OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
Olá pessoal!
SUMÁRIO
Aos estudos!
Dolo ou
Dolo
culpa
Enriquecimento ilícito Prejuízo ao erário
(art. 9º) (art. 10)
Concessão indevida de
benefício tributário ou
financeiro (art. 10-A)
ABRANGÊNCIA
Mas a lei vai além, e aplica-se, no que couber, ao terceiro que, mesmo
não sendo agente público, induza ou concorra para a prática de ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma, direta ou indireta.
Assim, não é preciso ser servidor público ou ter algum vínculo jurídico
com o Estado para enquadrar-se nas hipóteses da Lei de Improbidade.
Ademais, o terceiro não precisa necessariamente obter vantagem pessoal
para estar sujeito à Lei: basta que induza ou concorra para a prática de
ato de improbidade. São exemplos as pessoas representantes de empresas
privadas que atuam em conluio com agente público para fraudar licitação.
Importante ressaltar que o terceiro apenas se submete à Lei de
Improbidade se algum agente público também estiver envolvido no ato, vale
dizer, a pessoa sem vínculo com o Poder Público jamais pode praticar um
ato de improbidade isoladamente. Com efeito, a Lei 8.429/92 só prevê as
2Em 2007, na Rcl 2.138, o STF decidiu que a Lei de Improbidade não se aplica aos agentes políticos sujeitos
ao regime de crime de responsabilidade, quais sejam, Presidente da República, Ministros de Estado,
Procurador-Geral da República, Ministros do STF, Governadores e Secretários de Estado. A Lei se aplicaria
apenas aos agentes políticos não sujeitos a esse regime, a exemplo dos parlamentares de um modo geral e dos
prefeitos. Esse entendimento, contudo, tem sido superado pela jurisprudência mais atual, especialmente do
STJ, que vem admitindo a sujeição de todos os agentes políticos à Lei 8.429/92, conforme veremos adiante.
DECLARAÇÃO DE BENS
6. (Cespe – TCU 2009) Caio, servidor público federal estável há mais de 10 anos,
ocupante do cargo de analista judiciário de determinado tribunal, está sendo acusado
pelo Ministério Público Federal de ter praticado ato de improbidade administrativa, nos
termos da Lei n.º 8.429/1992. O referido tribunal, para apurar a prática de ilícito
administrativo, resolveu instaurar processo disciplinar. Acerca dessa situação
hipotética e do que dispõe a Lei n.º 8.112/1990, julgue o item seguinte: no caso
narrado, a autoridade instauradora do processo disciplinar, como medida cautelar e a
fim de evitar qualquer influência na apuração da irregularidade, poderá determinar o
afastamento preventivo de Caio do exercício do cargo, pelo prazo improrrogável de
sessenta dias, não recebendo este, nesse período, qualquer remuneração dos cofres
públicos.
Comentário: O item está errado, pois nos termos da Lei 8.429/92 (art. 20,
parágrafo único), a “autoridade judicial ou administrativa competente poderá
determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou
função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à
instrução processual.” Assim, Caio poderia ser afastado do cargo, mas não
poderia deixar de receber sua remuneração.
Gabarito: Errado
8. (Cespe – MDIC 2014) Se, após uma operação da Polícia Federal, empreendida
para desarticular uma quadrilha que agia em órgãos públicos, o Ministério Público
Federal ajuizar ação de improbidade administrativa contra determinado servidor,
devido a irregularidades cometidas no exercício da sua função, mesmo que esse
servidor colabore com as investigações, será vedado o acordo ou a transação judicial.
Comentário: Nas ações por improbidade administrativa é vedada a
transação, acordo ou conciliação (Lei 8.429/92, art. 17, §1º).
