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23/11/2018 O modelo "Ocean" e o fascismo

O modelo "Ocean" e o fascismo


– Como funciona o novo método de fraudar eleições e
manipular eleitores

por Rosana Bond [*]

O capitalismo sempre utilizou a prática de eleições como


arma contra-revolucionária e de burla das massas. Uma
farsa. Mas agora, com o afundamento do imperialismo,
etapa em que se torna mais reacionário e mais violento, a
burguesia em desespero elabora um método quase
"cinematográfico" de manipulação e enganação do povo,
mas cujos resultados, como já afirmou o AND anteriormente,
ficaram expressos de forma clara na campanha do Brexit
(saída da Inglaterra do grupo da União Europeia), nos êxitos
do partido alemão populista-fascista Alternativa Para a
Alemanha e na vitória eleitoral do arqui-reacionário Donald
Trump no USA. Expresso também no recente pleito no
Brasil.

Unindo conteúdos teóricos das chamadas Ciências do


Comportamento (Psicologia e outras), mecanismos militares,
truques de espionagem, além de conhecimentos de
jornalismo (confecção de notícias mentirosas ou falsas, as
famosas fake news ), informática (algoritmos e outros) e
redes sociais, empresas direitistas-fascistas desenvolveram
algo que pretende ser uma "máquina" de ganhar eleição e
de obter seguidores fiéis.

Elas criaram um modelo, denominado "Ocean" , para


estabelecer parâmetros de personalidade de
votantes/eleitores, produzindo materiais específicos para
pessoas mais (ou menos) "neuróticas", "amáveis",
"extrovertidas", etc, fazendo com que seja aumentada a
probabilidade de que cada eleitor vote em determinado
candidato ou tema, ou seja, vote no cliente que contratou a
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empresa (ou escritório/consultoria) para aplicar seu


marketing.

O "Ocean" é um
conjunto de traços
psicológicos que são
medidos pelo
escritório/consultoria
para atingir seu alvo.
Cada letra tem um
significado, em inglês.

Vejamos: Letra O =
Openness (Abertura –
Abertura do indivíduo
a novas experiências);
Letra C =
Conscientiousness (Consciência – Nível de preocupação do
indivíduo com organização e eficiência); Letra E =
Extroversion (Extroversão – Nível de sociabilidade do
indivíduo, além de sensibilidade e cooperação com questões
relativas a outras pessoas); Letra A = Agreeableness
(Simpatia ou Amabilidade - Nível de confiança com que o
individuo recebe as notícias) Letra N = Neuroticism
(Neurose ou Instabilidade Emocional – Nível de intensidade
emocional com que o indivíduo reage ao receber
informações).

ESCÂNDALO FOGO DE PALHA

Esse modelo, embora lembre um teste de almanaque antigo,


uma psico-tolice, uma sondagem mental fraudulenta, ao ser
vitaminado com outros ingredientes (notadamente com TI,
Tecnologia de Informação), produziu efeitos danosos em
parcelas da população mundial submetidas a ele. Tais
efeitos foram denunciados no primeiro semestre deste ano,
como sendo o "escândalo do Facebook". Descobriu-se que
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empresas/escritórios/consultorias roubaram milhões de


dados daquela rede social para fazer marketing político
direcionado (com base no "Ocean"), através do bombardeio
de postagens cibernéticas individualizadas, com evidente
propósito manipulador. Muitas dessas postagens eram
compostas por noticias falsas.

Foram apontados como culpados o Facebook (que por


causa disso teria perdido parte de seu valor econômico) e a
empresa Cambridge Analytica (CA). Porém foi tudo fogo de
palha e simulação: o Facebook perdeu só umas migalhas de
seu poderio e a CA, embora tenha anunciado falência,
parece ter seguido em seu trabalho, de modo disfarçado.

A Cambridge é uma agência de publicidade anglo-ianque


que analisa dados de eleitores ou consumidores para
executar "planos de comunicação estratégica".

Inicialmente, para montar seus primeiros planos, ela usou os


resultados de um questionário aplicado por pesquisadores
da Universidade de Cambridge (Inglaterra) em 50 mil
voluntários usuários do Facebook.

As respostas do questionário permitiram à CA usar


algoritmos e avaliar a intensidade com que cada item do
"Ocean" estava presente na personalidade (ou
comportamento) das pessoas. Antes do escândalo, afirmou
o gerente da Cambridge no EUA, Alexander Nix : "Após
milhares e milhares de americanos responderem ao
questionário, nós desenvolvemos um modelo capaz de
prever a personalidade de cada um dos adultos que vivem
nos Estados Unidos".

E mais: a CA além de anunciar que possui controle/predição


sobre os habitantes dos EUA, parece controlar o próprio
presidente do país. Sim, a empresa não é um business
qualquer. Ela é praticamente "a dona" de Donald Trump, pois
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foi a principal
patrocinadora
financeira da
candidatura,
através do seu
trilionário

fundador/presidente Robert Mercer.

