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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO - IFMA

UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

CARLOS ARTUR PEREIRA DA SILVA

Sobre a Precarização do Trabalho no Brasil

Imperatriz - MA
2018
CARLOS ARTUR PEREIRA DA SILVA

Sobre a Precarização do Trabalho no Brasil

Artigo apresentado como requisito parcial


para obtenção do título de Bacharel, pelo
Curso de Engenharia Elétrica - IFMA.

Orientador(a): Prof(a). Gleison Lopes

Imperatriz - MA
2018
RESUMO

Os modelos de produção em massa trouxeram uma nova perspectiva para o


mundo do trabalho nas indústrias. Baseado nos conceitos do fordismo e
taylorismo, o capitalismo moderno ganhou novos rumos que até os dias atuais
refletem na economia mundial. No Brasil a consolidação da economia agrária e
o processo de industrialização tardio permitiu que o Brasil adotasse um modelo
de relação de trabalho baseado em países hegemônicos de economia central, o
que provocou distorções, mesmo em um país com leis trabalhistas como a CLT,
foi permitido a precarização dessas relações. Nos dias atuais a aplicabilidade
deste modelo fica mais visível com novas tendências de postos de trabalho, a
chamada “uberização”, que é, mesmo que de maneira mais implícita ou em outra
roupagem, um modelo de terceirização com quebra de vínculos empregatícios
entre as partes envolvidas. Isso justifica a distorção e a degradação dessas
relações quando se aplica um modelo econômico de países mais bem
estruturados economicamente em países não muito estruturados como o Brasil.

Palavras-chave: Uberização, Economia Agrária, Trabalho, Terceirização.


1. Introdução
O presente trabalho visa discorrer sobre as relações de trabalho atuais do
Brasil, para isso é feito um curto desdobramento histórico sobre as influências
econômicas de países centrais sobre países periféricos como o Brasil.

Essas relações refletem ainda hoje na economia brasileira e se traduzem


com, com novas roupagens neoliberais, que forjam um vínculo empregatício nos
moldes da terceirização tradicional já feita aqui no Brasil, fragmentando uma
determinada classe trabalhadora e deteriorando conquistas histórias dos
trabalhadores.

Nesse sentido, é analisado o contexto histórico e a consolidação da


economia agrícola, mais precisamente o domínio dos grandes latifúndios
monoculturistas de nosso país, que olham para o mercado externo como fim, e
assim acabam que, com sua influência política, dissolvendo direitos e buscando
subsídios para contribuir o menos possível com o estado Brasileiro e com direitos
a trabalhadores. Estas ações acabam que abrindo espaço para novas
tendências de precarização do trabalho por meio da uberização de diversos
seguimentos profissionais. A finalidade deste trabalho é analisar que as relações
de trabalho no Brasil nunca foram uma prioridade voltada para o bem-estar dos
trabalhadores.
2. Desenvolvimento

O fordismo e o Taylorismo trouxeram a produção em massa e a


organização do trabalho pautada no alcance de uma produção e rendimento
como o mínimo de tempo e esforço, respectivamente.

Essa mudança de parâmetro transformou o capitalismo moderno


pautando-o na produção em massa aliado ao cronômetro Taylorista. Essa nova
tendência refletiu diretamente na mudança de perspectiva em relação aos
direitos trabalhistas, principalmente quando se trata da descentralização de
produção que esse novo modelo trouxe as indústrias, pois busca-se globalizar o
desenvolvimento e processamento de produtos, dividindo a produção em partes,
capturando novos postos de produção em territórios diferentes. Tudo isso
baseado na especulação. Esse novo modelo tem como um de seus pontos
chave, a flexibilização dos direitos trabalhistas que reflete até os dias atuais nas
relações empregatícias. Isso acontece, portanto, sob a égide do neoliberalismo
moderno.

Direitos e conquistas históricas dos trabalhadores são


substituídos e eliminados do mundo da produção. Diminui-se ou
mescla-se, dependendo da intensidade, o despotismo taylorista,
pela participação dentro da ordem e do universo dentro da
empresa, pelo envolvimento manipulatório, próprio da
sociabilidade moldada contemporaneamente pelo sistema
produtor de mercadorias. (ANTUNES, 2006, p.24).

Apesar de as recentes crises no sistema capitalista, mais especificamente


a partir de 2008, mostrar que os excessos de produção mediados pela produção
em massa tenham provocado um certo colapso no sistema capitalista moderno,
neste século, o panorama tem mudado nos últimos anos com a ascensão do
sistema neoliberal, sobre tudo nos países subdesenvolvidos como o Brasil e
demais nações do cone sul.