Gabarito: Certo
PRESCRIÇÃO
Permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens ou
dinheiro público sem observar as devidas formalidades legais;
Doar bens ou dinheiro público a pessoa física ou jurídica ou a ente
despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistenciais, bem como
conceder benefício administrativo ou fiscal, sem a observância das devidas
formalidades legais;
Permitir ou facilitar a aquisição ou alienação de bens pela Administração Pública
9. (Cespe – ICMBio 2014) Considere que um servidor doe para uma biblioteca
comunitária uma série de livros da repartição pública na qual ele trabalha. Nesse caso,
mesmo sem observar as formalidades legais, o servidor não incorre em improbidade
administrativa uma vez que os livros destinam-se a fins educativos e assistenciais.
Comentário: A assertiva está errada, pois, segundo o art. 10, inciso III da Lei
8.429/92, constitui ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao
erário “doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado,
ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores
do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem
observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie”.
Gabarito: Errado
Praticar ato visando fim proibido em lei ou diverso daquele previsto na regra de
competência;
Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
Revelar informação sigilosa de que tem ciência em razão das suas atribuições;
Por óbvio, o inciso I acima se refere apenas aos atos de improbidade que
importam enriquecimento ilícito e aos que atentam contra os princípios da
Administração Pública, vez que os que causam prejuízo ao erário, por definição,
requerem a ocorrência de dano ou lesão ao patrimônio público. Já os dois
primeiros podem se consumar sem que deles resultem qualquer prejuízo
material para o patrimônio público.
Ademais, perceba que a aplicação da pena de ressarcimento é prevista para
as três categorias de atos de improbidade, porém só é aplicável nos casos
concretos em que ocorrer dano efetivo ao erário.
Gabarito: Certo
12. (Cespe – TCDF 2012) De acordo com a referida lei [de improbidade
administrativa], a aplicação da pena de ressarcimento aos cofres públicos independe
Gabarito: Errado
*****
Enfim, chegamos ao final da parte teórica. Para consolidar, vamos
resolver mais algumas questões!
14. (Cespe – TCE/PE 2017) João, aprovado em concurso público para auditor de
controle externo no tribunal de contas de seu estado, foi lotado em sua cidade natal. Ao
ter ciência desse fato, o prefeito do município, amigo da família de João, resolveu
8 REsp 1.366.721-BA
15. (Cespe – TCE/PE 2017) João, aprovado em concurso público para auditor de
controle externo no tribunal de contas de seu estado, foi lotado em sua cidade natal. Ao
ter ciência desse fato, o prefeito do município, amigo da família de João, resolveu
presenteá-lo com um veículo, a fim de facilitar a sua locomoção até o local de trabalho.
João aceitou o presente.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, à luz do
disposto na Lei n.º 8.429/1992.
João cometeu ato de improbidade administrativa que importou enriquecimento ilícito.
Gabarito: Certa
16. (Cespe – TCE/PE 2017) À luz da Lei n.º 8.429/1992 — Lei de Improbidade
Administrativa —, julgue o próximo item.
A aplicação de sanções por atos de improbidade administrativa que causem prejuízo
ao erário depende da aprovação das contas pelo tribunal ou conselho de contas.
Comentários: De forma diversa, a Lei 8.429/92 prevê o seguinte:
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de
ressarcimento;
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo
Tribunal ou Conselho de Contas.
Gabarito: Errada
18. (Cespe – SERES/PE 2017) João, Pedro e Lucas são servidores públicos
estaduais. No exercício de suas atribuições, João facilitou o enriquecimento ilícito de
terceiro, Pedro indevidamente deixou de praticar ato de ofício e Lucas recebeu
vantagem econômica para intermediar a liberação de verba pública. Os três servidores
agiram culposamente.
- Pedro:
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
- Lucas:
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento
ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de
cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1°
desta lei, e notadamente:
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de
verba pública de qualquer natureza;
20. (Cespe – TRE/BA 2017) De acordo com a Lei n.º 8.429/1992 — Lei de
Improbidade Administrativa —, servidor público que, utilizando-se do cargo que ocupa,
facilitar o enriquecimento ilícito de terceiros, causando prejuízo ao erário, estará sujeito
à pena de
a) proibição do recebimento de qualquer benefício até o total ressarcimento do dano.
b) perda dos valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
c) suspensão da função pública.
d) suspensão dos direitos políticos até o integral ressarcimento do dano ao erário.
e) pagamento de multa civil, cujo valor deve ser equivalente ao valor do dano causado.
