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O BARROCO E O ROCOCÓ NAS IGREJAS DE

OURO PRETO E MARIANA E A IGREJINHA DE


OSCAR NIEMEYER
Artigo apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo,
da FIAM-FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO.
GIOVANNA MARTINS

HENRIQUE NAKAMASHI

RESUMO
Este artigo tem como objetivo a discussão a respeito dos principais modelos
encontrados nas cidades históricas, as igrejas mineiras falam pelo menos
dois diferentes idiomas: o barroco e o rococó. Este estudo esclarece as
principais questões a cerca dos estilos arquitetônicos, fazendo uma análise
de sua estrutura e apresentação e colocando o mesmo em contraponto com
um modelo atual, que utiliza o mesmo recurso da quebra de parâmetros.
Chegando a conclusão que assim como as igrejas de séculos atrás, a
Igrejinha de Oscar Niemeyer, além de ser um dos mais importantes
exemplares de nosso momento modernista, do ponto de vista didático é uma
obra que tão bem serve como demonstração do que se espera de uma boa
arquitetura: a necessária sensibilidade do autor do projeto em relação a
determinados aspectos, como a cultura local, a cidade, o sítio, e o tema.
Palavras-chave: Igrejas. Edifícios. Religiosos

1. INTRODUÇÃO

A Capitania de Minas Gerais, que foi o centro da atividade mineradora no


Brasil Colônia, viveu o apogeu das artes no Brasil oitocentista.
O chamado Barroco Mineiro constituiu-se a partir de várias influências
artísticas, vindas tanto de outras regiões da colônia, como o Rio e Janeiro e
Salvador, quanto de Portugal. A grande movimentação comercial de Minas
Gerais à época agitava também a esfera cultural. Somou-se a isso a forte
influência que teve o catolicismo popular na formação de irmandades leigas,
isto é, associações de pessoas, geralmente artistas, profissionais liberais e
até mesmo escravos, que tinham, ao mesmo tempo, a prática da devoção
religiosa e da assistência mútua. Grande parte das construções
arquitetônicas monumentais de cidades como Ouro Preto, Mariana e São
João Del Rei, foi, direta ou indiretamente, realizada por essas irmandades.
No interior das igrejas (cujo estilo também recebia a alcunha de Rococó),
eram instaladas as esculturas e pintadas, geralmente nos tetos, várias
imagens.
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2. DESENVOLVIMENTO
A Arte Barroca desenvolveu-se inicialmente na Europa, na virada do século
XVI para o XVII, em um contexto de reviravoltas políticas e religiosas. Era
a época das Guerras Civis Religiosas, provocadas pela tensão entre as
Reformas Protestantes e a Contrarreforma Católica. De forma semelhante à
arte do Renascimento, o Barroco também se dedicou a temas tanto da
cultura clássica (grega e romana) quanto da cultura cristã. Entretanto, os
temas sacros tiveram maior relevância dentro da arte barroca, em especial
no Brasil do século XVIII.
Os temas, tanto das pinturas como das esculturas, como dito, concentravam-
se em referências cristãs, da tradição da arte sacra. Um dos exemplos mais
espetaculares é o teto da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto,
pintado por Manuel da Costa Ataíde, que pode ser visto na imagem a seguir:

Além das pinturas que dominam todo o teto, a Igreja de São Francisco de
Assis ainda conta com adornos em ouro e prata e esculturas de Aleijadinho,
escultor e arquiteto responsável também pelo projeto dessa mesma igreja.
Aleijadinho (também conhecido como Antônio Francisco Lisboa), ao lado
de Manuel da Costa Ataíde e Mestre Valentim, Em se tratando de materiais
para a confecção das peças artísticas, os artistas mineiros tiveram que
improvisar, haja vista que nem sempre podiam desfrutar dos melhores
recursos vindos de Portugal, como registrou o historiador Arno Vehling:
“[...] Havia dificuldade para a importação de materiais da
Metrópole – a ausência de azulejos provocou prodígios de
improvisação nas decorações. Também a quantidade de
artífices locais – brancos, mulatos e negros alforriados –
favorecia as inovações e o uso de material da terra. A
escultura em pedra-sabão é o melhor exemplo disso.” [1]
Esses novos recursos, como a pedra-sabão, eram abundantes em Minas.
Esse fator acabou proporcionando a confecção de grandiosos ornamentos,
detalhes e esculturas de variadas formas, inspiradas nos modelos barrocos
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do norte de Portugal, como completa Vehling: “A abundância de recursos


