educacionais, devido as necessidades próprias da época, como a formação intelectual dos filhos
da elite brasileira e a formação de mão de obra especializada. No entanto, essas reformas não
solucionaram os problemas urgentes da educação brasileira, em decorrência da manutenção da
descentralização do ensino e do modo de como essas reformas foram pensadas e colocadas em
prática.
O ensino primário, ainda as primeiras letras, foi dividido em dois graus por Benjamin
Constant, para crianças entre 7 e 13 anos e crianças entre 13 e 16 anos. Essa medida
complexificou o ensino elementar, que só volta a ser completado com a reforma Rocha Vaz. A
reforma Rocha Vaz autorizava acordos financeiros da União com os estados, a fim de
desenvolver seus sistemas de ensino. O ensino primário permanecerá, até 1920 como ensino de
ler, escrever e cálculo, ou seja, como mera alfabetização.
2 – O movimento dos pioneiros da educação nova surge como uma reação ao sistema
de ensino tradicional e à série de reformas ineficazes realizadas durante a República Velha.
Para eles a educação não chegou a se organizar, se encontrava inorganizada, por causa da falta
de iniciativa, de determinação dos fins educacionais e da aplicação métodos científicos aos
problemas da educação.
No início do manifesto o autor faz uma comparação entre o Brasil e os demais países da
América-latina, demonstrando como a educação brasileira se encontra atrasada em relação a
educação desses países. Para resolver o problema da educação no Brasil, os pioneiros propõe
uma aproximação com o ambiente e trata a finalidade da educação como resultado da visão de
mundo de cada indivíduo. A partir desse perspectiva o educação deixa de ser determinada pela
condição social e econômica e passa a ser determinada por o caráter biológico, reconhecendo
ao indivíduo o direito de ser educado até onde permita suas aptidões naturais.
O autor coloca como conceitos e fundamentos da educação nova a ciência como base
da educação, a valorização de atividades espontâneas, adaptação da educação ao
comportamento psicobiológico e coloca a escola como um espaço de experimentação,
proporcionando às crianças à descobrirem e experimentarem suas capacidades.
Para aplicar esse modelo aos níveis da educação o autor propõe solucionar o problema
da articulação entre o ensino primário e secundário. Estabelece também acabar com a divisão
do ensino secundário em ensino técnico e humanístico, deixando de favorecer apenas um grupo
social. Propõe ainda a educação de Universidades capazes de abranger as profissões liberais e
específicas para a indústria e comércio, adaptando as universidades à variedades e às
necessidades de cada grupo.
O positivismo teve uma grande teve uma grande influência na sociedade brasileira,
principalmente entre os militares, por estarem mais ligados as exatas e a engenharia e distantes
da tradição humanística e acadêmica. Muitos adeptos do positivismo fizeram parte do governo
brasileiro, como Benjamin Constant e seus pensamentos repercutiram na educação. No Brasil
o positivismo não conseguiu superar o ensino humanístico e literário, principalmente porque o
positivismo serviu de base para sustentar o poder das oligarquias e acentuar os privilégios,
mantendo o poder das elites. Os princípios do positivismo foram distorcidos e utilidades de
acordo com os interesses da elites.
Introduzido no período da ditadura militar essa iniciativa tinha por trás o interesse dos
Estados Unidos de vender tecnologia obsoleta ao nosso país. Essa forma de ensino prejudicou
as escolas públicas, em decorrência da burocratização do ensino e das mudanças na LDB de
1961, imposta por militares e tecnocratas. Influenciados pelo positivismo e pelas teorias de
Taylor e Fayol o ensino tecnicista buscava mudar o comportamento do aluno a partir do
treinamento e acreditava que a escola pode ser considerada uma empresa, tornando o professor
um técnico, perdendo as características de pedagogo. Contudo, segundo a autora esse sistema
de ensino não teve êxito na prática, porque os professores continuaram utilizando os métodos
tradicionais.
b) As leis orgânicas de ensino foram criadas durante do governo Vargas, influenciada
pelo movimento renovador essa lei implantará várias modificações no ensino primário.
Estipulou planejamento e propôs previsão de recursos para implantar a reforma, no entanto o
projeto passou por dificuldades de aplicação, por não estar adequada a nossa realidade. Nesse
período as escolas normais foram expandidas e houve a regulamentação do curso de formação
de professores, no entanto o alto número de professores leigos continuou.
c) A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) de 1996 foi elaborada para tratar das diretrizes e
bases da educação, a dedicação dessa lei corroeu através de um amplo debate não apenas na
Câmara, mas também na sociedade civil, foi a primeira vez que uma lei foi resultado do debate
democrático da comunidade educacional e não da exclusiva iniciativa do presidente, no entanto
Darcy Ribeiro propôs outro projeto que ficou sendo discutido paralelamente e foi aprovado. O
projeto aprovado foi criticado por ser vago demais e por omitir pontos centrais, além de ser
considerado autoritário. A nova LDB oferecia recursos para a educação e bolsas de estudos para
alunos da educação básica.
Portanto, a educação contemporânea busca oferecer uma educação gratuita para todos e
lança mão de políticas sociais para combater as desigualdades sociais, e mesmo que, essas
políticas sociais não sejam ideias, são de fundamental importância para o ingresso e manutenção
desses grupos que foram excluídos da educação brasileira durante séculos nas escolas e nas
universidades.