Mercer, ex-programador da IBM que fez uma imensa fortuna


descobrindo usos para algoritmos complexos (em
computação, trata-se de sequência-ritmo finito de instruções
para executar determinada tarefa, repetindo passos para
isso), hoje é um ancião judeu recluso e fascista. Conforme
artigo do repórter Matt Forney, publicado na internet em 12
de outubro de 2017, ele é um fervoroso apoiador do estado
sionista de Israel.

Assim fica fácil entender o motivo pelo qual Trump


reconheceu Jerusalém como capital de Israel, confrontando
a ONU e a maioria das nações do mundo, que vêem a
cidade também como capital palestina-árabe.

CHANTAGEANDO COM PROSTITUTAS E ESPIÕES

Bob Mercer e sua Fundação têm aberto generosamente os


cofres para a direita dos EUA, da Inglaterra e de outros
pontos do planeta (comenta-se que o dinheiro chegou até o
Brasil). Desde 2010, só nos EUA, eles doaram 36 milhões de
dólares para candidatos do Partido Republicano e grupos
reacionários variados.

Eles são, por exemplo, os mantenedores de um site de


notícias agressivo e odiado pelo povo estadunidense,
chamado Breitbard News e de uma organização policialesca
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chamada Secure America Now, dentre outras. Anos atrás


foram parceiros dos Irmãos Koch no financiamento de
entidades de jovens direitistas, principalmente na América
Latina.

Portanto os dólares de Mercer também aparecem em nosso


país como incentivadores/criadores do MBL (Movimento
Brasil Livre), conforme denúncia do jornal The Guardian
acerca das ações dos Koch. O MBL era coordenado por Kim
Kataguiri , um quase adolescente acusado de mentiroso por
seus professores, e de cometer ilegalidades na internet,
como perfis falsos e páginas sustentadas com fake news,
que lhe valeram punições. Mesmo com o MBL moribundo,
na última votação Kataguiri elegeu-se deputado federal pelo
DEM (ex Arena ou PDS/PFL, partidos de sustentação da
ditadura militar).

Mercer também bancou um grupo que produziu anúncios


anti-muçulmanos para redes sociais e Google na eleição de
2016 no USA.

Sócio de Mercer além de gerente da Cambridge antes do


escândalo Facebook, Alexander Nix foi filmado por uma
emissora de TV britânica falando sobre o uso de chantagem
para encurralar políticos, através da contratação de
prostitutas e espiões. Nas imagens feitas pelo Channel 4 ele
aparece se gabando de seus métodos (e da empresa CA)
para desacreditar adversários políticos (competidores de
seus clientes por certo), envolvendo espionagem e
prostituição.

MUDANÇA COMPORTAMENTAL EM 60 PAÍSES

Embora grande e forte, a CA é apenas um braço de outra


companhia, o SCL ( Strategic Communication Laboratories ).
Sediada na Inglaterra, essa empresa-matriz prepara
estratégias políticas para governos e empreendimentos
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particulares baseada na análise de dados. Conforme seu


site, já "conduziu programas de mudança comportamental
em mais de 60 países", e tem escritórios na Ásia e América
Latina.

O SCL tem duas vertentes: SCL Defesa e SCL Eleições. Já


prestou serviços para os Departamentos de Defesa da
Inglaterra, e do USA no Oriente Médio (incluindo o
Afeganistão, onde as tropas do Tio Sam estão tomando um
suadouro e não conseguem ganhar a guerra).

Segundo informou ao jornal The Guardian o ex-funcionário


Christopher Wylie, a especialidade do SCL "são as
operações psicológicas", que procuram mudar as crenças e
os pensamentos políticos das pessoas-alvos por meio da
"dominação informativa", técnica que inclui rumores,
desinformação e circulação maciça de notícias falsas.

Wylie, que foi o principal denunciante do vazamento de


dados do Facebook, que deu origem ao escândalo, disse ao
jornal que as "operações de informação" fazem parte da
doutrina militar dos EUA. Outro funcionário do SCL
comparou a empresa a um "MI6 de aluguel" (leia-se
"mercenário"), referindo-se ao nome do famoso serviço
secreto britânico. Mas é como um MI6 sujo, porque você não
é tolhido e não precisa estar subordinado a controle (para
trabalhar em atos de espionagem e similares).

Mark Block, estrategista do Partido Republicano do USA


afirmou certa vez que o SCL "faz guerra cibernética para
(vencer-se) eleições".