possibilitou construções e interiores mais rebuscados e grandiosos, sob a
influência da arquitetura do Norte de Portugal, mais leve que a austera
arquitetura do Sul. As diferenças de detalhe foram igualmente significativas:
as cúpulas tenderam a desaparecer, passando a existir duas torres e duas
janelas na facha, separadas por um medalhão.” [2]

2.1 CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO BARROCO:

As características pontuais desta escola são a idealização de uma construção


com efeitos que causam impacto, sendo até interpretados com um cunho
teatral. Temos ainda:
• Utilização de vazios e cheios.
• As plantas são centralizadas ou axiais.
• Formas convexas e côncavas.
• Tira partido da luz e os efeitos de sombra.

NOTAS [1] Wehling, Arno; Wehling, Maria José C. De M. A formação do Brasil Colonial. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 1994. p. 285.

[2] Idem. p. 285-86.


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2.2 CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO ROCOCÓ:


O rococó surgiu na França ainda no período barroco. O nome vem do
francês “rocaille” (concha), um dos desenhos mais presentes nesse estilo.
Suas características marcantes são:
• Ornamentação com linhas curvas e utilização de formatos orgânicos,
como conchas, flores e folhagens.
• Sua ornamentação é mais descompromissada que a do barroco que é bem
austera.
• Estilo que se vale das cores claras em tons pastéis e efeitos bucólicos.
• A decoração muitas vezes é bastante rebuscada, carregando os ambientes
de formas e efeitos.
• Há uma clara integração das artes como um todo, ou seja, a arquitetura
complementa e é complementada pela escultura, pintura e ornamentos.

Nas cidades históricas, as igrejas mineiras falam pelo menos dois diferentes
idiomas: o barroco e o rococó. Não que sejam esnobes, nada disso. Ao
contrário, são humildes pregadoras da Palavra pacientemente instaladas em
praça pública há pelo menos dois séculos e meio, exibindo noite e dia seus
dons de oratória arquitetônica para atrair os transeuntes, na maioria das
vezes mais preocupados com suas próprias vidas, sem tempo para adentrar
as coisas do Além, muito menos para se dar conta de sutilezas dos discursos
destas damas majestosas, simplórias em seus traços externos, mas sublimes
em seus tesouros internos. Na Matriz do Pilar de Ouro Preto a voz de Deus
se apresenta tonitruante, grave, trágica e arrebatadora. É o barroco. Já na
Igreja de São Francisco de Assis, também em Ouro Preto, a voz celestial
assume um acento leve, adocicado e alegre. É o Rococó:
A associação do dourado com os espaços brancos produz um ambiente
claro, ofuscante, banhado por uma luz uniforme, que difere dos efeitos
teatrais do barroco, constituídos de áreas intensamente iluminadas e outras
imersas na escuridão. É, sem dúvida, o primeiro impacto causado no
observador que transpõe a portada e o tapa-vento para finalmente estancar
no começo da nave central e vislumbrar uma espécie de ambiente de festa,
algo palaciano, não propriamente religioso, no interior Igreja de São
Francisco. As paredes laterais são tomadas por retábulos muito maiores do
que se encontram nas igrejas barrocas, isto por que não são mais inseridos
em arcadas e alojadas nas paredes. Esta é a grande novidade introduzida em
Minas Gerais por Aleijadinho (1738 – 1814) a partir de modelos europeus
(estampas, gravuras) que provavelmente conheceu nas oficinas de
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construção das igrejas, locais em que verdadeiramente ocorreu o seu