Comentários: A situação descrita está prevista no seguinte dispositivo da
Lei 8.429/92:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio,
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades
referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio
particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
Passemos às alternativas:
a) ERRADA. O prazo de proibição de recebimento de benefícios tem o prazo
de cinco anos, e não “até o total ressarcimento do dano”.
b) CERTA. A perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio é efetivamente uma das penas do Art. 12, II.
Entretanto, o enunciado traz alguma imprecisão, pois i) não informou que o
servidor também tenha enriquecido ilicitamente, mas só o terceiro; e ii) pediu que
indicasse a pena aplicável ao servidor, e não ao terceiro beneficiado. Isso torna o
gabarito questionável, pois, se não houve acréscimo patrimonial ilícito, não há
como aplicar a pena ao servidor. De qualquer forma, era a única alternativa que
se aproximava da previsão legal.
c) ERRADA. Pode ocasionar a perda (e não a suspensão) da função pública.
d) ERRADA. A suspensão dos direitos políticos pode dar-se de cinco a oito
anos, e não até o integral ressarcimento do dano ao erário.
e) ERRADA. A multa civil não se limita ao valor do dano, podendo alcançar
até duas vezes esse montante.
Gabarito: alternativa “b”
Logo, a alternativa está errada porque alude a perda dos direitos políticos,
quando o correto é a sua suspensão.
Gabarito: alternativa “c”
Gabarito: Errada
Gabarito: Certa
27. (Cespe – TRE/PE 2017) Considerando, por mera hipótese, que Sérgio seja
servidor público da autarquia X e que, no desempenho de atividades do seu cargo,
pratique ato de improbidade administrativa, assinale a opção correta.
a) Se o ato em questão atentar contra os princípios da administração pública, Sérgio
responderá tanto por ação quanto por omissão, tenha ele agido de forma dolosa ou
culposa.
b) Qualquer pessoa terá legitimidade para, perante a autoridade administrativa
competente, apresentar representação solicitando a instauração de investigação para
apurar a prática do ato de improbidade.
c) Caso o referido ato cause lesão ao erário, Sérgio poderá ter os direitos políticos
suspensos de oito a dez anos.
d) Sérgio somente sofrerá as sanções previstas em lei se houver efetiva ocorrência de
dano ao patrimônio público.
e) A ação de improbidade contra Sérgio somente poderá ser proposta pela pessoa
jurídica lesada, ou seja, a autarquia X.
Comentários:
a) ERRADA. Apesar de atos de improbidade que atentem contra os
princípios da administração pública poderem decorrer de omissão, é necessário
que exista dolo para que se configurem. Logo, não existe na forma culposa.
b) CERTA. Em conformidade com a Lei 8.429/92,
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa
competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de
ato de improbidade.
c) ERRADA. A suspensão dos direitos políticos pode se dar de cinco a oito
anos, e não de oito a dez anos, conforme a seguinte previsão:
Art. 12(...)
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou
valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da
função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de
9 REsp 1660398 / PE; REsp 1653033 / PR; REsp 1560645 / RN; REsp 1344199 / PR
30. (Cespe – PC/GO 2017) Se uma pessoa, maior e capaz, representar contra um
delegado de polícia por ato de improbidade sabendo que ele é inocente, a sua conduta
poderá ser considerada, conforme o disposto na Lei n.º 8.429/1992,
a) crime, estando essa pessoa sujeita a detenção e multa.
b) ilícito administrativo, por atipicidade penal da conduta.
c) contravenção penal.
d) crime, estando essa pessoa sujeita apenas a multa.
e) crime, estando essa pessoa sujeita a reclusão e multa.
