas federais, estaduais, municipais
ou distritais. Por outro lado, as empresas públicas podem ser constituídas sob
qualquer forma jurídica prevista em lei (sociedade anônima, sociedade
limitada ou sociedade em comandita por ações).
Na esfera federal, as empresas públicas ainda podem ser constituídas sob
uma forma jurídica inédita, que ainda não existia e foi criada apenas para
aquela determinada empresa pública. Isso se deve ao fato de que compete à
União legislar sobre direito comercial, nos termos do inciso I, artigo 22, da
Constituição Federal de 1988.
As empresas estatais estaduais e municipais somente podem ser instituídas
sob uma forma jurídica já existente, já que os Estados e Municípios não podem
legislar sobre Direito Comercial.
No concurso público para o cargo de Auditor Fiscal da Receita
Federal, realizado em 2005, a ESAF considerou correta a seguinte
assertiva: “É possível, na esfera federal, uma empresa pública ser
organizada sob a forma de sociedade anônima, sendo a União Federal a
sua única acionista”.
c) Capital
As empresas públicas são constituídas por capital exclusivamente estatal
(público). O capital deve pertencer integralmente a entidades da Administração
Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) ou Indireta (outras
empresas públicas, autarquias, fundações públicas e sociedades de economia
mista), sendo vedada a participação de particulares na integralização do capital.
Para que uma empresa pública seja considerada federal, é necessário que
a maioria do capital votante esteja sob o domínio da União. Nesses termos,
podemos considerar como federal uma empresa pública em que 60% do capital
votante pertença à União (mais da metade), 20% a um Estado, 10% a uma
sociedade de economia mista e 10% a um Município.
Por outro lado, as sociedades de economia mista são instituídas mediante
a integralização de capital proveniente do Poder Público e iniciativa privada
(particulares). É o denominado “capital misto”.
O inciso III, artigo 5º, do Decreto-Lei 200/67, estabelece que, para ser
configurada como federal, a maioria das ações com direito a voto da sociedade
de economia mista deve pertencer à União.
Nos termos do conceito previsto no Decreto 200/1967, uma empresa com maioria do
capital votante pertencente à União, e o restante do capital atribuído a outras pessoas
jurídicas de direito público interno, bem como a entidades da Administração Indireta da
União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios, é dita empresa pública.
PIT STOP
As ações judiciais contra as empresas públicas As ações judiciais propostas contra as sociedades
federais devem ser propostas na JUSTIÇA de economia mista FEDERAIS, ESTADUAIS ou
FEDERAL. Quando se tratar de empresa pública MUNICIPAIS devem ser propostas na JUSTIÇA
estadual ou municipal, as ações judiciais devem ser ESTADUAL. Não há distinção de foro judicial.
propostas na JUSTIÇA ESTADUAL.
2.4.2. Conceito
O artigo 2º do Decreto Federal 6.017/07 define o consórcio público como
“a pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, na forma da
Lei no 11.107, de 2005, para estabelecer relações de cooperação federativa,
inclusive a realização de objetivos de interesse comum, constituída como
associação pública, com personalidade jurídica de direito público e natureza
autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos”.
O contrato de rateio pode ser definido como o contrato por meio do qual os
entes consorciados comprometem-se a fornecer recursos financeiros para a
realização das despesas do consórcio público. Trata-se do único instrumento
apto a fundamentar a entrega de recursos do ente consorciado ao consórcio
público.
O contrato de rateio será formalizado em cada exercício financeiro, com
observância da legislação orçamentária e financeira do ente consorciado
contratante e depende da previsão de recursos orçamentários que suportem o
pagamento das obrigações contratadas.
Havendo restrição na realização de despesas, de empenhos ou de
movimentação financeira, ou qualquer outra derivada das normas de direito
financeiro, o ente consorciado, mediante notificação escrita, deverá informá-la
ao consórcio público, apontando as medidas que tomou para regularizar a
situação, de modo a garantir a contribuição prevista no contrato de rateio.
A eventual impossibilidade de o ente consorciado cumprir obrigação
orçamentária e financeira estabelecida em contrato de rateio obriga o consórcio
público a adotar medidas para adaptar a execução orçamentária e financeira aos
novos limites.
O prazo de vigência do contrato de rateio não será superior ao de vigência
das dotações que o suportam, com exceção dos que tenham por objeto
exclusivamente projetos consistentes em programas e ações contemplados em
plano plurianual.
3. Agências reguladoras
3.1. Noções gerais ................................................................ 88
3.2. O surgimento das agências reguladoras “propriamente ditas”
no Direito brasileiro ............................................................... 89
3.3. Conceito e natureza jurídica ........................................... 90
3.4. Características ................................................................ 91
3.5. Regime de pessoal .......................................................... 95
3.6. Controle .......................................................................... 98
1. Considerações iniciais
2. Contrato de gestão
O contrato de gestão tem origem na França e foi muito utilizado por
diversos países europeus, após a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de
introduzir na Administração Pública uma atuação visando à busca por
resultados.
O contrato de gestão, também denominado acordo-programa, está
intimamente relacionado com o princípio da eficiência, que deve servir de
parâmetro para toda a Administração Pública.
Sendo assim, deve ficar bem claro que o principal objetivo do contrato
de gestão é aumentar a autonomia gerencial, orçamentária e financeira de
órgãos e entidades públicos, facilitando assim o alcance de suas finalidades
previstas em lei.
Pergunta: Professor, até agora não consegui entender como a assinatura
de um contrato de gestão pode ampliar a autonomia de uma entidade ou órgão
público, seria possível explicar melhor?
Claro! Irei citar dois exemplos apresentados pelos professores Vicente
Paulo e Marcelo Alexandrino que destacam a ampliação da autonomia dos órgãos
e entidades que firmam um contrato de gestão:
1º) A ampliação dos limites de valor de contratações até os quais a licitação
é dispensável. Para a Administração em geral, é dispensável a licitação
quando o valor de contrato é de até 10% do valor máximo admitido para a
utilização da modalidade convite. Para as agências executivas, esse limite
até o qual a licitação é dispensável é o dobro, ou seja, 20% do valor máximo
admitido para a utilização da modalidade convite (Lei 8.666/93, artigo 24,
parágrafo único). Registramos que esse limite de 20% também é aplicável
aos consórcios públicos e a todas as empresas públicas e sociedades de
economia mista, por estarem incluídos na regra do mesmo parágrafo único
do art. 24 da Lei Geral de Licitações e Contratos; nesse caso, porém, não
há nenhuma relação com celebração de contratos de gestão.
2º) A Lei nº. 9.962/2000, que regula a contratação de empregados públicos
celetistas pela Administração Direta, autarquias e fundações públicas
federais, enumera, em seu art. 3º as hipóteses em que poderá a
Administração Pública rescindir, unilateralmente, o contrato de trabalho de
3º - a remuneração do pessoal.”
É correto afirmar que a qualificação da entidade como agência executiva permite que
ela usufrua de determinadas vantagens previstas em lei, como, por exemplo, o
aumento dos percentuais de dispensa de licitação, previsto na Lei nº 8.666/93.
3. Agências reguladoras
3.4. Características
Analisando-se as questões de concursos públicos aplicadas pelas bancas
examinadoras nos últimos anos, bem como o entendimento dos principais
doutrinadores do país, é possível apontar as seguintes características inerentes
às agências reguladoras:
1ª) Autonomia administrativa
Grande parte dos doutrinadores nacionais aponta a autonomia
administrativa das agências reguladoras como a sua principal característica.
A escolha por um sistema independente de administração em relação à
Administração Direta é uma espécie de “medida cautelar contra a concentração
de poderes nas mãos do Estado”, nos dizeres do professor Carlos Ari Sunfeld.
Os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, citando Floriano
Marques Neto, apresentam os principais elementos caracterizadores da ampla
autonomia outorgada às agências reguladoras, e que constantemente são
cobrados em provas:
a) A estabilidade dos dirigentes (somente devem ser afastados no caso de
cometimento de ilícitos, ou de outros desvios de conduta, ou se a
agência não estiver cumprindo a política pública definida nos termos da
lei para o setor);
b) A autonomia de gestão;
c) O estabelecimento de fontes próprias de recursos, se possível geradas
pelo próprio exercício da atividade regulatória (taxas pelo exercício do
poder de polícia e preços públicos específicos);
d) A não-subordinação hierárquica a qualquer instância de governo;
e) A inexistência de instância revisora hierárquica de seus atos, ressalvada
a revisão judicial;
f) A indicação dos dirigentes pautada por critérios técnicos, sendo
preferível que sua nomeação não seja ato exclusivo do Poder Executivo,
devendo envolver o Legislativo, mediante sabatina e aprovação, pela
instância parlamentar, dos nomes indicados.
não possuíam cargos públicos efetivos em sua estrutura (que era a exigência do
STF), não poderiam fazer concurso público para a contratação de novos
servidores.
Diante disso, tiveram que aguardar a solução do problema pelo Congresso
Nacional, que somente ocorreu em 2004, com a publicação da Lei 10.871/04,
responsável pela criação de diversos cargos de provimento efetivo no âmbito das
agências reguladoras.
Atualmente os servidores das agências reguladoras federais são regidos pela Lei
8.112/1990 (regime estatutário), portanto, titularizam cargos públicos.
3.5.1. Dirigentes
Um dos elementos configuradores da autonomia administrativa das
agências reguladoras é o “mandato a prazo certo” exercido pelos seus
dirigentes, que, segundo o entendimento da doutrina majoritária, trata-se de
essencial e necessário instrumento de garantia contra ingerências externas,
principalmente político-eleitorais.
Nos termos da Lei 9986/00, as agências reguladoras serão dirigidas em
regime de colegiado, por um Conselho Diretor ou Diretoria composta por
Conselheiros ou Diretores, sendo um deles o seu Presidente ou o Diretor-Geral
ou o Diretor-Presidente.
O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente e os demais
membros do Conselho Diretor ou da Diretoria serão brasileiros, de reputação
ilibada, formação universitária e elevado conceito no campo de especialidade dos
cargos para os quais serão nomeados, devendo ser escolhidos pelo Presidente
da República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos
termos da alínea “f”, inciso III, art. 52, da Constituição Federal.
