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volume IV - número 21 - maio/junho 1967

diretor responsável
Adalberto Mlehe íNDICE
redator chefe
Alfredo Franke
secretário
Fausto P. Chermont ELIMINADORES DE BATERIA 113
consultores
eng. Tomas Hajnal O MULTIVIBRADOR BIESTÁVEL 117
eng. Luciano Kliass
desenhos ESTABILIZAÇÃO nRMICA DE AMPLIFICADORES DE
Alcldes J. Pereira POHNCIA TRANSISTORIZADOS 120
revido
Adauto V. B. Conde
AMPLISSONDA 123
publicidade
Roberto Firíatti
A R~GUA DE CALCULO 126
fotografias
Fotolabor Ltda.
clichis
AMPLIFICADOR 13W 131
Clicheria Unida S. A.
GERADORES TERMO-EL~TRICOS 134
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distribuição em Portugal
e Províncias Ultramarinas PR~-AMPL1FICADOR MISTURADOR 147
Centro do Livro Brasileiro Ltda .
R. Rodrigues Sampaio. 3J-B
Lisboa ESTEREOFONIA EM FM 149
proprietários e editõres
ETEGIL
Ed. Técnico-Gnilica Industrial Ltda .
redação e administração
T6da• a• apllcaq6e• aqui de•crlta•, utilizam mate-
R. Sta. lfigénia, 180 rial• ftLcllrnente encontrado• no mercado nacional.
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publicados nesta revista. salvo mediante autorlzaçao por escri -
to da redaçao.
PREÇOS
EXEMPLAR AVULSO NCr$ 0,85
ASSINATURA 1 ANO
REGISTRADA NCr $ 4,1 O
A~REA REGISTRADA NCr $ 6,1O Uma importante fase do processo de fabricação
ASSINATURA 2 ANOS de resistores de carvão, nos dependências do
REGISTRADA NCr$ 7,60 Constante Eletrotêcnico S. A .. Do suo perfeito
A~REA REGISTRADA NCr $ 11 .60 realização depende o uniformidade do qualidade
e tolerância no produto acabado.
As assinaturas deverão ser enviadas para
ETEGIL • C.P. 30 869 - S. Paulo
Eliminado .. es
de PARA
RADIDS
,.

Bate .. ia TRANSISTORIZADOS
Marcelo Bergamini
Flavio Pereira de Souza

1:: inegável o fato de que o consumo de corrente, o que per- classificados em três categorias
transistor acabou por dominar o mite o uso de pilhas comuns, e, fundamentais: pessoais, transpor-
mercado de rádios, tanto no conseqüentemente, a possibilidade táveis e de cabeceira. Os pri-
Brasil como no exterior. Aliás, de termos receptores leves e real- meiros são aquêles rádios minia-
o transistor venceu, ou está ven- mente portáteis. turas, alguns dos quais podem
cendo, na imensa maioria dos Contudo, quando não estamos ser carregados no bôlso, ou na
diversos setores da eletrônica, carregando o aparelho de um bôlsa. Os transportáveis são um
quer seja no ramo de aparelhos lugar para outro, ou melhor, pouco maiores, e, como o próprio
de entretenimento, quer seja no quando houver possibilidade de nome está insinuando, seus ga-
de equipamentos profissionais e ligá-lo à rêde elétrica, nada mais binetes devem ser totalmente
industrais. Porém, nestas consi- interessante do que economizar- fechados, tendo uma alça que
derações iniciais, abordaremos mos as pilhas para usá-las so- permita com que o usuário possa
somente o setor de rádio-recep- mente em locais em que sejam carregá-lo para qualquer lugar.
tores já que êste artigo trata de imprescindíveis. Assim, descreve-
um importante acessório dos remos aqui, alguns circuitos de
mesmos. fontes de alimentação para rádios
Falar de rádios-receptores é transistorizados.
falar de circuitos transistoriza-
dos. Ao que consta, pouquíssi-
mas indústrias ainda fabricam CLASSIFICAÇÃO DOS
·rádios a válvula e os rádios RECEPTORES
transistorizados caíram de tal
modo na preferência de todos Os eliminadores de bateria fo- FIG. 2
que passaram a ser chamados ram projetados cada um separa- Dimensões da lâmina uti-
simplesmente de "transistores". 1:: damente, levando-se em conta as lizada nos transformado-
comum abrirmos um jornal e características de consumo dos res dos diversos circuitos
lermos anúncios do tipo "compre diversos tipos de aparelhos. As- apresentados.
um transistor de três faixas". sim, verificamos que certos re-
Não é preciso repetir nova- ceptores funcionam bem com Quanto aos de cabeceira não é
mente as inúmeras vantagens dos simples fontes de meia onda, ou- preciso maiores explicações por-
transistores em relação às válvu- tros necessitam de circuitos de que seu aspecto externo é
las. Citaremos somente aquela onda completa e outros, ainda, semelhante ao dos rádios a vál-
que tem relação com o nosso exigem fontes reguladas. vula. Como há grande semelhan-
artigo, ou seja, o fato dos tran- De um modo geral, os recep- ça de consumo e de circuito
sistores trabalharem com pouco tores transistorizados podem ser entre os dois últimos tipos, os
nossos eliminadores foram pro-
jetados somente para rádios pes-
soais e de cabeceira.
Além desta classificação existe
outra, quanto à tensão de ali-
mentação, razão pela qual apre-
sentamos eliminadores para 6 V
e 9V.
Finalmente, os receptores
podem ser agrupados de acôrdo
com o número de transistores
(seis ou oito). Contudo, esta
FIG. I classificação pouco ou nada sig-
Eliminador para receptores pessoais, com tensão de ali· nifica para o nosso caso pois a
mentação de &V. diferença sendo um amplificador

MAIO/JUNHO, 1967 113


de RF e/ ou um oscilador sepa·
rado, o consumo adicional de
corrente é insignificante. Portan·
to, não tomaremos conheci-
mento desta última classificação,
ficando somente com as duas
primeiras.

RECEPTORES
ALIMENTADOS COM 6V
Modêlo pessoal
De um modo geral, o consu-
mo é de aproximadamente 40 FIG. 3
mA para um volume médio. Nor- ElimiDador para receptores transporiáveis e de cabeeeira, com tensão de
malmente, êsses receptores fun- alimentação de 6V.
cionam satisfatoriamente até uma
tensão de alimentação de 4 V e,
nessa condição, o contrôle de vo- Por outro lado, fixando o con- ção coletor-base, tal como no
lume fica próximo da posição sumo em 40mA e variando a ten- circuito da figura I.
máxima, para um volume nor- são da rêde obtivemos os resul- As características do transfor-
mal de funcionamento. tados abaixo: mador são as seguintes:
A figura 1 mostra o circuito
do eliminador para êste tipo de I - Primário: 3.800 espiras
Tensão de Tensão com derivação central para IIOV,
receptor. Utilizamos somente um Entrada de
diodo, portanto retificação de meia fio 0 0,180mm (33 AWG).
onda, o que é suficiente para ês-
te caso. A filtragem é feita pelo
(V eficazes)
I Saída (V)
2 - Secundário: 225 espiras,
fio 0 0,450mm (25 A WG).
capacitador C e a resistência R 80 4
serve para drenar a corrente, de 90 4,7 3 - Núcleo: vide especifica-
modo que a tensão aplicada ao 100 5,4 ções para o transformador do
receptor não seja exagerada quan- 110 6,2 circuito da figura I.
do o consumo é pequeno. Como 120 6,5
130 7,6 As tabelas abaixo apresentam,
diodo foi utilizado um transistor respectivamente, o desempenho
em ligação base-coletor, o cole- do circuito com tensão de entra-
tor correspondendo ao terminal
positivo do diodo. (Foi usado
transistor no lugar do diodo, por
apresentar menor resistência, e
portanto melhor a regulação da
fonte).
Os dados construtivos do trans-
formador são os seguintes:
1 - Primário: 3.800 espiras
com derivação central para 11 OV,
fio 0 0,140mm (35 AWG).
2 - Secundário: 150 espiras,
fio 0 O, 180mm (33 A WG).
FIG. 4
3 - Núcleo: área de 4cm2 (as Eliminador para receptores pessoais com tensão de ali·
dimensões da chapa estando indi- mentação de 9V.
cadas na figura 2).
Com tensão de rêde constante
(110V) e consumo variável, den-
tro do limite máximo permitido Como vemos, o funcionamento da constante de llOV (consumo
pelo transformador (64mA), o é razoável nas mais adversas con· e tensão de saída variáveis), e
desempenho da fonte pode ser dições de consumo e rêde. consumo constante de 200mA
assim resumido: (tensões de entrada e saída va-
riáveis).
Modêlo Cabeceira
Tensão Normalmente, o consumo é da Tensão
Consumo de
Consumo de
(mA) ordem de 170mA, para volume (mA)
Saída (V) médio, .o que se traduz na neces- Saída (V)
sidade de uma fonte regulada.
o 7,5 Nêste caso, o circuito utiliza- o 6,2
10 7,2 do é o da figura 3. A tensão de 50 6,0
20 6,8 referêncià é fornecida por um 100 5,95
30 6,6 diodo Zener (0AZ202), ligado à 150 5,95
40 6,2 base do transistor AC128, cuja 200 5,9
45 6,0 base é polarizada com o auxílio 250 5,9
50 5,9 da resistência de 120n. 300 5,8
60 5,6 A retificação (meia onda) é
feita por um transistor em liga-

114 REVISTA ELETRONICA


1 - Primário: 3.800 espiras
Tensão de Teasão com derivação central para 110V, Tensão de Tensão de
Entrada de fio Çll 0,180mm (33 AWG). Entrada Saída
(V eficazes)
I Saída (V)
2 - Secundário: 150 espiras.
fio Çll 0,180mm (33 AWG).
(V eficazes (V)

80 4,8 80 6
90 5,4 3 - Núcleo: vide casos ante- 90 7,2
100 5,6 riores. 100 8,1
IIO 5,9 110 9,2
120 6,0 As tabelas abaixo apresentam 120 10,4
130 6,2 o desempenho para tensão de en- 130 11,6
trada (110V) e consumo (25mA) I
constantes, respectivamente.

Modêlo Cabeceira

O consumo, com volume mé-


dio, pode ser considerado como
sendo da ordem de 1OOmA. O
circuito está ilustrado na figura
5 e consta de uma fonte de onda
completa que também utiliza
transistores ligados como diodos,
tal como nos casos anteriores. Ao
contrário dos circuitos já vistos,
se desejarmos utilizar transistores
OC74 em lugar do tipo ACI28,
FIG. 5 deveremos lançar mão de um cir-
Eliminador para receptores transportáveis e de cabeceira, com tensão
cuito retificador em ponte a fim
de alimentação de 9V. de que não seja ultrapassada a
tensão de pico inverso do díodo
coletor-base do transistor OC74.
Neste caso, o secundário do
transformador terá apenas 150
Considerando que o receptor espiras, permanecendo inalterados
pode funcionar com tensão de ali- Tensão os demais componentes.
mentação de até 4V, podemos Consumo de
concluir que o desempenho do (mA) Saída (V) O transformador deve ser cons-
circuito é satisfatório em tôdas truído segundo as características
as condições usuais. 9,5 abaixo.
10,2
15,0 10,0
25,0 1 - Primário: 3.800 espiras
RECEPTORES 9,2
30,0 com derivação central para llOV,
9 fio Çll 0,180 mm (33 AWG).
ALIMENTADOS COM 9V 35,0 8,6
45,0 8 2 - Secundário: 2 x 150 espi-
Modêlo Pessoal
ras, fio Çll 0,315 mm (28 A WG).
Nêste caso, o consumo de cor- 3 - Núcleo: vide casos ante-
rente (volume médio) situa-se em riores.
tôrno de 25mA. Tendo em vista
o baixo consumo, podemos utili- O comportamento da fonte, pa-
zar uma fonte de meia onda, não ra tensão de entrada (I 10V) e
regulada, dispensando o resistor FIG. 6 consumo (lOOmA) constantes, es-
de drenagem. tá resumido nas respectivas tabe-
Conexão entre eliminador e receptor. las que ilustramos abaixo.
O circuito está ilustrado na Essa forma de coneião é utilizada em
rádios usados exclusivamente, •Den·
figura 4 e os dados do transfor· tro de casa", quando as pilhas são
mador são os seguintes: definitivamente dispensadas.
Consumo
I
Tensão de
(mA) Saída (V)

~ --v--
AQUI É LIGADO
O POLO POSITIVO
00 R.fCEPTOR (ISTO E; 10 11,0
l~l AQUELE ONOE IRIA
_.. / O POLO POS/r'VO 25 10,5
OA BATERIA} 50 9,8

A~UI
75 9,4
100 9,0
CAIXA 00 RADIO-i' É LI6AOO O POLO NE6A7.VO 125
00 RECEPTOR
8,6
150 8,2
ELIMINADOR 175 7,8
200 7,4

MAIO/JUNHO, 1967 115


Tensão de
Entrada
(V eficazes)

80
90
100
Tensão de
Saída (V)

6,0
7,0
8,0
r
<OAIXA DO RADIO

....
1~1

~
r
CHAPA
ISOLANT~

~ ~~AQUIPOL~ /O
AQUI é LIGADO
O POLO POSITIVO
DA BAT~RIA

É L/GAOCI
POSITIVO
00 RADIO

PARTE E_XTERNA DA TOMADA,


110 9,0 ONO~ SAO LIGADOS OS POLOS
120 10,0 E. L/MINA DOR NEGATIVOS DO RECEPTOR
E DA BATERIA
130 11,2
PLUG~
LIGADO~
Vemos, assim, que o desempe-
nho do circuito é suficiente para
o receptor pois êste deixa de fun- FIG. 8
cionar somente com tensão de Sistema de conexão do eliminador ao receptor, que deslip as pilhas quan-
alimentação inferior a 4,5V. do da introdução do plug da fonte ao jack.

RÁDIOS MINIATURAS

No caso dos receptores alimen- ligar um díodo entre o pólo po- ser ligado diretamente à tornada
tados com 3 ou 4,5V, o secundá- sitivo do conjunto de pilhas e o da rêde elétrica.
rio do transformador deve ser pólo positivo do receptor, con·
modificado para 45 ou 80 espiras, forme ilustrado na fig. 7.
respectivamente, com fio p 0,315 O díodo não permitirá passa-
CONCLUSÃO
mm (28 A WG). Dependendo do gem de corrente do eliminador
consumo, o receptor será enqua- O desempenho de cada circui-
para as pilhas, mas somente em
drado numa das categorias co- to é bastante satisfatório, levan-
sentido contrário. Assim sendo,
mentadas anteriormente. do-se em conta o tipo de receptor
no caso do eliminador possuir
para o qual foi projetado.
um resistor de drenagem, deve-se
CONEXÃ.O AO RECEPTOR tornar muito cuidado pois haverá Nas quatro fontes aqui descri-
passagem de corrente pelo mes- tas verificamos que o zumbido
1.° Caso: Quando desejamos mo quando o eliminador estiver não era audível, sendo de baixís-
utilizar somente o eliminador. desconectado da rêde e ligado ao sirno valor, o que dispensou sua
~ste caso refere-se, principalmen- medição.
receptor. Nesta situação as pilhas
te, aos rádios de cabeceira pois poderão se descarregar em pouco As medidas de consumo de cor-
êstes, corno o próprio nome está tempo. rente dos receptores foram feitas
insinuando, destinam-se a serem
utilizados somente dentro de casa.
Assim, pràticarnente, não há ne- PINOS

cessidade de conservar as pilhas.


A ligação é feita corno está "PLUG"
/. A TO"!_AOA
} O~ R~O~
ilustrado na figura 6, utilizando-
-se um conjunto "plug-jack" de
fone.
;...._._ 6·- -
CAIXA 00 RECEPTOR
/ FIG. 9

I PILHA (5) t-- Sugestão para a caixa do eliminador.