O dono do SCL, fundado em Londres em 2005 é o milionário


britânico Nigel Oakes , um dos irmãos Oakes, ligados à
nobreza, aos ricos e poderosos da terra-da-rainha. Nigel foi
também o fundador do Behavioral Dynamics Institute. Como
o nome indica, esse Instituto realiza Dinâmicas
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Comportamentais, que são práticas psicológicas ou técnicas


utilizadas para identificar diferenças no "funcionamento" dos
seres humanos. Essas técnicas foram resultado de um
estudo psicológico iniciado há décadas pelo ianque MIT
(Instituto de Tecnologia de Massachusetts) com mais de 200
mil pessoas de 25 culturas.

Agora esses conhecimentos estão sendo usados para


manipular eleitores e ganhar rios de dinheiro com
campanhas eleitorais, em favor de teses
ultradireitistas/fascistas.

"ESTAMOS INDO PARA O BRASIL"

Um aliado de Bob Mercer e integrante da CA foi assessor da


campanha eleitoral de Trump e, depois da vitória, fez parte
de sua equipe de governo. Seu nome: Steve Bannon.

Em agosto último, Eduardo, um dos filhos do candidato Jair


Bolsonaro, informou em rede social que se encontrou com
Bannon nos EUA. Feliz da vida postou uma foto de ambos,
sorrindo juntos, e anunciou que o assessor iria atuar como
conselheiro da campanha de seu pai.

No entanto, essa relação da Cambridge com nosso país (na


verdade o interesse da empresa em "participar", leia-se
lucrar financeiramente ou ideologicamente, da eleição
brasileira de 2018) começou bem antes.

Em 2016, segundo a BBC Brasil, um especialista nacional


em marketing, André Torretta , foi procurado por um
emissário da CA, do qual ele não informou o nome,
pretendendo criar estratégias de comunicação adequadas ao
candidato brasileiro que contratasse o serviço, pois a firma
"tinha especial interesse nas eleições de 2018".

Animado, em 2017 Torretta concordou em abrir uma filial no


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país, que se chamaria CA Ponte (junção dos nomes


Cambridge Analytica e Ponte Estratégia). Passados alguns
meses, o Estado de S.Paulo de 21 de janeiro de 2018
publicou que membros da equipe de Bolsonaro tentaram
contratar a CA, mas que o trabalho não teria sido acertado.

O tempo passou, até que dois meses depois, em 21 de


março, o acerto parece ter sido realizado, pois O Globo
publicou o seguinte: "Estamos indo para o Brasil", diz
diretor da Cambridge Analytica – Empresário da
consultoria que coletou dados do Facebook para Trump
miram o ano eleitoral no país.

Quem veio foi Mark Turnbull, diretor de gestão da CA,


confirmando que a companhia efetivamente iria atuar no
Brasil, e que inclusive uma filial estava em funcionamento
aqui.

Ao iniciar o serviço, os executivos da CA Ponte planejaram


utilizar cerca de 750 informações sobre cada eleitor
brasileiro freqüentador de redes sociais, para direcionar a
propaganda adequada à personalidade/comportamento de
cada um. Isso porque o uso de Big Data (grande volume de
dados) é o principal instrumento da CA em atividades
políticas. Nos EUA foram mais de 1000 informações por
eleitor. O que se viu, em seguida, foi a vitória do improvável
Donald Trump.

O que se viu aqui foi um enorme crescimento da candidatura


Bolsonaro, alimentada por 40 mil robôs atuando no Twitter,
100 mil contas no WhatsApp, 68 páginas no Facebook
gerando mais de 12 milhões de interações via perfis falsos e
spams.

Em outubro, quando acontecia o primeiro turno, a revista


Fórum divulgava a bomba sobre a ajuda de Steve Bannon
ao candidato: Guru da ultra-direita mundial e ex-assessor
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23/11/2018 O modelo "Ocean" e o fascismo

de Trump atua na
campanha das
redes sociais de
Bolsonaro –
Divulgando fake
news e material
misógino,
xenófobo e racista,
Steve Bannon
concentrou o
movimento de
extrema-direita nos
EUA.

Bannon parece ter dado conselhos proveitosos. O candidato


venceu a eleição no segundo turno. Antes disso, o jornal
Folha de S. Paulo noticiou, possivelmente indicando o papel
que o guru estrangeiro estaria desempenhando na
campanha brasileira, que empresários estariam comprando
pacotes de disparos em redes sociais de milhões de
mensagens contra o adversário.

Seria uma ação ilegal, por ser considerada doação financeira


disfarçada. Segundo o jornal, essas empresas estariam
usando bases de dados vendidas por agências de estratégia
digital, o que também é fora da lei. As normas eleitorais
permitem apenas o uso de listas de apoiadores do próprio
candidato, com números cedidos de forma voluntária.

14/Novembro/2018

[*] Jornalista.

O original encontra-se em anovademocracia.com.br/...

Este artigo encontra-se em https://resistir.info/ .


20/Nov/18

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