Após terem sido indicados e nomeados pelo Presidente da República,
com referendo do Senado Federal, os dirigentes das agências reguladoras
exercerão mandato a prazo certo, cuja duração será definida na lei de criação
de cada agência.
3.6. Controle
A ampla autonomia administrativa assegurada às agências reguladoras não
as exime do controle realizado pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário,
além do Ministério Público e dos próprios cidadãos, através da aplicação de vários
dispositivos constitucionais e legais.
Como estão vinculadas (e não subordinadas) ao Poder Executivo, as
agências reguladoras estão submetidas ao mesmo controle finalístico (ou
supervisão ministerial) exercido em relação às entidades da Administração
Pública Indireta, nos termos do artigo 84, II e 87, parágrafo único, da CF/88.
4.2.2. Desqualificação
O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como
organização social quando constatado o descumprimento das disposições
contidas no contrato de gestão. Entretanto, a desqualificação será precedida de
processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa, respondendo os
dirigentes da organização social, individual e solidariamente, pelos danos ou
prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão.
Nos termos da Lei 9.637/98, a desqualificação importará na reversão dos
bens públicos que haviam sido cedidos em permissão de uso e dos valores
entregues à utilização da organização social, sem prejuízo de outras sanções
cabíveis.
4.3.3. Qualificação
Nos termos do Decreto nº 3.100/99, o pedido de qualificação como
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público será dirigido pela pessoa
jurídica de direito privado sem fins lucrativos, que preencha os requisitos da Lei
9.790/99, ao Ministério da Justiça, por meio do preenchimento de
requerimento escrito e apresentação de cópia autenticada dos seguintes
documentos:
a) estatuto registrado em Cartório;
b) ata de eleição de sua atual diretoria;
c) balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;
d) declaração de isenção do imposto de renda; e
e) inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes/Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica (CGC/CNPJ).
Recebido o requerimento pelo Ministério da Justiça, este terá o prazo de
trinta dias para deferir ou não o pedido de qualificação, ato que será publicado
4.3.4. Desqualificação
Qualquer cidadão, vedado o anonimato e respeitadas as prerrogativas do
Ministério Público, desde que amparado por evidências de erro ou fraude, é
parte legítima para requerer, judicial ou administrativamente, a perda da
qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
A perda da qualificação ocorrerá mediante decisão proferida em processo
administrativo, instaurado no Ministério da Justiça, de ofício ou a pedido do
interessado, ou judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Público, nos
quais serão assegurados a ampla defesa e o contraditório.
Comentários
a) Criada pelo jurista alemão Otto Gierke, destaca-se que a teoria do órgão
atualmente é adotada pela doutrina brasileira para legitimar a atuação do agente
público em nome da pessoa jurídica administrativa. Em síntese, a teoria do
órgão afirma que o Estado manifesta a sua vontade através de seus órgãos
públicos, que são titularizados por agentes públicos. Os atos praticados pelos
órgãos são imputados à pessoa jurídica a cuja estrutura estão integrados, o
que se convencionou denominar de imputação volitiva. Assertiva incorreta.
b) Os órgãos administrativos podem integrar tanto a estrutura de pessoa jurídica
da Administração Direta quanto da Administração Indireta. Assertiva correta.
c) Uma das principais características dos órgãos públicos é o fato de não
possuírem personalidade jurídica, pois representam simples repartição de
atribuições administrativas no âmbito de uma pessoa jurídica. Assertiva
incorreta.
d) A criação de órgãos públicos é consequência da técnica da desconcentração
administrativa. A descentralização administrativa, em regra, enseja a criação de
entidades com personalidade jurídica própria no âmbito da Administração Pública
Indireta. Assertiva incorreta.
e) Os órgãos públicos se organizam e se estruturam mediante relações de
hierárquica administrativa. A ESAF, por exemplo, é órgão público integrante da
estrutura hierárquica do Ministério da Fazenda. Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra b.
Comentários
a) As empresas estatais (sociedades de economia mista e empresas públicas),
nos termos da CF, art. 37, XIX, são criadas mediante autorização legal. Não é
a lei que lhes concede personalidade jurídica própria, mas sim o registro de seus
atos constitutivos no órgão competente (Junta Comercial, por exemplo).
Assertiva incorreta.
b) As empresas públicas e sociedades de economia mista são constituídas com
personalidade jurídica de direito privado, independentemente da esfera
responsável pela criação (federal, estadual ou municipal). Assertiva incorreta.
c) As sociedades de economia mista somente podem ser instituídas como
sociedades anônimas, nos termos da Lei 6.404∕1976. Assertiva incorreta.
d) A CF∕1988, em seu art. 173, § 1º, II, dispõe que as empresas estatais estão
sujeitas ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários. Portanto, seus
trabalhadores serão regidos pelas normas da CLT e não de estatuto jurídico
próprio. Assertiva incorreta.
e) As empresas públicas e as sociedades de economia mista, integrantes da
administração indireta, estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não
obstante os seus servidores estarem sujeitos ao regime celetista. Assertiva
correta.
Gabarito: Letra e.
Comentários
Ao responder às questões de prova, lembre-se sempre de que a
desconcentração ocorre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica, através
da criação de órgãos administrativos desprovidos de personalidade jurídica e
responsáveis pelo exercício de competências específicas. Assim, quando a União
decide criar os seus vários Ministérios, está desconcentrando as suas
atividades, isto é, distribuindo as suas atribuições entre vários órgãos que estão
organizados em uma estrutura hierárquica, na qual o Presidente da República é
a autoridade máxima. Independentemente da quantidade de órgãos públicos
criados (Ministérios, Secretarias, Superintendências, Diretorias etc.), deve ficar
claro que todos eles integram a estrutura de uma única pessoa jurídica, no
caso, a União.
Por outro lado, a descentralização caracteriza-se como a distribuição de
competências de uma para outra pessoa, física ou jurídica. Neste caso, teremos
a figura de duas pessoas distintas: uma que transfere a competência e a outra
que a recebe. Ao criar o IBAMA (autarquia integrante da Administração Indireta),
por exemplo, a União transferiu para outra pessoa jurídica a competência para
o exercício do poder de polícia administrativa na área ambiental.
Em resumo, você deve ficar atento ao seguinte: se foram distribuídas
competências dentro do âmbito de uma mesma pessoa jurídica, através da
criação de órgãos públicos, ocorrerá adesconcentração. Todavia, se as
competências foram distribuídas para outra pessoa física oujurídica,
integrantes da Administração Pública Indireta (autarquias, empresas públicas,
fundações públicas ou sociedades de economia mista) ou mesmo da iniciativa
privada (concessionários ou permissionários de serviços públicos), ocorrerá
adescentralização.
Utilizando as informações apresentadas, analisemos então os itens
relacionados na questão:
1º) O IBGE, fundação pública de direito público, foi criado pela União com
o objetivo prestar serviços oficiais de estatística, geologia e cartografia de âmbito
nacional. Como possui personalidade jurídica própria (integra a Administração
Pública Indireta), o IBGE é exemplo de uma descentralização administrativa
ocorrida na esfera federal.
2º) A criação de uma nova Delegacia Regional do Trabalho (que nada mais
é do que um órgão administrativo) ocorre no âmbito do próprio Ministério do
Trabalho, que é um órgão integrante da estrutura da União. Desse modo,
estamos diante de uma desconcentração administrativa.
3º) A lei 8.987/95, em seu art. 2º, inc. II, define a concessão de serviço
público como “a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente,
mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou
consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por
sua conta e risco e por prazo determinado”.
Perceba que o próprio conceito legal cita a existência de outra pessoa
jurídica que irá prestar o serviço público delegado mediante licitação, portanto,
tem-se uma hipótese de descentralização administrativa.
4º) Apesar de atualmente não existirem Territórios Federais na estrutura
administrativa brasileira, reza o § 2º do art. 18 da CF/1988 que “os Territórios
Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou
reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar”.
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que os Territórios
Federais “não integram a federação, mas têm personalidade jurídica de
direito público, são geograficamente delimitados e possuem capacidade
genérica, que abrange serviços de segurança, saúde, justiça etc” .
Comentários
a) Seja na esfera federal, estadual ou municipal, a criação de empresas
públicas está normatizada no inc. XIX, art. 37, da CF/1988, que é claro ao afirmar
que “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”.
Desse modo, está incorreta a assertiva ao afirmar que a criação de empresa
pública é feita diretamente por autorização do Secretario de Estado da respectiva
pasta à qual está vinculada.
Comentários
Item I – A outorga da qualificação como OSCIP às pessoas jurídicas de
direito privado, sem fins lucrativos, que atenderem aos requisitos previstos na
Lei 9.790/99, é ato administrativo vinculado, o que torna a assertiva incorreta.
Item II – O art. 2º da Lei 9.790/99 apresenta um rol de entidades que
não podem ser qualificadas como OSCIP, e, dentre elas, estão as entidades de
benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito
de associados ou sócios. Assertiva incorreta.
Item III – A promoção da segurança alimentar e nutricional, observado o
princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação da
entidade, realmente é uma das finalidades que podem ensejar a certificação como
OSCIP, o que torna a assertiva correta.
Item IV - O art. 2º da Lei 9.790/99 apresenta um rol de entidades que
não podem ser qualificadas como OSCIP, e, dentre elas, estão as organizações
sociais. Assertiva incorreta.
Item V – A assertiva está correta, pois essa proibição consta
expressamente no art. 2º da Lei 9.790/99.
GABARITO: LETRA E.
Comentários
a) Apesar de não existir uma disciplina legal determinando a natureza
jurídica das agências reguladoras, constata-se que no Direito brasileiro todas elas
estão sendo criadas sob a forma de autarquias de regime especial, pelo menos
no âmbito federal. Sendo assim, integrarão a Administração Pública indireta e
serão regidas pelo direito público, usufruindo de todos as prerrogativas
outorgadas pelo regime jurídico-administrativo.
