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1- ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO

A Constituição da República Federativa do Brasil foi promulgada no dia 5 de outubro de 1988 e é dividida em 3
(três) partes: Preâmbulo, corpo fixo (ou parte dogmática) e o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
(ADCT).

Para o STF (ADI 2076), o preâmbulo é desprovido de normatividade, não serve de parâmetro de controle de cons-
titucionalidade das leis, tampouco é de reprodução obrigatória nas Constituições Estaduais. Não há hierarquia
entre as normas do corpo fixo e as do ADCT e ambas servem, em regra, como parâmetro de controle de constitu-
cionalidade.

As normas constitucionais (corpo fixo e ADCT) são divididas em normas constitucionais originárias e normas cons-
titucionais derivadas. As originárias foram promulgadas no dia 5.10.88 e são presumidas absolutamente constitu-
cionais; as derivadas foram inseridas ao texto por meio das Emendas e gozam de presunção relativa de constitu-
cionalidade, ou seja, estão sujeitas ao controle de constitucionalidade.

2- PODER REFORMADOR

Como a Constituição de 1988 é rígida (ou super-rígida segundo alguns autores), adota um procedimento mais
formal e dificultoso para a sua alteração. E este procedimento se encontra no art. 60, que apresenta uma série de
limitações que devem ser observadas, como a seguir apresentamos.

► Temporais – Segundo doutrina majoritária, não há limitações dessa natureza no art. 60 da CRFB/88.
A Constituição Imperial de 1824 foi a única que trouxe limitações temporais, fixando no art. 174 que nos 4
anos posteriores à outorga da Constituição esta não poderia sofrer qualquer alteração.
► Circunstanciais – art. 60 § 1º. Durante a intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio não é
possível aprovar alteração do texto da Constituição. São situações de crise, de anormalidades institucio-
nais. Então o objetivo foi de evitar alterações casuísticas.
► Formais ou processuais – art. 60, I, II e III §§ 2º, 3º e 5º.

A) Iniciativa (art.60, I, II e III): o rol dos legitimados para propor a alteração da Constituição é taxativo.

A legitimidade é concorrente, ou seja, não é necessário que todos os legitimados ajam em conjunto; basta que um
deles apresente o projeto de emenda.

• 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou 1/3, no mínimo, dos membros do Senado Federal;
• Presidente da República;
• Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, que se manifestem pela maioria rela
tiva (simples) de seus membros.

Atenção! Não há legitimidade popular para apresentação da PEC!

B) Elaboração (art.60, § 2º): Apresentada a proposta perante o Congresso Nacional, ela será discutida e votada
em dois turnos, em cada casa separadamente. Será considerada aprovada quando conseguir 3/5 dos votos dos
membros de cada Casa, em cada turno de votação.

 Câmara dos Deputados – 3/5 equivalem a 308 votos


 Senado Federal – 3/5 equivalem a 49 votos

• Casa iniciadora: Em regra, será a Câmara dos Deputados (na forma do art. 64, caput). O Senado fica com o
papel de cada revisora, salvo se iniciar o processo legislativo, pois nessa hipótese, haverá inversão na ordem de
votação entre as casas, e a Câmara ficará com o papel de casa revisora.

C) Promulgação (art.60, § 3º): Aprovada a proposta nas duas Casas, a emenda será promulgada pelas Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado, com o respectivo número de ordem. Não há sanção ou veto do Presidente
da República no que tange à PEC (proposta de emenda à Constituição).
D) Rejeição da PEC: Matéria objeto de PEC rejeitada ou prejudicada não pode ser reapresentada na mesma ses-
são legislativa! Cuidado: A sessão legislativa vai de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezem-
bro.

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Assim, se uma PEC foi rejeitada em 01/02/2016 durante sessão extraordinária convocada durante o recesso par-
lamentar, poderá ser reapresentada em 02/02/2016, já que se trata de nova sessão legislativa. No entanto, se for
rejeitada no recesso do meio do ano, não poderá ser reapresentada em 1º de agosto, porque ainda estaremos na
mesma sessão legislativa.

