1.0 Introdução:
1
Autor: Thiago dos santos Olivério, formando em Engenharia Civil pela universidade Católica do
Salvador e-mail: tso1985@gmail.com
2
Orientador: Prof. Dr. Marcos Jorge Almeida Santana, Coordenador do curso de Eng. Civil da
Universidade Católica do Salvador
1
prejuízos graves ou, em casos menos drásticos, consertos caros ou defeitos esteticamente
inconvenientes.
Os objetivos deste trabalho foram confrontar as práticas de execução do concreto nas
obras com o recomendado na NBR 14931:2004. Com isso, pode-se levar o leitor a refletir sobre
a importância da fiscalização do cumprimento da norma dentro do canteiro de obras. Foram
visitadas 10 obras de empresas diferentes, efetuaram-se fotografias em cada obra visitada,
registrando situações durante a concretagem a fim de servir como referência para análise da
competência da equipe nos serviços de concretagem. Essa quantidade de obras pode ser
considerada significativa, pelo fato de termos escolhido as mesmas de uma forma aleatória,
dentre um universo de obras de concreto armado. Vale salientar que as dificuldades para um
estudante de engenharia registrar os erros praticados nas obras são diversas, pois muitos gestores
de obras os impossibilitam de obter registros fotográficos de qualquer espécie de serviço
executado e, muitas das vezes, não deixam nem mesmo os estudantes ter acesso às obras.
As preocupações com a forma de execução de estruturas de concreto armado, ocorreram
através da observação do autor nas obras em que ele estagiava, não se fazendo o
acompanhamento da concretagem baseado na NBR 14931:2004 e com a mesma à disposição dos
gestores da obra. Assim, este fato ganhou maior embasamento após a leitura de Ripper e outros
manuais de construção, onde todos tinham o cuidado de sempre salientar a importância da
aplicação das normas técnicas dentro do canteiro de obras.
2.0 Metodologia
2
3.0 Relatório do observado nas visita
3
4.0 Práticas observadas
Com base nos itens descritos no quadro 01, vamos tecer comentários sobre as práticas
comumente executadas em obras de Salvador comparativamente com a norma.
A estocagem do aço que deve ser feita de modo a impedir o contato com qualquer tipo de
contaminante (solo, óleo, graxas, materiais corrosivo, entre outros.)
No que diz respeito a este item, observa-se na Figura 01 representativa de um
procedimento em uma das obras visitadas, que as barras estão dispostas diretamente sobre o solo.
Dessa forma, as mesmas ficam também expostas a graxas e óleos devido à alta aproximação com
a bomba estacionária. Assim podendo ser contaminadas pelo fato desta exposição.
As barras de ferro contaminadas podem entrar em um processo de oxidação acentuado, se
as mesmas forem concretadas contaminadas, as substancias deletérias podem reagir com o
concreto, assim podendo causar anomalias na estrutura. Para evitar problemas deste gênero é
indicado que se estoque o aço de acordo com a NBR 14931:2004, devidamente identificado e
protegido de substancias contaminantes.
4
Fig. 02. Ilustração da armadura com incrustação de argamassa.
5
4.4 Estanqueidade do sistema de forma
A superfície interna da forma deve ser limpa e deve-se verificar também a condição de
estanqueidade das juntas, de maneira que evite a perda de pasta ou argamassa.
Na Figura 04, tem-se uma visão da parte inferior da forma. E como podemos observar, a
forma está com bastante presença de argamassa, o que leva a concluir que a sua estanqueidade
não estava adequada. E dessa forma está infligindo uma indicação da norma, o que pode levar à
perda da resistência e durabilidade da peça, além de se obter uma peça de concreto bastante
poroso.
A incorreta estanqueidade pode ser provocada, pelo deficiente sistema de vedação das
juntas e formas pouco rígidas.
Enquanto não atingir resistência satisfatória, o concreto deve ser protegido contra
mudanças bruscas na temperatura, secagem rápida, exposição direta ao sol, chuvas fortes,
agentes químicos, bem como choques e vibrações que possam produzir fissuração na massa de
concreto ou prejudicar sua aderência à armadura.
A prática do umedecimento foi encontrada em todas as obras visitadas pelo autor desse
artigo, embora não saiba se é executada nos sete dias, conforme a norma.
Porém, a cura do concreto vai muito além de uma simples irrigação, como podemos
verificar nas indicações dos especialistas.
A cura ineficiente pode causar fissuras de retração hidráulica e contração térmica devido
aos possíveis fatores: proteção térmica ineficiente, excesso de calor de hidratação e excesso de
água de amassamento.