Perceba que o texto da assertiva afirmou que as agências reguladoras
integram a Administração Pública federal direta, portanto, deve ser considerado
incorreto.
b) A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que “embora não haja
disciplina legal única, a instituição dessas agências vem obedecendo mais ou
menos ao mesmo padrão, o que não impede que outros modelos sejam
idealizados posteriormente”.
É importante destacar, mais uma vez, que todas as agências reguladoras
federais foram instituídas sob a forma de autarquias de regime especial,
apesar de não existir essa obrigatoriedade. Assertiva incorreta.
c) Para controlar eficientemente a prestação dos serviços públicos e o
exercício de atividades econômicas que foram delegados para a iniciativa privada,
as agências reguladoras precisam possuir garantias que lhes assegurem uma
maior autonomia e independência no exercício de suas atividades.
Tais garantias, em regra, estão previstas diretamente nas respectivas leis
instituidoras e tem por objetivo evitar que essas entidades sofram ingerências
políticas externas daqueles que estão insatisfeitos com as conseqüências políticas
das decisões técnicas implementadas administrativamente. Dentre essas
garantias realmente é possível citar a formação de quadro próprio de servidores;
receitas próprias; dirigentes escolhidos pelo chefe do Poder Executivo, aprovados
pelo Senado Federal e com mandato fixo; o caráter final das suas decisões, que
não são passíveis de apreciação por outros órgãos ou entidades da Administração
Pública etc. Assertiva correta.
d) No Direito Administrativo brasileiro, adotou-se o sistema de jurisdição
única, também chamado de sistema administrativo inglês. Isso significa que
somente ao Poder Judiciário é assegurada a prerrogativa de decidir conflitos de
interesses com força de coisa julgada, isto é, sem a possibilidade de propositura
de recursos, mesmo sobre temas relacionados diretamente com o interesse da
Administração.
É importante esclarecer que as agências reguladoras realmente possuem a
prerrogativa de decidir, em última instância administrativa, os conflitos de
interesses afetos a sua área de atuação. Entretanto, todas as decisões
administrativas poderão ter a sua legalidade analisada posteriormente pelo Poder
Judiciário, caso necessário. Assertiva incorreta.
e) A Lei 9.986, publicada em 18 de julho de 2000, determinava que os
integrantes dos quadros das agências reguladoras fossem regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. Todavia, no julgamento da ADI nº
2.310/DF, em 19/12/2000, o Supremo Tribunal Federal decidiu suspender a
obrigatoriedade de adoção do regime celetista sob o fundamento de que os
servidores das agências reguladoras deveriam ser providos em cargos públicos
de provimento efetivo, já que exerciam funções de fiscalização, que são
consideradas típicas de Estado. Assertiva incorreta.
GABARITO: LETRA C.
Comentários
O professor Lucas Rocha Furtado afirma que “se o controle sobre
determinado ato é feito pela mesma unidade administrativa ou pelo mesmo poder
que praticou o ato, ter-se-á o controle interno. O controle externo, por sua vez,
é feito por poder ou unidade administrativa (órgão ou entidade) distintos daquele
de onde o ato ou atividade foram emanados. Se o Poder Legislativo ou o Poder
Judiciário são chamados a atuar em relação a determinada atividade ou a certo
ato praticado no âmbito do Poder Executivo, ter-se-á hipótese de controle
externo”.
Analisando-se as alternativas apresentadas, constata-se que somente na
letra “a” foi relacionada uma atividade finalística da Agência Nacional de
Águas, que tem por objeto a regulação dos recursos hídricos nacionais. Todas as
demais alternativas apresentam atividades-meio, que, portanto, estão
submetidas ao sistema de controle interno do Poder Executivo.
GABARITO: LETRA A.
GABARITO: LETRA A.
11. (Analista de Finanças e Controle/STN 2008/ESAF) O Banco do Brasil
e a Caixa Econômica Federal são, respectivamente, sociedade de
economia mista e empresa pública, cujos capitais votantes majoritários
pertencem à União. Quanto a estas espécies de instituições, analise os
itens a seguir e marque com V se a assertiva for verdadeira e com F se
for falsa. Ao final, assinale a opção correspondente.
( ) A constituição de sociedades de economia mista e de empresas
públicas decorre de um processo de descentralização do Estado que
passa a exercer certas atividades por intermédio de outras entidades.
( ) Apesar de serem constituídas como pessoas jurídicas de direito
privado, as sociedades de economia mista e as empresas públicas estão
submetidas hierarquicamente à pessoa política da federação que as
tenha criado.
( ) Somente por lei específica podem ser criadas sociedades de economia
mista e empresas públicas, bem como necessária autorização legislativa,
em cada caso, para a criação de suas subsidiárias.
( ) As empresas públicas e as sociedades de economia mista
exploradoras de atividade econômica sujeitam-se ao regime próprio das
empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,
comerciais, trabalhistas e tributários.
( ) Quanto ao regime de compras, as empresas públicas e as sociedades
de economia mista sujeitam-se aos princípios da administração pública
e devem observar procedimento licitatório.
a) V, V, F, V, F
b) V, F, F, V, V
c) F, F, V, F, V
d) F, V, V, F, F
e) V, F, F, V, F
Comentários
1º Item – As empresas públicas e sociedades de economia mista possuem
personalidade jurídica própria, distinta do ente político responsável pela
criação. Dessa forma, se passam a exercer certas atividades administrativas
delegadas pelo Estado, ocorrerá o fenômeno da descentralização. Assertiva
correta.
2º Item – Não é correto afirmar que as empresas públicas e sociedades de
economia mista estão submetidas hierarquicamente à pessoa política da
federação que as tenha criado. Isso porque não existe hierarquia entre as
entidades da Administração Direta e Indireta.
O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, por exemplo, não estão
subordinados ao Ministério da Fazenda (União), mas apenas submetidos a uma
supervisão ministerial, que tem por objetivo garantir que tais instituições
financeiras cumpram as suas finalidades legais.
3º Item – O art. 37, XIX, da CF/1988 é expresso ao afirmar que “somente
por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizadaa instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”.
Sendo assim, está claro que as empresas públicas e sociedades de
economia mista não são criadas por lei, apenas tem a criação autorizada
legalmente. Assertiva incorreta.
4º Item – Esse é o teor do art. 173, § 1º, II, da CF/1988, portanto, deve
ser considerada correta a assertiva.
5º Item – O art. 173, §1º, da CF/1988, dispõe que a lei deverá criar um
estatuto licitatório próprio para as empresas estatais exploradoras de atividade
econômica. Todavia, enquanto o referido estatuto não for criado, aplicam-se a
essas entidades as regras da lei geral de licitações (Lei 8.666/93), da mesma
forma que também são obrigadas a respeitar os princípios insculpidos no caput,
do art. 37, da CF/1988. Assertiva correta.
GABARITO: LETRA B.
Comentários
Comentários
Para responder às questões elaboradas pela ESAF, fique atento às três
principais distinções existentes entre as empresas públicas e sociedades de
economia mista:
1ª) Foro judicial - nos termos do inciso I, art. 109, da CF/1988, as causas
em que a empresa pública federal for interessada na condição de autora, ré,
assistente ou oponente, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho, tramitarão na justiça federal
comum. Entretanto, as sociedades de economia mista federais não gozam
dessa prerrogativa, possuindo foro judicial na justiça comum estadual.
público mantidas pela iniciativa privada (mas não possuem fins lucrativos).
Assertiva correta.
Item IV – O terceiro setor, segundo dispõe a doutrina majoritária, é
composto pelas Organizações Sociais, Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público – OSCIP´s, Serviços Sociais Autônomos (entidades do sistema
“S”, a exemplo do SESC e SESI) e Fundações de Apoio às instituições de ensino
superior. Assertiva correta.
Gabarito: Letra b.
C = centralização
D = descentralização
DCON = desconcentração.
a) D / C / DCON
b) C / DCON / D
c) DCON / D / C
d) D / DCON / C
e) DCON / C / D
Comentários
A expressão “centralização” é utilizada em oposição à
“descentralização”. Enquanto a primeira representa a reunião de funções
administrativas no âmbito da própria Administração Direta, a segunda
proporciona a transferência de determinadas atividades para outras pessoas
Comentários
a) As autarquias são instituídas com personalidade jurídica própria, distinta
do ente criador. Assertiva correta.
b) Não há hierarquia entre entidades da Administração Pública indireta e
Administração Publica direta. Nesse caso, existe apenas uma relação de
vinculação administrativa. Assertiva incorreta.
a) V, V, F, V, F
b) V, F, F, V, V
c) F, F, V, F, V
d) F, V, V, F, F
e) V, F, F, V, F
a) 1/1/2/2/2
b) 2/1/2/1/2
c) 2/2/1/1/1
d) 1/2/1/2/1
e) 1/1/1/2/2
C = centralização
D = descentralização
DCON = desconcentração.
GABARITO
1) E 2) B 3) E 4) D 5) E
6) E 7) E 8) C 9) A 10) A
O inc. II, § 1º, do artigo 173, da Constituição Federal, estabelece que quando as
empresas estatais explorarem atividades econômicas estarão sujeitas ao
regime próprio das empresas privadas, submetendo-se às mesmas obrigações
civis, comerciais, trabalhistas e tributárias. Assertiva incorreta.
22. Pode ser qualificada como agência executiva a autarquia que tenha
plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional
em andamento e que celebre contrato de gestão com órgão do governo
federal.
Na esfera federal, as empresas públicas ainda podem ser constituídas sob uma
forma jurídica inédita, que ainda não existia e foi criada apenas para aquela
determinada empresa pública. Isso se deve ao fato de que compete à União
legislar sobre direito comercial, nos termos do inciso I do artigo 22 da
Constituição Federal de 1988.
3ª) Capital Social - as empresas públicas são constituídas por capital
exclusivamente estatal (público). O capital deve pertencer integralmente a
entidades da Administração Direta (União, Estados, Municípios e Distrito Federal)
ou Indireta (outras empresas públicas, autarquias, fundações públicas e
sociedades de economia mista), sendo vedada a participação de particulares
na integralização do capital. Assertiva correta.