(e) Errada, pois, nos termos do art. 17 da Lei 8.429/92, a ação civil pública
de improbidade administrativa será proposta pelo Ministério Público ou pela
pessoa jurídica interessada, sendo esta última representada por todas as
entidades públicas elencadas no art. 1º da Lei, quais sejam:
Administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território;
Empresa incorporada ao patrimônio público;
Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de
50% do patrimônio ou da receita anual;
Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão
público;
d) ERRADA. Tal pessoa é sim considerada agente público para fins da Lei
de Improbidade Administrativa. Afinal, “entidade para cuja criação o erário haja
concorrido com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual”
é um sujeito passivo dos atos de improbidade, nos termos do art. 1º da Lei
8.429/92; e, como sujeito ativo, a lei coloca qualquer pessoa que exerça emprego
nas entidades consideradas sujeitos passivos, ainda que transitoriamente e sem
remuneração, nos termos do art. 2º da Lei 8.429/92:
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não,
contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada
ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja
concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da
receita anual, serão punidos na forma desta lei.
(...)
42. (Cespe – TCDF 2014) Servidor público que omitir ou negar a publicidade de
qualquer ato oficial incorre em improbidade administrativa.
Comentário: Segundo o art. 11, inciso IV da Lei 8.429/92, constitui ato de
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração
Pública (no caso, o princípio da publicidade), “negar publicidade aos atos
oficiais”. Não obstante, o quesito está errado, pois fala em “qualquer” ato oficial
e, como é sabido, os documentos sigilosos devem ter a publicidade resguardada
pelo agente público. Em outras palavras, negar a publicidade a documentos
sigilosos não constitui ato de improbidade administrativa.
Gabarito: Errado
43. (Cespe – TCDF 2014) Considere que José tenha representado contra um
servidor público por ato de improbidade mesmo sabendo ser ele inocente. Nesse caso,
além da sanção penal, José estará sujeito a indenizar o referido servidor pelos danos
materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
Comentário: O quesito está correto, nos termos do art. 19 da Lei 8.429/92:
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente
público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o
denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
Gabarito: Certo
46. (Cespe – TCDF 2002) A aplicação das sanções definidas em lei para a prática de
ato de improbidade, consistente na realização de despesa não autorizada na lei
orçamentária, está condicionada à apuração de efetiva ocorrência de dano ao
patrimônio público e à rejeição das contas pelo TCDF — isto na hipótese de o gestor
estar sujeito à apresentação de contas e ao respectivo julgamento destas por aquela
Corte.
Comentário: A realização de despesa não autorizada na lei orçamentária
enquadra-se na categoria de atos de improbidade administrativa que causam
prejuízo ao erário (art. 10, IX). Porém, a aplicação das sanções definidas na Lei de
Improbidade independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público
(salvo quanto à pena de ressarcimento), assim como da aprovação ou rejeição
das contas pelo Tribunal de Contas (art. 21, I e II), daí o erro do quesito.
Gabarito: Errado
48. (Cespe – TCDF 2012) Durante a instrução processual, o agente público poderá
ser afastado do seu cargo mediante determinação de autoridade administrativa
competente.
Comentário: O quesito está correto, nos termos do art. 20, parágrafo único
da Lei 8.429/92:
Art. 20 (...)
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá
determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou
função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução
processual.
Gabarito: Certo
50. (ESAF – STN 2013) Determinado reitor de uma Universidade Federal laborou na
assinatura de contrato que posteriormente foi considerado pelo Ministério Público
Federal como o início de um esquema delituoso.
Em ação judicial específica, foi deferida a indisponibilidade dos bens do referido reitor.
Acerca do caso concreto acima narrado, e tendo em mente a jurisprudência do STJ a
respeito do tema, analise as assertivas abaixo classificando-as como verdadeiras(V) ou
falsas(F). Ao final, assinale a opção que contenha a sequência correta.
52. (Cespe – DPU 2015) O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade
administrativa constante na Lei de Improbidade (Lei n.º 8.429/1992) é taxativo.
Comentário: O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade
administrativa constante na Lei de Improbidade não é taxativo, mas meramente
exemplificativo. Observe a palavra “notadamente” no caput dos artigos 9º, 10 e
Bons estudos!