~
Finalmente, existe ainda outro com fonte de tensão de laborató-
AO - tipo de ligação, conforme ilustra rio, ao invés de bateria, pois estas
CIRCUITO+ ·[ a figura 8. Trata-se de usarmos têm a sua resistência interna mo-
um receptáculo ("jack") para mi- dificada com o uso.
crofone. Quando_ o plug é intro- Finalmente, vejamos as vanta-
duzido no receptáculo a conexão gens financeiras proporcionadas
FIG. 7 de um dos pólos da bateria ao pelo eliminador de pilhas. O cus-
Ligação das pilhas ao circuito, no receptor é desligada automàtica- to da energia elétrica consumi-
caso de se conservar as pilhas no rt'· rnente e o eliminador passa a ali-
ceptor. O diodo utilizado deverá BU· da pelo receptor, quando alimen-
portar a corrente de consumo do mentar o receptor. Não é reco- tado pelo eliminador, é pràtica-
aparelho. mendável o uso de plug miniatu- mente insignificante quando com-
ra pois suas partes móveis se de- parado ao prêço do eliminador.
2.o Caso: Quando queremos formam com facilidade, o que Fazendo a relação entre os cus-
manter as pilhas dentro do re- não acontece com o de tamanho tos de um eliminador e de um
ceptor. Neste caso estão incluí- normal. · jôgo de 4 pilhas chegaremos à
dos tanto os rádios pessoais corno A figura 9 apresenta urna conclusão de que o eliminador
os transportáveis, para os quais é sugestão para a pequena caixa estará pago após o equivalente a
interessante conservar as pilhas. dentro da qual é montado o eli- oito trocas de pilhas, ou seja,
Podemos utilizar a configura- minador. Tendo dimensões e pêso aproximadamente a um ano de
ção anterior, tendo o cuidado de reduzidos, o eliminador poderá uso do receptor.

116 REVISTA ELETRONICA


o
MULTIVIHRA.DOR
HIEST.Á.VEL
O multivibrador bi-estável, Para uma explicação do fun- + 175 v
também conhecido por "Eccles- cionamento do circuito, suponha-
-Jordan" é constituído por um mos que exista equilíbrio, ou
circuito regenerativo, de duas seja, 11= I,. Entretanto, como
válvulas, que pode permanecer veremos a seguir, êsse equilíbrio
indefinidamente em um de seus é instável. Havendo uma flutua-
dois estados estáveis, podendo ção diminuta da corrente I., por
realizar uma transição abrupta de exemplo, aumentando ligeira-
um estado para outro. Encontra mente essa corrente, a tensão no
larga aplicação na técnica de anodo A, diminui; a alteração
pulsos, na geração de ondas qua- da tensão em A, será amplificada
dradas a partir de pulsos, como e sua polaridade invertida por N
também no desempenho de cer- V,, tornando assim a grade de
tas operações digitais, como por V, mais positiva. Como conse- FIG. 2
exemplo, contagem. qüência disso, a corrente I, au- Multivibrador bl·estável auto·pola·
menta ainda mais e o ciclo se rizado
O diagrama esquemático de repete; a corrente I, continua au-
um multivibrador bi-estável está mentando, enquanto I, continua
ilustrado na figura 1. Como se a cair, afastando-se o circuito,
pode observar, cada válvula é cada vez mais de sua condição resistor de catodo RK, comum a
um amplificador, cujo anodo es- inicial. Esta ação se realiza gra- ambas as válvulas, como mostra
tá diretamente acoplado à grade ças à realimentação positiva do a figura 2. A queda de tensão
circuito e ocorre somente se o sôbre êsse resistor é nominalmen-
ganho desta fôr maior que 1. te a mesma para as duas condl-
ções estáveis. No entanto, durante
Do que vimos acima, podemos a fase de transição, a corrente
concluir que o multivibrador bi- em RK irá variar, podendo mes-
-estável se encontra em uma mo, cair a zero. A fim de man-
condição estável, quando o ga- ter a tensão de catodo constante
nho cai abaixo de 1, o que acon- no tempo de transição, RK é
tece, em princípio, quando uma desacoplado através de um ca-
das válvulas está cortada ou sa- pacitor. Tipicamente, uma tran-
v, turada. Na prática, emprega-se sição verifica-se num tempo da
arranjos em que uma das vál- ordem de um microssegundo.
vulas está cortada e a outra sa- Como RK é da ordem de I O k!l,
-Ecc turada. um capacitor CK =
0,01 !J.F
O multivibrador possui duas proverá uma constante de tempo
FIG. 1 condições estáveis. Numa delas, de 100 !J.S, que será suficiente
O multivibrador bi·estãvel V, está saturada e V, cortada. A para manter a tensão de catodo
principal importância do multi- constante. Os estados estáveis não
vibrador bi-estável resulta do fato serão afetados pela presença do
de ser possível, por vários pro- capacitor de catodo, mas a faci-
da outra. O resistor de carga R, . cessos, transferir o circuito de lidade com que se verifica uma
tem geralmente valor da ordem uma condição à outra. transição entre estados e a rapi-
de grandeza do resistor de anodo dez com que o multivibrador se
O sinal utilizável de saída, é estabelece em seu novo estado
encontrado num amplificador em geral, a variação de tensão
convencional, isto é, várias vêzes podem ser adversamente afetadas
a resistência interna. A proporção num ou noutro anodo, corres- se o capacitor fôr omitido.
pondendo à transição de uma
do sinal de ânodo transferida condição estável à outra. Em
à grade é função da relação en-
geral, êste sinal é de grande am- CAPACITORES DE
tre R, e R,; por essa razão, es-
plitude, podendo chegar próximo
colhe-se os seus valores suficien- ao valor da tensão de alimen- COMUTAÇA.O
temente elevados, de modo a
tação anódica, para altos valo-
evitar carga demasiada da saída res de R,. Um multivibrador bi-estável
do amplificador. Num caso típi- permanecerá em um de seus es-
co, o valor de R, estaria entre No circuito da figura 1 é ne- tados, até ser atuado por um si-
1O e 50 k!l, ao passo que R, e cessária uma fonte de tensão nal de disparo, por exemplo, um
R,, estariam entre 100 e 500 k!l negativa para polarização das pulso aplicado externamente. Ge-
e seriam da mesma ordem de grades; êste inconveniente pode ralmente êstes sinais são de curta
grandeza. ser eliminado pelo uso de um duração e para que o multivibra-

MAIO/JUNHO, 1967 117


Eliminado .. es
de PARA
RADIDS
,.

Bate .. ia TRANSISTORIZADOS
Marcelo Bergamini
Flavio Pereira de Souza

1:: inegável o fato de que o consumo de corrente, o que per- classificados em três categorias
transistor acabou por dominar o mite o uso de pilhas comuns, e, fundamentais: pessoais, transpor-
mercado de rádios, tanto no conseqüentemente, a possibilidade táveis e de cabeceira. Os pri-
Brasil como no exterior. Aliás, de termos receptores leves e real- meiros são aquêles rádios minia-
o transistor venceu, ou está ven- mente portáteis. turas, alguns dos quais podem
cendo, na imensa maioria dos Contudo, quando não estamos ser carregados no bôlso, ou na
diversos setores da eletrônica, carregando o aparelho de um bôlsa. Os transportáveis são um
quer seja no ramo de aparelhos lugar para outro, ou melhor, pouco maiores, e, como o próprio
de entretenimento, quer seja no quando houver possibilidade de nome está insinuando, seus ga-
de equipamentos profissionais e ligá-lo à rêde elétrica, nada mais binetes devem ser totalmente
industrais. Porém, nestas consi- interessante do que economizar- fechados, tendo uma alça que
derações iniciais, abordaremos mos as pilhas para usá-las so- permita com que o usuário possa
somente o setor de rádio-recep- mente em locais em que sejam carregá-lo para qualquer lugar.
tores já que êste artigo trata de imprescindíveis. Assim, descreve-
um importante acessório dos remos aqui, alguns circuitos de
mesmos. fontes de alimentação para rádios
Falar de rádios-receptores é transistorizados.
falar de circuitos transistoriza-
dos. Ao que consta, pouquíssi-
mas indústrias ainda fabricam CLASSIFICAÇÃO DOS
·rádios a válvula e os rádios RECEPTORES
transistorizados caíram de tal
modo na preferência de todos Os eliminadores de bateria fo- FIG. 2
que passaram a ser chamados ram projetados cada um separa- Dimensões da lâmina uti-
simplesmente de "transistores". 1:: damente, levando-se em conta as lizada nos transformado-
comum abrirmos um jornal e características de consumo dos res dos diversos circuitos
lermos anúncios do tipo "compre diversos tipos de aparelhos. As- apresentados.
um transistor de três faixas". sim, verificamos que certos re-
Não é preciso repetir nova- ceptores funcionam bem com Quanto aos de cabeceira não é
mente as inúmeras vantagens dos simples fontes de meia onda, ou- preciso maiores explicações por-
transistores em relação às válvu- tros necessitam de circuitos de que seu aspecto externo é
las. Citaremos somente aquela onda completa e outros, ainda, semelhante ao dos rádios a vál-
que tem relação com o nosso exigem fontes reguladas. vula. Como há grande semelhan-
artigo, ou seja, o fato dos tran- De um modo geral, os recep- ça de consumo e de circuito
sistores trabalharem com pouco tores transistorizados podem ser entre os dois últimos tipos, os
nossos eliminadores foram pro-
jetados somente para rádios pes-
soais e de cabeceira.
Além desta classificação existe
outra, quanto à tensão de ali-
mentação, razão pela qual apre-
sentamos eliminadores para 6 V
e 9V.
Finalmente, os receptores
podem ser agrupados de acôrdo
com o número de transistores
(seis ou oito). Contudo, esta
FIG. I classificação pouco ou nada sig-
Eliminador para receptores pessoais, com tensão de ali· nifica para o nosso caso pois a
mentação de &V. diferença sendo um amplificador

MAIO/JUNHO, 1967 113


degrau positiva e uma tensão em à grade em corte, logo, para se grade-grade seja igual a 1O e que
degrau negativa que está um obter uma transição sem rever- a grade da válvula em corte está
certo tempo atrasada em relação são, a tensão negativa deve pre- 15 V abaixo do corte, um pulso
à primeira. O resultado é, por- ceder a tensão positiva. negativo de um pouco mais de
tanto, uma combinação da res- 1,5 V será suficiente. Deve-se
posta do multivibrador a uma É possível arranjar-se uma notar, entretanto, que a transição
tensão positiva em degrau apli- transição binária permanente, ocorre no flanco de descida do
cada à grade em corte, seguido através do uso de um pulso posi- pulso de disparo.
por uma tensão negativa em tivo, desde que êsse pulso seja O sinal de disparo pode ser
degrau aplicada à grade em con- aplicado à grade da válvula em aplicado ao anodo de uma das
dução. Devido à maior sensibi- condução. O flanco inicial do válvulas do multivibrador ao in-
lidade à tensão negativa, um pulso positivo, aplicado à grade vés de ser aplicado à grade, ain-
pulso positivo aplicado à grade em condução, através de um ca- da, de preferência através de um
da válvula em corte fará com pacitor, elevará a tensão da resistor e um capacitor. Qualquer
que o binário mude de estado grade fluindo uma corrente adi- sinal assim aplicado aparecerá
quando do início do pulso e a cional de grade, que carrega o imediatamente na grade da outra
seguir tra-lo-á de volta, quando capacitor de entrada. Ésse capa- válvula, sendo transmitido dire-
da descida do pulso de entrada citor carregar-se-á ràpidamente tamente através do capacitor de
(tensão negativa em degrau). através da baixa resistência gra- comutação. A presença do resis-
de-catodo, e a tensão no lado da tor em série acentuará ainda
Consideremos agora um pulso grade do capacitor de entrada mais a seniibilidade do multivi-
negativo aplicado à grade em cairá ràpidamente a zero. Até brador a um pulso negativo. Esta
condução. Como o multivibrador aqui, tudo que se verificou, é que sensibilidade extra verifica-se
responde melhor a uma tensão a válvula em condução tempo- pois a tensão positiva em degrau
negativa de baixo valor do que ràriamente conduz mais corrente teria que ser introduzida num
a uma tensão positiva de mesmo do que no estado quiescente. ponto onde o sinal aparece dire-
valor, pod~mos ajustar a ampli- Agora entretanto, na ocorrência tamente ou através de um capa-
tude do pulso para evitar que o do flanco de descida do pulso citor de acoplamento no anodo
multivibrador faça uma transição de entrada, a grade toma-se ne- da válvula que está conduzindo.
reversa na descida do pulso. Para gativa, assumindo um valor de Do que foi dito até aqui, po-
o multivibrador descrito acima, acôrdo com a amplitude do pul- demos depreender que o método
a amplitude do pulso negativo so. Como o circuito é muito mais adequado para se disparar
pode estar aproximadamente en- mais sensível a um pulso nega- assimêtricamente um multivibra-
tre um pouco menos do que 2,5 V tivo aplicado à grade em con- dor bi~stável consiste em se
e um pouco menos do que 15 V. dução, poderá verificar-se uma aplicar um pulso negativo de
O multivibrador é mais sensível transição. De fato, se considerar- uma fonte de alta impedância ao
a uma tensão negativa aplicada mos, como acima, que o ganho anodo da válvula em corte.

- - oOo - - -

750 DOLARES POR UM SINTONIZADOR DE FM tém nada menos que seis estágios de FI, proporcionando
uma curva de seletividade com atenuação de 108 dB po
Os audiofilos norte-americanos vêm se constituindo nnm oitava. O ganho total (PI + limitadores e excitadores O•'
excelente mercado para os fabricantes de equipamento de detetor) é de cêrca de 140dB, o que corresponde a 10 r
áudio dos EUA e basta folhearmos algumas revistas de vêzes. Os transformadores de FI não necessitam de ne-
eletrOnica para termos uma idéia do fabuloso estágio de nhum retoque de sintonia quando as válvulas são substi-
desenvolvimento tecnológico atingido por Tio Sam, não &6 tuídas.
no que concerne aos ampllficadOJ"el! m-PI, estéreo, comll
também em relação aos sintonizadores de PM, alto-falantes, O tubo de ralos catódicos (3") permite que o operador
gravadores, etc. Os amantes da alta-fidelidade estão ~ria­ possa observar as diversas fases do processamento do sinal
mente empenhados em obter uma reprodução sonora cada mediante a simples atuação de uma chave seletora. Embora
vez mais perfeita e, assim sendo, os fabricantes de a-pa- o aparelho possua tOdas as características de um modêlo
relhos são solicitados a desenvolver circuitos ultra-elabora- profissinal, o mesmo é destinado ao público amador. Con-
dos, a fim •de garantirem suas posições num dos mais ren- tudo, algumas estações de FM norte-americanas o est~.o
dosos mercados dos EUA. utilizando para monitorar os seus próprios sinais.
Uma das mais recentes noticias referentes a êste ramo Segundo um porta-voz da Marantz, o desenvolviment(l
da eletrOnica focaliza um nOvo sintonizador de FM, o mo- do projeto custou 250 000 dólares e, dêste modo, o prêço
dêlo 10-B, fabricado pela Marantz Co (EUA), o qual, ape- de cada aparelho não pode ser inferior ao cobrado atual.-
sar do seu preço astronOmico de 750 dólares, vem apre- mente, US$ 750. A revista americana "Rádio Electronics"
sentando ótimo índice de vendas entre os audiofilos. Parn comparou o 10-B a "algo como o Rolls Royce ou a Leica.
se ter uma idéia do seu preço basta lembrarmos que o o fruto de uma pesquisa que pode parecer fanática par-.1
10-B custa duas vêzes mais que os FMs convencionais, po- muitos".
rém de alta qualidade.
Outro fato interessante é que, embora se trate de um
O referido aparelho possui nada menos que 21 válvulas, circuito fora do convencional, a Marantz não titubeou em
1 transistor, alguns diodos e . . . um tubo de ráios catódi- permitir a publicação do esquema em revistas de eletrOnica
cos! Permite recepção tanto em FM convencional (monoJ dos EE.UU., o que serve de exemplo para outras indústrias,
como estéreo. Enquanto que os sintonizadores convencio- inclusive brasileiras, que gostam de "fazer mistério" &óbre
nais possuem quatro estágios de FI (dupla sintonia), o que seus aparelhos, muitos dos quais não apresentam nada de
dá uma curva da ordem de 48 dB por oitava, o ·10-B con- nOvo, mas são "trancados a sete chaves•.