Nos termos do art. 37, inc. XX, da CF/1988, a criação de subsidiárias das
empresas públicas e sociedades de economia mista, assim como a participação
de qualquer delas em empresa privada, depende de autorização legislativa,
em cada caso. Todavia, não se exige que a lei seja específica, como ocorre para
Nos termos do art. 37, inc. XX, da CF/1988, a criação de subsidiárias das
empresas públicas e sociedades de economia mista, assim como a participação
de qualquer delas em empresa privada, depende de autorização legislativa,
em cada caso. Todavia, não se exige que a lei seja específica, como ocorre para
a criação das empresas públicas e sociedades de economia mista. Assertiva
incorreta.
Comentários
Desse modo, fica fácil concluir que na “letra e” foram relacionados apenas órgãos
públicos, pois nas demais alternativas sempre constará uma entidade
administrativa, vejamos:
Gabarito: Letra e.
Comentários
Gabarito: Letra d.
Comentários
A expressão “administração pública” não possui sentido único, podendo ser
estudada sob várias perspectivas distintas:
Em sentido subjetivo, formal ou orgânico, a Administração Pública pode
ser conceituada como o conjunto de órgãos, entidades e agentes públicos
destinados à consecução das diretrizes e objetivos estabelecidos pelo Governo.
Sob essa perspectiva, será estudada a organização da Administração, ou
seja, a sua composição e estruturação. Em sentido subjetivo, a expressão
Administração Pública engloba todas as entidades integrantes da Administração
Direta e Indireta, em todos os níveis federativos. Inclui também os poderes
Legislativo e Judiciário, pois estes também exercem atividades administrativas,
atipicamente.
66. Considere que um estado crie, por meio de lei, uma nova entidade
que receba a titularidade e o poder de execução de ações de saneamento
público. Nessa situação, configura-se a descentralização administrativa
efetivada por meio de outorga.
Na descentralização por outorga, uma entidade política (União, Estados,
DF e Municípios) cria ou autoriza a criação (em ambos os casos através de lei
específica) de entidades administrativas (autarquias, fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista) que receberão a
titularidade e a responsabilidade pela execução de uma determinada atividade
administrativa.
Por outro lado, na descentralização por delegação uma entidade política
(União, Estados, DF e Municípios) ou administrativa, através de contrato
administrativo ou ato unilateral, transfere somente o exercício de
determinada atividade administrativa a uma pessoa física ou jurídica, que já
atuava anteriormente no mercado.
Perceba que na outorga ocorre a transferência da titularidade e da
execução do serviço, enquanto na delegação ocorre apenas a transferência da
execução, pois a titularidade do serviço permanece com o ente estatal. Assertiva
correta.
70. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), por ser uma autarquia,
constitui instituição da administração pública desconcentrada,
descentralizada e indireta.
Não há dúvidas de que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
realmente seja uma autarquia, integrante da administração pública
descentralizada e indireta. Entretanto, o texto da assertiva também afirmou que
o INSS constitui uma instituição da administração pública desconcentrada, o
que não é verdade.
Ao criar o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, a União distribuiu
uma parcela de suas competências para outra pessoa jurídica, no caso, uma
autarquia integrante da Administração Pública Federal, ocorrendo o fenômeno da
descentralização. Para que ocorresse a desconcentração, o INSS teria que ter
71. O Banco Central do Brasil (BACEN) tem autonomia política para criar
suas próprias normas.
Ao se deparar em provas com a expressão “autonomia política”, lembre-se
de se que trata de prerrogativa que assegura a possibilidade de criação de leis,
o que não acontece com o Banco Central do Brasil, que é uma autarquia.
Somente os entes estatais (União, Estados, Municípios e Distrito Federal)
podem criar as suas próprias leis, através dos respectivos poderes legislativos.
Assertiva incorreta.
93. Os bens de uma autarquia não podem ser penhorados como garantia
dos credores nem podem ser adquiridos por terceiros por meio de
usucapião.
Os bens das autarquias são considerados públicos, portanto, gozam de
impenhorabilidade, imprescritibilidade, não-oneração e alienação condicionada.
Nesses termos, não são suscetíveis de penhora para o pagamento de dívidas e
não pode ser usucapidos. Assertiva correta.
Cargos vitalícios são aqueles que asseguram aos seus ocupantes uma maior
garantia de permanência, a exemplo dos cargos de juiz, membros do Ministério
Público e Tribunais de Contas. Ainda estão previstos expressamente no texto da
CF∕1988. Assertiva incorreta.
Nos termos do art. 37, XIX, da CF∕1988, todos os entes estatais (União, Estados,
Municípios e Distrito Federal) podem criar autarquias para a execução de
atividade administrativa em suas respectivas esferas de atuação. Assertiva
incorreta.
restam dúvidas de que órgãos públicos somente podem ser criados por lei.
Assertiva incorreta.
fundações públicas de Direito Privado são criadas nos moldes do art. 37, XIX, da
CF, por decreto do Chefe do Poder Executivo após autorização concedida por
lei específica, que deverá ser registrada nos órgãos competentes para que se
tenha início a personalidade jurídica. Assertiva incorreta.
22. Pode ser qualificada como agência executiva a autarquia que tenha
plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional
em andamento e que celebre contrato de gestão com órgão do governo
federal.
GABARITO
01.E 02.E 03.E 04.C 05.C 06.E 07.C 08.C 09.E 10.C
11.E 12.E 13.E 14.E 15.C 16.C 17.C 18.E 19.E 20.E
21.E 22.C 23.E 24.C 25.E 26.E 27.E 28.E 29.E 30.C
31.E 32.E 33.E 34.E 35.D 36.E 37.C 38.E 39.C 40.C
41.E 42.E 43.E 44.E 45.E 46.E 47.C 48.E 49.C 50.E
51.C 52.E 53.E 54.E 55.E 56.C 57.E 58.E 59.E 60.E
61.E 62.C 63.E 64.C 65.E 66.C 67.E 68.C 69.E 70.X
71.E 72.C 73.C 74.E 75.V 76.E 77.C 78.E 79.E 80.C
81.E 82.E 83.E 84.E 85.C 86.E 87.E 88.E 89.C 90.C
91.E 92.E 93. C 94.C 95.E 96.E 97.E 98.E 99.C 100.E
Comentários
a) As empresas públicas e sociedades de economia mista são regidas pelo
direito privado, portanto, não gozam dos mesmos benefícios assegurados às
autarquias, que são regidas pelo direito público. Essa é a regra geral para as
provas da Fundação Carlos Chagas.
Entretanto, lembre-se de que o Supremo Tribunal Federal possui entendimento
de que os Correios (empresa pública federal) possuem as mesmas prerrogativas
das autarquias, pois prestam serviço público em regime de exclusividade (sem
concorrentes em sua área de atuação). Assertiva incorreta.
b) Entre as entidades da Administração Direta (União, Estados, Municípios e
Distrito Federal) e Administração Indireta (autarquias, empresas públicas,
sociedades de economia mista, fundações públicas e consórcios públicos de
direito público) não há hierarquia, mas apenas relação de vinculação
administrativa. Assertiva correta.
c) Dentre as entidades descentralizadas que integram a Administração Indireta,
somente empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas
de direito privado estão obrigadas a contratar pessoal através do regime
celetista. Assertiva incorreta.
d) A CF∕1988, em seu art. 37, XIX, dispõe que “somente por lei específica poderá
ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação”. Assertiva incorreta.
e) Somente as empresas estatais dependentes estão submetidas às regras
da Lei de Responsabilidade Fiscal, isto é, as entidades que recebam do ente
controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou
de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles
provenientes de aumento de participação acionária. Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra b.
Comentários
a) As empresas públicas e sociedades de economia mista realmente estão
obrigadas a realizar concurso público para a contratação de pessoal, que será
regido pelas regras da CLT. Assertiva correta.
b) Somente as atividades meio das empresas estatais estão submetidas às
regras gerais de licitação (a exemplo da aquisição de material de escritório,
contratação de empresa para realização de segurança, reforma da sede da
entidade etc.). As atividades fim não precisam ser licitadas, pois, caso contrário,
as empresas estatais estariam impossibilitadas de exercê-las. A Petrobras não
precisa realizar licitação para vender combustível (atividade fim da empresa) aos
eventuais interessados, porém, deve promovê-la se quiser contratar uma
empresa de publicidade (atividade meio). Assertiva incorreta.
c) O art. 109, I, da CF∕1988, somente assegura juízo privativo às empresas
públicas federais, ao dispor que compete aos juízes federais processar e julgar
“as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal
forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto
as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à
Justiça do Trabalho”. As sociedades de economia mista federais não gozam dessa
prerrogativa e eventuais demandas contra tais entidades devem ser propostas
na justiça estadual. Assertiva incorreta.
d) Em regra, os débitos das empresas públicas e sociedades de economia mista
provenientes de decisões judiciais desfavoráveis são pagos pelo mesmo
procedimento comum de execução aplicável às empresas privadas. Somente as
entidades regidas pelo direito público pagam os seus débitos provenientes de
decisões judiciais mediante precatórios. Assertiva incorreta.
Comentários
Analisando-se as características apresentadas, não restam dúvidas de que
a questão está se referindo às autarquias, que são as únicas entidades criadas
mediante autorização legal e que possuem personalidade jurídica de direito
público.
As empresas públicas e sociedades de economia mista sempre são
instituídas com personalidade jurídica de direito privado, enquanto as fundações
públicas podem ser regidas tanto pelo direito público quanto pelo direito
privado. Ademais, os órgãos públicos não possuem personalidade jurídica, o
que afasta a possibilidade de apontar a letra “e” como resposta.
Gabarito: letra c.
