PROFISSIONAL NO BRASIL:
ELEMENTOS PRA UMA REFLEXÃO
SOBRE TRABALHO E EDUCAÇÃO
Forjador de
espadas, Padeiro
armaduras etc.
Sapateiro
• Motivos da ausência de uma educação profissional
no período colonial:
•Trabalho escravo;
•Discriminação com o trabalho manual;
•Modo de produção artesanal;
•Modelo econômico agroexportador;
•Política de fechamento de fábricas por ordens
régias (XVIII);
• Mudanças a partir de 1808:
• Vinda da família real portuguesa para o Brasil;
• Criação do Colégio das Fábricas:
• Caráter assistencial;
• Suprimento de trabalhadores para certos setores;
• Início de uma política para educação profissional.
PERÍODO IMPERIAL
(1822-1888)
• Mudanças políticas: ruptura com a colonização;
organização de um estado imperial nacional; o foco
passa a ser o Brasil e não mais Portugal;
• Aumento das forças produtivas e progresso material: o
que exigia formação dos quadros técnicos e
profissionais para o desenvolvimento do Império;
• Influência do liberalismo francês – liberdade, igualdade
e fraternidade – e apelo pela construção da instrução
pública brasileira;
• Condições dadas para a necessidade da educação
profissional.
• O fator discriminatório do trabalho manual advindo do
período colonial permanece, o que dará a tônica
assistencialista da educação profissional;
• O projeto da Constituição, em 1823, preconizava a
educação profissional:
• Art. 234: Terá igualmente o cuidado de criar estabelecimentos
para catequese e a civilização dos índios, emancipação lenta
dos negros e sua educação religiosa e industrial.
• Desativam-se as Corporações de Ofícios;
• Lei da Instrução Pública (15-10-1827): pretende
organizar a educação em todos os níveis, inclusive
profissional;
• Mas na prática…
• O Estado Imperial legou a educação profissional à
iniciativa privada;
• Organizaram-se várias sociedades civis para atender à
demanda de formação de profissionais para atender ao
crescimento produtivo;
• As sociedades civis atendiam pobres e órfãos;
• Eram dirigidas pelas elites (nobres, fazendeiros,
comerciantes e funcionários do estado);
• Os recursos advinham de doações, quotas dos
sócios e recursos do poder público;
• Criaram-se os Liceus.
• Em 1857, Sociedade Propagadora de Belas Artes, RJ
(veja figura abaixo);
• Em 1858, Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro
(veja figura abaixo):
• Propagar e desenvolver a instrução racional da
parte artística e técnica das artes e ofícios
industriais;
• Cursos gratuitos para os cidadãos livres;
• Vedado o acesso aos escravos;
• Não dispôs de oficinas para aulas práticas até à
República.
• Em 1873, Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo:
• Ministrava aulas gratuitas da instrução primária;
• Turno diurno e noturno;
• Artes e ofícios em comércio, lavoura e indústria;
• Entre 1885 e 1888, passaram 2.523 alunos.
PERÍODO REPUBLICANO
(1889-1929)
Bases contextuais para uma nova educação
profissional no Brasil:
• Novo elemento ideológico com a chegada dos
padres salesianos ao Brasil: “o ensino profissional
como antítese do pecado”;
• Fortes apelos para mudança do modelo
agroexportador para um modelo industrial;
• Ideologia do desenvolvimento baseado na
industrialização do país;
• Necessidade de mão de obra.
MEDIDAS TOMADAS:
• Em 1909, Nilo Peçanha, baixou o Decreto n. 7.566,
criando 19 Escolas de Aprendizes e Artífices, para as
capitais brasileiras (figura 1);
• As escolas eram mantidas pelo Ministério da
Agricultura, Comércio e Indústria;
• Finalidade: ensino profissional primário e gratuito à
população;
• Critérios de admissão: ter entre 10 e 13 anos e ser,
preferencialmente, pobre;
• Aulas e currículo: noturno e dividido em dois cursos
(primário e desenho);
• Recursos: União, Estados, municípios e associações
particulares mantinham as Escolas.
Figura 1 – Escolas de Aprendizes e Artífices segundo a divisão geopolítica em 1909
Ensino Secundário Ensino Normal Ensino Industrial Ensino Comercial Ensino Agrícola
Curso
normal Básico
1º 1º Ciclo regional: Inicia-
Ciclo Ginásio (4 anos) forma o 1º Ciclo Básico 1º Ciclo ção
(4 regente (4 anos) (4 anos) agrícola
anos) de 1º Ciclo Mestria (2 a.)
ensino (4 anos)
Ginásio primário
2º Artesa-
Clássico
Ciclo Escola nal
Científico normal: SENAI
(3
forma o 1º Ciclo Técni-
anos) prof. co Mestria
(3 anos) 1º Ciclo
primário agrícola
Técni- (3 anos) (2 a.)
Inst. de co
Ensino superior Educ.: 2º Ciclo
forma o (3 anos)
regente,
2º Ciclo o prof. Pedagó
eo -gico
(3 anos) adm.
27
• Entre 1980 e 1990, período de redemocratização da sociedade
brasileira, o tema da educação será discutido como elemento
importante para formação da nova sociedade democrática;
• Em 1996, aprova-se a 2ª LDB (Lei n. 9.394) que dá um caráter
finalista ao Ensino Médio na educação básica;
• A educação profissional não recebe a devida atenção, sendo
regulamentada no ano posterior pelo Decreto n. 2.208/97, que
determina a separação curricular do ensino médio com o ensino
profissional;
• Abre-se um forte debate sobre:
• O sentido do ensino médio;
• A importância da integração da educação profissional ao
ensino médio;
• A necessidade de superação da dualidade educacional
brasileira.
PERÍODO ATUAL
• Revogação do Decreto n. 2.208/97 pelo Decreto n.
5.154/04;
• Retomada da integração entre EB e EP;
• Novos horizontes para a EP no Brasil.
• Surgimento do PROEJA pelo Decreto n. 5.478/05 e
5.840/06;
• EJA integrada à EP nos IF’s;
• EJA integrada à EP nas redes federal, estadual e
municipal;
• Sistema S contemplado.
• Criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência
e Tecnologia (IF’s) com a Lei n. 11.892/2008;
• E, agora, como ficaremos com o Novo Ensino Médio
(MP 741/06 Lei 13.415/17) e com o teto dos gastos
públicos (EC 95/2016)?
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Centenário da rede federal de educação
profissional e tecnológica. 2009. Disponível em:
<http://www.oei.es/pdf2/historico_educacao_profissional.pdf>. Acesso em: 09
out. 2014.
SANTOS, Jailson Alves dos. A trajetória da educação profissional. In: LOPES,
Eliane M. T.; FARIA FILHO, Luciano M.; VEIGA, Cynthia G. 500 anos de
educação no Brasil. 5. ed. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2011. p.205-224.