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ANÁLISE DA EXECUÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO

Thiago dos Santos Olivério1

Marcos Jorge Almeida Santana2

Resumo Neste trabalho, buscou-se confrontar procedimentos de execução de concretagens em


obras com as recomendações da NBR 14931:2004 Execução de estruturas de concreto -
procedimento. Apresenta-se um relatório contendo indicações das infrações a norma executadas
nas obras. O estudo foi realizado em 10 canteiros distintos, que foram visitados durante a
execução da concretagem e registrados os procedimentos. Efetuou-se análise, fundamentada na
comparação entre o observado nas visitas e os procedimentos recomendados pela NBR 14931.
Constataram-se vários descumprimentos, do preconizado pela norma, com este trabalho deseja-
se alertar os gestores de obras que é necessário uma fiscalização rigorosa da execução da
estrutura de concreto obedecendo o disposto na NBR 1931.

Palavras-chave: Execução de estruturas de concreto armado; Procedimento; NBR 14931.

1.0 Introdução:

A execução de estruturas de concreto armado deve obedecer a uma série de requisitos,


para que se tenha uma estrutura que satisfaça as exigências técnicas. Embora muitos se arvorem
em executar peças de concreto armado, podemos afirmar que muitas não são executadas com a
segurança necessária.
O cimento é um material com propriedades aglutinantes e, portanto, com capacidade de
unir fragmentos minerais, formando assim uma massa compacta.
Segundo Helene (1992), o concreto de cimento Portland tem provado ser o material mais
adequado para estruturas, superando com larga vantagem alternativas viáveis, como madeira, aço
ou alvenaria, devido à sua resistência às mais variadas sobrecargas e ações do meio ambiente. O
material de concreto é formado por uma mistura de agregado graúdo, agregado miúdo, cimento e
água.
Segundo Souza (1996), a especificação para a compra do concreto deve atender às
definições de projetos relativas à resistência à compressão aos 28 dias ou outras idades
consideradas críticas, módulo de elasticidade, consistência expressa pelo slump test, dimensões
máximas dos agregados graúdos, teor de argamassa, tipo e consumo mínimo de cimento, fator
água/cimento máximo e presença de aditivos.
Segundo Ripper (1996), para evitar erros na execução de estruturas de concreto armado,
os que participam, desde o engenheiro da obra ou fiscal, mestre, encarregado, oficiais até o
operador de vibrador, devem saber, com certeza, como realizar sua parte específica dentro do
conjunto total de serviços. A falha de um desses elementos humanos, por negligência,
displicência, ou mesmo por falta de conhecimento da boa técnica ou das normas brasileiras, pode
prejudicar a qualidade e até a segurança desse empreendimento, e provocar consequentemente

1
Autor: Thiago dos santos Olivério, formando em Engenharia Civil pela universidade Católica do
Salvador e-mail: tso1985@gmail.com
2
Orientador: Prof. Dr. Marcos Jorge Almeida Santana, Coordenador do curso de Eng. Civil da
Universidade Católica do Salvador
1
prejuízos graves ou, em casos menos drásticos, consertos caros ou defeitos esteticamente
inconvenientes.
Os objetivos deste trabalho foram confrontar as práticas de execução do concreto nas
obras com o recomendado na NBR 14931:2004. Com isso, pode-se levar o leitor a refletir sobre
a importância da fiscalização do cumprimento da norma dentro do canteiro de obras. Foram
visitadas 10 obras de empresas diferentes, efetuaram-se fotografias em cada obra visitada,
registrando situações durante a concretagem a fim de servir como referência para análise da
competência da equipe nos serviços de concretagem. Essa quantidade de obras pode ser
considerada significativa, pelo fato de termos escolhido as mesmas de uma forma aleatória,
dentre um universo de obras de concreto armado. Vale salientar que as dificuldades para um
estudante de engenharia registrar os erros praticados nas obras são diversas, pois muitos gestores
de obras os impossibilitam de obter registros fotográficos de qualquer espécie de serviço
executado e, muitas das vezes, não deixam nem mesmo os estudantes ter acesso às obras.
As preocupações com a forma de execução de estruturas de concreto armado, ocorreram
através da observação do autor nas obras em que ele estagiava, não se fazendo o
acompanhamento da concretagem baseado na NBR 14931:2004 e com a mesma à disposição dos
gestores da obra. Assim, este fato ganhou maior embasamento após a leitura de Ripper e outros
manuais de construção, onde todos tinham o cuidado de sempre salientar a importância da
aplicação das normas técnicas dentro do canteiro de obras.