MAIO/JUNHO, 1967 119


Estabilização térmica
de amplificadores de potência
transistorizados
Os estágios de potência dos no circuito do emissor, deve ser
amplificadores de áudio que n.ão rejeitada pois êsse procedimento
usam transformador, são relati- conduziria a uma diminuição sen-
vamente simples e econômicos, sível da potência utilizável e a
apresentando também baixa dis- um péssimo aproveitamento da
torção. · No entanto, apesar des- tensão de alimentação.
sas vantagens, são muito pouco
usados devido à instabilidade tér- Para explicar como os transis-
mica que apresentam a maioria tores podem "pifar" vamos nos
dos circuitos propostos, instabili- utilizar da figura 1, que repre-
dade esta que leva os transisto- senta a forma clássica de um am-
res que compõem o circuito fà- plificador de potência sem trans-
cilmente à destruição. Até 30 ou formadores.
400C de temperatura ambiente, O amplificador se compõe de
êsses circuitos são estáveis o que FIG. 1 dois seguidores de emissor
no entanto é insuficiente para os Circuito básico de um amplilicador de (T,-T, e Tr-T,) o que faz com
usos práticos. potência sem transformadores. que o potencial (tensão) do ponto
Vamos examinar as causas des- B (Us) seja, com boa aproxima-
sa instabilidade térmica, ou seja, contraditórias: é necessário asse- ção, uma reprodução do que
como e porque os transistores gurar uma utilização tão comple- acontece no ponto A (U.).
"pifam", a fim de nos orientar- ta quanto possível da tensão de O valor das resistências R" R,
mos na procura de uma solução alimentação e ao mesmo tempo e R, é geralmente escolhido de
para o problema. estabilizar a corrente de repou- modo que a tensão u. seja igual
Uma realimentação de corrente so. A solução mais comumente à metade da tensão de alimenta-
contínua existente entre a saída adotada, ou seja, a introdução de ção. Portanto podemos escrever
de um amplificador sem transfor- uma resistência de estabilização o seguinte:
madores, de acoplamento direto,
e a sua entrada, não garante os R,
transistores contra os efeitos de
uma elevação de temperatura. R,+ R, + R, 2
Ela simplesmente estabiliza a ten-
são de repouso do estágio de saí- A corrente de repouso, I. dos transistores de potência (T3 e T,) pode
da, enquanto que a corrente de ser determinada com uma aproximação satisfatória através da expressão:
repouso dos transistores de potên- u.
cia continua sem regulação. ~2 ~4 + l,o2 S, ~4 + 1<04 S, ~2 (l)
Para um funcionamento satis- 2R.
fatório do amplificador seria ne- onde
cessário que se previsse para êle ~' e ~. = ganho de corrente dos transistores T, e T,, respectivamen-
um sistema duplo de estabiliza- mente, na montagem emissor comum
ção. O primeiro serviria para S, e S, = coeficientes de estabilidade dêsses transistores (0 coeficien-
manter a tensão de repouso do te S nos diz de quanto varia a corrente de coletor quando a
estágio de saída a um valor de corrente inversa I.o sofre uma determinada variação e de-
aproximadamente a metade da pende do sistema de polarização do transistor).
tensão de alimentação. O segun- = correntes inversas do coletor de T, e T,
do estabilizaria a corrente de re- resistência de entrada do conjunto T, - T,
pouso dos transistores de potên- tensão de polarização obtida pela relação:
cia. :f: exatamente aquí que toca-
mos no ponto fraco da questão. R,
A solução dêsse problema impli-
ca em obedecer a duas condições R, + R,+ R,
120 REVISTA ELETRONICA
FIG. 2 res de potência, como já havía-
Rs
1,5k
mos dito, aumenta e disto resulta
da relação (2) que a corrente é
base do mesmo transistor dir
nui, o que leva a diminuição da
tensão de polarização u. dos
transistores de potência e portan-
to estabiliza suas respectivas cor-
rentes de repouso.
Aplicando-se um sinal alterna-
do na entrada do amplificador,
a corrente de comando do tran-
A sistor, T,, durante o ciclo positi-
RI
4.7k
vo, é determinada pelo valor de
o- . -..~ Tz R,. O transistor T, se encontra
bloqueado e limita a corrente de
coletor de T,. O coeficiente f3,
diminui e a corrente de base cor-
respondente assume um valor
próximo ao da corrente do emis-
sor.
Durante o ciclo negativo, quan-
R 4 -24k Cz 10pF/ 12V do o transistor comandado é T,,
'
I c4 '
I
a corrente de coletor de T,, será
L---~1-----J mínima. O valor de R, é escolhido
IOOOpF de maneira que, a corrente de
repouso dos transistores de po-
Quando a temperatura ambien- rior à resistência R, e sua influên- tência esteja compreendida entre
te aumenta, a resistência R. di- cia sôbre a corrente de T, pode 1OrnA e 20mA na temperatura
minui, enquanto que os fatôres ser desprezada. normal.
~. S e I., aumentam. A corrente Em uma montagem convenien- No amplificador da figura 2, a
de~ repouso dos transistores de temente "dimensionada" a tensão tensão de repouso no ponto B,
potência aumenta, como podemos do ponto A (fig. l) depende mui- é mantida aproximadamente igual
depreender da relação ( 1), o que to pouco das modificações da à metade da tensão de alimenta-
conduz a um aquecimento suple- temperatura ambiente e tem o ção às custas do transistor T1 e
mentar dêstes transistores e por- valor de aproximadamente a me- da realimentação em corrente
tanto a uma nova diminuição d tade da tensão da fonte de ali- contínua devida à resistência R,.
R. e novo aumento de ~. S I'"" mentação. A tensão entre o co- Qualquer modificação da cor-
A corrente de repouso aument.1. letor e o emissor de T, é muito rente de coletor de T, leva a uma
ainda mais e o ciclo continua ati; pequena (0,7V a 0,9V) pois êle modificação da tensão entre base
que o transistor de potência está próximo à saturação. Daí e emissor de T~, cuja corrente de
"pife". resulta que a sua corrente de co- coletor se opõe às variações da
Para evitar que isso aconteça letor Ic, não depende da tempe- corrente de coletor de T,. Supon-
é necessário que a tensão u. di- ratura ambiente e pode ser ex- do que em seguida a um aumento
minua quando a temperatura au- pressa por: da temperatura ambiente a cor-
menta. SE. -8 rente de coletor de T, tenha au-
As soluções que iremos propor I"=----- mentado, teremos que isso nos
deverão assegurar um bom fun- 10 R, leva a um aumento da corrente
cionamento de -20°C até +SOOC expressão que representa a dife- de coletor de T, e a uma dimi-
com uma boa utilização da ten- rença nuição da polarização negativa
são de alimentação_ Uma delas da base de T,, cuja corrente de
é a da figura 2. coletor então será reconduzida a
Examinando então a figura 2. 2 R, seu valor inicial.
vemos que no amplificador sem A estabilidade da corrente de
A polarização dos transistores
transformadores e de acoplamen- coletor de T 2 é determinada pela
de potência é obtida através da
to direto, a estabilização da cor- relação entre as resistências R,
resistência ~ pela queda de ten-
rente de repouso dos transistores e R,. A resistência R, deve ter
são provocada pela corrente de
de potência T, e T, é realizada um valor tão pequeno quanto
base I., de T,, e pode ser deter-
por intermédio de um transistor minada pela relação: possível, pois ela limita a tensão
suplementar T,. ~ste transistor de entrada do estágio de potên-
deve estar localizado nas vizi- ~ cia. Seu valor não deverá exceder
nhanças imediatas dos transistores u. = r., R. = --- R, I5n a 20n. Decorre daí portanto
de potência de modo a assegurar f3, que a estabilidade da tensão de
a regulação da polarização em onde L, representa a corrente de repouso do estágio de saída é
função do aquecimento dêstes úl- coletor de T, e f3, o ganho de controlada pela escolha judiciosa
timos. corrente de T, na montagem da resistência R,.
A corrente de coletor do tran- emissor comum. Se nós aumentamos muito o
sistor T, é deterffifnada pelo valor Quando a temperatura ambien- valor de R, pioramos a estabili-
da resistência R, e da tensão de te aumenta ou os transistores de dade. Se nós a diminuirmos exa-
alimentação. A resistência de car- potência se aquecem, o ganho ~ ' geradamente, pode-se temer uma
ga representada pela bobina mó- do transistor T, localizado na super-compensação: a tensão de
vel do alto-falante, é muito infe- vizi~hança imedita dos transisto- repouso aumenta com o aumento

MAIO/JUNHO, 1967 121


do temperatura ambiente. Se o Um outro exemplo de estabi- de cêrca de 20% da potência má-
valor de R, é bem escolhido, a lização é dado na figura 3, onde xima, enquanto que o transistor
tensão de repouso ficará pràtica- para tanto nos utilizamos de um de compensação T, deve ser
mente estável até temperaturas amplificador separado de corren- colocado imediatamente nas vizi-
ambientes da ordem de +600C. te contínua que se utiliza do tran- nhanças dos transistores de potên-
A realimentação de corrente sistor T,. cia a fim de se encontrar cons-
contínua, que se estabelece entre A estabilização da corrente tantemente à mesma temperatura
a saída do amplificador e sua en- quiescente dos transistores de po- que êstes últimos. Isto é válido
trada através de R,, contribui tência é feita através do transis- também para o circuito da figura
igualmente para estabilizar a ten- tor suplementar T, da mesma 2, isto é, para os transistores T.
são de repouso do estágio final. maneira que no amplificador da e T, (potência) e T, (compen-
As resistências R, e R., assim figura 2. sação).
como o condensador C, são uti- A tensão de realimentação é A potência dissipada pelos tran-
lizados para o circuito de reali- obtida através do condensador c. sistores de saída depende da am-
mentação de corrente alternada. enquanto que a base do transistor plitude do sinal amplificado, e é
A relação entre estas resistências
determina o ganho do amplifica-
dor, que é da ordem de 4 para
os valores indicados, na freqüên-
cia de 1 OOOHz.
A potência de saída P, depen-
de da tensão da fonte de alimen·
tação e da carga R. (bobina mó-
vel). Ela pode ser calculada pela
seguinte relação:
(Eb - 0,5)'
P, =
SR.
Com amplificadores dêste tipo
chega-se fàcilmente a porcenta·
gens de distorção da ordem de
2% a 3% em l.OOOHz, a plena FIG. 3
potência, e com uma largura de Yariante do circuito da figura 2, também com estabilização dupla.
faixa de 30Hz a 20.000Hz para
= 3dB. Se nós quisermos atenuar
freqüências acima de 8.000Hz, T 7 recebe uma polarização fixa máxima quando a amplitude da
aproximadamente, deve-se prever, cujo valor é determinado pela re- tensão na carga é igual a 0,636
no circuito de realimentação um lação entre as resistências Ru e Eb. Nessas condições a potência
condensador de aproximadamente Ru. dissipada em cada transistor (P.)
l.OOOpF (C.). A resistência R1o limita a cor- pode ser determinada pela seguin-
Os testes feitos com o ampli- rente de base do transistor T,, te relação:
ficador da figura 2 mostraram enquanto que o condensador c, Fb'
que a corrente de repouso dos
transistores de potência passa de
assegura um desacoplamento pa- P. = 0,2 P.... = 0,025 - -
ra as tensões alternadas. A por- R.
16mA a 40mA quando a tempe- centagem de realimentação em onde P...,. é a potência máxima
ratura ambiente, aumenta de 200C corrente alternada é determinada de saída do amplificador. O valor
a 550C. O regime de 55°C foi pelas resistências R, e R, e o con- de P. assim obtido, nos guia quan-
mantido durante 2 horas, sem densador C,. O condensador C, to à escolha dos transistores que
que a corrente de repouso au- determina uma realimentação pe- iremos usar e o cálculo dos seus
mentasse acima do valor indicado. lo circuito de alimentação. dissipadores.
Em compensação, um amplifi- A tensão quiescente do estágio Os transistores que foram uti-
cador do mesmo tipo, porém de saída é ajustada para o valor lizados nos dois amplificadores
não compensado, testado a 5 soe, da metade da tensão de alimen- descritos são os seguintes:
apresentou um aumento da cor- tação pela resistência Ru. Qual-
rente quiescente até 1OOmA em quer modificação desta tensão é T, e T, (fig. 2);
cêrca de 5 minutos, continuando amplificada pelo transistor T, e T, e T. (fig. 3) - germânio NPN
a corrente depois a aumentar de aplicada, através de R., à base de =
I • ...,. 20mA
valor até que os transistores de T 1 em oposição de fase, o que P...,. = 150mW
potência "pifaram". faz a tensão quiescente do está- ~ = 25
A colocação em funcionamento gio final voltar ao seu valor pri- T., T, e T. (fig. 2);
do amplificador se reduz ao ajus- mitivo. A estabilização assim ob- T, e T, (fig. 3) germânio PNP
te das resistências R, e R.. Como tida é tão enérgica que a tensão I. .... = 20mA
já comentamos, o valor de R, de- quiescente do estágio final fica
pràticamente estável mesmo que
=
P...,. 150mW
termina a tensão quiescente do
ponto B, que vale aproximada- a temperatura .ambiente suba até
~ = 30 - 35
T. e T, (fig. 2)
mente a metade da tensão de ali- +600C.
mentação. A resistência R. deter- E necessário, para um funcio- T, e T. (fig. 3) germânio PNP
mina a corrente quiescente dos namento normal que os transis- =
P.... 750mW
transistores de potência, ajus- tores de potência (T, e T.) sejam T, (fig. 3) germânio PNP
tada normalmente entre 1OrnA e montados sôbre dissipadores que =
P max 150mW
20mA. - permitam dissipar uma potência ~= 35 - 40

122 REVISTA EI..ETRONICA


AMPt/IIOMDA
PESQUISADOR DE SINAIS DE RF
A Amplissonda consiste de uma unidade ampUficadon de RF I detetora,
montada em forma de ponta de prova e se destina a operar independentemente
ou em conjunto com o Multipesquisador (RE-20, pág. 65) no exame dos es-
tágios conversor e amplificador de FI em receptores e oscUador emt gravado-
res de som. O circuito utUiza transistores, o que pOSSI'bUita uma montagem
bastante compacta.
Todos os componentes empregados na montagem do instrumento são de
fácil aquisição no mercado especializado. Sua construção foi cuidadosamente
'estudada, de modo a permitir sua execução por qqem não disponha sm~o
das ferramentas usuais.

O CIRCUITO O acoplamento para o segundo estágio se rea-


liza através de C,. O transistor TR, é também pola-
O circuito da amplissonda (fig. 1) é constituído rizado de acôrdo com o princípio de meia tensão
por três estágios amplificadores de RF, utilizando pelos resistores R, e R..
transistores AF115, e por um detetor ou demodu-
lador. O acoplamento do segundo para o último es-
tágio é direto, o que elimina a possibilidade de ocor-
O primeiro estágio tem por finalidade princi- rerem deslocamentos ou rotações de fase do sinal. O
pal elevar a impedância de entrada do dispositivo, transistor TR, é polarizado por meio de R, e R"'
o que se consegue por intermédio do emprêgo do êste último desacoplado por C,. Os resistores R,, R.
resistor não desacoplado R, no emissor de TRh bem e R,., bem como os capacitares C, e C, atuam como
como pela ligação de R, em série com a entrada elementos desacopladores, evitando o aparecimen-
do amplificador. Com tal arranjo se obtém, ade- to de oscilações espúrias.
mais, o aumento da componente resistiva e a redu-
ção da componente capacitiva da impedância de en- O detetor é do tipo dobrador de tensão, com
trada, o que é altamente desejável. O capacitor de dois diodos OA 70. E.ste tipo de circuito foi usado
acoplamento C, proporciona o isolamento à C.C. com o intuito de se aumentar a sensibilidade do
necessário à proteção de TR,. O estágio é polariza- instrumento. A resistência de carga de C.C. do de-
do e termicamente estabilizado segundo o princí- tetor é de valor maior qu~ o usual, de forma a me-
pio de meia tensão, pelos resistores R, e R.. lhorar a relação CA/CC e tomar a amplissonda

AF/15 AF/15 AF/15


RS
IK
r-----------~-----.~~~~--------------~~-----o-6V
Cl'
25pF

OA70

C3
25pF

R/2
56K
L__ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _. __ _ _ __ ._ _ _ _ _ __ ._ _ _ __ ._ _ _ _ ~~--~~------o -j

FIG. 1
Circuito esquemático da amplissonda. O pólo positivo é ligado ao tubo de blindagem.

