DEPEN – DEPARTAMENTO DE ENSINO

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

DISCIPLINA: INSTITUIÇÕES DO DIREITO

O engenheiro Eletricista como perito: o que diz a legislação

Acimarney Correia Silva Freitas¹, Adriano de Oliveira Rocha², André Teixeira Amorim
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Costa ,Denise Silva Lima ,Thiago Plácido Moreira , Luisleno Cambuí Brito

¹Orientador deste Artigo e Professor de Direito - IFBA. E-mail acimarney@gmail.com

²Graduando em Engenharia Elétrica - IFBA. E-mail: adrianorocha28@bol.com.br
³Graduando em Engenharia Elétrica - IFBA. E-mail: deco.ac@terra.com.br
4
Graduando em Engenharia Elétrica - IFBA. E-mail: denise.silvalima@yahoo.com.br
5
Graduando em Engenharia Elétrica - IFBA. E-mail: thiagoplacido.18@hotmail.com
6
Graduando em Engenharia Elétrica - IFBA. E-mail: leno.brito@hotmail.com

Resumo: Este trabalho tem como principal objetivo abordar a função do engenheiro
eletricista como perito. Para isso, foi necessário um embasamento na legislação do
órgão que rege a categoria - o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia (CONFEA) - objetivando fazer uma analise geral das atribuições,
responsabilidades e direitos dessa ramificação da engenharia elétrica, especificamente.
Também foram analisadas as relações de importância do profissional como perito e sua
interação com o mercado de trabalho por meio de exemplos de casos recentes que
ocorreram e que tiveram a participação ativa desses profissionais.

Palavras-chave: ENGENHEIRO ELETRICISTA, LEGISLAÇÃO, PERÍCIA.

1. INTRODUÇÃO

Tamanha a importância do conhecimento das causas de fatos ocorridos durante a

existência do homem, a humanidade começou a se preocupar com questões que
envolvem aspectos essenciais para a harmonia dos seres como a responsabilidade.
Tendo em mente esse raciocínio, o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia – órgão ao qual competem questões ligadas ao campo de atuação de seus
respectivos profissionais cadastrados, me uma seção extraordinário, esclareceu alguns
aspectos no que diz respeito a esse importante exercício profissional: o engenheiro
eletricista como perito judicial.
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Em Brasília, no dia 27 de julho de 1990, o então presidente do CONFEA Frederico

V. M. Bussinger e o 1º secretário João Eduardo Amaral Moritz definiram em uma
resolução publicada no Diário Oficial da União no dia 02 de agosto de 1990, na seção I
da página 14.737 alguns conceitos que dizem respeito ao exercício das perícias de
engenharia. Essa resolução ajuda no regimento e no esclarecimento de alguns
aspectos que envolvem esse nicho da engenharia elétrica.

2. METODOLOGIA

Este artigo foi desenvolvido com base em sites altamente confiáveis relacionados
a pratica da engenharia elétrica associada à pericia judicial para que pudéssemos
elaborar um estudo completo da função do engenheiro eletricista como perito e como
rege a legislação relacionada a essa área.

3. DESENVOLVIMENTO

A profissão de perito abrange diversas áreas e especialidades, entre elas estão a

engenharia elétrica que desempenha papel fundamental na solução de crimes, por
exemplo. A principal função do perito é procurar indícios seja observando;
supervisionado; coordenando atividades científicas; analisando resultados obtidos por
meio de pesquisas ou elaborando relatórios sobre os vestígios encontrados. De modo
geral, os peritos podem trabalhar em pequenos delitos, em operações isoladas, ou em
conjunto com outros departamentos e especialidades da justiça.
O engenheiro eletricista será o profissional que executará serviços com uso direto
de máquinas e instrumentos de pesquisa e investigação além também de, caso
necessário, se fazer presente em construções com o objetivo de analisar a causa do
acidente e passar informações relevantes ao grupo de pesquisa. Deste modo, este
profissional pode ainda prestar serviços de perícia para a Justiça Estadual, Federal e do
Trabalho.
Para ser tornar perito é necessário além de formação ter como principais
características: responsabilidade; capacidade de observação; raciocínio rápido;
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capacidade de concentração; visão realista; capacidade de interligar fatos e motivos;