No Brasil, o tardio processo de industrialização facilitou a consolidação de


uma economia agraria para acumulação de capital originário. Esse fato poderia
explicar em partes a atual precarização do trabalho proletário tupiniquim, visto que
a produção gerada pelos grandes latifúndios monoculturistas e indústrias
alimentícias e outros derivados vegetais, visam o mercado externo como fim. O
fato de grande parte da economia Brasileira girar em torno desse modelo de
produção reflete diretamente na precarização do mercado interno, sobretudo no
setor de serviços por meio da terceirização, que faz com que grandes indústrias
abocanhem boa parte do que é produzido pelo trabalhador.

Segundo Fernandes (2008, p.173) a economia agrária, de


maneiras diversas em diferentes momentos, sempre operou
como matriz ou como suporte de dinamismos econômicos,
sociais e políticos que alteraram, em sentido progressivo ou
revolucionário, a organização da sociedade brasileira.

Nesse sentido, percebe-se, através desta hegemonia da economia


agraria, a degradação de uma busca por melhores condições no mercado de
trabalho, visto que a influência latifundiária dos grandes, não se restringe apenas
ao âmbito econômico, mas também ao espectro político, como por exemplo a
concepção de uma bancada ruralista na câmara federal que tem por finalidade
principal defender os interesses dos grandes latifúndios. Essa defesa passa pelo
desmonte parcial de direitos trabalhistas e diminuição de encargos. Já que o
mercado externo é o fim, o ciclo da economia interna, no geral, pouco importa
para este modelo (no caso do consumo interno de produtos).

A hegemonia econômica agrária do brasil, abra portas para o que vamos


chamar de precarização do trabalho, mesmo com a consolidação das leis
trabalhistas(no caso a CLT) ainda sim é difícil manter relações de trabalho mais
justas para o proletário, já que o Brasil ainda é um país que flerta com o trabalho
escravo e tenta aplicar como modus operandi, o modelo de economias centrais
e hegemônicas como a americana, por exemplo.

Contudo, essa realidade econômica causa uma inversão da realidade,


pois o brasil em sua essência colonial, se enquadra em uma economia periférica,
possuindo uma realidade diferente de economias centrais e hegemônicas. Ainda
possuímos muitos problemas sociais que se traduzem nos altos índices de
desigualdade de nosso país, enquanto países desenvolvidos não possuem
tantos problemas sociais como o Brasil, ainda que os tenham.
O tipo de modelo econômico liberal de potências centrais, traz consigo a
lógica da terceirização de atividades empresariais, que aplicada a um país tão
problemático como o nosso com traços ainda visíveis de uma herança colonial,
impondo uma prática de flexibilização do trabalho, em que o trabalhador por
exemplo, não é colocado mais como “operário” e sim como colaborador, dando
a ideia de participação nos lucros da empresa, o que na verdade é, como
idealizou Marx, mais uma forma de alienação do trabalho.

Nos dias atuais, uma tendência crescente denominada cooperativa de


plataforma, aliena a ideia de um colaborador que de fato participa dos lucros de
uma empresa, esse modelo se traduz, mesmo que de maneira um pouco
implícita, em mais uma forma de terceirização do trabalho e consequente
precarização do mesmo. Dentro deste escopo, denomina-se a economia do
compartilhamento, que consiste em uma forma de trabalho de meio e não de fim.
Esse tipo de economia é tratado segundo (Scholz, p.10) como: “Por que ter um
carro se eu posso conseguir um com motorista em dois cliques no celular, a um
preço razoável? Basicamente é assim que funciona esta nova tendência de
trabalho.
O problema da economia de compartilhamento é que ela, na prática, é
usada para precarizar formas de trabalhos já existentes, a chamada
“Uberização”. O termo vem de um dos aplicativos modelos deste novo sistema
o UBER, que nada mais é que um aplicativo de celular, este aplicativo funciona
para pessoas que possuem carros dão carona a pessoas próximas que desejam
se locomover para algum lugar a um preço bem mais acessível que o um serviço
de taxi convencional. Até aqui tudo bem, porém este modelo tem como base a
internet, um ambiente muito complexo quando o assunto é regulamentação.
Entretanto, sabe-se que a internet é um ambiente em que a
regulamentação de um tipo de trabalho torna-se algo quase que impraticável. No
caso do UBER, seu funcionamento vai de encontro com ao funcionamento dos
serviços de taxi convencionais. Enquanto os serviços de taxi se organizam em
cooperativas buscando garantir a regulamentação da profissão para terem
direito por exemplo a aposentadoria e assistência social além de programas que
garantam a compra de carros por valores abaixo do preço de mercado, o serviço
UBER acaba por degradar todas estas conquistas, já que para entrar no serviço,
que é praticamente análogo aos serviços de taxis convencionais. Qualquer
pessoa pode entrar na plataforma, basta possuir um veículo dentro de alguns
padrões exigidos.
Porem, o problema central deste tipo de serviço, é o modo com que essa
nova tendência de trabalho se vende, ela se vende como um meio e não como
um fim, ou seja, é o chamado “bico” como se diz no linguajar popular. É um
serviço que vem para auxiliar na renda do trabalhador, de alguém que já possui
um meio de sobrevivência. Esta lógica, é claro, vem de países economicamente
hegemônicos e quando aplicada em países economicamente periféricos como o
Brasil, criam distorções no sentido de transformar o serviço em um fim e não em
um meio. Isso se justifica nos altos índices de desemprego que o Brasil possui
atualmente, para ser mais preciso, são 64 milhões de desempregados segundo
dados do IBGE.
Portanto, a tendência de uberização do trabalho, nada mais é do que um
novo tipo de terceirização só que com uma roupagem um pouco diferente do
modelo de terceirização tradicional com carteira assinada e sem a tática de
assédio moral, dominação e isolamento de trabalhadores como aconteceu por
exemplo no caso CEMIG (Companhia energética de Minas Gerais). A uberização
se coloca como alternativa acessível e sem vínculo empregatício, em detrimento
a outro segmento menos precarizado.
3. Fundamentação Teórica