Comentários
a) Errado. O texto da assertiva está se referindo aos órgãos superiores,
que detêm poder de direção, controle, decisão e comando dos assuntos de sua
competência específica, mas sempre estão sujeitos à subordinação e ao controle
hierárquico de uma chefia lotada em outro órgão.
b) Correto. Órgãos autônomos são aqueles que se encontram
diretamente subordinados aos órgãos independentes, apesar de figurarem no
topo da hierarquia administrativa. Detêm autonomia técnica, administrativa e
financeira, a exemplo dos Ministérios, dos órgãos integrantes da estrutura
administrativa da Presidência da República (Casa Civil, Secretaria-Geral,
Secretaria de Relações Institucionais, etc), entre outros.
c) Errado. Não restam dúvidas de que a assertiva está se referindo aos
órgãos independentes, que estão previstos diretamente no texto
constitucional, representativos dos Poderes Legislativo (Congresso Nacional,
Senado, Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmara de
Vereadores), Executivo (Presidência da República, Governadoria dos Estados,
DF e Prefeituras) e Judiciário (com todos os seus órgãos).
d) Errado. Esses são os órgãos subalternos, que possuem reduzido
poder decisório e são responsáveis por atribuições meramente executivas, a
exemplo das seções de atendimento ao público, portarias etc.
e) Errado. As casas legislativas (Congresso Nacional, Câmara dos
Deputados, Senado Federal, Assembléias Legislativas e Câmaras de Vereadores)
são classificadas como órgãos independentes, já que possuem previsão
constitucional e não se subordinam a qualquer outro órgão.
Gabarito: letra b.
Comentários
a) Correto. Por eliminação, certamente marcaríamos esta assertiva como
resposta da questão. Entretanto, é importante esclarecer que o seu texto também
deveria ter sido considerado incorreto, já que o caput está se referindo às
entidades integrantes da Administração Indireta do Estado de São Paulo, que
inclui as autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e
empresas públicas.
Analisando-se o art. 37, XIX, da Constituição Federal, assim como o atual
entendimento do Supremo Tribunal Federal, consta-se que somente as empresas
públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado
necessitam de autorização legal para a respectiva criação. As autarquias e
fundações públicas de direito público não precisam de autorização, pois são
criadas diretamente pela própria lei específica.
b) Errado. Os cargos em comissão, também denominados de cargos de
confiança, não exigem aprovação em concurso público para o respectivo
provimento. Trata-se de uma espécie de cargo público cujas nomeações e
exonerações ficam sob a discricionariedade da autoridade competente (a
exemplo dos cargos de Ministro de Estado e Secretários Municipais).
c) Errado. É necessário ficar atento para não confundir o princípio da
tutela com o princípio da autotutela, pois são muitas as questões elaboradas
pela Fundação Carlos Chagas com o objetivo de tentar induzir o candidato ao
erro.
O controle administrativo realizado pela Administração Direta em relação
às atividades exercidas pelas entidades da Administração Indireta é conseqüência
do princípio da tutela, também denominado de “princípio do controle”. Como
não existe relação de subordinação entre a Administração Pública Direta e
Indireta, está não está sujeita à prerrogativa de autotutela (possibilidade de
revisão de atos, por exemplo) daquela.
d) Errado. Enquanto os servidores das entidades regidas pelo direito
público (autarquias e fundações públicas de direito público) gozam de regime
próprio de previdência social, os empregados das entidades regidas pelo direito
privado (empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas
de direito privado) são regidos pelo regime geral de previdência social (INSS).
e) Errado. Em regra, somente as entidades regidas pelo direito público
podem pagar os seus débitos judiciais através do regime de precatórios.
Gabarito: letra a.
Comentários
Gabarito: letra c.
Comentários
Gabarito: letra a.
Comentários
a) Correto. As sociedades de economia mista somente podem ser
constituídas sob a forma de sociedade anônima (S.A.), sejam elas federais,
estaduais, municipais ou distritais. Por outro lado, as empresas públicas podem
ser constituídas sob qualquer forma jurídica prevista em lei (sociedade
anônima, sociedade limitada ou sociedade em comandita por ações).
b) Errado. Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia
mista podem desempenhar atividades de natureza econômica, portanto, não se
trata de um traço distintivo entre essas entidades.
Gabarito: letra a.
Comentários
a) Errado. O professor Hely Lopes Meirelles afirma que os órgãos públicos
são “centros de competência instituídos para o desempenho de funções
estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica
a que pertencem”.
Apesar de se tratar da unidade de atuação integrante da estrutura da
Administração Direta e da Administração Indireta onde as pessoas físicas
(agentes públicos) irão exercer as suas funções, os órgãos públicos e agentes
públicos não se confundem.
b) Errado. Órgãos singulares ou unipessoais são aqueles cujas
atuações e decisões mais importantes estão centralizadas em um único agente,
que é o seu titular. Isso não quer dizer que o órgão tenha que ser formado por
um único agente (na maioria das vezes, o órgão é formado por diversos agentes),
mas sim que as decisões sejam tomadas pelo seu representante máximo, a
exemplo da Presidência da República.
c) Errado. Os órgãos públicos são fruto da desconcentração
administrativa, podendo ser criados no âmbito da Administração Pública Direta
ou Indireta.
Gabarito: letra b.
Gabarito: letra e.
Comentários
a) Errado. O Poder Executivo editará medidas de organização
administrativa específicas para as Agências Executivas, visando assegurar a sua
autonomia de gestão, bem como a disponibilidade de recursos orçamentários e
Comentários
a) Errado. A Administração Pública Direta é constituída pelos entes
estatais (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e respectivos órgãos
públicos que integram a sua estrutura. No âmbito da União, por exemplo,
podemos citar como exemplos de órgãos públicos a Presidência da República, os
Ministérios, o Congresso Nacional, entre outros.
b) Correto. O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que as
empresas públicas “são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da
Administração Indireta do Estado, criadas por autorização legal, sob qualquer
forma jurídica adequada a sua natureza, para que o Governo exerça atividades
gerais de caráter econômico ou, em certas situações, execute a prestação de
serviços públicos”. São exemplos de empresas públicas a Caixa Econômica
Federal, os Correios, o BNDES, a Casa da Moeda, entre outras.
c) Errado. A Administração Indireta é exercida por entidades
descentralizadas, vinculadas à Administração Direta, e que tem por objetivo a
execução de atividades administrativas definidas legalmente.
d) Errado. O art. 5º, I, do Decreto-Lei nº 200/1967 define a autarquia
como “o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio
e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira
descentralizada”.
Analisando-se o conceito apresentado pelo texto da assertiva, constata-se
que foi afirmado que as autarquias integram a Administração Pública Direta, o
que não é verdade.
e) Errado. Fundações Públicas ou Governamentais são entidades dotadas
de personalidade jurídica de direito público ou direito privado, sem fins
lucrativos, criadas por lei (direito público) ou em virtude de autorização
legislativa (direito privado) para o desenvolvimento de atividades de interesse
público, como educação, cultura, saúde e pesquisa, sendo regulamentadas por
decreto do Chefe do Executivo. Assim como acontece com as autarquias, as
fundações públicas integram a Administração Pública Indireta.
Gabarito: letra b.
Comentários
Gabarito: letra c.
Comentários
Item I – Correto. As expressões “entidades estatais”, “entes políticos” ou
“entes federados” são utilizadas para fazer referência à União, Estados,
Municípios e Distrito Federal, que gozam de autonomia política e administrativa,
nos termos da Constituição Federal.
Item II – Correto. As entidades da Administração Indireta (autarquias,
fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista) não
estão subordinadas às entidades da Administração Direta (União, Estados,
Municípios e Distrito Federal). Entre elas existe apenas uma relação de
vinculação administrativa, que permite às entidades estatais exercer o
Gabarito: letra b.
Comentários
a) Errado. As sociedades de economia mista somente podem ser criadas
mediante autorização legal específica, nos termos do art. 37, XIX, da
Constituição Federal.
b) Errado. Apesar de integrarem a Administração Pública Indireta, lembre-
se sempre de que as sociedades de economia mista (a exemplo do Banco do
Brasil e Petrobras) possuem personalidade jurídica de direito privado,
sujeitando-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto
aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários.
c) Errado. É muito comum você encontrar questões em prova afirmando
que as empresas estatais (sociedades de economia mista e empresas públicas)
são regidas por um regime jurídico híbrido, formado por normas de direito
público e de direito privado. Essa afirmação está correta, pois, apesar de se
submeterem ao regime jurídico próprio das empresas privadas, as empresas
estatais também são obrigadas a realizar licitação e concursos públicos, por
exemplo, imposições que não existem na iniciativa privada. Nesse caso, o regime
de direito privado está sendo parcialmente derrogado por normas de direito
público (Lei 8.666/1993, por exemplo).
d) Correto. As sociedades de economia mista somente podem ser
constituídas sob a forma de sociedade anônima, portanto, esta assertiva não
apresenta uma característica dessas entidades.
Gabarito: letra d.
Comentários
a) Errado. Em regra, as empresas públicas e sociedades de economia
mista não estão sujeitas ao regime jurídico de direito público, pois, nos termos
do art. 173, § 1º, II, da Constituição Federal, devem ser submetidas ao regime
jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários.
b) Errado. Todas as entidades integrantes da Administração Pública
realmente estão obrigadas a respeitar os princípios fixados na Constituição
Federal, a exemplo daqueles contidos no caput do art. 37. Entretanto, deve ficar
claro que os entes políticos não são os únicos constituídos sob a forma de
pessoas jurídicas de direito público, pois isso também ocorre com as autarquias
e fundações públicas de direito público.
c) Errado. As empresas estatais não são regidas, exclusivamente, pelas
regras do direito privado. A essas entidades também são impostas regras de
direito público, a exemplo da obrigatoriedade de realização de concurso público
para a seleção de pessoal e licitação para a contratação de bens, produtos ou
serviços.
d) Errado. As empresas públicas e sociedades de economia mista não
podem ser incluídas no conceito de “Fazenda Pública”, que se restringe às
entidades regidas pelo direito público. Desse modo, não são abrangidas pela
imunidade tributária e impenhorabilidade de seus bens, em regra.