► Materiais:

• explícitas – art. 60 § 4º da CRFB/88 (cláusulas pétreas);

Art. 60, § 4º – Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I – a forma federativa de Estado;


II – o voto direto, secreto, universal e periódico;
III – a separação dos Poderes;
IV – os direitos e garantias individuais.
Alguns comentários sobre as cláusulas pétreas:

A forma federativa de Estado é uma das principais características do Estado brasileiro e representa a divisão geo-
gráfica do poder político no território nacional.
São características de destaque das Federações: o sistema de repartição de competências e a autonomia de seus
entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), sendo esse, portanto, o núcleo principal da pro-
teção desse dispositivo.

Poderíamos, em síntese, afirmar que viola cláusula pétrea a PEC que vise a: extinguir o Senado Federal, que é o
órgão federativo por excelência; transferir competências de uma esfera da Federação para a outra, sem que se
resguarde a autonomia da entidade federativa; violar o princípio da imunidade tributária recíproca entre os entes
da Federação, transformar o Brasil em um Estado unitário, instituir a secessão dos entes (proibida pelo art. 1°, da
CRFB/88), entre outras reformas que agridam as características federativas principais.

O voto é uma das expressões mais significativas do direito de participação política (o “sufrágio”) e de acordo com
a proteção constitucional presente nesse dispositivo, é possível concluir que: em nome do princípio da liberdade
de convicção política o voto não pode se tornar aberto, o que facilitaria pressões políticas e econômicas ao eleitor
e também não poderia estabelecer discriminações arbitrárias ao exercício desse importante direito político, o que
vedaria, por exemplo, em nome do voto universal, fixação de restrições à alistabilidade do analfabeto ou das pes-
soas mais humildes.

O nosso voto é direto, portanto, qualquer tentativa de inserir na Constituição um Colégio Eleitoral para eleger os
nossos representantes não será bem-vinda.

O voto também é periódico, numa estreita vinculação à forma de governo existente no país, pois a República é
caracterizada pela temporariedade dos mandatos, consagrada em eleições periódicas. Então, eventual PEC que
venha a restringir o voto periódico, estabelecendo, por exemplo, a forma monárquica de governo, não deverá ser
aceita.

Será que há impedimento jurídico a que uma proposta de emenda constitucional venha a instituir o voto facultativo
no Brasil? Em princípio não, porque a obrigatoriedade formal do comparecimento do eleitor às urnas não é cláusu-
la pétrea, estando presente apenas no art. 14, § 1º, da CRFB/88.

A cláusula pétrea relativa à separação de poderes visa defender as funções típicas e atípicas dos poderes da
República, portanto, se uma PEC pretender violar qualquer uma das funções, será inconstitucional.

Como as imunidades parlamentares (arts. 53 a 56 da CRFB/88) e as prerrogativas do Executivo (art. 86) estão
relacionadas ao exercício independente e livre das suas atividades constitucionais, podemos concluir que abolir as
cláusulas que dispõem sobre esses institutos seria inconstitucional por violar a separação de poderes.

Também é importante frisar que o voto protegido como cláusula pétrea se refere ao que é realizado pelo eleitor no
exercício dos seus direitos políticos. A EC 76/2013, inclusive, alterou os artigos 55, § 2º e 66, § 4º, da CRFB/88
tornando o voto da cassação dos parlamentares e da derrubada do veto do Presidente, que antes era sigiloso, em
aberto. Não há nenhuma violação à cláusula pétrea.

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Numa leitura literal dos direitos fundamentais tutelados por cláusula pétrea, seria possível afirmar que a extensão
dessa tutela se encerraria nos direitos de 1a geração (liberdades públicas clássicas), cuja titularidade é indubita-
velmente do indivíduo. Mas essa visão não é a que predomina na doutrina mais garantista.