MAIO/JUNHO, 1967 123


BASE/
ISOLANTE 1 c1 !
8 E' c
FIO
SHIHDAOO

PINO VERMELHO~ :::J


PINO PRETO

PINO CINZA/' ~

GARRA JACARE ~
(a)

T
0000 Qoooo Qoooo oo O 000000000
o 19
.i_

~-----------------------165----------·--------------~-t
(b)
FIG. 2
Furação da tira de fenoUte (a) e disposição dos componentes da tira (b).

bastante sensível para ser usada com um fone de A amplissonda é encerrada em um invólucro
alta impedância. de alumínio feito de um tubo de 25mm (l") de diâ-
O circuito acima descrito assegura uma sen- metro, com 185mm de comprimento.
sibilidade de pelo menos lOO!J.V na freqüência de Uma das extremidades do tubo é fechada por
500 kHz, modulada a 30% por um sinal de 1kHz, um tarugo de plástico, no centro do qual se faz um
fornecendo uma tensão de áudio de 3mV em uma furo para a passagem livre de uma agulha de cos-
carga externa de 33kn. Como se pode apreciar no tura de aço inoxidável de 7cm de comprimento. A
diagrama da fig. 1, o circuito é totalmente aperió- outra extremidade é fechada por um segundo taru-
dico, proporcionando desempenho bastante uniforme go de plástico fixado à tira de fenolite, tendo no
nas diversas faixas de RF. centro um furo de 3mm de diâmetro, destinado à
Embora com alguma distorção, a amplissonda passagem do cabo de ligação. ~se cabo constitui-
é também capaz de responder às freqüências da fai- -se de: a) um fio simples terminado por um pino
xa ultrassônica e até mesmo da parte mais alta do banana prêto (alimentação -6V); b) cabo blindado,
espectro de áudio. tendo seu fio central terminado com pino banana
branco (saída do detetor); e a blindagem, terminada
As características da amplissonda são as por pino banana vermelho (pólo comum da alimen-
seguintes: tação). Junto ao cabo sai um pedaço de fio: um
de seus extremos é soldado, no interior da aplisson-
Impedância de entrada em 500kHz 38kn da ao pólo positivo; o outro é ligado por meio de
Capacitância de entrada em 500kHz 5pF um terminal a um parafuso de 1/8", bem apertado
Sensibilidade em 500kHz >lOO!J.V (com porca externa) ao tubo de alumínio. ~ indis-
pensável assegurar-se um bom contato entre êste
parafuso e o tubo da amplissonda. Ao mesmo pa-
CONSTRUÇÃO rafuso se prende, um pedaço de fio terminado por
uma garra jacaré que servirá para ligar a blinda-
Como todo dispositivo destinado a operar em gem da amplissonda com o chassi do equipamento
freqüências altas, a amplissonda requer um certo em teste.
cuidado em sua construção. A disposição dos com-
ponentes é crítica e as ligações devem ser curtas,
recomendando-se, pelo menos a quem não tenha APLICAÇõES
muita prática ou experiência em trabalhos do gêne-
ro, seguir com atenção as indicações formuladas A amplissonda se presta muito ao exame de
a seguir. circuitos de RF, particularmente dos estágios de RF
Os componentes são montados em uma tira de' e FI dos receptores de rádio, incluindo-se o con-
fenolite de 165 x 19mm, furada como se ilustra na · versor, e o oscilador local, pois a capacitância de
fig. 2a. Nos furos pequenos rebitam-se ilhoses, nos entrada da amplissonda é muito reduzida, não al-
quais são soldados os terminais dos componentes terando apreciàvelmente a sintonia dos circuitos em
e fios de ligação. O diagrama chapeado da figura verificação.
2b mostra a melhor disposição a ser adotada para A. impedância apresentada pela ponta em
a colocação dos componentes na tira de fenolite. 500kHz é de 38kn (5pF em paralelo com 47kn).

124 REVISTA ELETRONICA


tste valor é satisfatório para a maioria das aplica- Para se utilizar a amplissonda em conjunto
ções. com o Multipesquisador, a alimentação é tirada do
borne inferior de -6V. A chave do contrôle de
A sensibilidade proporcionada pela amplisson- sensibilidade do Multipesquisador será comutada pa-
da, quando usada em combinação com o multipesqui- ra a posição mais adequada, tendo em vista a in-
sador, é bastante elevada; na maioria dos casos, é
suficiente colocar-se a ponta do dispositivo na pro- tensidade do sinal detetado.A posição de 3001J.V só
ximidade de um condutor ou terminal vivo de RF, é usada, em geral, no caso de sinais de entrada mui-
para se perceber nitidamente o sinal. Ao se tocar to fracos.
com a ponta no referido ponto vivo, havendo si-
nal de grande amplitude, pode ocorrer a saturação Desligando-se o Multipesquisador e retirando-se
e até mesmo o bloqueio e emudecendo o sistema. a alimentação para a amplissonda do borne supe-
Graças a essa sensibilidade é possível acompanhar- rior de -6V, o sinal detetado pode ser ouvido em
-se o sinal "no ar", descobrindo-se, por exemplo, a um fone comum de cristal ou magnético de 2.000!1.
existência de realimentações positivas responsáveis O consumo das pilhas é, dêsse modo, muito redu-
por oscilações espúrias, provocadas por acoplamen- zido, caindo para 1,5mA.
tos indesejáveis entre os componentes ou entre os
próprios condutores da fiação ou do cabeamento. Na saída da amplissonda encontra-se também
a componente CC do sinal pesquisado, com polari-
Testando-se o sinal na placa ou coletor de um dade negativa, que pode ser verificada por meio de
estágio conversor, pode ocorrer, devido às caracte- um multitester comum, escolhendo-se uma escala
rísticas normais de funcionamento do estágio, um
efeito de mascaramento da freqüência intermediária adequada de volts C.C.. Esta possibilidade pode ser
pela tensão residual do oscilador local, levando-nos extremamente útil para a verificação (não medição
a suspeitar de seu bom funcionamento. O mesmo do valor) da presença de oscilação local em con-
fato poderá acontecer ao se proceder à verificação versores, principalmente nos transistorizados. Do
no terminal de grade ou de base do estágio consi- mesmo modo pode-se verificar o funcionamento do
derado. Para se ter certeza de que o conversor está oscilador nos gravadores de fita magnética. (pola-
funcionando corretamente, basta, em tais circuns- rização da cabeça apagadora). A tensão de polari-
tâncias, paralizar temporàriamente o oscilador lo- zação de oscilação pode ser pesquisada, nêsse caso,
cal ou pesquisar a presença do sinal de conversão tanto no próprio oscilador, como diretamente nos en-
no secundário do primeiro transformador de FI. rolamentos da cabeça gravadora ou apagadora.

- - ooo -

SEGURO DE 1 BILHAO -Constellations da I..Qckheeed, enquan- desenvolverem novas idéias para o


DE DóLARES to que o AWACS, empregará aero- projeto de subsistencla do radar.
naves do porte dos Boelngs 707.
• A Hughes Alrcralt Co está tra-
A FOrça Aérea dos EE . UU . está O principal equipamento do AWACS balhando num subsistema baseado
desenvolvendo um nOvo e fabuloso será um bem elaborado radar, Ins- num radar doppler (com freqUência
programa que se traduzirá em nada talado numa capsula localizada na de repetição média) na banda C
menos que US$ 1 bilhão para a In- parte superior da aeronave, especial- (5 000 a 6 500 MHz) . Financiamento
dústria eletrOnica norte-americana. Um mente projetado para detetar e ras· da USAF: US$ 3,5 milhões.
dos principais itens deverá ser o trear outros aviões voando em baixas
AWACS (Airbone Wamlng and Com· altitudes. O restante do equipamento • A Raytheon Co recebeu igual
rnunication System), projeto êste que eletrOnico Incluirá computadores, ln. quantia para desenvolver um equipa-
deverá estender o ralo de ação dos dicadores digitais, aparelhos de comu- mento com pulsos de baixa freqUência
sistemas de alarme americanos além nicações <longas e curtas distAncias) , de repetição, operando na banda S
(1 500 a 5 200 MHz) .
das costas leste e oeste do pais. etc.
O sistema deverá Incluir aviões, es- • A Westlnghouse Eletrlc Corp con-
A AWACS não será eficaz no caso
pecialmente construidos pela Boeing centra seus esfOrços num doppler com
de um eventual ataque de foguetes
e Douglas, que deverão conter o maior pulsos de alta freqUência de repeti-
de balistlcas, mas segundo a USAi',
número de equipamentos eletrOnicos ção, operando também na banda S .
será de grande utilidade no caso de
j_amais utilizados em qualquer tipo uma ofensiva por parte de países ~" ~ • A General Eletrlc Co estuda o
de aeronave, civil ou militar . O custo não estão suficientemente equipados desempenho do sistema na banda P
de cada avião será de aproximada· com estas armas, corno é o caso de (225 a 390 MHz) , de acOrdo com um
mente 20 milhões de dólares e esti · Cuba e da China Vermelha. contrato conjunto com a FOrça Aérea
ma-se que o equipamento eletrOruco e a Marinha.
deverá pesar cêrca de 18 000 kg. Se- O Comando Tátlco Aéreo da USAF
gundo recentes Informações do Pên· deverá equipar suas fOrças com o Finalmente, a Hazletine Corpe re-
tagono os custos de desenvolvimento AWACS , que deverá servir como pOsto cebeu um milhão de dólares par.l
serão da ordem de 300 milhões e cin- de comando aéreo, centro de comu- estudar a utilização da banda P /X
qUenta aeronaves e deverão ser cons- nicações, etc ., além de oferecer au- (225 a 10 900 MHz) .
truídas entre 1970 e 1875. xílios de navegação às demais aero-
Os contratos referentes nos compu-
naves das esquadrilhas.
O sistema atualmente em uso pela tadores, sistemas de comunicações,
USAF no Vletnarn, menos sofisticado, A FOrça Aérea encarregou cinco etc., estão sendo arduamente dispu-
utiliza aviões semelhantes aos Super- gran<;les companhias de estudarem e tados pela IBM, RCA, Lltton, etc.

MAIO/JUNHO, 1967 125


OPERAÇOES COM A RÉGUA DE CALCULO

MULTIPLICAÇAO duzimos os números de acôrdo com o método in-


dicado, obtendo:
Usaremos para efetuar a multiplicação, as es-
calas C e D, embora essa operação pudesse também 2,56 X 10 = 25,6
ser efetuada usando-se as escalas A e B. Contudo,
neste últim~ caso, o resultado seria bem menos
3,3 x w-• = o,33
preciso. e portanto,
25,6 X 0,33 = 2,56 X 10 X 3,3 X to-•.
REGRA:
A seguir colocamos o índice esquerdo da esca-
la C sôbre 2,56 ou seja, sôbre o traço da escala D
Para se obter o produto de dois números da- que representa os algarismos 256 e a linha do cur-
dos localiza-se na escala D um dos fatôres, mar- sor sôbre 3,3 (ou seja, 33) na escala C. Os alga-
cando-o com a linha do cursor. A seguir desliza-se rismos significativos do produto, 845, são lidos na
a regueta até que o índice esquerdo (graduação 1) escala D sob a linha do cursor. A obtenção da or-
da escala C coincida com a linha do cursor, ou dem de grandeza do resultado (posição da vírgula)
seja, com a posição correspondente ao ,Primeiro f~­ é tarefa relativamente fácil já que através do méto-
tor. O cursor é agora movimentado ate que sua li- do proposto sabemos que o resultado representa o
nha coincida com a posição na escala C, correspon- produto de 2,56 por 3,3, portanto 8,45, e a potên-
dente ao segundo fator. O produto é lido nessa dis- cia de dez que acompanha o resultado lido é obti-
posição, na escala D, sob a linha do cursor. da pela multiplicação das potências de dez que acom-
Quando o produto do primeiro algarismo _de panham os números 2,56 e 3,3 ou seja:
um fator pelo primeiro algarismo do outro for ma1or
que 10 (por exemplo: 686 x 422, onde 6 x 4 =
24 10 x to-• = 100 = 1
> 10), a posição do segundo fator na escala C es-
tará fora da escala D. Nesse caso, ao invés de le- Portanto, o resultado final será: 25,6 x 0,33 =
varmos o índice esquerdo da escala C à frente do = 8,45 X 1 = 8,45 ..
primeiro fator, deslocamos o índice direito para essa
posição. (2) Ache o produto de 3.750 por 0,088.

Solução: Da mesma forma que em (1), escre-


LOCALIZAÇÃO DA DECIMAL NO vemos os números da seguinte maneira: 3,75 x lOZ =
PRODUTO = 3.750 e 8,8 x 10- 2 =
0,088. Como 3 x 8 24 =
> 10, utiliza-se aqui o índice direito da escala C.
As posições da régua de cálculo estão ilustradas na
Um processo bastante prático para a localiza- figura 5. Coloca-se o índice direito da escala C na
ção da decimal em um produto, consiste na redu- direção de 88, ou seja, 8,8 da escala D. A seguir,
ção dos fatores da multiplicação a um número en- coloca-se a linha do cursor sôbre 375 ou seja, 375,
tre 1 e 10, acompanhado da potência de dez ade- na escala C. Os algarismos significativos obtidos
quada •. Assim, por exemplo, o número 204 seria na leitura da escala D sob a linha do cursor são
escrito da seguinte maneira: 204 =
2,04 x 10Z, ou 330 ou 33. Lembrando que o resultado expressa o
seja um número de 1 a 10 (2,04) acompanhado da produto de 3,75 x 8,8, evidentemente seu valôr é
potência de dez (lOZ) que dá a sua ordem de gran- 33. A potência de dez que o acompanha é dada por
deza. Para representar o número 0,0687 dessa ma- lOZ x I0- 2 =
10' =
10. Portanto, o resultado final
neira escreveríamos apenas: 6,87 _x I0- 2• é igual a 33 x 10 =
330.

EXEMPLOS: DIVISAO
(1) Ache o produto de 25,6 x 0,33. Também a divisão será explicada utilizando-se
as escalas C e D.
Solução: Neste caso, usa-se o ' índice ~S<!uerdo
da escala C, pois 2 x 3 = 6 < 10. As pos1çoes da
régua de cálculo estão indicadas na figura 4. Re- .
REGRA

(*) Naturalmente aerá aqui neceuário ali'Um eonhe- Para se determinar os algarismos do quociente
elmento de poteneiação : já dilleutlmoe feae ueunto na eê- de uma divisão, coloca-se a linha do cursor sôbre
rie de artil'oe ":Matemátlea para o T6enleo", Revista Ele-
trGnlea n .o 14, pá&'. 99. a posição correspondente ao dividendo na escala D.

126 REVISTA ELETRONICA


K
A

FIG. 4

FIG. 5

FIG. 6

K
A

D
L

FIG. 7

FIG. 8

MAIO/JUNHO, 1967 127


FIG. 9

K
•'
A
•'
•'
c
o
L lg·

FIG. 10

FIG. 11

A seguir, desliza-se a regueta até que a pos1çao (2) Divida 26 por 0,152 (Lembrar que dividir
correspondente ao divisor na escala C fique sob a potências de mesma base corresponde a subtrair o
linha do cursor. Os algarismos do quociente são expoente do divisor do expoente do dividendo).
lidos na escala D na posição justaposta ao índice
da escala C que estiver sôbre a escala D (índice Solução: A figura 7 ilustra a disposição da ré-
direito ou esquerdo, dependendo do caso). gua. A linha do cursor é colocada sôbre 26 (ou
seja, 260) na escala D. A seguir, coloca-se o valor
A localização da decimal no quociente é exe- de 0,152 (ou seja 152) da escala C sob a linha do
cutada de forma semelhante à sua localização no cursor. A leitura da escala D, neste caso, na dire-
produto. ção do índice esquerdo da escala C, será 171.

EXEMPLOS:
Sendo 26 = 2,6 x 10 e 0,152 = 1,52 x I0- 1,
2,6 X 10
(1) Divida 5.280 por 88. decorre que,
1,52 X JO-I
= 1,71 X 10' = 171.
Solução: A disposição da régua é ilustrada na
figura 6. A linha do cursor é colocada sôbre 5.280, (3) Divida 16 por 256.
ou, 528 na escala D. A seguir a regueta é ajusta-
da de forma que a posição correspondente ao divi- Solução: As posições para êste cálculo são vistas
sor, 88 (ou seja 880), na escala C, fique sob a li- na figura 8. A linha do cursor é colocada sôbre 16
nha do cursor. Os algarismos significativos do (160) na escala D. Colocando-se o valor 256 da es-
quociente são lidos na escala D, na direção do ín- cala C sob a linha do cursor, o valor obtido na
dice direito da escala C. Nesse caso, o índice coin- direção do índice direito será 625.
cide com a graduação principal marcada 6.
Como 16 = 1,6 x 10 e 256 = 2,56 x 10', o
Para se determinar a decimal no quociente, resultado será:
5.280 é tomado como 5,28 x 103 e 88 como
8,8 x 10. O resultado será então igual a 1,6 X 10
3
= 0,625 X JO- I 0,0625.
5,28 X 10 2,56 X 102
= 0,6 X 10 = 60.
2

8,8 X 10 (4) Divida 0,1564 por 728.