Comentários
a) Correto. O art. 2º da Lei 8.429/1992 considera agente público, para os
efeitos de improbidade administrativa, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função pública.
b) Correto. Em regra, a prerrogativa de foro na Justiça Federal somente
alcança as empresas públicas federais, já que o art. 109 da Constituição Federal
não faz qualquer referência às sociedades de economia mista.
c) Correto. Não é a lei específica que confere existência jurídica às
empresas estatais. Nos termos do artigo 45 do Código Civil brasileiro, “a
existência legal das pessoas jurídicas de Direito Privado começa com a inscrição
do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de
Gabarito: letra d.
Comentários
Essa é a típica questão “grátis”, isto é, para ninguém “zerar” a prova e ser
eliminado. Faço votos para que esse tipo de questão não seja cobrado na sua
prova, pois, se isso ocorrer, dezenas de alunos ficarão empatados na 1ª colocação
(rrsss).
A propósito, é importante destacar que, nos termos do Decreto-lei nº
200/1967, integram a Administração Pública Indireta as autarquias, empresas
públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas. Todavia, o art. 6º,
§ 1º, da Lei 11.107/2005, dispõe que “o consórcio público com personalidade
jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os entes
da Federação consorciados”.
Desse modo, lembre-se sempre de que é correto afirmar que os consórcios
públicos de direito público também integram a Administração Pública Indireta,
apesar de não ser comum esse tipo de questão nas provas da Fundação Carlos
Chagas.
Gabarito: letra b.
b) empresa publica
c) sociedade de economia mista
d) autarquia
e) fundação privada
Comentários
O art. 37, XIX, da Constituição Federal, dispõe que “somente por lei
específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”.
Gabarito: letra d.
Comentários
Item I – Correto. O patrimônio de uma autarquia é constituído por bens
móveis e imóveis, que são considerados integralmente bens públicos, não
existindo participação da iniciativa privada em sua constituição.
Esses bens podem ser transferidos através da própria lei responsável pela
criação da autarquia ou, ainda, através de lei posterior, que irá agregar novos
bens ao patrimônio original.
Item II – Errado. A criação de autarquia decorre diretamente de lei
específica, que é a responsável por assegurar a personalidade jurídica de direito
público.
Item III – Correto. O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma
que “os atos das autarquias são, como regra, típicos atos administrativos,
revestindo-se das peculiaridades próprias do regime de direito público ao qual se
submetem. Devem conter todos os requisitos de validade (competência,
finalidade etc.) e são privilegiados pela imperatividade, presunção de
legitimidade, autoexecutoriedade e exigibilidade. Sua extinção pode dar-se pela
invalidação ou pela revogação”.
Item IV – Errado. Para responder às questões da Fundação Carlos
Chagas, lembre-se sempre de que as autarquias executam serviços públicos
descentralizados, integrando a Administração Pública Indireta. Ademais, não
estão hierarquicamente subordinadas ao Poder Executivo, mas apenas vinculadas
administrativamente.
Item V – Correto. Como as autarquias possuem personalidade jurídica de
direito público, integram o conceito de “Fazenda Pública” e são abrangidas por
todas as prerrogativas inerentes ao regime jurídico-administrativo, a exemplo da
imunidade tributária, impenhorabilidade de seus bens, duplo grau de jurisdição
obrigatório, entre outras.
Gabarito: letra c.
Comentários
Uma das principais características da empresa pública é o fato de que o
seu capital é exclusivamente público, sendo vedada a participação de particulares
em sua integralização. Entretanto, esse capital não precisa ser de titularidade de
Gabarito: letra c.
Comentários
a) Correto. Os órgãos públicos realmente não possuem personalidade
jurídica, já que decorrem da desconcentração de atividades realizadas no
âmbito da Administração Pública com a finalidade de aumentar a eficiência das
atividades executadas.
b) Correto. Apesar de se tratar de um tema bastante polêmico, percebe-
se que a Fundação Carlos Chagas adota o entendimento constitucional de que os
órgãos públicos também podem firmar contratos de gestão.
O art. 37, § 8º, da Constituição Federal, preceitua que “a autonomia
gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração
direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre
seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de
metas de desempenho para o órgão ou entidade”.
c) Correto. Os órgãos autônomos, por exemplo, que são aqueles
localizados na cúpula da Administração Pública, subordinados diretamente às
chefias dos órgãos independentes (a exemplo dos Ministérios), realmente
possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira.
d) Correto. Em virtude de não possuírem personalidade jurídica, os órgãos
públicos também não possuem patrimônio próprio, que, em regra, são de
propriedade da mesma pessoa jurídica onde o órgão está inserido
administrativamente.
Gabarito: letra e.
Comentários
a) Errado. As sociedades de economia mista, juntamente com as empresas
públicas, integram a denominada Administração Pública Indireta, apesar de
possuírem personalidade jurídica de direito privado.
b) Correto. Nos termos do art. 173, § 1º, II, da Constituição Federal, as
sociedades de economia mista devem ser submetidas ao regime jurídico próprio
das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,
comerciais, trabalhistas e tributários. Desse modo, em regra, não possuem
quaisquer privilégios estatais assegurados pelo regime jurídico-administrativo.
c) Errado. As sociedades de economia mista são instituídas mediante a
integralização de “capital misto”, isto é, proveniente do Poder Público e de
particulares.
d) Errado. As sociedades de economia mista podem ser instituídas em
todos os níveis federativos, inclusive pelos Municípios.
Gabarito: letra b.
Gabarito: letra c.
Comentários
Gabarito: letra e.
Comentários
Na descentralização por delegação, uma entidade política (União,
Estados, DF e Municípios) ou administrativa, através de contrato
administrativo ou ato unilateral, transfere o exercício de determinada
atividade administrativa a uma pessoa física ou jurídica que já atuava
anteriormente no mercado.
Isso acontece, por exemplo, quando determinado Município transfere para
um particular (concessionário ou permissionário), após regular procedimento
licitatório, a responsabilidade pela execução do serviço de transporte urbano no
âmbito municipal. A titularidade do serviço de transporte urbano continua sendo
do Município, que transfere para o particular apenas a sua execução.
Gabarito: letra c.
Comentários
A desconcentração nada mais é do que a distribuição interna de
competências dentro de uma mesma pessoa jurídica. Trata-se da criação de
órgãos públicos que fazem parte de uma mesma estrutura, hierarquizada,
criada com o objetivo de tornar mais eficiente a execução das finalidades
administrativas previstas em lei.
A desconcentração pode ser efetuada tanto pelos entes que compõem a
Administração Direta (União, Estados, Municípios ou Distrito Federal), quanto
pelos entes que integram a Administração Indireta (autarquias, fundações
públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas).
A criação de Ministérios na estrutura da União é um bom exemplo de
desconcentração administrativa.
Gabarito: letra a.
a) I, II e III.
b) III, IV e V.
c) I e IV.
d) II e V.
e) II, III, IV e V.
Comentários
Item I – Errado. Se as agências reguladoras são espécies de autarquias,
certamente possuem personalidade jurídica de direito público e gozarão de
todas as prerrogativas asseguradas pelo regime jurídico-administrativo.
Item II – Correto. As fundações públicas de direito público são criadas
por lei específica e, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, seriam
uma espécie de autarquia, gozando de todas as prerrogativas atribuídas a essa
entidade administrativa. Por outro lado, as fundações públicas de direito
privado têm a criação autorizada por lei e, portanto, não podem ser
consideradas espécies de autarquias. As fundações públicas de direito privado
são criadas nos moldes do art. 37, XIX, da CF, isto é, por decreto do Chefe do
Poder Executivo após autorização concedida por lei específica, sendo
registrada nos órgãos competentes para que se inicie a personalidade jurídica.
Item III – Errado. Somente as sociedades de economia mista devem ser
criadas obrigatoriamente sob a forma de sociedade anônima. As empresas
públicas podem assumir qualquer forma admita pelo ordenamento jurídico
brasileiro.
Item IV – Errado. As autarquias somente podem ser criadas por lei
específica, enquanto as fundações públicas podem ser criadas (direito público)
ou autorizadas (direito privado) por legislação específica. Por outro lado, as
empresas estatais têm a criação autorizada por lei, já que possuem
personalidade jurídica de direito privado.
Item V – Correto. Apesar de o texto desta assertiva ter sido considerado
correto pela Fundação Carlos Chagas, penso que a questão deveria ter sido
anulada por ausência de resposta. Analisando-se a afirmação feita pela banca
examinadora, é possível concluir que todas as fundações instituídas ou mantidas
pelo poder público são regidas pelo direito público, o que não é verdade.
É importante esclarecer que o entendimento do Supremo Tribunal Federal
é no sentido de que somente as fundações de direito público podem ser
consideradas espécies de autarquias, gozando de todas as prerrogativas
inerentes ao regime jurídico-administrativo. Assim, se a fundação pública foi
instituída com personalidade jurídica de direito privado, não pode ser
considerada espécie de autarquia.
De qualquer forma, é bom ficar atento à essa afirmação da Fundação Carlos
Chagas, pois, se ela cair novamente em prova, o mais sensato é seguir o
entendimento da banca e garantir o ponto da questão! Lógico!
Gabarito: letra d.
Comentários
a) Errado. O simples fato de uma sociedade de economia mista prestar
serviços públicos, por si só, não lhe garante o direito de usufruir das prerrogativas
asseguradas pelo regime jurídico-administrativo. Somente as sociedades de
economia mista que prestem serviços públicos em regime de monopólio
sujeitam-se ao regime jurídico de direito público.
b) Errado. Se a Fundação Carlos Chagas entende que as fundações
instituídas e mantidas pelo poder público são espécies de autarquia (conforme
destacado na questão anterior), isso significa que devem seguir o mesmo
processo de seleção de pessoal: concurso público.
c) Correto. Perceba que a Fundação Carlos Chagas “adora” fazer referência
ao art. 173, § 1º, II, da Constituição Federal, que é expresso ao afirmar que as
empresas estatais devem ser submetidas ao regime jurídico próprio das
empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários.
d) Errado. A obrigatoriedade de submissão às regras de direito privado
inclui também os direitos e obrigações relativos ao direito tributário.
e) Errado. Se a Fundação Carlos Chagas entende que as fundações
instituídas e mantidas pelo poder público são espécies de autarquia (conforme
destacado na questão anterior), isso significa que ambas gozam da prerrogativa
de impenhorabilidade de seus bens.