Sustentar que apenas as liberdades clássicas estariam protegidas como cláusulas pétreas seria estabelecer pri-
mazia não prevista na própria Constituição entre os próprios direitos fundamentais, segundo Ingo Sarlet. Da mes-
ma maneira, não se pode desconsiderar que os direitos sociais pertencem de início ao indivíduo e não à coletivi-
dade, como o direito à saúde, por exemplo.

Quanto à proteção dos direitos individuais se esgotarem ou não nas disposições do art. 5º da CRFB/88, doutrina e
jurisprudência convergem para o entendimento de que todos os dispositivos constitucionais que tratam desses
direitos configuram cláusulas pétreas, como na decisão do STF (ADI 939),
que consagrou o princípio da anterioridade em matéria tributária (art. 150, III, “b”) como cláusula pétrea.

LIMITAÇÕES MATERIAIS IMPLÍCITAS

Na interpretação da CRFB/88 é possível se identificar institutos e direitos importantes que não foram consagrados
como cláusulas pétreas expressas, mas que diante de sua relevância também deveriam receber um tratamento
especial pelo constitucionalismo pátrio.

É a doutrina das limitações materiais implícitas. São limites materiais implícitos: a forma republicana de Governo;
o sistema presidencialista de governo, a titularidade do poder constituinte e a impossibilidade de alteração do pró-
prio artigo 60, da CRFB/88 visando facilitar o processo legislativo referente às emendas.

ATENÇÃO!

Além do procedimento formal de mudança da Constituição (por meio de emenda), existe o fenômeno da

MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL, que é a mudança informal da Constituição à luz dos novos fatos sociais, econô-
micos, políticos, culturais, permitindo que o texto esteja sempre atualizado com a sociedade. Exemplo recente do
fenômeno foi dado pelo STF no julgamento da relação homoafetiva (ADI 4277).

A mutação pode ser interpretada como a mudança de sentido ou de contexto da norma constitucional sem a alte-
ração formal do texto da Constituição;

Eficácia e Aplicabilidade das Normas Constitucionais


O assunto sobre a eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais foi estudado com maestria por José Afonso
da Silva, ensejando a publicação de uma monografia específica sobre o tema em 1968.

A sua proposta de classificação tripartida ainda continua sendo a de maior destaque na Teoria Geral da Constitui-
ção. Segundo o doutrinador, as normas se dividem em:

AFONSO DA SILVA, José. Aplicabilidade das Normas Constitucionais. 7. ed. São Paulo: Malheiros, 2007.

• Plenas
• Contidas
• Limitadas: de princípio programático e de princípio institutivo

As normas constitucionais de eficácia plena seriam aquelas que desde o momento de sua entrada em vigor na
Constituição estariam plenamente aptas a produzir todos os seus efeitos jurídicos essenciais. São autoaplicáveis
o o o
e têm incidência direta, imediata e integral. Exemplos na CF/88: arts. 1 e 2 , 5 , III. Os remédios constitucionais
o
também são apresentados por meio de normas plenas (art. 5 , LXVIII a LXXIII).

À semelhança das normas plenas, as contidas também estão plenamente aptas a realizar todos os seus efeitos
jurídicos essenciais desde a sua entrada em vigor, produzindo, igualmente, incidência direta, imediata, mas não
integral, pois podem sofrer restrições ou condicionamentos futuros por parte do Poder Público. Como exemplos,
o
podemos citar: arts. 5 , XIII e XV, e art. 93, IX. É importante destacar que esse condicionamento pode ser feito por
lei, por atos administrativos ou até mesmo por outra norma constitucional.

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Já as normas constitucionais limitadas produzem efeitos jurídicos reduzidos, tendo em vista que dependem da
atuação futura por parte do Poder Público. Dividem-se em: Programáticas ou Institutivas (ou organizatórias).