6
Fig. 05. Ilustração do processo de cura.
O concreto contaminado com solo ou outros materiais não deve ser lançado na estrutura,
usando um concreto contaminado, o mesmo pode vir com a presença de materiais que provoque:
uma oxidação da armadura, o comprometimento na aderência ou até mesmo desencadear uma
reação química com o concreto vindo a gerar anomalias. Assim quando se efetuar a descarga do
concreto o mesmo deve ser protegido como ilustrado na figura 06.
.
7
4.7 Homogeneidade do concreto
Como se pode observar na figura 07, foi construído uma rampa com um piso bastante
irregular para a concretagem convencional, podendo gerar segregação do concreto. Com isso, o
resultado dessa segregação vai ser um concreto altamente poroso e, consequentemente,
permeável, ocasionando assim a entrada de agentes agressivos o que pode levar à corrosão da
armadura.
Para não causar este problema descrito, é indicado tomar cuidado com a segregação do
concreto, da fase de transporte até a fase de lançamento e adensamento, que deve ser executado
em movimentos que não se permita grandes quedas livres e moimentos bruscos.
Fig. 07. Ilustrando uma rampa para acesso dos carrinhos de concreto.
O adensamento do concreto com vibrador ou socagem deve ser feito de forma continua e
energicamente, cuidando para que o concreto preencha todos os recantos da forma e para que
não se formem ninhos ou haja segregação dos agregados por uma vibração prolongada demais.
Deve-se evitar a vibração da armadura, para que não se formem vazios ao seu redor com
prejuízo de aderência, que pode causar patologias. Comentadas nas considerações feitas no item
2.
No uso de vibradores de imersão, eles devem ser introduzidos na massa de concreto em
posição vertical ou com pouca inclinação para não prejudicar o funcionamento do mesmo, mas
nunca com inclinação maior do que 45° em relação à vertical, como ilustrado na figura 08.
Os problemas de formação de ninhos são solucionados através de aplicação de argamassa
polimérica à base de cimento, argamassa à base epóxi e argamassa à base poliéster.
8
Fig. 08. Ilustração do procedimento de vibração da laje de forma horizontal.
Tem-se na Figura 09 um procedimento que está em desacordo com a norma, pois como
pode-se observar o processo de vibração, está sendo executado de jusante para montante e não de
montante para jusante conforme determina a norma, assim podemos verificar que há montante da
viga, apresenta sinais de que o concreto não está totalmente adensado. Dessa forma, pode ser que
o concreto não preencha todos os recantos da estrutura, como indicado no item anterior, vindo a
causar ninhos de concreto na peça.
Montante
9
4.10 Lançamento de forma distribuída
A NBR 14931:2004 determina que o molde da forma deva ser preenchido de maneira
uniforme, evitando o lançamento em pontos concentrados, que possam provocar deformações do
sistema de forma.
Como se pode observar, na figura 10, o concreto está disposto de forma distribuída, não
provocando assim a sobrecarga no sistema de forma. Dessa forma, de acordo com a norma,
evita-se que o elemento estrutural tenha uma flecha acentuada, ocasionada pela deformação
excessiva da forma da laje, aumentando assim a espessura do revestimento interno do teto e a
camada do contra piso. Com isso, representa um custo adicional na construção, além de uma
sobrecarga maior nas estruturas, em conseqüência do aumento das espessuras mencionadas.
Fig. 10. Concreto sendo adensado de forma distribuída não gerando sobrecarga no sistema
de formas.
É indicado que antes de reiniciar o lançamento do concreto deve ser removida a nata da
pasta de cimento (vitrificada), é feita a limpeza da superfície de juntas com a retirada dos
materiais soltos.
Na Figura 11, tem-se uma junta de concretagem que, ao se reiniciar a etapa de
concretagem, só foi umedecido o concreto existente, sendo executada a limpeza sem ser
removida a argamassa vitrificada.
Recomenda-se não pintar a área de contato com a nata de cimento, é um costume muito
errado e prejudicial para uma boa ligação das duas partes, porque forma uma película alisante e
isolante.
Quando se trata de peças grandes ou essenciais em uma estrutura, ou quando se trata de
uma ligação entre concreto existente de uma construção velha e um concreto novo, a junta deve
ser tratada com um adesivo específico à base de epóxi. Seguindo as orientações da norma.
10
Fig. 11. Ilustração de uma junta de concretagem com a presença de materiais soltos.
5.0 Conclusão:
11
Referências
12