Gabarito: letra c.
Comentários
Apesar de o art. 173, § 1º, II, da Constituição Federal, dispor que as
empresas estatais devem ser submetidas ao regime jurídico próprio das
empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários, destaca-se que existem algumas peculiaridades que
devem ser lembradas no momento da prova.
Uma delas é o fato de que as empresas estatais estão obrigadas a respeitar
os princípios insculpidos no texto constitucional, a exemplo das demais
entidades da Administração Pública Direta e Indireta. Outra peculiaridade é o fato
de que também estão submetidas à obrigatoriedade de realização de licitação e
concurso público, o que não ocorre em relação às empresas privadas. Fique
atento!
Gabarito: letra a.
d) privatização.
e) desburocratização.
Comentários
A desconcentração administrativa pode se entendida como a distribuição
interna de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica, materializando-
se através da criação de órgãos públicos que fazem parte de uma estrutura
hierarquizada que tem a finalidade de tornar mais ágil e eficiente a execução das
finalidades administrativas previstas em lei.
Gabarito: letra b.
Gabarito: letra b.
Comentários
São várias as classificações de órgãos públicos elaboradas pelos
doutrinadores brasileiros, contudo, para fins de concursos públicos, a do
professor Hely Lopes Meirelles ainda é a mais utilizada.
Quanto à posição ocupada na escala governamental ou administrativa
(quanto à posição estatal), o citado professor classifica os órgãos públicos em
independentes, autônomos, superiores e subalternos.
Independentes são os órgãos previstos diretamente no texto
constitucional, representativos dos Poderes Legislativo (Congresso Nacional,
Senado, Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmara de
Vereadores), Executivo (Presidência da República, Governadoria dos Estados e
Prefeituras) e Judiciário (com todos os seus órgãos). É possível incluir nessa
classificação também o Ministério Público e os Tribunais de Contas. Por outro
lado, autônomos são os órgãos que se encontram diretamente subordinados
aos órgãos independentes, apesar de figurarem no topo da hierarquia
administrativa. Detêm autonomia técnica, administrativa e financeira, a exemplo
dos Ministérios, dos órgãos integrantes da estrutura administrativa da Presidência
da República (Casa Civil, Secretaria-Geral, Secretaria de Relações Institucionais
etc.), entre outros.
Gabarito: letra a.
Gabarito: letra a.
Comentários
a) Errado. As agências reguladoras são espécies de autarquias, portanto,
devem obediência a todas as normas constitucionais impostas às demais
entidades da Administração Pública brasileira.
b) Errado. As agências reguladoras realmente possuem autonomia
administrativa e orçamentária, contudo, não possuem personalidade jurídica de
direito privado, mas sim de direito público.
c) Errado. Nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles, autarquia
especial, a exemplo da agência reguladora, é "aquela a que a lei instituidora
conferir privilégios específicos e aumentar sua autonomia
comparativamente com as autarquias comuns, sem infringir preceitos
constitucionais pertinentes a essas entidades de personalidade pública".
d) Errado. As agências reguladoras não possuem competência legislativa
para disciplinar a prestação de serviços públicos ou atividades sob a sua
fiscalização. Somente os entes estatais possuem competência para criar leis,
através de suas respectivas casas legislativas.
e) Correto. De uma forma geral, comparando-se as autarquias genéricas
com as autarquias denominadas “especiais” (a exemplo das agências
reguladoras) é possível constatar como principais características distintivas
entre ambas o mandato fixo aos seus dirigentes e a ausência de ingerência
hierárquica da Administração Central sobre os atos decisórios relativos à
respectiva área de atuação, o que lhes garante maior grau de autonomia
administrativa e orçamentária.
Gabarito: letra e.
Comentários
a) A autonomia das agências reguladoras é assegurada diretamente pela lei
instituidora, no momento da publicação no Diário Oficial, e não mediante contrato
de gestão. Assertiva incorreta.
b) A expressão “agência executiva” não designa uma nova entidade integrante
da Administração Pública. Trata-se somente de uma qualificação que é
concedida pelo Poder Público, mediante decreto, às fundações públicas ou
autarquias que tenham celebrado um contrato de gestão com a Administração
Direta e atendam aos demais requisitos previstos nos artigos 51 e 52 da Lei
9.649/98. Assertiva incorreta.
c) As agências executivas podem atuar em diversas áreas, dependendo de sua
natureza jurídica (autarquia ou fundação pública), porém, não se prestam à
regulação de atividade econômica (essa é a regra geral). De outro lado, as
agências reguladoras atuam no controle, fiscalização e normatização de
atividades precipuamente executadas por particulares (serviços de telefonia,
planos de saúde, transporte público, energia elétrica, entre outros). Assertiva
incorreta.
d) As autarquias e fundações públicas são as únicas entidades da
Administração Indireta que podem ser qualificadas como agências executivas
e, mesmo assim, desde que cumpram os seguintes requisitos: 1º) ter um plano
estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em
andamento; 2º) ter celebrado com o respectivo Ministério supervisor um
Contrato de Gestão, que terá periodicidade mínima de um ano e estabelecerá
os objetivos, metas e respectivos indicadores de desempenho da entidade, bem
como os recursos necessários e os critérios e instrumentos para a avaliação do
seu cumprimento. Assertiva incorreta.
e) Dentre as principais prerrogativas legais asseguradas às agências reguladoras,
que lhes asseguram maior autonomia em relação às autarquias comuns,
podemos citar o exercício de atividade normativa (normas técnicas), poder de
aplicação de penalidades, definitividade de suas decisões no âmbito
administrativo e mandato a prazo certo de seus dirigentes. Assertiva correta.
Gabarito: Letra E.
Comentários
a) Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá ser
contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação
consorciados, dispensada a licitação. Se determinado ente não integra o
consórcio a ser contratado, deverá realizar licitação para contratar os seus
serviços. Assertiva incorreta.
b) O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante
lei, do protocolo de intenções. Assertiva incorreta.
c) Cabe ao protocolo de intenções estabelecer a forma de eleição e a duração
do mandato do representante legal do consórcio público que, obrigatoriamente,
deverá ser Chefe do Poder Executivo de ente da Federação consorciado. Assertiva
incorreta.
d) Os entes da Federação consorciados, ou os com eles conveniados, poderão
ceder-lhe servidores, na forma e condições da legislação de cada um. Assertiva
incorreta.
e) O art. 5º, § 2º, da Lei 11.107∕05 dispõe que “a ratificação pode ser realizada
com reserva que, aceita pelos demais entes subscritores, implicará
consorciamento parcial ou condicional”. Assertiva correta.
Gabarito: Letra e.
Comentários
a) Errado. As autarquias estão obrigadas constitucionalmente a responder
civilmente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.
Todavia, é assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.
b) Errado. As autarquias não atuam por delegação do ente estatal
responsável pela sua criação, já que possuem autonomia administrativa,
gerencial e orçamentária.
c) Correto. É importante esclarecer que a imunidade tributária prevista
no artigo 150, VI, “a”, da CF/1988, não se aplica de forma plena às autarquias.
Essa imunidade somente irá incidir sobre o patrimônio, a renda e os serviços
das autarquias que estejam vinculados às suas finalidades essenciais ou às
que delas decorram.
d) Errado. As entidades autárquicas não estão subordinadas às
entidades políticas responsáveis pela respectiva criação, mas apenas
vinculadas. As entidades da Administração Direta exercem sobre as autarquias
apenas o denominado “controle finalístico” ou “supervisão ministerial” (essa
última denominação é utilizada apenas no âmbito federal, já que não temos
Ministérios no âmbito estadual e municipal, mas apenas Secretarias).
e) Errado. Ressalvados os casos especificados na Lei 8.666/1993, as
obras, serviços, compras e alienações das autarquias serão contratados
mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a
todos os concorrentes.
Gabarito: letra c.
Comentários
Comentários
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas, fique atento para
não confundir as expressões desconcentração e descentralização
administrativas.
A desconcentração nada mais é que a distribuição interna de
competências dentro de uma mesma pessoa jurídica, ou seja, a criação de
órgãos públicos que fazem parte de uma estrutura hierarquizada, instituída com
o objetivo de tornar mais eficiente a execução das finalidades administrativas
previstas em lei. De outro lado, a descentralização ocorre quando a União,
Distrito Federal, Estados ou Municípios desempenham algumas de suas funções
por meio de outras pessoas jurídicas. A descentralização pressupõe a existência
de duas pessoas jurídicas distintas: o Estado e a entidade (de direito público
ou privado) que executará o serviço, por ter recebido do Estado essa atribuição.
Gabarito: letra a.
Comentários
Item I – Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas, lembre-
se sempre de que somente as entidades estatais têm poderes políticos, isto é,
capacidade de criar suas próprias leis.
Item II – Dentre as entidades que integram a Administração Pública
Indireta, somente as autarquias são criadas por lei específica para a realização
de atividades, obras ou serviços descentralizados.
Item III – As entidades de cooperação, também denominadas de
“entidades paraestatais”, realmente exercem atividades de interesse coletivo
ou público que não são exclusivos do Estado, a exemplo da assistência social e
da formação profissional.
Gabarito: letra b.