2.0 Metodologia

Após um estudo da norma, foram destacados os principais procedimentos executados em


obras de concreto armado e, a partir destas informações, gerou-se um quadro (Quadro 01) de
acompanhamento de concretagem, a fim de se otimizar a análise das concretagens visitadas pelo
autor. Com isso, gerou-se uma metodologia de trabalho que garantiu com que o autor verificasse
o cumprimento da norma e registrasse, através de fotografias, os procedimentos executados, não
deixando assim de vincular a fotografia ao procedimento indicado pela norma.

2
3.0 Relatório do observado nas visita

Quadro 01 Procedimentos da NBR 14931:2004 Execução de estruturas de concreto -


Procedimento

Item e Não
Procedimento da NBR 14931 da Cumprimento
Item pág. da cumprimento
foto
A estocagem deve ser feita de modo a
impedir o contato com qualquer tipo de
01 X
contaminante (solo. óleo, graxas, entre
1 6.3.2.p.4
outros.
A superfície da armadura deve estar livre
de ferrugem e substâncias deletérias que
possam afetar de maneira adversa o aço, o 02 X
2 concreto ou a aderência entre esses 8.1.4 p.7
materiais.
Antes e durante o lançamento de concreto,
os caminhos e passarelas devem estar
3 8.1.6.1 03 X
dispostos de modo a não acarretarem
p.10
deslocamento da armadura.
A superfície interna da forma deve ser
limpa e deve-se verificar a condição de
4 04 X
estanqueidade das juntas, de maneira que 9.2.1 p11
evite a perda de pasta ou argamassa.
Imediatamente após as operações de
lançamento e adensamento, devem ser
9.3.3 05 X
5 tomadas providências para reduzir a perda
p.14
de água do concreto.
Concreto contaminado com solo ou outros
9.5.1
6 materiais não devem ser lançados na 06 X
p.15
estrutura.
Devem ser tomadas precauções para
manter a homogeneidade do concreto. No
lançamento convencional, os carrinhos
7 07 X
não devem ter inclinação excessiva, de 9.5.1
modo a evitar segregação decorrente do p.15
transporte.
Preferencialmente aplicar o vibrador na 9.6.2
8 08 X
posição vertical. p.16
Vibrar o concreto na direção montante (Fig.) 2-
9 09 X
para jusante. b) p.16
O molde da forma deve ser preenchido de
maneira uniforme, evitando o lançamento
10 em pontos concentrados, que possam 10 X
9.5.1
provocar deformações do sistema de
p.15
forma.
Antes de reiniciar o lançamento do
concreto, deve ser removida a nata da
pasta de cimento (vitrificada) e feita a 11 X
11 limpeza da superfície de juntas, com a 9.7 p.17
retirada dos materiais soltos.
Fonte: NBR14931:2004 Execução de Estruturas de Concreto – Procedimento. Adaptado pelo
auto.

3
4.0 Práticas observadas

Com base nos itens descritos no quadro 01, vamos tecer comentários sobre as práticas
comumente executadas em obras de Salvador comparativamente com a norma.

4.1 Estocagem do aço.

A estocagem do aço que deve ser feita de modo a impedir o contato com qualquer tipo de
contaminante (solo, óleo, graxas, materiais corrosivo, entre outros.)
No que diz respeito a este item, observa-se na Figura 01 representativa de um
procedimento em uma das obras visitadas, que as barras estão dispostas diretamente sobre o solo.
Dessa forma, as mesmas ficam também expostas a graxas e óleos devido à alta aproximação com
a bomba estacionária. Assim podendo ser contaminadas pelo fato desta exposição.
As barras de ferro contaminadas podem entrar em um processo de oxidação acentuado, se
as mesmas forem concretadas contaminadas, as substancias deletérias podem reagir com o
concreto, assim podendo causar anomalias na estrutura. Para evitar problemas deste gênero é
indicado que se estoque o aço de acordo com a NBR 14931:2004, devidamente identificado e
protegido de substancias contaminantes.

Fig. 01. Mostrando a forma de armazenamento da ferragem diretamente do solo.

4.2 Estado da armadura.

A superfície da armadura deve estar livre de ferrugem e substâncias deletérias que


possam afetar de maneira adversa o aço, o concreto ou a aderência entre esses materiais.
Observando-se a Figura 02, constata-se que nas ferragens há incrustações de argamassa
do concreto da laje na armadura do pilar, indicando que não houve um cuidado adequado com a
limpeza das armaduras. Se essa incrustação estivesse na armadura de uma viga, poderia
ocasionar fissuras de flexão e escorregamento da armadura. Para evitar problemas como este, é
aconselhável, que antes de uma concretagem seja inspecionada a limpeza das armaduras.

