Cad. 1º PM LOCATELLI
Cad. 1º PM AMARAL
Cad. 1º PM VASCONCELOS
Cad. 1º PM YAN
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 4
Com uma tenaz de aço, uma espécie de alicate, outro executor tirava
pedaços do corpo de Damiens, sendo estes parte da panturrilha, coxas e
barrigas, e por fim jogava aos cachorros, levando a multidão a externarem
extremo contentamento com o ato. Nos ferimentos de corte causados pela
tenaz de aço o carrasco derramava óleo fervente em cima.
Se, por algum motivo, a justiça tiver ainda que tocar no corpo dos
condenados, esta fará de longe, segundo rígidas regras e visando um objetivo
bem mais elevado. Para ajudar a justiça nesses casos, entram em cena os
médicos, psiquiatras, capelães, guardas, entre outros.
Surge assim uma nova disciplina voltada a atender uma nova exigência
de construir uma máquina com efeito máximo utilizando a combinação das
peças elementares (soldados). Antes da honra e da coragem, o soldado é
agora um fragmento de espaço móvel, uma peça em operações determinadas.
4.2.4 O exame
4.3.1 O Panoptismo
O Panóptico, por outro lado, pode ser usado também como máquina de
fazer experiências, modificar comportamentos, treinar ou retreinar os
indivíduos. Pode ainda constituir-se de aparelho de controle sobre seus
próprios mecanismos. Em sua torre de controle, o diretor pode espionar todos
os empregados que tem a seu serviço: enfermeiros, médicos, contramestres,
professores, guardas; e poderá julgá-los continuamente, modificar seu
comportamento, impor-lhes métodos que considerar melhores e ele mesmo por
sua vez poderá ser facilmente observado. Funciona também como laboratório
de poder. É na realidade uma figura de tecnologia política que se pode e se
deve destacar qualquer uso específico.
Para se exercer, esse poder deve adquirir o instrumento para uma
vigilância permanente, exaustiva e onipresente, capaz de tornar tudo visível,
mas com a condição de se tornar ela mesma invisível. Considerando a
realidade vivida em Paris no século XVIII, deve-se montar uma rede
hierarquizada de inspetores, depois de observadores, fiscalizadores pagos, na
sequência os denunciadores e enfim as prostitutas. Essa incessante
fiscalização é um exemplo de estrutura panóptica.
5 QUARTA PARTE - PRISÃO
Até o final do século XVIII a prisão servia para conter os réus até o
momento a serem julgados ou executados. Dessa maneira percebe-se que o
encarceramento configurava-se tortura, como se fosse uma punição e não uma
pena de fato. De fato, essa tortura espalhava o terror coletivo, sem uma
construção arquitetônica de uma penitenciária, e sim em calabouços, palácios
e nas fortalezas, onde variáveis individuais , como gênero e idade esperavam o
fim de suas vidas sem qualificação.
Diante disso Foucault afirma que existem três princípios primordiais para
que a penitenciária tenha os efeitos desejados, são eles: Princípio do
Isolamento, do Trabalho e Modulação da pena.
Nesse capítulo, aborda que uma “boa penitenciária” deve obedecer sete
princípios que se misturam aos princípios centrais citados no capítulo anterior:
o da correção, da classificação, modulação das penas, trabalho como
obrigação e como direito, educação penitenciária, controle técnico da detenção
e das instituições anexas.
No princípio da Correção, deve-se priorizar a transformação do
indivíduo. No da classificação, os detentos devem ser isolado de acordo com
gravidade do ato, já na modulação das penas deve-se adequar segundo o
progresso do detento. O do trabalho e educação são auto explicativos e por fim
o controle técnico assume que o estado deve controlar os detentos com
pessoal especializado com capacidades morais e técnicas para zelar pela
reformação do indivíduos.