128 REVISTA ELETRôNICA


Solução: A figura 9 ilustra a disposição da ré- EXEMPLOS:
gua. Com a colocação dos valores 1564 e 728, os
algarismos significativos do quociente obtidos na es- (I) Extrair a raiz quadrada de 3 1.01.~:
cala D serão 215. Como 0,1564 = 1,564 x I0- 1 e
728 = 7,28 x 10', obtemos: SOlução: Separando-se 3 1.025 em grupos de dOIS
algarismos temos: 3:10:25. Como o ultimo grupo a
1,56 X J0- 1
esquerda contém apenas um algansmo, usa-se a me-
----- = 0,2 X JO-l = 0,0002. tade esquerda da escala A. A posição correspondente
7,28 X 102 a êsse numero é mostrada na t1gura I I. Na sua di-
reção, na escala U le-se I 7f> que corresponde aos
O quociente será, assim, 0,000215. algarismos sigmt1cat1vos da raiz. Como os grupos de
dois algansmos em 31.025 sao tres, esse sera o nu-
mero de algansmos a esquerda da virgula no resul-
QUADRADO DE UM NúMERO tado. A raíz quadrada de 31.025 será portanto, 1"/f>.
(2) Qual a raiz quadrada de 3. 1U:l,Y!
Os algarismos significativos do quadrado de
qualquer número podem ser encontrados ràpidamen- Solução: UJVJdmdo-se os números a esquerda da
te, colocando-se a linha do cursor sôbre o número vírgula em grupos de dOis algansmos teremos: J 1:O.l.
dado, na escala D e lendo-se o resultado na escala Como o Ultimo grupo a esquerda da virgula {JI)
A, sob a linha do cursor. A regueta não é usada contém do1s algansmos é utlilzada a metaoe <l1re1ta
na determinação de potências e raízes. da escala A. O valor na escala U, na 01reçao do
valor 310 da escala A d1re1ta é 5);/.
A figura 10 ilustra a posição do cursor para a
obtenção do quadrado de 2,5. O número 2,5 é loca- No numero dado, há do1s grupos de algansmos
lizado com a linha do cursor na escala D . Os alga- ~ esquerda da virgula. Assim, a raiz quadrada dese-
rismos significativos do quadrado, 625, são lidos sob Jada terá dois algansmos antes da virgula. Logo,
a linha do cursor na escala A. Para a determinação
da decimal, considerando-se o método adotado temos
v3.102,5 = 55,1.
(2,5)2= 6,25. O resultado será, portanto, 6,25. Embora nos do1s exemplos ac1ma, os números
dados apresentassem os mesmos algansmos sJgmllca-
tivos, suas raízes sao numeros totalmente d1terentes.
RAIZ QUADRADA DE UM NúMERO Isso se venticou devido ao uso das <luas metades da
escala A. .t•1ca assim claro que para um resultado
correto, deve-se usar sempre a parte <la escala que
Como, extrair a raíz quadrada de um número corresponde a cada numero.
é o inverso da operação de se elevar ao quadrado
a raíz extraída, a operação com a régua também Na extração da raiz quadrada de um numero
será invetrida, ou seja, o radicando é localizado na inteiramente decimal também se utiliza a diVJsao por
escala A e o resultado lido na sua direção na escala grupos para a determmaçao da decimal e da escala
D. No caso de um número menor do que. 100 a sua a ser utilizada. Os algansmos a direita da virgula
posição na escala A é fàcilmente determinada. Quan- são divididos em grupos de do1s algansmos, ate m-
do o número é maior que 100 entretanto, a sua cluir o pnme1ro afgansmo sigmticatiVO. Assim, a
posição poderá estar na metade esquerda ou direita; a divisào em 0,002f>\17 será O,OO::lf>, em O,Oll /f> será
para a determinação da escala que deve ser usada divisão em 0,000287 será 0,00:02. Da mesma forma
para um determinado número, utiliza-se um processo 0,08, em 0,357, 0,35 e em 0,20, 0,20. (..luando o
bastante simples, que possibilita também a localiza- ú).~o grupo à direita contiver um algarismo signi-
ção da decimal no resultado. São dois os casos a ficativo precedido de um zero, como em O,Oll/f> {O,Oll).
se considerar: quando o número dado é superior a usa-se a metade esquerda da escala A. Se esse grupo
unidade e quando o número é inteiramente decimal. contiver d01s algansmos sJgmtJcatJvos, como em O,J) 1
(0,35) ou amda em 0,20, usa-se a metade d1re1ta
Quando o número dado é superior à unidade, da escala.
desprezam-se, se houver, os algarismos à direita da
vírgula. Os algarismos à esquerda da vírgula são di· Em qualquer caso, a raiz quadrada do numero,
vididos em grupos de dois algarismos, a partir da é sempre mte1ramente decimal. Para cada grupo de
vírgula. O último grupo, poderá ter um só algarismo. dois zeros, sem mclUir o grupo que contem algansmo
O resultado terá tantos algarismos à esquerda da significativo, haverá um zero entre a virgula e o~
vírgula, quantos forem os grupos do radicando. As- algarismos sigmhcahvos da raiz.
sim, a raiz quadrada do número 862, que representa
dois grupos (8:62) terá dois algarismos à esquerda
da vírgula. Da mesma forma, a raíz de 1.702 (17:02) EXEMPLO:
terá dois algarismos à esquerda da vírgula, a raíz
de 18.563 (1:85:63) terá três algarismos à esquerda Ache a raíz quadrada de 0,0003 I.
da vírgula e a raíz de 2,367 um algarismo, etc. Solução: Os algarismos á d1re1ta da virgula sào
Quando o número de algarismos à esquerda da vír- assim divididos: 0,00:03. como no ultimo grupo apa-
gula for ímpar, ou seja, quando o último grupo à rece apenas um algansmo, precedido de zero, usa-se
esquerda contiver um só algarismo, utiliza-se a me- a metade esquerda da escala A. As posiçóes da régua
tade esquerda da régua. Se o número de algarismos são as mesmas determmadas para a extraçao da raiz
à esquerda da vírgula fôr par, ou seja, quando o quadrada de 31.025, Ilustrada na hgura I l. Os alga-
último grupo contiver dois algarismos, usa-se a me- rismos sigmticativos da raíz são 17f>.
tade direita da régua. Assim, para 735, 18762, 126,
432,57 e 5,68656 utiliza-se a metade esquerda da Como no numero dado, há um grupo de dois
escala A. Para 684752, 8763, 42,02 e 23, usa-se a zeros entre a vrgula e o grupo que contém o pn-
metade direita. meiro algarismo sigmticatJvo, na raíz haverá um zero

MAIO/JUNHO, 1967 129


entre a virgula e o pnme1ro algansmo sigmhcatlvo. algarismos. Utiliza-se portanto, a parte central da
A raíz será, portanto, 0,01/6. escala K. Na d1reçao da pos1çao de 455, nessa parte
da escala K, encontra-se na escala u a pos1çao cor-
Quando o pnmeuo algansmo sigmtlcauvo do respondente aos atgansmos signúicatlvos da raíz, D 1.
número dado está no primeiro grupo, o primeiro al-
garismo signibcatiVO da raíz vem Imediatamente de- Como ex1ste um grupo de algarismos, embora
pois da vírgula. A raíz quadrada de 0,25 por exemplo, incompleto, no número dado, na raíz navera um
s~ra 0,5.
algarismo antes da vírgula. Portanto "{V45,5 =
3,57.

Quando o número que se deseja extrair a raíz


CUBO DE UM NúMERO cúbica fôr inteiramente decimal, a divisão em grupos
será à d1re1ta da vírgula. Os algansmos sâo diVIdidos
O cubo de qualquer número e obtido colocando- em grupos de três, ate mcluir o pnmeuo algansmo
-se o número na escala U e lendo-se o resultado na significativo. Se êsse grupo contiver apenas um al-
escala K, sob a linha do cursor. A locallzaçao da
decimal também é te1ta pelo método que adotamos. garismo (como 0,00000235, onde 0,000:002) usa-se
Por exemplo, para se elevar 76,25 à terceua poten- a parte esquerda da escala K; se contiver dOIS alga-
cia, localiZa-se na escala U a pos1çao correspondente rismos signihcatlvos (como em O,OOOOJIS4, onde
aos seus algansmos sigmhcatJvos, 7625. Na sua di- 0,000:031S) usa-se a parte central da escala; se os
reção na escala K é lido 444. A localizaçao da de- três algansmos torem sigruhcauvos (como em 0,4J.~
cimal é obtida, lemorando que "16,25 = 7,65 x 10 ou 0,430) usa-se a parte direita da escala. A raiz
e portanto (76,25)' = (7,625 x lO)'= 444 x IlJ-'. cúbica e mteiramente decimal em qualquer caso e
toma um zero entre a vírgula e o primeiro algarismo
sigmficatlvo, para cada grupo de tres zeros no nu-
RAIZ CúBICA DE UM NúMERO mero dado.

O processo para extraçâo da raíz cúbica de um


número é semelhante ão que se emprega para extra- EXEMPLO:
ção da raíz quadrada. O método consiste em aJustar-
-se a linha do cursor sobre o número dado na parte Qual a raíz cúbica de 0,004)Y!
devida da escala K; os algansmos sigmticativos da
raíz, são lidos na escala U, sob a lmha do cursor. Solução: Separando-se em grupos de tres alga-
A parte da escala K a ser utilizada e a pos1çáo da rismos teremos: 0,004. Esse Umco grupo contem um
decimal são também determmadas pela separaçao do
número em grupos de algansmos. 1 ambem aqu1, algarismo s1gmhcat1vo; utiliZa-se portanto, a p'lrt~
consideram-se separadamente os números supenores esquerda da escala K. Marcando-se 455 nessa parte
à umdade e os números mte1ramente decimais. da escala K, teremos na sua d1reçao na escala v,
No caso de números supenores a umdade os 1657. Como no número dado nao aparece nenhum
algansmos à d1re1fa da vírgula sao desprezados. Os grupo de zeros entre a vírgula e o grupo que contem
números à esquerda da vírgula sao diVIdidos em o pnme1ro algansmo sigmtJcauvo, na raíz nao na-
grupo de três algarismos a partir da vírgula. ~e o verá zeros entre a vírgula e o pnme1ro algansmo
último grupo à esquerda contiver um algansmo, uti-
liza-se a pnme1ra parte da escala K. ~e esse grupo significativo. Portanto, a raíz cúbica de 0,004))
contiver dOis algansmos, uti11za-se a parte central da será 0,1657.
escala (segunaa parte). :Se contiver tres algansmos,
utiliza-se a última parte. hm qualquer caso, para Quando um número como 0,0002, onde o último
cada grupo, completo ou mcompleto, à esquerda da grupo contem apenas um algansmo, completa-se esse
vírgula, no número dado, há um algansmo á esquerda grupo com zeros: 0,000:200. u segundo grupo sera
da vírgula na raíz. tomado como 200, contendo portanto, três algaris-
mos sigmhcatlvos, o que determma a uttliZaçao da
EXEMPLO: parte direita da escala K. No caso de um número
como 0,00002, completando-se o segundo grupo te-
Achar a raíz cúbica de 45,5 . remos 0,000:020, portanto com dOis algansmos Sig-
Solução: A parte do número dado á esqueraa nificativos (20). Utiliza-se nesse caso, a parte central
da vírgula, cons1ste num só grupo mcompleto de do1s da escala K.

~30 REVISTA ELETRONICA


AMPLIFICADOR
'13W
TRANBIBTORIZADO
Pelo Depto. Técnico da
Willkason S. A.

Êste artigo apresenta a descrição do circuito fornecidos juntamente com o jôgo de transforma·
de um amplificador transistorizado, capaz de forne- dores e os esquemas.
cer 13W de saída, com alimentação de 12V. Ten-
do em vista as citadas características, podemos con-
cluir pela grande versatilidade de tal amplificador, DESCRIÇÃO DO CIRCUITO
haja visto que pode ser utilizado nos mais diferen-
tes locais, inclusive em automóveis providos de ba- O circuito completo do amplificador está mos-
teria de 12V. Por outro lado, o valor relativamen- trado na figura 2. Uma chave do tipo HH desli-
te elevado da potência de saída torna o amplifica- zante seleciona uma das duas entradas (toca-discos ou
dor especialmente indicado para ser usado em sis- microfone), conectando-a ao primeiro transistor
temas de avisos ("public adress"), propaganda co- (OC75), cujo coletor está ligado ao contrôle de vo-
lume. Daí o sinal vai para o segundo transistor,
mercial, eleitoral, etc. O amplificador pode ser ins-
talado em qualquer tipo de veículo alimentado por outro OC75, em cuja base está ligado o contrôle
de tonalidade. O estágio excitador, ou driver, é cons-
12V, não havendo problemas com respeito ao pólo tituído por um transistor OC79, o qual alimenta o
da bateria ligado ao corpo metálico do veículo, transformador driver, em cujos secundários have-
pois ambos os terminais de alimentação do ampli- rão dois sinais de fases opostas. Finalmente, temos
ficador estão "elevados". o estágio de saída, formado por dois transistores
casados AD149 ligados em push-pull, classe AB.
A figura 1 ilustra o amplificador e a fonte de
alimentação usada quando em serviço fixo. A figura 3 apresenta o circuito da fonte de ali-
mentação que deve ser utilizada no caso do ampli-
Quanto à montagem do circuito, pode ser fei- ficador ser utilizado em local provido de energia
ta de modo bastante compacto, como pode ser cons- elétrica. Na mesma figura aparece ainda um fil-
tatado na figura 4, onde está ilustrada a vista infe- tro adicional para a tensão do motor do toca-dis-
rior do amplificador. Além do mais, o montador cos, que deve ser incorporado ao circuito quando
não terá que se preocupar com certos itens tais co- o ruído do motor fôr excessivo. Êsse filtro deve
mo chassis e painel, haja visto que os mesmos são ser ligado o mais próximo possível do motor.

FIG . 1
O amplificador (à esquerda) e a fonte de alimentação (à direita) descritos neste artigo.

MAIO/JUNHO, 1967 131


FIG. 2
Circuito completo do amplificador de l3W. SOmente os dois pontos marcados com • devem se:
soldados ao chassi.

Para afim. o motor


4xBY-fOO
ou BY-f27' r
do foca- discos
f25fl-2W +9V z

WK-6546
t---~----~nQ~~_Jf
+f2V
20001JF 30001JF
f5V f5V ft14•f2V
2t13•9V
Fus. 3A

WK-657'4

~ ; v I o.:W I z,51JF ;~, ·r


~
2 Polos o If2V Tf2V l)

2 Posiço8s
Filtro apl/codo dlr11tamt1nf11 no motor
tio foca-discos, Stl o ru/do do m11smo
fÔr tiXCIISSIVo.
FIG. 3
Fonte de allmentaçio e filtro para o motor do toca·dlllcos.

INSTRUÇõES GERAIS Fixar os transformadores.


Como já foi visto, tanto o chassi do amplifi- Fazer tôda a fiação com cabinho n.o 20 enca-
cador como o da fonte de alimentação podem ser pado e ligar todos os lides dos transformadores nos
adquiridos juntamente com o jôgo de transforma- pontos indicados no circuito.
dores, razão pela qual não nos deteremos na des-
crição da parte mecânica. Ligar todos os resistores, capacitares e transis-
tores nos pontos indicados no circuito. O resistor
A fim de tomar mais fácil a montagem, os de- NTC deverá ser montado bem próximo do chassi,
senhos chapeados (que acompanham o jôgo de trans- sem ficar em contato com o mesmo. E. aconse-
formadores), foram divididos em duas partes, ou lhável que êste componente seja protegido por um
melhor, dois estágios de montagem, o primeiro rela- pedaço de espaguete plástico, de modo a evitar pos-
tivo à fixação das peças no chassi e respectiva fia- síveis curtos entre chassi e NTC.
ção e o segundo apresentando as "ligações dos com-
ponentes. Assim, sugerimos a seguinte seqüênçja Ao serem soldados os po~tos de massa, deve
de montagem: ser tomado o cuidado para que somente os dois
Fixar todos os soquetes, tomadas, porta-fusível, pontos marcados com um asterisco (figura 1) sejam
pontes isolantes, potenciômetros, chaves HH, ter- soldados ao chassi.
minais de terra e os dois transistores AD149. E.stes
transistores devem ser isolados do chassi por meio de Instalar o cabo de alimentação e colocar o fu-
uma lâmina de mica de 0,25 mm de espessura. sível.