aprendizado, como era comum nas igrejas medievais.
A parte superior dos retábulos laterais (as sanefas), chamadas antigamente
de guarda-pó, produzem um efeito ondulante, quando olhadas em seu
conjunto, como linhas contínuas que serpenteiam as paredes, típico do
rococó europeu. As talhas, assim como a portada (decoração acima da
fachada) são construídas com rocalhas, modelos em forma de conchas
(rocailles em francês) e linhas sinuosas com motivos florais, a identidade do
rococó.
Retábulo do Altar (Aleijadinho)
Como nas igrejas barrocas, o foco continua sendo o altar-mor, para onde é
dirigida o olhar do observador desde o momento em que chega no começo
da nave. No altar-mor encontra-se o retábulo principal, obra prima do
Aleijadinho (que ali trabalhou entre 1790 e 1794) e do rococó de todo o
mundo luso-brasileiro, como aponta a professora Miryiam Andrade Ribeiro.
Seus suportes laterais são feitos de colunas em movimento rotativo,
encimado por esculturas de anjos adoradores na base de amplo arco (a
arcada) que exibe ao centro o brasão da irmandade franciscana em talha
rococó (laços, ramos, guirlandas, conchas), juntamente com esculturas da
Santíssima Trindade. Na base do altar encontra-se uma escultura de São
Francisco Penitente, obra do Padre Félix Lisboa (meio-irmão de
Aleijadinho). Ladeado por São Luís e Santa Isabel. Todo o conjunto
escultórico harmoniza-se plenamente com a deslumbrante pintura ilusionista
do teto, obra-prima da pintura rococó brasileira. Pintura do Teto
(Mestre Athaíde)
Seu autor, o pintor marianense Manuel da Costa Athaíde a executou
tardiamente, entre 1801 e 1812. É como se o teto simplesmente se abrisse
para o céu e de lá nos fitassem as figuras sagradas dos anjos em torno da
Nossa Senhora (Virgem da Porciúncula). A ilusão de profundidade é feita
de colunas, tribunas e arcadas que parecessem se iniciar ao final do teto e
levantar-se para o céu e as nuvens. Todas as figuras do teto são organizadas
segundo uma composição tipicamente rococó, na qual se destaca um
medalhão central ornamentado de flores e rocalhas, em tons variados de
azul e cores claras, emprestando à cena gigantesca um aspecto aéreo de
leveza. Rocalhas, sanefas, portadas, medalhões, arcadas, brasão são apenas
alguns dos termos que temos que adotar para traduzir a mensagem destas
graciosas igrejas. São tão necessários quanto o conhecimento da
organização dos textos do Antigo Testamento (sapienciais, históricos,
poéticos, proféticos) e sua disposição em capítulos e versículos. Mas
escapam facilmente para o terreno árido do formalismo, muitas vezes aliado
ao pedantismo, com direito a certa dose de dogmatismo. Como observou o
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filósofo Philippe Minguet (1932 – 2007), nas igrejas do rococó “foi abolida
a antiga contradição do cristianismo entre a felicidade terrena e o ideal
religioso, assim como a oposição entre Natureza e a Graça.

3. A IGREJINHA DE OSCAR NIEMEYER

Oscar Niemeyer valorizava as curvas, assim como no barroco onde eles


usavam objetos curvados pra dar sensação de movimentos.
O artigo traz, a análise sobre a igreja Nossa Senhora de Fátima ou Igrejinha
de Oscar Niemeyer, foi erguida 1958, em Brasília. Foi inúmeras vezes
mencionada em trabalhos acadêmicos. Outro objetivo é mostrar um recurso
usado no ensino da teoria e história da arquitetura e urbanismo. O autor
procura aproximar, os ensinamentos teóricos das aulas de projeto e
mostrando que a teoria não é somente complemento, mas sim como base na
formação do estudante. O estudo de projetos ao ensinamento, os alunos
mostram interesse e percebem a função da matéria. A Igrejinha é um dos
projetos estudados, depois da avaliação dos trabalhos e analisada pelo
professor
A ruptura causada pelas vias do Eixo Monumental, a frente ao Planalto e da
cobertura, que combina com a cidade e a paisagem. O triângulo, forma
predominante no conjunto, aponta a direção Leste. E por isso a força do
lugar.
Ela tem paredes externas revestidas pelos azulejos de autoria de Athos
Bulcão e seguindo a mesma cor da cobertura, marcam os vértices e
cobertura alva em forma triangular e sinuosa. Possui três pilares, que
acentuam a relação da obra com a paisagem e a cidade. A entrada tem uma
inclinação na cobertura, que tem a forma reta e mais delgada no trecho mais
próximo à fachada principal, criando um triangulo. Escadaria, tem o
elemento de ligação entre a edifício e a rua, que é muito presente nas igrejas
antigas de Minas. Em relação ao paisagismo, as árvores, trazem para a
Igrejinha e as edificações próximas se ligam, porem sem interferir com o
visual da quadra de residencial. As árvores servem como um plano de fundo
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para as fachadas. No interior, havia uma pintura de Volpi, que foi