metodologia; sinceridade; curiosidade; honestidade e imparcialidade.
Para ingressar no mercado de trabalho como perito o Engenheiro Eletricista tem a
sua disposição basicamente duas formas: concursos públicos ou, dada a sua
especialização e experiência, o engenheiro pode ser contratado por uma empresa
privada para prestar serviços desta natureza.
Como exemplo de concurso público podemos analisar o edital do concurso para
Perito Criminal Federal do Departamento de Policia Federal (2013). Os requisitos são:
diploma, devidamente registrado, de conclusão de curso de graduação de nível superior
em Engenharia Elétrica, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo
ministério da educação. Onde a remuneração é de R$ 14.037,11. Com jornada de
trabalho de quarenta horas semanais em regime de tempo integral e com dedicação
exclusiva.
O concurso de Ministério Público da União (2013) traz como requisitos: diploma,
devidamente registrado, de conclusão de graduação em nível superior em Engenharia
Elétrica, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo MEC, e registro
profissional no órgão de classe competente. Este edital também traz as atribuições
básicas, as quais são: realizar perícias, exames, vistorias, avaliações e estudos
técnicos; coletar e analisar dados documentais e de campo; prestar informações
técnicas sob a forma de pareceres, laudos e relatórios, indicando a fundamentação
técnica, métodos e parâmetros aplicados; atuar em processos administrativos e judiciais
como assistente técnico; participar de eventos externos e reuniões técnicas quando
determinado pela autoridade competente; planejar, orientar, coordenar, fiscalizar e
acompanhar a execução de projetos, obras e serviços técnicos; prestar assessoria na
contratação dos serviços relativos à área de Engenharia Elétrica; e assessorar
tecnicamente comissões, grupos e equipes de trabalho constituídos pela autoridade
competente.
Licitações acima do preço, financiamentos e contratos de obras públicas estão
entre os casos resolvidos pelos peritos de engenharia. São eles os responsáveis por
avaliar e vistoriar o andamento ou conclusão de uma obra, se a venda de um bem ou
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propriedade foi abaixo do valor de mercado ou a causa de algum desastre. O campo de

perícia em engenharia elétrica apresenta um amplo e diversificado histórico de casos,
tais como, desvio e superfaturamento de verbas em obras públicas, avaliações de
instalações elétricas de imóveis urbanos e rurais, acidentes aéreos, analise redes
elétricas e de telecomunicações.
Um fato recente foi o apagão ocorrido na região nordeste e em parte do norte do
Brasil em 2012. Teve como consequências a interrupção de serviços de telefonia,
abastecimento de água, semáforos e caixas eletrônicos inoperantes. No Recife foi
também foram registrados saques a estabelecimentos comerciais. Segundo a perícia,
um curto circuito observado entre as subestações de Colinas e Imperatriz, no
Maranhão, devem ter sido as causas da pane elétrica, que afetou a interligação entre
os sistemas Norte/Nordeste ao sistema Sul/Sudeste, forçando o ONS a desligar o
sistema para prevenir maiores perdas. Um perito assumiu o caso e partiu para a
apuração dos fatos. Depois de constatá-los foi dada a entrada na parte jurídica de uma
perícia associada à prova pericial, a elaboração de um laudo, pareceres técnicos,
normas e procedimentos entre outros ações tomadas pelo perito a fim de que os
responsáveis pela inconveniente situação sejam responsabilizados.
Partindo do primórdio de que perícia é um procedimento técnico que necessita de
uma qualificação específica e, consiste em “avaliações de bens móveis e imóveis,
suas partes integrantes e pertences, máquinas e instalações industriais, obras,
serviços, bens e direitos” (RESOLUÇÃO Nº 345, de 27 de julho 1990), o Conselho
achou prudente que fossem esclarecidos algumas das mais frequentes divergências
quanto ao significado dos principais termos utilizados nesse campo.
No primeiro artigo dessa resolução tem-se:
a) VISTORIA é a constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e descrição
minuciosa dos elementos que o constituem, sem a indagação das causas que o
motivaram.
b) ARBITRAMENTO é a atividade que envolve a tomada de decisão ou posição entre
alternativas tecnicamente controversas ou que decorrem de aspectos subjetivos.
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c) AVALIAÇÃO é a atividade que envolve a determinação técnica do valor qualitativo

ou monetário de um bem, de um direito ou de um empreendimento.
d) PERÍCIA é a atividade que envolve a apuração das causas que motivaram
determinado evento ou da asserção de direitos.
e) LAUDO é a peça na qual o perito, profissional habilitado, relata o que observou e dá
as suas conclusões ou avalia o valor de coisas ou direitos, fundamentadamente.