132 REVISTA ELETRONICA


220 k.Cl

20011F

820

30k o 3,9k0 18k0 270k0 100 kO 0,01 ).I.F 5.0. 1,000j.i.F 1000
FIG. 4
Vista Inferior do chassi, com identificação dos valores dos componentes.

MEDIÇõES Potência de saída: 13W (400Hz)


Inicialmente, deve ser instalado um miliampe- Consumo em 12V: O,llA (sem sinal)
rímetro (escala de I 00 mA ou mais) entre a linha l,7A (saída máxima)
de -12V e a tomada central do primário do trans-
formador de saída. Em seguida, a corrente no ins- Sensibilidade para 13W: 240mV (toca-discos)
trumento deve ser ajustada para 60 mA, por meio 22mV (microfone)
do potenciômetro P., sem que haja sinal na entra-
da. A operação de ajuste deve ser iniciada com P, Resposta em freqüência: 200Hz 10kHz
na posição de máxima resistência. (-3d8; 13W)
Apresentamos abaixo um resumo dos resulta- Atenuação máxima do contrôle de tonalidade:
dos das medições elétricas realizadas. -SdB a 7kHz.
-oOo-

SISTEMA ANTI-COLISAO PARA AUTOMóVEIS


O Centro de Engenharia de Transportes da Universidade
de Ohio (USA), está desenvolvendo um sistema destinado à
prevenir colisões de automóveis. Cada carro seria equipado
com uma lâmpada infra-vermelha, instalada na parte diantei-
ra, e um dispositivo sensível às radiações infra-vermelhas,
montado na traseira do mesmo.
O dispositivo sensível mede a diferença entre a velocida-
de do carro ao qual pertence e a do que vem atrás, e tal in-
formação é apresentada ao motorista num indicador situado
no painel de instrumentos.
O sistema ainda se encontra em fase de desenvolvimento
e sua ação está limitada a uma distância de 130m. Contudo,
espera-se que tal dificuldade possa ser vencida sem maiores
problemas. Por outro lado, o sistema só poderá ser explorado
comercialmente se to~os os motoristas forem obrigados a
equipar seus carros com o mesmo.
MAIO/JUNHO, 1967 133
Geradores Termo·Eiétricos
OS ELtTRONS NOS METAIS
CXTRCMIDADC B
FRIA
.S fato conhecido que a maioria dos metais são
excelentes condutores de eletricidade. A corrente FIG. 2
elétrica é transportada pelos elétrons livres dos áto-
mos, como num gás ionizado. No caso do gás, para Termopar simples. A bar-
ra ACB e o elo ADB !ião
que os elétrons se dissociem de seus átomos, um ti- o de metais diferentes; quan·
po qualquer de energia (calor, etc.) lhes deve ser do se aplica calor em A
fornecida; nos metais, os elétrons livres já estão nuJ uma corrente pelo cir-
cuito (efeito Seebeck).
presentes em número considerável, mesmo à tem-
peratura ambiente. Em um centímetro cúbico de
CXTRCMIDADC
um bom condutor metálico pode haver 10" elétrons QVCNTC A
livres, ou seja, um elétron para cada um ou dois
átomos do metal.
consideraremos êsses detalhes). Esse fio é também
Esses elétrons livres estão em constante agita- um bom condutor e conterá elétrons livres, aproxi-
ção, que será tanto mais violenta, quanto mais alta madamente na mesma concentração que a própria
a temperatura. Se um dos extremos de uma barra barra. Como os extremos do condutor estão em
de metal é aquecido, os elétrons dêsse extremo agi- contato térmico com os extremos da barra, ·o ex-
tar-se-ão muito mais do que antes dêsse aquecimen- tremo A do condutor se aquecerá, o que fará com
to, deslocando-se para o extremo frio da barra, co- que os elétrons migrem dessa região. Fluirá, por-
tanto, uma corrente no fio, que se oporá à corren-
FRIO - - - -
te que se está tentando retirar da barra.
---=-----:j. Se a barra e o fio forem de metais diferentes,
- --- - ~ concentração de elétrons livres não será exata-
mente a mesma nesses metais e uma pequena cor-
SAlDA
rente fluirá no circuito. Trata-se do conhecido efei-
ELÉTR/CA to descoberto pelo pesquisador berlinense Thomas
Íohann Seebeck, em 1821, que recebeu seu nome.
Não foi um descrédito a Seebeck, o fato de não ter
sido êle capaz de dar uma explicação "real" dessa
importante descoberta, em têrmos de conceito atô-
mico moderno, já que a estrutura da matéria e a
existência e natureza do elétron não foram eluci-
a dadas senão em fins do século dezenove, mais de
FIG. 1 sessenta anos depois de sua morte.
(a) Numa barra de metal Wliformemente
aquecida, os Eletrons livres estão unifor-
memente distribuídos entre as cargas posl· TERMOPARES E TERMOPILHAS
tlvas fixas (não mostradas na figura). Não
se verifica acúmulo de carga e não poderá .S claro que o efeito Seebeck em metais não é
baver diferença de potencial entre qualquer uma forma muito eficiente de conversão de calor
ponto da barra. (b) Quando a barra é aque-
cida em um de seus extremos, os Eletrons em eletricidade já que o fluxo de qualquer corren-
migram para o outro· extremo, criando a(, te é dependente da pequena diferença na concen-
nm excesso de carga negstlva, estabelecendo· tração de elétrons livres entre os dois metais de um
-se uma diferença de potencial entre QS dois
extremos da barra. Essa diferença de poten- termopar, como é chamada a disposição da figu-
cial poderia, se adequadamente aproveitada, ra 2 ol.
fuer circular uma corrente externa que pro-
duziria um trabalbo útil. Deve-se levar em conta, que ao tempo de
Seebeck, as descobertas de Faraday não nos tinham
mo ilustra a figura 1. .Ssse deslocamento de elétrons dado ainda, o dínamo e a única fonte de energia
constitui na realidade uma corrente elétrica, resul- détrica era a pilhã primária. A geração termoelé-
tante da aplicação de calor em um dos extremos t.rica, pelo efeito Seebeck, aparecia naquela época,
da barra. Temos assim, o dispositivo mais simples, como um possível competidor das baterias; de fato.
de conversão direta de calor em eletricidade: aque- em 1843, foi concedida a um tal de Moses Poole.
ça-se o extremo de uma barra metálica e fluirá uma patente para o uso de um dispositivo denomi-
corrente! nado "termopilha" que se destinava a substituir a
pilha voltaica.
O "EFEITO SEEBECK" A termopilha (figura 3) consiste simplesment'!
de um grande número de termopares dispostos em
Consideremos o circuito externo mais simples ~rie. Essa disposição, entretanto, apenas aumenta
possível, um pedaço de fio interligando o extremo
quente ao extremo frio da barra, como mostra a (1) Não é easeneial, é claro, que um dos metais se
figura 2. (O fio poderia, por exemplo, ser o enro- apresente sob forma de barra; um termopar pode ser feito
lamento de um motor elétrico, mas por ora, não ie dois fios, tiras finas ou discos de metais diferente.

!34 REVISTA ELETRôNIGA


a resistência interna do circuito, de forma que, par- gas portadoras positivas são as deficiências de elé-
te da tensão adicional que se obtém dessa forma é trons em certos pontos da estrutura cristalina; essas
utilizada para vencer essa resistência, não sendo por- deficiências de cargas negativas manifestam-se como
tanto, útil para aplicações práticas. Não obstante, cargas positivas denominadas "buracos". ~sses "bu-
pela escolha adequada de metais diferentes que au- racos'' podem se mover como bolhas em um líqui-
mentavam a tensão gerada e diminuíam a resistên- do, e, portanto, prover a migração de cargas posi-
cia interna, a eficiência das termopilhas elevou-se tivas.
tm 1850, a três por cento, o que representava n·· A figura 4 mostra, esquemàticamente, como se
verifica essa migração de "buracos positivos". Con·
JUNÇÕES QUENTES
sideremos um cristal onde cada um dos átomos cons-
tituintes, A, B, C, etc., tenha duas cargas positivas
em seu núcleo, .necessitando portanto, dois elétrons
orbitais, para se manter elêtricamente neutro <' 1•
Na figura 4a., todos os átomos, exceto A têm os
dois elétrons orbitais necessários; A tem um elé-
tron a menos, apresentando portanto, uma carga
positiva, ou seja, um buraco positivo. Na linha
seguinte (b), A captura um dos elétrons orbitais de
JUNÇÕES FRIAS B, deixando-o com um elétron a menos; A está ago-
ra, elêtricamente neutro, e o buraco positivo passou
para B. Em (c), o átomo B captura um dos elé-
L-------- SAÍOA ELÉTR/CA - - - - - - - - ' trons de C, deixando-o com um elétron a menos; o
FIG. 3 buraco tomou uma nova posição - e assim por
diante. Embora seja o elétron que na realidade pas·
Termopilha constituída de cinco termopares conectados em sa de um átomo para outro, a posição da carga p<>-
série. Os dois elementos A, B de cada termopar são de
metais (ou semicondutores) diferentes. sitiva não compensada m!>ve-se ao longo da linha,
ou . seja, os buracos positivos "migram".
época, maior eficiência que a máquina a vapor O número de portadores positivos nos materiais
Durante quase um século depois disso, embora 011 tipo P é elevado - existem cêrca de 1O"' buracos
lermopares fôssem largamente utilizados na medi· positivos num centímetro quadrado de material.
fão de temperatura <' 1, sua eficiência como geradol Nem tôda essa carga, entretanto, é utilizada na con-
não pôde mais ser aumentada e parecia que o limi dução, já que essas deficiências eletrônicas locais,
te máximo já havia sido atingido. que constituem as cargas portadoras positivas, são
compensadas em parte, pelo excesso de elétrons em
outros pontos do cristal, resultando numa neutrali-
SEMICONDUTORES zação elétTica de parte delas.
p
Essa situação alterou-se radicalmente na últi-
ma década, com a descoberta e desenvolvimento
dos "semicondutores", que apresentam propriedaae~
intermediárias entre condutores e isolantes.
a eA
e 8
e c o
Num isolante perfeito todo elétron está firme-
mente prêso ao seu átomo (girando ao redor do nú-
cleo) e não se liberta, como acontece num metal. p
Tal isolante, ideal não existe, mas conhece-se um
grande número de materiais (vidro, cêra, âmbar,
etc.) nos quais a concentração de elétrons livres é
tão baixa, que virtualmente, não permitem a pas-
be A
e 8
e c
e o
sagem da corrente elétrica e, para a maioria das
aplicações práticas, podem ser considerados isolan-
tes perfeitos. Nestes materiais existe um elétron
livre para aproximadamente, 1012 átomos, enquanto p
que em alguns dos melhores condutores metálicos,
existe um elétron livre para quase todo áto-
mo. Nos materiais semicondutores existe aproximada-
mente, uma carga portadora livre para, aproxima-
damente, mil átomos.
c e A
e 8
e c
e o

Foi usado o têrmo "carga portadora livre", ao


invés de "elétron livre", pois as cargas portadoras,
nos materiais semicondutores, não estão limitadas p
aos elétrons. ~stes materiais podem ser de três
tipos: N, P e "intrínseco". O material tipo N tem
cargas portadoras negativas, o tipo P tem cargas
portadoras positivas e os semicondutores intrínse-
de A
e 8 c
e o
cos têm cargas portadoras positivas e negativas em FIG. 4
mesmo número. As cargas portadoras negativas são, Mirração de "buracos positivos" ao longo de uma linha de
é claro, elétrons livres, como nos metais. As car- átomos A, B, C, D.

(2) Essa aplicação é possivel, já que a tensão gerad~o (3) Tais átomos poderiam ser de hélio; o exemplo #
• propor,;ional a diferença de temperatura entre as junçõ"" puramente ilustrativo e não implica em que, hélio e61ido
(Dente e fria. seja necessàriamente condutor.

IIAIO/JUNHO, 1967 135


mV muto, um conhecido semicondutor. Para maiores
~o
diferenças de temperatura, tanto os metais como os
semicondutores geram maiores tensões Seebeck, mas
como pode ser visto na figura 5, para qualquer di-
ferença de temperatura, a tensão no semicondutor
é sempre quarenta ou cinquenta vêzes a tensão cor-
respondente no metal.
Embora as tensões termoelétricas (Seebeck) em
20 semicondutores excedam consideràvelmente às dos
metais, poder-se-ía objetar que essas vantagens fo-
ram obtidas pela utilização de materiais de maior
resistência que os metais, acarretando portanto uma
maior resistência interna do gerador. Por um cui-
dadoso contrôle dos processos de fabricação, entre-
tanto, é possível fazer com que a resistência elétrica
de um semicondutor seja mantida a um nível ra-
zoável.
Outra propriedade interessante dos semicondu-
tores, do ponto de vista da geração termoelétrica,
é que êstes são ainda bons isolantes de calor. Os me-
tais são excelentes condutores tanto de calor como
de eletricidade. Isso significa que o calor fornecido
METAIS TÍPICOS à junção quente de um termopar de metal flui fà-
.,o so 120 •c cilmente para a junção fria, o que fará com que
DIF DE TEMP ENTRE AS JUNÇÕES
as temperaturas das duas junções se igualem após
certo tempo - isso fixa mais uma limitação à ten-
FIG. 5 são gerada, já que ela é proporcional à diferença
Tenaêies, termoeléirlcas (Seebeck) ,endu em
de temperatura. O ideal seria um material que fôs-
aemleondutores, comparada eom rendu em se ao mesmo tempo condutor elétrico e isolante tér-
metais. mico perfeito.
Um gerador que utilizasse tal material seria,
A concentração e sinal das cargas portadoras po- sem dúvida, altamente eficiente, desde que não hou-
dem ser controlados na fabricação, por um trata- vesse resistência interna e pudesse operar com dife-
mento adequado, do material. Certos semiconduto- renças de temperatura extremamente elevadas en-
res, por exemplo, conduzem corrente elétrica em tre as junções quente e fria. E desnecessário dizer
uma única direção e essa propriedade de retifica- que tal material ideal não existe, mas os semicondu-
ção levou à utilização de semicondutores em tran- tores chegam bem mais próximo dêsse ideal do que
sistores. Outros materiais semicondutores, notada- os metais.
mente o silício, estão encontrando crescente aplica-
ção em células fotovoltáicas para a conversão di- A existência simultânea de semicondutores ti-
reta da luz do sol em energia elétrica. po N e tipo P pode também ser explorada, para au-
mentar de modo significativo, a saída e a eficiência
de geradores termoelétricos. A figura 6a., ilustra
GERAÇÃO TERMOEU:TRICA EM um termopar onde um elemento é de material tipo
SEMICONDUTORES N e o outro do tipo P. Nos dois elementos as car-
gas portadoras migram da junção quente para a
~te artigo iniciou-se com uma discussão sôbre junção fria. Como a direção de uma corrente elé-
uma barra metálica aquecida em um dos extremos. trica é tomada convencionalmente, como a direção
Vimos (figura 1) que êsse aquecimento causava a das cargas positivas (oposta a direção do fluxo das
migração de elétrons do extremo quente para o frio cargas negativas), a corrente flui da junção quente
produzindo uma diferença de potencial (tensão) en- para a junção fria, no elemento P e da junção fria
tre os extremos. As experiências de Seebeck mos- para a quente no elemento N. Como resultado, as
traram que essa diferença de tensão (que recebeu correntes se reforçam mutuamente. Quando as cargas
o nome de "tensão Seebeck"), é sempre proporcio- portadoras em ambos os elementos forem iguais
nal à diferença de temperatura entre os extremos (positivas ou negativas), suas correntes se opõem
da barra, independentemente do tipo de material que mutuamente, como ilustrado nas figuras 6b e c. A
a constitui. Mais recentemente, quando os mate- situação mostrada na figura 6c., também se apre-
riais semicondutores se tornaram · disponíveis para senta quando ambos os elementos são de metal, co-
experiências, descobriu-se que, barras feitas com ês- mo já foi visto anteriormente (figura 2).
ses materiais tinham comportamento semelhante: s~
um dos extremos é aquecido, desenvolve-se uma ten-
são Seebeck, que será diretamente proporcional à ALTA TEMPERATURA E
diferença de temperatura entre os extremos da bar- PROBLEMAS ASSOCIADOS
ra. Existe, entretanto, uma importante diferença
entre as tensões Seebeck em semicondutores e em Num gerador termoelétrico real, com semicon-
metais; nos semicondutores, essa tensão é cêrca de · dutores, poder-se-ía dispor de um grande número de
quarenta a cinquenta vêzes maior que nos metais. termopares em série como ilustra a figura 3, só que
para uma mesma diferença de temperatura. Enquan- aqui os elementos alternados da termopilha seriam
to que num metal típico, uma diferença de tempera- de materiais tipo N e P ao invés de metais diferentes.
turà de 400C produz uma tensão Seebeck de 0,2
ou 0,3 milivolts, a mesma diferença de temperatu- Aparece aqui entretanto, um problema, pois as
ra gera cêrca de dez milivolts no telureto de bis- propriedades do semicondutor mudam com a tem-

136 REVISTA ELETRóNICA


FRIO
FRIO

a QUENTE
QUENTE

FIG, 6
FRIO
(a) Num termopar semicondutor com um ramo do tipo
N e um ramo do tipo P, aa comutes nos dois ramoa se
reforçam mutuamente. (b) Num termopar semicondutor
com os dois ramos do tipo P, as correntes nos dois ra-
mos opõem-se mutuamente. (c) Num termopar 'semicon-
dutor com os dois ramos do tipo N, as correntes se

.--
opõem mutuamente.