Erick Alves
Agente público, ainda que transitoriamente ou sem remuneração. Inclui agentes políticos.
Sujeitos
Terceiro, que induza ou concorra para a prática de ato de improbidade (deve haver
ativos
participação de agente público).
Sanções:
Natureza administrativa, civil e política.
o Administrativa: perda da função pública, proibição de contratar com o Poder Público;
o Civil: indisponibilidade de bens, ressarcimento ao erário, multa civil;
o Política: suspensão dos direitos políticos.
NÃO PREVÊ SANÇÕES PENAIS (exceto àquele que apresenta denúncia sabidamente infundada).
Independe da ocorrência de dano ao erário (exceto quanto à pena de ressarcimento) ou da aprovação ou
rejeição das contas pelo Tribunal de Contas.
Exige comprovação de dolo (enriquecimento ilícito e violação dos princípios) e dolo ou culpa (prejuízo ao
erário).
Declaração de bens: obrigatória para a posse ou exercício. Quem deixar de entregar ou falsificar fica sujeito
à pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
Que causam prejuízo ao erário: qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres de órgão ou entidade pública. Exemplos:
Atos de o Permitir ou concorrer que se utilize bens ou dinheiro público sem observar a lei;
improbidade aquisição de bens pela Adm. Pública fora das condições de mercado; frustrar a licitude
administrativa de licitação; realizar despesa pública de forma irregular.
Que atentam contra os princípios da Administração Pública: qualquer ação ou omissão que
viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, bem
como outros princípios da Adm. Pública. Exemplos:
o Praticar ato visando fim proibido ou diverso daquele previsto em lei; revelar
informação sigilosa; deixar de prestar contas; frustrar a licitude de concurso público.
Proibição de contratar
com o Poder Público ou
Por 10 anos Por 5 anos - Por 3 anos
receber benefícios
fiscais
4. O art. 12 da Lei 8.429/92 prevê inúmeras sanções que em nada coincidem com a
única penalidade imposta no art. 7º do DL 201/67 - cassação de mandato -, de
modo que não há risco de duplicidade sancionatória dos vereadores.
Precedentes do STF.
1. A ação civil pública foi proposta pelo Ministério Público do Estado de Santa
Catarina em face da ex-Prefeita do Município de Bocaina do Sul, por supostos atos
de improbidade administrativa, decorrentes de irregularidades em procedimentos
licitatórios.
2. A conduta reconhecida como ímproba decorre da aquisição de um caminhão de
carga pela prefeitura, no valor de R$ 66.000,00, que, contudo, estava alienado
fiduciariamente à OMNI Local S/A., e, ainda, penhorado pelo Banco do Brasil,
impossibilitando o respectivo registro em nome do município.
4. (Cespe – TCU 2008) Sílvio, empresário, concorreu para a prática de ato de improbidade,
enriquecendo ilicitamente. Nesse caso, mesmo não sendo agente público, será atingido pelas
disposições da Lei de Improbidade. Assim, após sua morte, seus sucessores estarão sujeitos
às cominações da Lei de Improbidade até o limite do valor da herança.
6. (Cespe – TCU 2009) Caio, servidor público federal estável há mais de 10 anos, ocupante
do cargo de analista judiciário de determinado tribunal, está sendo acusado pelo Ministério
Público Federal de ter praticado ato de improbidade administrativa, nos termos da Lei n.º
8.429/1990. O referido tribunal, para apurar a prática de ilícito administrativo, resolveu instaurar
processo disciplinar. Acerca dessa situação hipotética e do que dispõe a Lei n.º 8.112/1990,
julgue o item seguinte: no caso narrado, a autoridade instauradora do processo disciplinar,
como medida cautelar e a fim de evitar qualquer influência na apuração da irregularidade,
poderá determinar o afastamento preventivo de Caio do exercício do cargo, pelo prazo
improrrogável de sessenta dias, não recebendo este, nesse período, qualquer remuneração
dos cofres públicos.