4
Fig. 02. Ilustração da armadura com incrustação de argamassa.

4.3 Caminhos e passarelas.

Durante o lançamento de concreto os caminhos e passarelas devem estar dispostos de


modo a não acarretar deslocamento da armadura.
Na Figura 03, percebeu-se ausências de caminhos e passarelas que têm como objetivo
não vir acarretar o deslocamento da estrutura. Além disso, pode-se notar que outros itens podem
ficar prejudicados com a ausência de caminhos (tábuas, madeirites, etc.), tais como:
• Caixas de luz que podem ser deslocadas;
• Eletrodutos que podem ficar amassados prejudicando futuras instalações.

Fig: 03. Ausência de caminhos e passarelas.

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4.4 Estanqueidade do sistema de forma

A superfície interna da forma deve ser limpa e deve-se verificar também a condição de
estanqueidade das juntas, de maneira que evite a perda de pasta ou argamassa.
Na Figura 04, tem-se uma visão da parte inferior da forma. E como podemos observar, a
forma está com bastante presença de argamassa, o que leva a concluir que a sua estanqueidade
não estava adequada. E dessa forma está infligindo uma indicação da norma, o que pode levar à
perda da resistência e durabilidade da peça, além de se obter uma peça de concreto bastante
poroso.
A incorreta estanqueidade pode ser provocada, pelo deficiente sistema de vedação das
juntas e formas pouco rígidas.

Fig. 04. Ilustrando a fuga de argamassa por entre as formas.

4.5 Cura do concreto

Enquanto não atingir resistência satisfatória, o concreto deve ser protegido contra
mudanças bruscas na temperatura, secagem rápida, exposição direta ao sol, chuvas fortes,
agentes químicos, bem como choques e vibrações que possam produzir fissuração na massa de
concreto ou prejudicar sua aderência à armadura.
A prática do umedecimento foi encontrada em todas as obras visitadas pelo autor desse
artigo, embora não saiba se é executada nos sete dias, conforme a norma.
Porém, a cura do concreto vai muito além de uma simples irrigação, como podemos
verificar nas indicações dos especialistas.
A cura ineficiente pode causar fissuras de retração hidráulica e contração térmica devido
aos possíveis fatores: proteção térmica ineficiente, excesso de calor de hidratação e excesso de
água de amassamento.

6
Fig. 05. Ilustração do processo de cura.

4.6 Cuidados para não contaminar o concreto

O concreto contaminado com solo ou outros materiais não deve ser lançado na estrutura,
usando um concreto contaminado, o mesmo pode vir com a presença de materiais que provoque:
uma oxidação da armadura, o comprometimento na aderência ou até mesmo desencadear uma
reação química com o concreto vindo a gerar anomalias. Assim quando se efetuar a descarga do
concreto o mesmo deve ser protegido como ilustrado na figura 06.
.

Fig. 06. Ilustrando a proteção na descarga do concreto evitando a contaminação.

7
4.7 Homogeneidade do concreto

Como se pode observar na figura 07, foi construído uma rampa com um piso bastante
irregular para a concretagem convencional, podendo gerar segregação do concreto. Com isso, o
resultado dessa segregação vai ser um concreto altamente poroso e, consequentemente,
permeável, ocasionando assim a entrada de agentes agressivos o que pode levar à corrosão da
armadura.
Para não causar este problema descrito, é indicado tomar cuidado com a segregação do
concreto, da fase de transporte até a fase de lançamento e adensamento, que deve ser executado
em movimentos que não se permita grandes quedas livres e moimentos bruscos.

Fig. 07. Ilustrando uma rampa para acesso dos carrinhos de concreto.

4.8 Procedimento de vibração do concreto

O adensamento do concreto com vibrador ou socagem deve ser feito de forma continua e
energicamente, cuidando para que o concreto preencha todos os recantos da forma e para que
não se formem ninhos ou haja segregação dos agregados por uma vibração prolongada demais.
Deve-se evitar a vibração da armadura, para que não se formem vazios ao seu redor com
prejuízo de aderência, que pode causar patologias. Comentadas nas considerações feitas no item
2.
No uso de vibradores de imersão, eles devem ser introduzidos na massa de concreto em
posição vertical ou com pouca inclinação para não prejudicar o funcionamento do mesmo, mas
nunca com inclinação maior do que 45° em relação à vertical, como ilustrado na figura 08.
Os problemas de formação de ninhos são solucionados através de aplicação de argamassa
polimérica à base de cimento, argamassa à base epóxi e argamassa à base poliéster.