-.-·--
FRIO~----.

+ + +- +
+ -
+ -. +
+
+
+ .- + +
+
+
+
C QUENTE
+
+
peratura, de forma que, para um determinado ma- +
terial o melhor compromisso só será possível den- +
QUENTE L--~--'
tro de um pequeno limite de temperatura. Por
outro lado, como já foi visto, é exigida uma gran- a b -
de diferença de temperatura entre as junções quen- FIG. 8
te e fria, para se obter uma tensão de saída razoá-
vel. Em princípio, a solução seria a construção (a) Semicondutor iotrinseco: os por·
tadores livres positivos e oeptivos
de uma termopilha na qual os diversos elementos estio presente em igual número e es·
fôssem de materiais diferentes, cada um eficiente em tão uniformemente dlstribuidos numa
sua própria região de temperatura (figura 7). Para barra uniformemente aquecida. · (b)
Aquecendo-se um dos extremos de um
temperaturas até 6000C, os materiais adequados já semicondutor lntrínsico, os portadores
são disponíveis. Entretanto, seriam provàvelmente positivos e neptlvos micrarão em
necessárias junções que suportassem temperaturas de irual número ao outro extremo. Por·
tanto, não poderá haver excesso de
1.1 00°C, para se obter uma eficiência que apresen- qualquer carp acumulada e não se
tasse interêsse em geração termoelétrica de larga estabelecerá uma tensio termoelétrica.
escala.
tador majoritário a baixas temperaturas. Vejamos,
A estas altas temperaturas, os semicondutores o que se passa quando existe uma diferença de tem-
comuns tendem a se tomar intrínsecos - as cargas peratura ao longo de uma barra de semicondutor
portadoras positivas e negativas se apresentam em que se tornou intrínseco. As cargas positivas e ne-
mesmo número, independentemente do tipo de por- gativas migrarão em igual número, do extremo quen-
te para o extremo frio, como mostra a figura 8. Não
QUENTE haverá portanto, acúmulo de cargas em nenhum
ponto, já que as cargas positivas e negativas se can-
celam mutuamente. Portanto, num semicondutor que
se tomou totalmente intrínseco, não se pode desen-
volver tensão Seebeck, sendo o material então, ina-
dequado para geraÇão termoelétrica.
Mesmo antes do semicondutor se tomar com-
pletamente intrínseco, sua natureza P ou N tomar-
-se-á progressivamente diluída pelas cargas portado-
FRIO
ras adicionais, de forma, que não se pode especificar
FRIO a potência termoelétrica de um material, sem fazer
FIG. 7 referência a uma determinada faixa de temperatura.
Parte de uma termopilba na qual cada estágio é A especificação sôbre o telureto de bismuto, feita
feito de materiais (tipo N ou P) adequadoa para anteriormente, estava portanto, incompleta: enquan-
aa diferentes temperaturas. A aecções N3, P 3 sio to que apresenta boa potência termoelétrica em tem-
feitas respectivamente de materlala tipo N e P
adequados para aa temperaturas mala altas; aa peraturas comuns, esta desaparece acima de 1500C.
tleCÇÕes N1 , P1 sio de materlala adequadoa para quando o material se toma intrínseco.
temperaturas lntermeclláriaa; e N1, P1 de materlala
adequados para as temperatura& mais babas. (Continua na pie. 15~)

MAIO/.TUNHO, 1967 137


Voltímetro CA·CC
Sergio Améri~o Boggio

O voltímetro é um instrumen- metro linear de 2Mn. A lâmpa- tor serve para, em corrente
to de grande utilidade para o téc- da néon NE2, em paralelo com alternada, limitar a s~nsibilidade .
nico, mas, geralmente, o seu cus- um capacitor de 20nF, 500V, da lâmpada a picos de tensão, o
to é bastante elevado, de maneira (óleo ou papel) está ligada entre que daria, eventualmente, uma
que nem todo técnico ou amador um dos terminais e o cursor dês- leitura errada.
em eletrônica está em condições se potenciômetro. Dessa manei-
de ter um em sua bancada. Ocor- ra, o potenciômetro é usado co- Quando o cursor do potenciô-
reu-nos, por essa razão, a idéia d.: mo divisor de tensão. O capaci- metro está em A a leitura é má-
construir um voltímetro de baixo xima e quando em B, mínima.
custo que, sem possuir grande Se, por exemplo, fôrem aplicados
precisão, fôss:: no entanto, sufi- 200V ao aparelho, variar-se-á o
ciente para a maioria dos trabl- cursor de A até B, até encontrar
o ponto em que a lâmpada acen-
lhos que se desenvolvem na ofi- -TUBO PRfTO de; neste ponto, a tensão de
cina do técnico. Eliminando a 200V terá sido dividida de forma
peça mais cara, o galvanômetro JANELA NE2 tal que, nos terminais da lâmpa-
e substituindo-o por uma lâmpa- da haverá uma tensão de 75V.
da néon, obtivemos um resul-
tado satisfatório. ESQUERDA DIREITA

Como já é do conhecimento MONTAGEM


dos leitores, a lâmpada néon
constitui-se de duas placas dispos- Na Fig. 2 observamos que a
tas frente a frente, no interior
lâmpada se encontra no interior
de um bulbo que contém gás de um tubo. Isto se faz necessá-
néon. A lâmpada acende somen- rio, pois, a luz ambiente que se
te quando lhe é aplicada uma FIG. 2 reflete no vidro da lâmpada po-
tensão de 7 5V ou mais. Sendo
alternada a tensão aplicada, as
duas plaquinhas apresentarão lu-
minosidade ein suas proximida-
des. Se, ao contrário, fôr aplica-
da uma tensão contínua, somen-
te aparecerá luminosidade nas
proximidades da plaquinha liga-
da ao pólo negativo. 27,5 -
fO
Feitas estas-considerações, ana-
lisemos o circuito da Fig. 1, que
é ultra-elementar e de baixo cus- ,b
to. A tensão a ser medida é apli- r\ I
cada aos extremos do potenciô·

FIG. 3
\. v
42,5

r 1\ 75

\.. v 85

'
ESQUERDA
r t'\
DIREITA

FIG. 1
+ \. ~
í
"
\. j..J

!38 REVISTA ELETRONICA


deria impedir que percebessemos vàvelmente será encontrado com tação irá causar problemas, já
o exato momento em que a lâm- o potenciômetro todo virado pa- que em rádio não são usadas ten-
pada se acende. No nosso protó- ra a direita. Voltando o cursor sões acima dêste valor e os vol-
tipo foi usado o isolante de um todo para a esquerda, aplica-se tímetros comuns em geral medem
pino banana prêto, porém, o lei- uma tensão mais elevada, por tensões até essa ordem de gran-
tor poderá também colar em vol- exemplo, IOOV CA; gira-se nova- deza.

UTILIZAÇAO

/TE Quando fôr utilizado o voltíme-


tro, o botão deve ser sempre co-
locado inicialmente no ponto de
máxima leitura. Nunca deve ser
colocado no de mínima, já que
NE2 POTENCIÔMETRO isso poderá causar a queima d·
lâmpada ou danificar o potenciô-
metro.
FIG. 4

ta da NE2, um pedaço de cartão


prêto, de modo a cobri-la intei-
ramente e, a seguir, recortar uma
janela para que se possa ver am-
bas as placas.
mente o potenciômetro até a
lâmpada acender, marcando na
escala o valor IOOV. Proceden-
do-se assim para diversos valores
de tensão, ter-se-á, afinal, uma
o
escala completa. Para CC ,é
Feito isso, passemos à Fig. 3.
Ela nos mostra uma chapa feita usada outra escala; o procedimen-
com uma tira de material iso- to é o mesmo, usando-se, porém,
lante (Fenolite) de 1 mm de es- tensões contínuas para a aferição.
pessura. Os diâmetros dos furos
não foram incluídos na figura, Deve-se lembrar que a tensão
pelo fato de serem determinados mínima que pode ser medida é de
pelos diâmetros das peças que 75V. Teoricamente, não existiria
irão ser usadas pelo montador. um limite para o valor máximo,
porém, problemas de dissipação
A Fig. 4 mostra a colocação e isolação do potenciômetro li-
das peças. A NE2 é colocada em mitam a leitura a um valor de
posição ligeiramente inclinada, a
fim de que se possa verificar com
700V. Não cremos que esta limi-
@
maior facilidade o momento em
que ela acende. +
LÂMPADA FIG. 6
A Fig. 5 apresenta uma vista
inferior do aparelho montado.
Uma vez terminada a montagem,
coloca-se o aparelho no interior Feito isto, liga-se o voltím!tro
de uma caixa, cuja configuração aos pontos onde se quer ler a
deixamos por conta da imagina- tensão e gira-se o potenciômetro
ção do leitor. Na parte superior até a lâmpada acender. A escah
desta caixa é colocado o painel indica o valor da tensão medida.
com a escala, conforme está ilus-
trado fia Fig. 6. Esta figura não Se as duas placas estiverem
riu)stra as divisões exatas da esca- "acesas", a tensão lida será al-
la, que deverão ser determinadas ternada; se apenas rima estiver
pelo montador. "acesa", será contínua. Neste úl-
timo caso, se a placa acesa fôr a
Para a confecção da escala ne- da esquerda, a polaridade da ten-
cessita-se de um outro voltímetro são será a mesma indicada nos
e diversos valores de tensão. Te- terminais do instrumento; caso
remos de construir duas escalas: contrário, isto é, se acender a pla-
uma para CA e outra, para CC. quinha da direita, a polaridade
Inicialmente, é aplicada uma ten- será contrária.
são de .75V CA; girando o botão,
procuramos ·o ponto exato em Finalmente, resta apenas pro-
que a lâmpada se acende: neste + curar na sucata os poucos com-
ponto, é feita a marcação de 75V ponéntes necessários e. . • mãos
na escala "CA". :Este valor pro- FIG. 5 à obra!

MAIO/JUNHO, 1967 .139


Gravadores de fita magnética
A gravação em fita magnética COMPONENTES DO deve ainda obedecer aos seguintes
vem encontrando, nos últimos GRAVADOR requisitos:
anos, aplicação cada vez mais
ampla, em transmissões de rádio, Os componentes essenciais de 1 - rigidez adequada, bem
fabricação de discos, gravação de um gravador típico são os se- como certo grau de elasticidade.
som e imagem em televisão guintes:
("vídeo-tape") e numerosos ou- a) Fita Magnética 2 - não deve encolher ou es-
tros campos, sem falar do seu b) Cabeça Gravadora/ Repro- ticar (o que resultaria na flu -
uso por amadores. dutora tuação do som).
c) Cabeça Apagadora
Para perfeita compreensão do d) Amplificador 3 - deve ser a prova de umi-
princípio de funcionamento dos e) Oscilador dade e tropicalizada.
gravadores de fita magnética é f) Mecanismo.
necessário ter-se algumas noções 4 - as partículas de óxido de
básicas sôbre magnetismo e ele- ferro não devem soltar-se da fita
A FITA MAGNÉTICA pois poderiam acumular-se n~
tromagnetismo. Sugerimos pois,
aos leitores, que recapitulem o A fita magnética é fabricada entreferro da cabeça magnética.
assunto, publicado no artigo "Ele- de material termo-plástico, no
O material magnético pode ser
mentos de Eletrônica" - Part(! qual é depositado um material aplicado à fita de duas maneiras:
V (Revista n.0 7 - pág. 49). ferromagnético, geralmente pó de

a) O pó de material magnético
é misturado com o material ter-
mo-plástico da própria fita .
b) O pó de material magnético
N é misturado com um determinado
tipo de verniz para, a seguir, ser
aplicado à fita.

Atualmente, a fabricação de
(O} (b)
fitas magnéticas é feita pelo pro-
cesso (b). Nesse processo, a es-
pessura da fita (material plásti-
FIG. 1 co) é de 45 (J.; a camada d~
Cabeça Magnética .
verniz ocupa os 15 IJ. restantes
(somente êstes 15 IJ. sofrem
a - Aspecto externo. magnetização).
b - Construção: N = núcleo de ferro doce laminado; W enro·
lamento; G = entreferro ("gap").

Bil
PRINCIPIO GERAL DA óxido de ferro. Para se evitar
GRAVAÇÃO MAGNÉTICA ruído de fundo, os grãozinhos de
pó dêsse material devem ser me-
nores do que 1 IJ. (0,001 mm).
Bàsicamente, a gravação em A largura da fita de acôrdo com
fita magnética se resume na con- normas internacionais pode va-
versão das vibrações sonoras em riar de 6,2 até 6,35 mm. O
correntes elétricas, que induzem comprimento da fita varia, de-
campos magnéticos em um ele- pendendo do tamanho dos rolos
tro-imã imantado uma fita mag- utilizados nos diversos tipos de
neticamente sensível, que desliza gravadores. A espessura da fita
à sua frente. Na reprodução, foi padronizada em 60 (J. *. A fita HZ '
a fita imantada deslizando sôbre
o eletro-imã, gera uma corrente (* ) Além dessa espessura, utiliza-
elétrica variável, que após am- ·se também fitas com 40 ou 30 (J.
plificada, é convertida em vibra- que permitem maior duração da gra- FIG . 2
ções acústicas, através de um vação sem aumentar o diâmetro do Relação entre a fôrça do campo H c
alto-falante. carretel. a remaneseêncla BR da fita.