8. (Cespe – MDIC 2014) Se, após uma operação da Polícia Federal, empreendida para
desarticular uma quadrilha que agia em órgãos públicos, o Ministério Público Federal ajuizar
ação de improbidade administrativa contra determinado servidor, devido a irregularidades
cometidas no exercício da sua função, mesmo que esse servidor colabore com as
investigações, será vedado o acordo ou a transação judicial.
10. (Cespe – TCE/BA – Procurador 2010) Atos de improbidade administrativa são os que
geram enriquecimento ilícito ao agente público ou causam prejuízo material à administração
pública. Quem pratica esses atos pode ser punido com sanções de natureza civil e política —
mas não penal — como o ressarcimento ao erário, a indisponibilidade dos bens e a perda da
função pública.
11. (Cespe – TCE/BA – Procurador 2010) A configuração do ato de improbidade que viola
princípios administrativos independe da ocorrência de dano ou lesão ao erário público.
12. (Cespe – TCDF 2012) De acordo com a referida lei [de improbidade administrativa], a
aplicação da pena de ressarcimento aos cofres públicos independe da efetiva ocorrência de
dano ao patrimônio público.
14. (Cespe – TCE/PE 2017) João, aprovado em concurso público para auditor de controle
externo no tribunal de contas de seu estado, foi lotado em sua cidade natal. Ao ter ciência
desse fato, o prefeito do município, amigo da família de João, resolveu presenteá-lo com um
veículo, a fim de facilitar a sua locomoção até o local de trabalho. João aceitou o presente.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, à luz do disposto na Lei
n.º 8.429/1992.
Caso seja condenado por improbidade administrativa, João estará sujeito a pagar multa de, no
mínimo, quatro vezes o valor do veículo que recebeu de presente.
15. (Cespe – TCE/PE 2017) João, aprovado em concurso público para auditor de controle
externo no tribunal de contas de seu estado, foi lotado em sua cidade natal. Ao ter ciência
desse fato, o prefeito do município, amigo da família de João, resolveu presenteá-lo com um
veículo, a fim de facilitar a sua locomoção até o local de trabalho. João aceitou o presente.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue, à luz do disposto na Lei
n.º 8.429/1992.
João cometeu ato de improbidade administrativa que importou enriquecimento ilícito.
16. (Cespe – TCE/PE 2017) À luz da Lei n.º 8.429/1992 — Lei de Improbidade
Administrativa —, julgue o próximo item.
A aplicação de sanções por atos de improbidade administrativa que causem prejuízo ao erário
depende da aprovação das contas pelo tribunal ou conselho de contas.
18. (Cespe – SERES/PE 2017) João, Pedro e Lucas são servidores públicos estaduais. No
exercício de suas atribuições, João facilitou o enriquecimento ilícito de terceiro, Pedro
indevidamente deixou de praticar ato de ofício e Lucas recebeu vantagem econômica para
intermediar a liberação de verba pública. Os três servidores agiram culposamente.
De acordo com a Lei n.º 8.429/1992, nessa situação hipotética foi praticado ato de improbidade
administrativa somente por
a) Pedro.
b) João.
c) João e Lucas.
d) Pedro e Lucas.
e) Lucas.
20. (Cespe – TRE/BA 2017) De acordo com a Lei n.º 8.429/1992 — Lei de Improbidade
Administrativa —, servidor público que, utilizando-se do cargo que ocupa, facilitar o
enriquecimento ilícito de terceiros, causando prejuízo ao erário, estará sujeito à pena de
a) proibição do recebimento de qualquer benefício até o total ressarcimento do dano.
b) perda dos valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
c) suspensão da função pública.