8
Fig. 08. Ilustração do procedimento de vibração da laje de forma horizontal.

4.9 Processo de vibração de jusante para montante

Tem-se na Figura 09 um procedimento que está em desacordo com a norma, pois como
pode-se observar o processo de vibração, está sendo executado de jusante para montante e não de
montante para jusante conforme determina a norma, assim podemos verificar que há montante da
viga, apresenta sinais de que o concreto não está totalmente adensado. Dessa forma, pode ser que
o concreto não preencha todos os recantos da estrutura, como indicado no item anterior, vindo a
causar ninhos de concreto na peça.

Montante

Fig. 09. Ilustração do procedimento de vibração do concreto de jusante para montante.

9
4.10 Lançamento de forma distribuída

A NBR 14931:2004 determina que o molde da forma deva ser preenchido de maneira
uniforme, evitando o lançamento em pontos concentrados, que possam provocar deformações do
sistema de forma.
Como se pode observar, na figura 10, o concreto está disposto de forma distribuída, não
provocando assim a sobrecarga no sistema de forma. Dessa forma, de acordo com a norma,
evita-se que o elemento estrutural tenha uma flecha acentuada, ocasionada pela deformação
excessiva da forma da laje, aumentando assim a espessura do revestimento interno do teto e a
camada do contra piso. Com isso, representa um custo adicional na construção, além de uma
sobrecarga maior nas estruturas, em conseqüência do aumento das espessuras mencionadas.

Fig. 10. Concreto sendo adensado de forma distribuída não gerando sobrecarga no sistema
de formas.

4.11 Cuidados com juntas de concretagem

É indicado que antes de reiniciar o lançamento do concreto deve ser removida a nata da
pasta de cimento (vitrificada), é feita a limpeza da superfície de juntas com a retirada dos
materiais soltos.
Na Figura 11, tem-se uma junta de concretagem que, ao se reiniciar a etapa de
concretagem, só foi umedecido o concreto existente, sendo executada a limpeza sem ser
removida a argamassa vitrificada.
Recomenda-se não pintar a área de contato com a nata de cimento, é um costume muito
errado e prejudicial para uma boa ligação das duas partes, porque forma uma película alisante e
isolante.
Quando se trata de peças grandes ou essenciais em uma estrutura, ou quando se trata de
uma ligação entre concreto existente de uma construção velha e um concreto novo, a junta deve
ser tratada com um adesivo específico à base de epóxi. Seguindo as orientações da norma.

10
Fig. 11. Ilustração de uma junta de concretagem com a presença de materiais soltos.

5.0 Conclusão:

Com as comparações entre os procedimentos recomendados pela NBR 14931:2004


Execução de estruturas de concreto – Procedimento e o realizado nas obras, certamente com as
comparações entre à execução do concreto fresco apresentado neste trabalho pode-se afirmar
que, em grande parte das obras, a norma não é obedecida .
O fato de não se dispor da norma nas obras ou até mesmo o seu desconhecimento
colabora para que ela não seja cumprida, que, aliado à ausência de fiscalização ou
acompanhamento de execução por profissionais habilitados, contribui para a presença de muitas
infrações à norma, conforme pode ser constatado por esse autor. As exigências da norma são
fáceis de serem implementadas nas obras, sem maiores dificuldades. O não cumprimento das
prescrições da norma decorre de ausência da fiscalização ou por desconhecimento da norma
pelos encarregados
Apresentado na página 3 o quadro gerado a partir da NBR 14931:2004 – Execução de
estruturas de concreto – procedimento, reúne vários pontos necessários de verificação antes de
uma concretagem, e pode servir de ponto de partida para elaboração de uma lista de verificações.
Este trabalho conseguiu simplesmente, através de registros fotográficos e
acompanhamento de algumas execuções, identificar conflitos que podem ser evitados através de
um maior empenho de gestores de obra e por responsáveis diretos pelo controle tecnológico e de
execução das obras.

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Referências

ANDRIOLO, Francisco Rodrigues, Construção de concreto: manual de praticas para


controle e execução. São Paulo: PINI, 1984
HELENE, Paulo R. do Lago. Manual para reparo, reforço e proteção de estruturas de
concreto. 2ª ed. São Paulo: PINI 1992.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14931:2004 – Execução de
estruturas de concreto – Procedimentos. Rio de Janeiro, 2004
NEVILLE, Adam M. Propriedades do concreto, São Paulo, PINI 1982
RIPPER, Ernesto. Como evitar erros na construção, 3ª ed. São
Paulo: PINI, 1996
SOUZA, Roberto Mekbekian G. Qualidade na aquisição de materiais e execução de
obras. São Paulo: Pini 1996

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