substituída pela obra de Francisco Galeno e ele juntou o sagrado ao profano.
A representação de pipas e flores, com outras tonalidades e simboliza a
aparição de Nossa Senhora para as três crianças na cidade de Fátima, em
Portugal. As figuras estão sobre um tom de azul claro de razoável
intensidade.
As obras de Oscar Niemeyer são caracterizadas pela interpretações
equivocadas por quem esta observando. Por exemplo, que a Catedral de
Brasília seria a representação das mãos no ato da prece. E no caso da
Igrejinha, as formas seriam, no imaginário popular, a referência a uma parte
das vestimentas das irmãs Vicentinas, utilizada para cobrir a cabeça.
4. CONCLUSÃO
O artigo foi criado para ser mais uma fonte de estudo sobre as obras mais
importantes da arquitetura do Brasil (nos últimos séculos) e trazer mais
interesses para os estudantes de arquitetura para o estudo teórico e de
projeto. A leitura de uma obra importante, é igual ao raciocínio de quem
criou a obra. É importante saber ler um projeto, pois assim conseguirá fazer
um memorial descritivo e assim terá argumento para defender o partido
arquitetônico.
Como se tratam de dois idiomas diferentes (barroco e rococó), resta saber
em qual deles o observador se sentirá mais à vontade. Aquele que alcançar a
fluência no barroco provavelmente o fará por já trazer dentro de si certa
identificação com o trágico, o drama e a agitação do espírito. São pessoas
que já vivenciaram grandes perdas em suas vidas, mágoas, buscas e
frustrações, por vezes seguidas de graças especiais. Aqueles que se
revelarem fluentes em rococó, não têm apego ao drama, mas não são
insensíveis às coisas do espírito, pelo contrário, são pessoas que até se
assumem tementes a Deus, mas a um Deus de misericórdia, graça e
harmonia, de alegria nesta vida na espera da próxima. O rococó é a primeira
manifestação do cristianismo hedonista, isto é, associado ao prazer, não à
dor.
A Igrejinha de Oscar Niemeyer, além de ser um dos mais importantes
exemplares de nosso momento modernista, do ponto de vista didático é uma
obra que serve como demonstração do que se espera de uma boa arquitetura:
a necessária sensibilidade do autor do projeto em relação a determinados
aspectos, como a cultura local, a cidade, o sítio, e o tema. Nesse sentido,
Brasília guarda um elenco de obras tão representa a dimensão da
importância da contribuição de Oscar Niemeyer à arquitetura brasileira.
Ambas apresentam elementos sensíveis à época,tanto quanto a cultura,a
manifestação de Deus,apesar de serem representadas com linguagens
diferenciadas,respeitam à inserção no qual elas se encontram.
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REFERÊNCIAS
LAUANDE, Francisco . A igrejinha de Oscar Niemeyer. Vitruvius. 2011.
Disponível em:
<http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/11.125/3888>
Acesso em: 13 nov. 2018.
OLIVEIRA, Myriam A. R.; CAMPOS, Adalgisa Arantes . Barroco e
Rococó nas Igrejas de Ouro Preto e Mariana. Iphan. 2010.
Disponível em:
<http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/ColRotPat8_BarrocoRococoI
grejasOuroPretoMariana_vol1.pdf>
Acesso em: 13 nov. 2018.

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