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TRIBUNAL DE JUSTIÇA

PODER JUDICIÁRIO
São Paulo

Registro: 2018.0000369975

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos do Embargos de Declaração


nº 0001202-97.2016.8.26.0536/50000, da Comarca de São Vicente, em que é
embargante BRUNO CORREA ROCHA e Interessado MINISTÉRIO PÚBLICO
DO ESTADO DE SÃO PAULO, é embargado EGRÉGIA 6ª CÂMARA DE
DIREITO CRIMINAL.

ACORDAM, em 6ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de


Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Rejeitaram os embargos. V. U.",
de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores


RICARDO TUCUNDUVA (Presidente sem voto), MACHADO DE ANDRADE E
MARCO ANTONIO MARQUES DA SILVA.

São Paulo, 17 de maio de 2018.

MARCOS CORREA
RELATOR
Assinatura Eletrônica
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São Paulo

Embargos de Declaração nº 0001202-97.2016.8.26.0536/50000


Embargante: Bruno Correa Rocha
Interessado: Ministério Público do Estado de São Paulo
Embargado: EGRÉGIA 6ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL
Comarca: São Vicente
Voto nº 7741

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Latrocínio.


Reconhecimento da agravante prevista no artigo 62,
inciso I, do CP. Possibilidade. Obscuridade no julgado.
Vício inexistente. Questão apreciada. Os embargos de
declaração são recurso de fundamentação vinculada ao
saneamento de erro material, de obscuridade, de
contradição e de omissão, vícios estes inexistentes no
Acórdão recorrido. A pretensão de rediscutir matéria
devidamente abordada e decidida no Acórdão
embargado, consubstanciada na mera insatisfação com
o resultado da demanda, é incabível na via dos
embargos de declaração. EMBARGOS REJEITADOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos por


Bruno Correia Rocha, contra o acórdão proferido nos autos da
Apelação Criminal nº 0001202-97.2016.8.26.0536, julgada em 5 de
abril de 2018, oportunidade em que esta Colenda 6ª Câmara Criminal,
por votação unânime, negou provimento ao apelo da Defesa e deu
parcial provimento ao apelo Ministerial, para alterar a pena do acusado
Bruno Correa Rocha, para 19 anos, 6 meses e 11 dias de reclusão,
regime fechado, além do pagamento de 8 dias-multa (fls. 606/621)

Sustenta o embargante, a ocorrência obscuridade no


julgado, alegando, em suma, em relação ao reconhecimento da
agravante do concurso de pessoas, prevista no artigo 62, inciso I, do CP,
pois não há provas nos autos de que o apelado possuiria o controle

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sobre as tarefas executadas, tampouco haveria prévio ajuste de vontades


entre os agentes. Assim, diante do teor da prova produzida, seria de se
esperar que, neste aspecto, o recurso da acusação fosse desprovido.
Pede, por isso, o acolhimento dos embargos para que seja afastada a
referida majorante com consequente redução da pena.

Pois bem. Conheço dos embargos, atendidos os


pressupostos de admissibilidade, porém, não merece acolhimento a
pretensão, data vênia.

Dispõe o artigo 619 do Código de Processo Penal:


“Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou
turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois
dias contados da sua publicação, quando houver na sentença
ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão".

Portanto, na dicção da jurisprudência recente do


colendo Superior Tribunal de Justiça, "os embargos de declaração são
recurso de fundamentação vinculada ao saneamento de erro material, de
obscuridade, de contradição e de omissão" (EDcl no AgRg no REsp
1300511/BA, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 21/05/2015, DJe 01/07/2015).

No caso em apreço, o ora embargante defende, em


suma, vício inexistente no julgado pedindo a análise de questões já
apreciadas, qual seja, o reconhecimento da agravante prevista no artigo

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61, inciso I, do CP. Trata-se, na verdade, de recurso interposto com


evidente escopo de rediscutir matéria já decidida, visando modificar
o aresto.

É certo que na fundamentação da dosimetria da pena,


reconheceu-se a agravante prevista no artigo 61, inciso I, do CP,
entendendo de forma concisa, que o réu agiu em comparsaria no
momento da execução do crime de latrocínio.

Porém, sua condição de dirigente da atividade


criminosa foi enfrentada no corpo do julgado e restou comprovada nos
autos de acordo com o relato das vítimas, especialmente o dono do bar
C.E.V que, em seu depoimento, esclareceu que o embargante fora quem
organizou, comandou e favoreceu a prática do delito, nestes termos: “O
dono do bar, C. E. V., confirmou que o réu ingressou em seu
estabelecimento com um comparsa, pediu um cigarro e anunciou o
assalto. Rendeu todos os presentes, colocou-os no chão, agrediu todos,
subtraiu bens e revirou o local. O declarante recebeu uma coronhada e
havia outras duas pessoas do lado externo dando cobertura à ação
criminosa. Foram subtraídos dois relógios e dinheiro (fls. 354/359).

As pessoas que acompanhavam o réu apenas lhe


davam cobertura aguardando a subtração dos bens das vítimas do lado
externo do bar. Ou seja, o réu exerceu a posição de comando na ação
delituosa, estando comprovada a referida agravante.

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O julgado ainda discorreu sobre o papel de destaque


do embargante, mencionando que “o réu quem assumiu a posição de
comando no roubo e desdobramentos (latrocínio tentado), já que
entrou armado dentro do bar, aceitando o pior. Sua conduta foi
essencial para a caracterização dos crimes descritos na denúncia, já
que foi ele quem anunciou o assalto, subtraiu bens e atirou para evadir-
se, conforme as provas dos autos”.

Como se vê, não há obscuridade no julgado no tocante


à questão posta pelo embargante, razão pela rejeito os embargos.

MARCOS CORREA
RELATOR

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