Comentários
a) Correto. O art. 173, § 1º, II, da Constituição Federal, preceitua que as
empresas estatais sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas,
inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e
tributários.
b) Errado. Todos os órgãos e entidades da Administração Pública Direta e
Indireta estão obrigados a respeitar os princípios gerais do Direito Administrativo,
especialmente aqueles que estão previstos no art. 37, caput, da Constituição
Federal de 1988.
c) Errado. Em regra, as empresas públicas e sociedades de economia
mista estão sujeitas ao regime jurídico de direito privado, independentemente
de prestarem serviços públicos ou explorarem atividade econômica. Segundo
entendimento do Supremo Tribunal Federal, somente as empresas estatais
que prestam serviços públicos em regime de exclusividade (monopólio), a
exemplo dos Correios, poderão usufruir das prerrogativas asseguradas pelo
direito público (imunidade tributária, por exemplo).
d) Errado. Analisando-se o texto da assertiva, não é possível constatar se
a banca examinadora está se referindo às fundações públicas de direito público
(cujos servidores são estatutários) ou às fundações públicas de direito privado
(cujos empregados são celetistas). Se a questão está se referindo às fundações
públicas de direito privado (o mais provável, apesar de não ser claro), o regime
de seus empregados é o mesmo adotado pelas empresas estatais (celetista).
e) Errado. A sujeição das empresas estatais ao regime jurídico das
empresas privadas inclui também os direitos e obrigações civis, comerciais,
trabalhistas e tributários.
Gabarito: letra a.
Trata-se de
a) empresa pública.
b) fundação.
c) autarquia.
d) sociedade de economia mista.
e) órgão público.
a) III.
b) I e II.
c) II e III.
d) II.
e) I e III.
GABARITO
1) B 2) A 3) B 4) C 5) B
6) A 7) C 8) A 9) A 10) D
Comentários
a) As autarquias realmente integram a Administração Pública Indireta,
porém, são constituídas com personalidade jurídica de direito público. Assertiva
incorreta.
b) Os agentes das autarquias estão submetidos às regras constitucionais
previstas entre os artigos 37 e 41 da CF∕1988, portanto, devem observar as
vedações impostas pelo art. 37, XVI, sobre acumulação de cargos públicos.
Assertiva correta.
c) A CF∕1988, em seu art. 37, II, dispõe que “a investidura em cargo ou
emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do
cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração”. Assertiva
incorreta.
d) O art. 37, XIX, da CF∕1988, afirma que “somente por lei específica
poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação”. Assertiva incorreta.
e) Todas as entidades da Administração Pública direta e indireta estão
sujeitas à obrigatoriedade de licitação, nos termos do art. 37, XXI, da CF∕1988.
Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra b.
Comentários
a) Os Ministérios, Secretarias Estaduais e Municipais integram a
Administração Pública direta, portanto, caracterizando-se como fruto da
desconcentração. Assertiva incorreta.
b) Apenas as fundações públicas de direito público ou de direito privado
integram a Administração Pública indireta. As fundações privadas, ainda que
prestem serviços públicos, situar-se-ão dentre as denominadas entidades
paraestatais (que colaboram com o Poder Público). Assertiva incorreta.
c) As empresas privadas apenas colaboram com o Poder Público na
prestação de atividades essenciais, portanto, não integram a Administração
Pública. Assertiva incorreta.
d) Os concessionários e permissionários de serviços públicos, apesar de
exercerem diversas atividades públicas em razão de delegação, não integram a
Administração Pública brasileira. Assertiva incorreta.
e) Atualmente a Administração Pública indireta é composta pelas
autarquias, empresas públicas, fundações públicas e sociedades de economia
mista. Ademais, também fazem parte de sua estrutura os consórcios públicos de
direito público, nos termos da Lei 11.107∕2005. Assertiva correta.
Gabarito: Letra e.
Comentários
a) Em caráter excepcional, existem algumas situações nas quais os órgãos
públicos, mesmo não possuindo personalidade jurídica, poderão integrar uma
relação processual, a saber: 1ª) Para a defesa de suas prerrogativas
funcionais: nesse caso, é assegurada capacidade processual aos denominados
órgãos independentes e autônomos para ingressarem com mandado de
segurança para a defesa de suas competências, quando violada por outros
órgãos; 2ª) Na defesa dos interesses e direitos dos consumidores: nos
termos do inciso III, artigo 82, do Código de Defesa do Consumidor, alguns
órgãos públicos (mesmo não possuindo personalidade jurídica) são legitimados a
ingressarem com ação judicial na defesa dos interesses e direitos dos
consumidores, individualmente ou a título coletivo. Assertiva correta.
b) A CF∕1988, em seu art. 37, XIX, dispõe que somente por lei específica
poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste
último caso, definir as áreas de sua atuação. Assertiva incorreta.
c) O fato de uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos,
receber a qualificação de OSCIP outorgada pelo Ministério da Justiça, não faz com
que passe a integrar a Administração Pública indireta, continuando no âmbito do
“terceiro setor”. Assertiva incorreta.
d) As empresas públicas e sociedades de economia mista, também
chamadas de empresas estatais, não gozam das prerrogativas conferidas às
entidades com personalidade jurídica de direito público, nos termos do art. 173,
§ 1º, da CF∕1988. Assertiva incorreta.
Comentários
Item I – A Administração Direta municipal é composta pelo respectivo
município, a Prefeitura (que também é um órgão), Secretarias e respectivos
órgãos de assessoria. Assertiva correta.
Item II – Em âmbito estadual, o órgão máximo do Poder Executivo é a
Governadoria, órgão no qual está lotado o Governador de Estado. Assertiva
correta.
Item III - O conceito de Administração Pública Direta está previsto
diretamente no texto legal, não comportando maiores dúvidas ou discussões.
Na esfera federal, é composta pela União (que detém personalidade jurídica de
direito público) e de todos os órgãos que integram a estrutura da Presidência da
República, previstos na Lei 10.683/03: Ministérios, Casa Civil, Secretaria-Geral,
Secretaria de Relações Institucionais, Secretaria de Comunicação Social, entre
outros. Assertiva correta.
Gabarito: Letra e.
Comentários
Para responder às questões de prova, lembre-se de que as autarquias
sempre serão instituídas com personalidade jurídica de direito público, inclusive
as agências reguladoras e agências executivas (autarquias de regime especial).
Por sua vez, as empresas públicas e sociedades de economia mista serão
instituídas com personalidade jurídica de direito privado. Ademais, as fundações
públicas podem ser tanto de direito público quanto de direito privado.
Gabarito: Letra b.
Comentários
Item I – Quando o enunciado da banca estiver se referindo à criação ou
extinção de órgãos públicos, a exemplo dos Ministérios, certamente estaremos
diante de situação que tipifica concentração ou desconcentração. No caso em
análise, as atribuições foram concentradas em um único órgão.
Item II – Ao criar a autarquia, o Estado transferiu para outra pessoa
jurídica a incumbência de executar determinada atividade administrativa,
caracterizando, assim, a descentralização.
Gabarito: Letra a.
Comentários
a) As autarquias possuem personalidade jurídica de Direito Público e
integram a Administração Indireta e Descentralizada, sendo criadas por lei
específica para o exercício de funções administrativas típicas de Estado, tais
como previdência e assistência social (INSS), polícia administrativa (IBAMA),
regulação de determinados setores da economia (Banco Central e Comissão de
Valores Mobiliários - CVM), assistência social (INCRA) e até mesmo atuação na
área de saúde, em situações excepcionais. Assertiva correta.
b) Nos termos do inciso XIX, artigo 37, da Constituição Federal de 1988,
somente por lei específica, poderá ser criada uma autarquia, seja ela federal,
estadual, municipal ou distrital. Assertiva correta.
c) Como os bens integrantes do patrimônio das autarquias são
considerados públicos, gozam das mesmas prerrogativas asseguradas aos
bens pertencentes às entidades da Administração Direta: a imprescritibilidade
(não podem ser objeto de ações de usucapião apresentadas por terceiros), a
alienabilidade condicionada (apenas os bens dominicais podem ser alienados
e desde que cumpridas todas as exigências legais) e a impenhorabilidade (não
podem ser penhorados para garantir o pagamento de créditos de terceiros).
Assertiva correta.
Comentários
Item I - Ocorre a “descentralização administrativa” quando um ente
estatal (União, Estados, DF e Municípios) transfere a outra pessoa, pública ou
privada, o exercício de uma determinada atividade administrativa. Assertiva
correta.
Item II - Na outorga (espécie de descentralização), a transferência da
titularidade e da execução dos serviços ocorre através de lei, materializando-
se, portanto, por prazo indeterminado. Assertiva correta.
e) O inciso III, § 1º, artigo 173, da CF/88, afirma expressamente que a lei
estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia
mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre licitação e
contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios
da administração pública. Todavia, enquanto o referido estatuto não for criado,
aplicam-se a essas entidades as regras da lei geral de Licitações (Lei
8.666/93). Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra c.
Comentários
Criada pelo jurista alemão Otto Gierke, destaca-se que a teoria do órgão
atualmente é adotada pela doutrina brasileira para legitimar a atuação do agente
público em nome da pessoa jurídica administrativa.
Em síntese, a teoria do órgão afirma que o Estado manifesta a sua
vontade através de seus órgãos públicos, que são titularizados por agentes
públicos. Desse modo, os atos praticados pelos órgãos são imputados à pessoa
jurídica a cuja estrutura estão integrados, o que se convencionou denominar
de imputação volitiva.
Se os atos praticados pelos agentes são imputados à pessoa jurídica, não
restam dúvidas de que esta deve responder por eventuais danos causados por
aqueles no exercício da função pública.
Gabarito: Letra c.
Comentários
a) A CF∕1988, em seu art. 37, XIX, dispõe que somente por lei específica
poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação. Assertiva incorreta.
b) As empresas públicas e sociedades de economia mista são pessoas
jurídicas de direito privado, criadas após autorização concedida por lei específica.
Assertiva incorreta.
c) O enunciado está em sintonia com o art. 37, XIX, da CF∕1988, que dispõe
que somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação. Assertiva correta.
d) Apesar de não exigirem registro para aquisição de personalidade
jurídica, as autarquias são instituídas sob os mandamentos do direito público.
Assertiva incorreta.
e) O inicio da personalidade jurídica da sociedade de economia mista ocorre
com o registro de seus atos constitutivos no órgão competente (Junta Comercial,
por exemplo). Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra c.
Gabarito: Letra d.
GABARITO
1) B 2) E 3) B 4) D 5) A
6) E 7) B 8) A 9) E 10) E