As primeiras traçam objetivos, metas ou ideais que deverão ser delineados pelo Poder Público para que produzam
seus efeitos jurídicos essenciais. Estão vinculadas normalmente aos direitos sociais de segunda geração. Exem-
plos na CF/88: arts. 196, 205 e 211.

As últimas criam novos institutos, serviços, órgãos ou entidades que precisam de legislação futura para que ga-
o
nhem vida real. Exemplos: art. 134, § 1 , e art. 93, caput, ambos da CF/88.
AFONSO DA SILVA, José. Aplicabilidade das Normas Constitucionais. 7. ed. São Paulo: Malheiros, 2007.

Sobre as normas programáticas, Celso Ribeiro Bastos afirma que elas seriam extremamente generosas quanto às
dimensões do direito que disciplinam e, por outro lado, são muito avaras nos efeitos que imediatamente produ-
zem. A sua gradativa implementação, que é o que no fundo se almeja, fica sempre na dependência de resolver-se
um problema prévio e fundamental: quem é que vai decidir sobre a velocidade dessa implementação? Trata-se,
portanto, de matéria, segundo o autor, insuficientemente juridicizada. O direito dela cuidou, sim, mas sem evitar
que ficasse aberta uma porta para o critério político.

RIBEIRO BASTOS, Celso e BRITO, Carlos Ayres de. Interpretação e Aplicabilidade das Normas Constitucionais.
São Paulo: Saraiva, 1982.

A eficácia dessas normas de conteúdo programático é deveras complexa, por não apenas exigir a atuação efetiva
do legislador, mas por depender de políticas públicas a serem desenvolvidas pelo Governo, com a fiscalização,
orientação e pressão populares.

Importante destacar que não há hierarquia entre as normas de eficácia plena, contida e limitada e que todas elas
produzem efeitos jurídicos, tais como: servem como parâmetro do controle de constitucionalidade das leis, servem
como parâmetro para recepção ou não recepção das normas anteriores e também servem como fonte de interpre-
tação...

Introdução Direito Fundamental à Nacionalidade

1. CONCEITO

A nacionalidade é o vínculo jurídico que liga o indivíduo a um Estado, tornando-o nacional, componente do povo e
titular de direitos e obrigações.

O conceito de nacionalidade, no Brasil, não se confunde com o de cidadania, que recebeu pelo constituinte origi-
nário sentido restrito e vinculado ao exercício de direitos políticos por meio do título de eleitor. O conjunto dos
nacionais é muito maior que o conjunto de cidadãos, quando vinculamos a cidadania strictu sensu ao pleno gozo
dos direitos eleitorais mediante o título de eleitor.

2. ESPÉCIES DE NACIONALIDADE

2.1. NACIONALIDADE ORIGINÁRIA OU PRIMÁRIA

Resulta do nascimento a partir do qual, por critérios sanguíneos, territoriais ou mistos, será estabelecida. É tam-
bém conhecida como involuntária.

2.2. NACIONALIDADE DERIVADA OU SECUNDÁRIA

É um vínculo criado em razão da manifestação de vontade do indivíduo, e em regra, por meio do processo de
naturalização.

3. CRITÉRIOS DE ATRIBUIÇÃO DE NACIONALIDADE ORIGINÁRIA

De acordo o critério estabelecido pelo ius sanguinis, será nacional todo o descendente de nacionais, independente
do local de nascimento.
Por meio do critério territorial, ius soli, será nacional o nascido no território do Estado, independentemente da na-
cionalidade de sua ascendência. Como no Brasil o critério de atribuição de nacionalidade originária dominante é o

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da origem territorial, ainda que se reconheça em algumas situações a origem sanguínea, pode-se dizer que temos
um sistema de ius soli relativo ou misto.
RIBEIRO BASTOS, Celso e BRITO, Carlos Ayres de. Interpretação e Aplicabilidade das Normas Constitucionais.
São Paulo: Saraiva, 1982.

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