Portanto, se um indivíduo quiser saber o valor econômico de um bem ele então,

deverá solicitar uma avaliação desse bem. Contudo se ele deseja saber ou descobrir o
que ocorreu em uma determinada situação ou o que motivou uma possível reação
negativa, deverá impetrar uma perícia. Nesse caso, a perícia fornecida por um
engenheiro eletricista em uma casa que pegou fogo pode determinar se isso ocorreu
por conta de problemas nas instalações elétricas, por exemplo.
O artigo segundo, garante aos engenheiros, arquitetos, geólogos, geógrafos e
meteorologistas exclusividade quanto:
“(...) as vistorias, perícias, avaliações e
arbitramentos relativos a bens móveis e imóveis, suas
partes integrantes e pertences, máquinas e
instalações industriais, obras e serviços de utilidade
pública, recursos naturais e bens e direitos que, de
qualquer forma, para a sua existência ou utilização,
sejam atribuições destas profissões” (Artigo 3º,
Resolução Nº 345, 27 de julho de 1990).

Ou seja, caso uma vistoria, pericia, avaliação ou arbitramento não seja feita por
meio de um profissional citado no artigo 2º dessa resolução e devidamente credenciado
no CONFEA, esse procedimento será nulo de pleno direito, isto é, por não obedecerem
ao artigo 2º dessa constituição ele pode se tornar nulo. Isto é o que garante o artigo 3º
da resolução.
O artigo anteriormente tratado, não exime ao profissional de se responsabilizar
tecnicamente por aquilo que ele está fazendo e, conforme o artigo 4º:
“As Anotações de Responsabilidade Técnica’
(exigida pela Lei nº 6.496, de 07 de dezembro de
1977) ‘dos trabalhos profissionais de que trata a
presente Resolução serão efetivadas nos CREAs em
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cuja jurisdição seja efetuado o serviço” (Artigo 4º

,Parágrafo único, Resolução Nº 345, 27 de julho de
1990).

Os artigos 5º, 6º e 7º esclarecem a responsabilidade penal e administrativa caso

qualquer uma dessas medidas sejam desrespeitadas e ainda a classifica como
exercício ilegal de profissão pautada nos artigos 6º e 76 da Lei nº 5.194/66. Também
determina que a resolução entre em vigor a partir de sua publicação e revoga as
disposições contrarias a ela.

4. CONCLUSÃO

Com base no que foi abordado pode-se perceber que a área de engenheiro
eletricista como perito além de ser considerada “nova” e promissora, é uma profissão
que exige não só formação profissional quanto também cursos extras de
especialização na área de pericia além disso, é necessário que este profissional
tenham comportamento ético, responsável; metódico; honesto e imparcial diante da
profissão, para que não hajam interferências nas investigações dos casos .A legislação
vê o engenheiro perito como um profissional capaz de realizar as determinadas
atribuições: vistorias, arbitramento, avaliações, perícia e laudos como é apresentada no
Art. 27, letra "f", da Lei nº 5.194, de 24 DEZ 1966 .

REFERÊNCIAS

• Conheça as Áreas de Perito. Associação Nacional dos Peritos Criminais

Federais. Disponível em:
http://www.apcf.org.br/Per%C3%ADciaCriminal/Conhe%C3%A7aas%C3%A1rea
sdaper%C3%ADcia.aspx. Acesso em 01 de dezembro de 2013.
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• Apagão no Norte e Nordeste no Brasil em 2012. Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Apag%C3%A3o_no_Norte_e_Nordeste_do_Brasil_em
_2012.Acessado em .01 de dezembro de 2013.
• Incêndio pode ter causado apagão no NE, diz ONS. Disponível em:
http://g1.globo.com/economia/noticia/2012/10/incendio-em-equipamento-pode-
ter-causado-apagao-no-ne-diz-ons.html. Acesso em 01 de dezembro de 2012
• Seja Perito Judicial: Perguntas e resposta sobre perícias judiciais. Disponível
em: http://pt.slideshare.net/Ruijuliano/seja-perito-judicial-perguntas-e-respostas-
sobre-percias-judiciais. Acesso em 28 de novembro de 2013.
• Como ser perito – Termos jurídicos e definições. Disponível em:
http://www.manualdepericias.com.br/Definicoes_Eng.asp. Acesso em 03 de
dezembro de 2013.