22. (Cespe – Prefeitura de Belo Horizonte/MG 2017) De acordo com o disposto na Lei de
Improbidade Administrativa — Lei n.º 8.429/1992 —, assinale a opção correta.
a) A efetivação da perda da função pública, penalidade prevista na lei em apreço, independe
do trânsito em julgado da sentença condenatória.
b) A configuração dos atos de improbidade administrativa que importem em enriquecimento
ilícito, causem prejuízo ao erário ou atentem contra os princípios da administração pública
depende da existência do dolo do agente.
c) O sucessor do agente que causou lesão ao patrimônio público ou que enriqueceu
ilicitamente responderá às cominações da lei em questão até o limite do valor da sua herança.
d) O responsável por ato de improbidade está sujeito, na hipótese de cometimento de ato que
implique enriquecimento ilícito, à perda dos bens ou dos valores acrescidos ilicitamente ao seu
patrimônio, ao ressarcimento integral do dano e à perda dos direitos políticos.
27. (Cespe – TRE/PE 2017) Considerando, por mera hipótese, que Sérgio seja servidor
público da autarquia X e que, no desempenho de atividades do seu cargo, pratique ato de
improbidade administrativa, assinale a opção correta.
a) Se o ato em questão atentar contra os princípios da administração pública, Sérgio
responderá tanto por ação quanto por omissão, tenha ele agido de forma dolosa ou culposa.
b) Qualquer pessoa terá legitimidade para, perante a autoridade administrativa competente,
apresentar representação solicitando a instauração de investigação para apurar a prática do
ato de improbidade.
c) Caso o referido ato cause lesão ao erário, Sérgio poderá ter os direitos políticos suspensos
de oito a dez anos.
d) Sérgio somente sofrerá as sanções previstas em lei se houver efetiva ocorrência de dano ao
patrimônio público.
e) A ação de improbidade contra Sérgio somente poderá ser proposta pela pessoa jurídica
lesada, ou seja, a autarquia X.
30. (Cespe – PC/GO 2017) Se uma pessoa, maior e capaz, representar contra um delegado
de polícia por ato de improbidade sabendo que ele é inocente, a sua conduta poderá ser
considerada, conforme o disposto na Lei n.º 8.429/1992,
a) crime, estando essa pessoa sujeita a detenção e multa.
b) ilícito administrativo, por atipicidade penal da conduta.
c) contravenção penal.
d) crime, estando essa pessoa sujeita apenas a multa.
e) crime, estando essa pessoa sujeita a reclusão e multa.
32. (Cespe – SEDF 2017) O prefeito de determinado município utilizou recursos do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (FUNDEB) para pagamento de professores e para a compra de medicamentos e
insumos hospitalares destinados à assistência médico-odontológica das crianças em idade
escolar do município.
Mauro, chefe do setor de aquisições da prefeitura, propositalmente permitia que o estoque de
medicamentos e insumos hospitalares chegasse a zero para justificar situação emergencial e
dispensar indevidamente a licitação, adquirindo os produtos, a preços superfaturados, da
empresa Y, pertencente a sua sobrinha, que desconhecia o esquema fraudulento.
A respeito da situação hipotética apresentada e de aspectos legais e doutrinários a ela
relacionados, julgue o item a seguir.
A conduta de Mauro constitui ato de improbidade administrativa.
35. (Cespe – MPTCE/PB 2014) Com relação à ação de improbidade administrativa e à ação
civil pública, assinale a opção correta.
a) Inexiste foro por prerrogativa nas ações de improbidade administrativa, de modo que essas
ações deverão ser processadas perante o juízo de primeira instância, mesmo quando
ajuizadas contra ministro do STF.
b) O particular que induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se
beneficie, direta ou indiretamente, pode figurar, sozinho, no polo passivo de ação de
improbidade administrativa.
40. (Cespe – MPE/AC 2014) No que se refere à Lei de Improbidade Administrativa, assinale
a opção correta.
a) Para os efeitos dessa lei, aquele que exerce, ainda que transitoriamente, desde que de
forma remunerada, mandato, cargo, emprego ou função na administração direta é considerado
agente público.
b) De acordo com entendimento pacificado no STJ, os agentes políticos submetem-se aos
preceitos dessa lei.
c) Consoante jurisprudência do STJ, é vedada a cumulação de pedidos condenatório e
ressarcitório em sede de ação por improbidade administrativa.
d) Para os efeitos dessa lei, não se reputa agente público aquele que exerça, por contratação,
emprego em entidade para cuja criação o erário haja concorrido com mais de cinquenta por
cento do patrimônio ou da receita anual.
