2
Disciplina: Teoria das Penas Prof. André Cardoso Berçot
Constituição Federal
Art. 5º
Inciso XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo
com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
Inciso L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;
Código Penal
Regime especial
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-
se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que
couber, o disposto neste Capítulo.
LEP
Art. 83
§ 2º - Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de
berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive
amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade.
A Constituição estabelece, em seu art. 5º, inciso XLIX, que “é assegurado aos presos o respeito
à integridade física e moral”.
CF/88
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou
suspensão só se dará nos casos de:
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus
efeitos;
Em complemento, o artigo 41 da LEP arrola diversos direitos dos presos, dentre os quais:
Alimentação suficiente e vestuário,
Atribuição de trabalho e sua remuneração,
Assistência material, jurídica, educacional, social, religiosa e à saúde,
Entrevista direta com o advogado,
Chamamento nominal,
Reunir-se com o diretor do presídio,
Contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros
meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes,
Atestado de pena a cumprir, emitido anualmente,
Visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados.
OBS.2: Proibição do uso de algemas: Em regra, o condenado não pode ficar algemado dentro
do sistema prisional
Trabalho do preso
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os
benefícios da Previdência Social.
Observações:
Além de ser um dever, o trabalho do condenado tem finalidade educativa e produtiva,
servindo para lhe garantir dignidade humana.
O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.
A remuneração do preso não pode ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo,
devendo o salário dele ser usado para garantir:
a) indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente
e não reparados por outros meios;
b) assistência à família do condenado;
c) pequenas despesas pessoais;
d) ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado.
Feitos os descontos acima, o que sobrar será depositado em uma Poupança para
constituição de uma reserva financeira que será entregue ao condenado quando posto
em liberdade.
As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas.
Legislação especial
Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38 e 39 deste
Código, bem como especificará os deveres e direitos do preso, os critérios para
revogação e transferência dos regimes e estabelecerá as infrações disciplinares
e correspondentes sanções.
LEP - Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será internado
em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.
A situação não se confunde com aquela descrita no art. 26 do CP, que se destina aos
que já são inimputáveis no momento do cometimento da infração penal. Estes são isentos
de pena, sendo-lhes aplicável a medida de segurança (absolvição imprópria).
OBS.: No caso da opção “b”, tal conversão pode se dar de ofício pelo juiz ou a
requerimento do MP, da Defensoria, ou da autoridade administrativa, mas diferentemente
da medida de segurança imposta aos inimputáveis, esta, oriunda de conversão, não
poderá ser por tempo indeterminado, devendo ser respeitado, como limite máximo
de tempo, o montante de pena a cumprir.
Detração
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de
segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão
administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no
artigo anterior.
A detração penal é matéria de competência do juiz de 1.ª instância (ou do Tribunal), a ser
reconhecida na fase de conhecimento, e não somente na esfera da execução.