O trabalho apresentado é um estudo para a realização de uma pesquisa


para avaliar as condições históricas de trabalho que moldaram o capitalismo
moderno a partir de ideais produtivista, que serviram de modelo para outras
nações, no caso o Brasil, que possui um viés capitalista no sentido neoliberal.
Contudo, há uma diferença obvia entre as economias centrais e
hegemônicas e as economias periféricas e heteronômicas. Essa diferença
consiste em que as segundas são caudatárias das primeiras e se organizam
para beneficiar, de uma forma ou de outra, o seu desenvolvimento. Por isso, os
vínculos colonial e neocolonial ou de dependência indireta traduzem-se, na
prática, por uma inversão da realidade (como se a economia central se
reproduzisse na economia periférica ao revés, para alimentar não o seu
desenvolvimento, mas o desenvolvimento da economia dominante).
(FERNANDES, 2008, P.174)
Contudo, o desenvolvimento econômico pautado no neoliberalismo trouxe
para os dias atuais novos postos de trabalho alternativos aqueles que antes
possuíam alguma estrutura empregatícia e de assistência aos seus
trabalhadores como o cooperativismo de plataforma.
Entre todos os problemas do trabalho no século XXI – o inchaço do setor
de serviços mal remunerados, a desigualdade econômica, o desmanche dos
direitos trabalhistas –, o maior deles é que há tão poucas alternativas realistas.
O que falta no debate sobre o futuro do trabalho é uma abordagem que ofereça
às pessoas algo que elas possam abraçar de corpo e alma. É sobre isso que
este estudo trata. É preciso refletir sobre as oportunidades, armadilhas e
Consequências da economia do compartilhamento. (SHOLZ, 2017, p.14)
Direitos e conquistas históricas dos trabalhadores são substituídos e
eliminados do mundo da produção. Diminui-se ou mescla-se, dependendo da
intensidade, o despotismo taylorista, pela participação dentro da ordem e do
universo dentro da empresa, pelo envolvimento manipulatório, próprio da
sociabilidade moldada contemporaneamente pelo sistema produtor de
mercadorias. (ANTUNES, 2006, p.24).
4. Conclusão

Ao longo dos anos, as relações de trabalho sofreram mudanças variando


de nação para nação, o viés especulatório de nações dominantes acabaram
servindo de modelo para países periféricos como o Brasil, país este que a pesar
de possuir leis trabalhistas, ainda tem certa vulnerabilidade quando se trata de
relações de trabalho. Os modelos de uberização aqui tratado é uma das formas
mais notáveis deste meio de “terceirização” e precarização do trabalho, onde se
esvai conquistas históricas da classe trabalhadora. Claro, não é uma tendência
exclusiva do Brasil, mas sim do mundo, porém em nosso país a finalidade é
distorcida pela situação social precária.
5. Referências

FERNANDES FLORESTAN. Sociedade de Classes e


Subdesenvolvimento, apresentação de Paul Singer – 5 ed. São Paulo –
Global 2008.

SCHOLZ TREBOR. Cooperativismo de Plataforma – Editora Elefante


2017.

FIGUEREDO, IGOR SILVA. Terceirização em Alta Voltagem na CEMIG:


crônica da degradação do trabalho – Campinas, SP – 2015.

ANTUNES RICARDO. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses


e a centralidade do mundo do trabalho – 11 ed. São Paulo – Editora da
Universidade Estadual de Campinas – 2006.

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