42. (Cespe – TCDF 2014) Servidor público que omitir ou negar a publicidade de qualquer ato
oficial incorre em improbidade administrativa.
43. (Cespe – TCDF 2014) Considere que José tenha representado contra um servidor
público por ato de improbidade mesmo sabendo ser ele inocente. Nesse caso, além da sanção
penal, José estará sujeito a indenizar o referido servidor pelos danos materiais, morais ou à
imagem que houver provocado.
44. (Cespe – TCE/AC – 2009) O Poder Judiciário, quando atua em caso que envolva
improbidade administrativa, possui a competência para requerer inspeção e auditoria aos
tribunais de contas, responsáveis pela verificação da legalidade da gestão governamental.
46. (Cespe – TCDF 2002) A aplicação das sanções definidas em lei para a prática de ato de
improbidade, consistente na realização de despesa não autorizada na lei orçamentária, está
47. (Cespe – TRF 1ª Região – Juiz 2011) Quando for exarada decisão do tribunal de contas
reconhecendo a legitimidade do ato administrativo, este não poderá ser objeto de impugnação
em ação de improbidade, restando inviabilizado, em tal hipótese, o controle do Poder
Judiciário.
48. (Cespe – TCDF 2012) Durante a instrução processual, o agente público poderá ser
afastado do seu cargo mediante determinação de autoridade administrativa competente.
49. (Cespe – TCDF 2012) Apenas a autoridade administrativa competente poderá instaurar
investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade, sendo vedada a
representação da autoridade para que ocorra a instauração da investigação.
50. (ESAF – STN 2013) Determinado reitor de uma Universidade Federal laborou na
assinatura de contrato que posteriormente foi considerado pelo Ministério Público Federal
como o início de um esquema delituoso.
Em ação judicial específica, foi deferida a indisponibilidade dos bens do referido reitor.
Acerca do caso concreto acima narrado, e tendo em mente a jurisprudência do STJ a respeito
do tema, analise as assertivas abaixo classificando-as como verdadeiras(V) ou falsas(F). Ao
final, assinale a opção que contenha a sequência correta.
( ) A medida constritiva de indisponibilidade de bens pela Lei n. 8.429/92 deve observar, no
mínimo, a data de vigência da referida Lei.
( ) A decretação de indisponibilidade de bens em decorrência da apuração de atos de
improbidade administrativa deve limitar-se aos bens necessários ao ressarcimento integral do
dano, somente sendo passíveis de constrição os bens adquiridos posteriormente ao fato
ímprobo.
( ) A possibilidade de indisponibilidade de bens está condicionada à prévia manifestação dos
réus.
( ) A natureza jurídica da indisponibilidade de bens prevista na Lei de Improbidade
Administrativa é manifestamente acautelatória, pois visa assegurar o resultado prático de
eventual ressarcimento ao erário causado pelo ato ímprobo.
a) F, F, V, V
b) V, V, F, V
c) F, F, V, F
d) V, V, V, F
e) F, F, F, V
52. (Cespe – DPU 2015) O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade
administrativa constante na Lei de Improbidade (Lei n.º 8.429/1992) é taxativo.
*****
2) E 3) C 4) C 5) E
1) E
7) E 8) C 9) E 10) E
6) E
12) E 13) C 14) E 15) C
11) C
17) E 18) b 19) b 20) b
16) E
22) c 23) C 24) E 25) C
21) b
27) b 28) d 29) b 30) a
26) E
32) C 33) d 34) d 35) e
31) e
37) d 38) a 39) d 40) b
36) d
42) E 43) C 44) E 45) E
41) c
47) E 48) C 49) E 50) e
46) E
52) E
51) e
Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo. 22ª ed. Rio de Janeiro: Método, 2014.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 20ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2007.
Gajardoni, F. F. Cruz, L. P. F. et al. Comentários à lei de improbidade administrativa. São
Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 35 ed. São Paulo: Malheiros, 2009.