REVISTA ELETRóNICA
ção e reprodução; existem en- l"RÉ·MAGNETIZAÇÃO COM
SR
tretanto, gravadores que utilizam CORRENTE CONTINUA
H2
duas cabeças separadas.
~ste processo de pré-magneti-
zação consiste na aplicação de
A NECESSIDADE DE um campo magnético produzido
H PRÉ-MAGNETIZAÇÃO DA por urna corrente contínua, à
CABEÇA fita magnética. A fita é magne-
ticamente saturada por êsse cam-
A figura 2 ilustra a relação po, antes de passar sôbre a
entre a fôrça do campo H e a cabeça gravadora. O campo mag-
H2'
nético produzido pela corrente
contínua, é um pouco maior que
FIG. 3
a fôrça coercitiva, porém, nunca
demasiadamente grande: sua in-
São registrados na fita sõmente os 10i· tensidade é escolhida de forma
nais com amplitude suficiente para
vencerem a fôrça coercitiva. a permitir ao campo do sinal de
gravação ser proporcional à mag-
CABEÇA MAGNÉTICA netização, para que não haja
distorção na gravação.
A figura 1 ilustra uma cabeça A figura 4 mostra a relação
magnética. Em (a) é mostrado entre H e BR, quando da apli-
seu aspecto e em (b) a sua cons- cação de corrente contínua. Co-
trução. Constitui-se de um núcleo mo se pode observar, por êsse
de ferro dôce laminado (N) sô- processo aproveita-se somente a
bre o qual é enrolada uma bo- parte positiva da curva BR.
bina (W); uma estreita abertura No entanto, em virtude da
é provida no núcleo, o entreferro relação sinal/ruído não ser sa-
(G) *. Durante a gravação, a tisfatória, o sistema de pré-mag-
corrente elétrica variável produ- t'IG. 5 netização com corrente contínua
zida pelo som circula através da Polarização com sinal de alta fre· é raramente usado na prática.
bobina, produzindo um campo qiiência. São registrados na fita sõ·
mente os semiciclos H 1 - H 2 (a) e
magnético variável. Esse campo H' 1 - H' 2 (b).
magnético estará presente nos PRÉ-MAGNETIZAÇÃO COM
remanescência BR da fita. Se o
sinal aplicado à cabeça for ALTA FREQ02NCIA
SR menor do que H~o não haverá
imantação da fi<a, já que a mag- Sensível melhoria foi obtida na
netização produzida por sinais gravação em fita, com a aplica-
inferiores a H~o no campo da bo- ção à cabeça de um sinal de alta
bina, é reversível. A irnantação freqüência, junto com o sinal a
H da fita permanecerá somente ser gravado. Essa forma de pré-

~
quando o pico do campo mag- -magnetização, também dita po-
nético da bobina atinge um nível larização, é obtida, aplicando-se
1 acima de H, (superando assim a à cabeça gravadora um sinal de
: Hl-
fôrça coercitiva). Essa condição alta freqüência (entre 30 e 100
H•
' 'I ' está ilustrada na figura 3; como kHz) de nível tal, que se produza
se pode verificar, haverá uma um campo de amplitude H,-H,·,
FIG. 4 gravação porém com forte dis- conforme mostra a figura 5.
Relação entre a fôrça do campo H " torção do sinal. Naturalmente, a Nesse sistema, quando a fita
a remanescência BR, com pré-JDaCDI"- distorção poderia ser atenuada magnética desliza sôbre a cabeça
tização por corrente conUnna. usando-se material magnético de gravadora, sem sinal de modu-
baixa coercitividade, mas a pré- lação (áudio), os pequenos ímãs
pólos do núcleo, ou seja, na -magnetização da cabeça tem sido que se formam na fita entram
abertura da cabeça magnética. a solução prática adotada para em movimento reversível, pois a
Como a fita ao deslizar em con- êsse problema. fôrça coercitiva não foi vencida.
tato com o entreferro, fecha o
circuito magnético do núcleo, re-
ceberá as variações do campo
magnético, que a imantará; como
a intensidade do campo corres-
ponde à variação da corrente de CABEÇA APAGADORA
áudio que circula pela bobina, I
teremos registrado na fita, dife- CABEÇA
GRAVADORA E
rentes graus de magnetização
REPROOUT~
correspondentes às vibrações so-
noras. !
Na maioria dos casos, utiliza-
-se a mesma cabeça para grava-
FIG. 6
( *) Essa abertura contém um ma-
terial não magnético (geralmente co- A cabeça apacad.ora elimina da fita qualquer magnetismo re·
bre) para evitar que limalhaa de ferro, manescente ou ~r&vaçáo anterior; só então, a fita estará pre·
ou outro material ai penetrem. parada para receber nova ~r&vação.

MAIO/JUNHO, 1967 141


Se, entretanto, fôr adicionado um campo magnético suficientemente reprodução, um pré-amplificador
campo de baixa freqüência, (áu: forte, o entreferro da cabeça adicional, pois o sinal de saída
dio) os picos de alta e baixa fre- apagadora é maior que o entre- da cabeça é de baixo nível.
qüência somam-se resultando no ferro da cabeça gravadora. Para se obter resposta de fre-
deslocamento para H2 e H2'· qüência plana e reprodução isenta
Examinando-se o lado a da soma de ruídos, o amplificador deve
de freqüências, os picos (da di- GRAVAÇÃO EM DUAS ter recursos tais que na gravação
reita) oscilam entre H, e H2 e P,R,'TAS ou reprodução, fiquem compen-
forçam os pequenos ímãs a se sadas as perdas na cabeça' e na
colocarem em uma posição per- A fita magnética tem 6,25 mm fita e atenuados os ruídos de
manente. Resulta assim, a iman- de largura. Inicialmente, a gra- gravação.
a b A figura 8 ilustra a caracte-
rística que indica a relação exis-
tente entre a freqüência do sinal
registrado na fita, e a F. E . M .
induzida na cabeça (consideran-
do-se que o sinal tenha sido
gravado com corrente constante).
Para se obter resposta total pla-
FIG. 7 na (naturalmente dentro de certos
Fita com duas pistas Independentes. (a) representa a cabeça limites) - linha c na figura 9
apagadora e (b) a cabeça gravadora. - o amplificador deve ter a
resposta de acôrdo com a curva
b dessa figura. Isso se consegue
tação representada em A, ainda vação era feita em tôda a largura introduzindo no amplificador de
na figura 5 (semiciclo positivo). da fita. Posteriormente, com a gravação ou reprodução, ou ain-
O lado esquerdo do ciclo a melhoria da qualidade da fita, da em ambos, uma realimen-
permanece, dentro da zona onde pode-se manter o chiado produ- tação.
os pequenos ímãs entram em zido pela fita, em 50 dB, usan-
movimento reversível, não pro- do-se duas pistas para gravação,
duzindo registro algum na fita. mantendo-se a mesma largura.
Em b, as partículas de óxido A utilização de duas pistas do-
de ferro colocam-se também em brou o tempo de gravação para
posição permanente, porém, em um mesmo comprimento de fita.
sentido negativo, produzindo Possibilitou ainda a gravação
magnetização oposta à anterior, estereofônica, utilizando-se uma
indicada em B na figura 5. A pista para cada canal.
fita adquire assim, o padrão de A figura 7 ilustra uma fita FIG. 9
imantação correspondente ao si- com duas pistas. A distância Para resposta plana de treqüênc:la (c)
nal original de áudio. O efeito entre as pistas é de 0,3 mm. a resposta do amplitlcador deve ser a
do campo de pré-magnetização Indicada em (b).
une os dois lados A e B da curva
de remanescência. GRAVAÇÃO EM QUATRO
PISTAS Para a redução do ruído au-
dível de alta freqüência causado
CABEÇA APAGADORA Mais recentemente, foi intro- na gravação da fita, atenua-se,
duzido o sistema de gravação e na reprodução, a resposta às
No processo de gravação, an- reprodução em 4 pistas. Nesse freqüências elevada; para com-
tes da fita passar sôbre a cabeça sistema, pode-se gravar numa pensar a perda do sinal útil que
gravadora deve-se eliminar qual- fita, 4 gravações simples ou 2 isso acarreta, amplifica-se adicio-
quer magnetismo remanescente gravações estéreo. nalmente a parte de freqüências
ou · modulação de gravação an- altas do mesmo, antes da grava-
terior. Essa é a função da cabeça ção. Essa amplificação é chama-
apagadora. A figura 6 ilustra a AMPLIFICADOR da "pré-ênfase" e a atenuação na
·disposição de ambas as cabeças, reprodução, "de-ênfase".
apagadora e gravadora, para a Na quase totalidade dos casos, O filtro corretor utilizado na
direção da fita magnética indi- o amplificador usado para gra- gravação depende não somente
cada. vação é o mesmo usado na re- da velocidade da fita, mas tam-
A construção da cabeça apa- produção, fazendo-se a comuta- bém de suas características (ca-
gadora é semelhante à construção ção por meio de uma chave. Em racterísticas do tipo de fita uti-
da cabeça gravadora. Na cabeça alguns gravadores utiliza-se na lizado com o gravador). Sua
apagadora a impedância da bo- instalação é feita em um ponto
bina é menor e o entreferro é adequado, antes do estágio de

ltfJ
maior. saída. Em alguns gravadores
Pelo enrolamento da cabeça para mais de uma velocidade, a
apagadora circula uma corrente chave que comuta a velocidade,
de alta freqüência (a mesma uti- seleciona o filtro corretor ade-
lizada na polarização da fita); o quado. A figura 10 mostra o
campo magnético alternado faz
'00 H r t lHL tO tHr
esquema parcial de um amplifi-
com que os ímãs moleculares da cador na posição de gravação,
FIG. 8 com correção de agudos.
fita tomem orientações desorde-
Relaçio entre a treqUncla do sinal Na reprodução, a correção
nadas, retirando assim, qualquer reclatrado na fita e a tOrça eletro-
imantação. Para se obter um motrlz (tenaio) Induzida na cabeça. deverá ser efetuada também de

142 REVISTA ELETRONICA


=- C4
c
Rl4
200tJF 360/l

R 56
330./l
RIO Rf2 Rl6 Rl9
22k 1,8k 12k 1,5k

R4 R6 R64 C5
f20k 15 k 500k IOfJF

Cl2 C6 R 55 R22
IOtJF 250tJF 330/l 6,2k
AC/07 R49
C2
IOfJF 620./l

R43
3,3k
o R5 Rl C3 R44 R/I Rl3
lk
R 57 Rll
3,9k
R20
560./l
2 4k 4,3k 250tJF R 50 390k 5,6k 680/l
20k

C25

lk~
FIG. 10
Amplificador de áudio (parle) na posição de cravação. A correção de agudos é ajustada de acôrdo com
a velocidade da fita.

I Cl9
D
C4
c
Rl4
200tJF 200tJF
360/l

R 56 Cl
330/l 68kpF
RIO Rl2 Rl6
22k 1,8k 12k R/8 R 52 Rl9
680./l 1,8k 1,5k
OC44
C5
R6 IOfJF
15k

R 55
330./l

R49
620./l

RZO
C3 R 57 560./l
250tJF 680./l
R 50
20k

FIG. 11
Pré·amplificador na posição de reproduÇão. Note·se os mtros corretores para as velocidades de 4,7 "'
CID/ S
e 9,5 cm/s.

acôrdo com a velocidad~ da fita. passar certo limite. Para essa de apagamento são geradas pela
A figura 11 ilustra um pré-am- finalidade os gravadores têm in- unidade osciladora. A freqüência
plificador na posição de repro- corporado um medidor de pro- dêsse oscilador varia entre 30 ,,
dução onde se pode observar os fundidade de modulação (mA, na 100kHz.
filtros para correção correspon- figura 12). A deflexão do pon-
dentes a duas velocidades, 4,75 teiro é proporcional, à tensão de A figura 13 mostra o circuito
e 9,5 cm/s. áudio-freqüência (retificada por de um oscilador. O sinal de saída
D,). O capacitor Cn mantém é aplicado através de cl26 à ca-
INDICADOR DE estável o ponteiro do instrumento. beça gravadora. Pela variação da
MODULAÇÃO capacitância dêsse capacitor ajus-
FREQU~NCIA ta-se a amplitude da corrente de
Para que não haja distorção, polarização. A cabeça apagadora
o sinal de áudio aplicado à ca- A corrente de pré-imantação recebe a corrente de RF da bo-
beça gravadora não deve ultra- em alta freqüência e a corrente bina de reação.

MAIO/JUNHO, 1967 143


ajuste da impedância de filtro s,.,
-2 -2 -5
é também ajustada a corrente de
polarização da cabeça gravado-
R49 R 51
ra (k,).
1,2k 1,5k

MECANISMO
Em alguns gravadores, geral-
R47 mente portáteis, a velocidade da
5,6k
fita não é constante durante a
R 54
IOk
gravação. Como o motor é aco-
R32 R34 R35 R48 R50 plado diretamente ao carretel
5,6k lk 200fl. 1,5 k 3,9k R55 R57
IOk 20k

FIG. 13 (em baixo)

C26~t
Oscilador de alta freqüência. A cabe·
C30 ça cravadora (kl) recebe corren~
R 53 275pF
2,2k IOpF através do capaeitor ajustável Cl26; a
cabeça apagadora (k2) é alimentad:.
R66 pela bobina de reação (a freqüência
C23 Kl IOOfl. .,- em ambas as cabeças é a mesma).
IOkpF o
FIG . 12
Incorporação do ""meditor de profundidade
de modulação" ao gravador.
mA

No circuito ilustrado na fig.:·


ra 14 o estágio de saída de áu- R202
dio passa a funcionar como os- 22k
R204
cilador, quando o aparêlho é 1,8k
comutado para gravação. Como
a cabeça apagadora (k 2) forma R203
parte do circuito oscilador, a lk
corrente osciladora também cir-
culará através de seu enrolamen-
to. O filtro Sto-C,. impede a R201 que traciona a fita, a velocidade
120fl. é lenta no início da gravação
entrada do sinal do oscilador, no
(carretel com pouca fita) e rápi-
amplificador de áudio. Com o da no fim (carretel com muita
fita); fitas gravadas em aparelhos
dêsse tipo, não podem portanto,
ser reproduzidas em outros gra-
vadores.
Atualmente, a quase totalidade
57 dos gravadores de fita têm velo-
R23 cidade constante. A figura 15
5k ilustra um aparelho com essa
característica. A fita é !racionada
56 pelo carretel através de um sis-
R22 tema de fricção; o eixo volante,
47 .n girando a uma velocidade fixa,
em conjunto com o rôlo pressor,
mantém constante a velocidade da
fita.

CABEÇA APAGADORA

FIG. 14
Estágio de salda
de áudio na repro· EIXO VOLANTE
clução e estágio os·
cllador na era· FIG. 15 (em baixo)
vação.
Sis~ com velocidade de fita eoDBtan~. Como o diãmetro do earre~l eresce
graclualmen~
no ato de enrolar a fita, variando aasim a velocidade, o acoplamento
do motor ao carre~l em tração . é efetuado por frleção; a velocidade da fita <
mantida eonstan~ pelo eixo volan~.

144 REVISTA ELETIU>NICA


A CONSTANTA ELETROTÉCNI CA S~ A.

l!m nossa capa deste mes apre- nas operatnzes e maqumas ter- morando-se continuamente as ca-
sentamos um tlagrante de uma ramentas, além dos setores de racterísticas técmcas dos compo-
das secções de tabricaçao de re- usmagem, estampana, galvano- nentes, dentro das limitações de
sJstores da ··constanta hletrotec- plasha e tratamento químico de- custo impostas.
nica S/ A". Contando atualmente senvolvem conjuntamente suas
tunções, para a produçao de po- U parque mdustnal da Cons-
com 14.000 m' de área construí-
da (em terreno de 22.000 m'), tenciómetros e resistores de alta tanta conta amda com uma ta-
a pnme1ra tabnca de res1stores qualidade e esmerado acabamen- bnca de ceram1ca. A necessida-
e potenciómetros da Amenca La- to, segundo modernos processos de na tabncaçao de res1stores de
tina, IniCIOU suas atJVJdades em de industnahzaçao. Maqumas carvao, de corpos de ceram1ca,
1952, em suas entao amda mo- dentro de rígidas especitJcaçõe~
complexas, com elevado índice técmcas tornou necessana a ms-
destas mstalações no mumcipJO de automatização, usadas na ta-
de RibeJrâo !:'Ires, centro mdus- talaçao desse s::tor. Uotada do
bricaçao de componentes, toram ma1s moderno eqmpamento, a ta-
trial próximo ã nossa capital. desenvolvidas especialmente para
Atualmente, cerca de 1000 pes- bnca vem produzmdo cerâmica
a aphcaçao que tem em vista, em de excelentes características -
soas, entre engenheiros, técrucos, suas própnas otJctnas.
pessoal admm•stratJvo e operàrtos além disso, seu volume de pro-
prestam sua colaboração ã orga- Um laboratono eletrõmco com- dução é tal, que além de suprir
nização. pleto, com instrumental de alta o consumo próprio, fornece os
precisão, controla tõda a produ- mais diversos tipos de isoladores
U equipamento mdustnal da ção, através de um ngoroso teste a outras indústrias. A qualidade
Constanta é moderníssimo e do-
tado dos ma1s diversos recursos. de qualidade. Outra atividade da cerâmica é assegurada em
dêsse laboratório é a pesquisa; grande parte, pela utilização de
Um completo parque mdustrial continuamente são investigados porcelana especial, de elevada
to1 instalado; numerosas m!lquJ- novos materiais e processos, apn- qualidade.

Vista parcial da fachada da moderna fábrica da Constanta Eletrotécnica S. A., em Ribeirão Pir~s.
estado de São Paulo.

MAIO/JUNHO, 1967 145


CORPOS DE BOBINA
Estes componentes são fabrica-
dos com tws axJais. ~ao utiliza-
dos para enrolamento de bobmas
em geral, sendo sua construção
contorme o uso e~pccitlco em ca-
da mdOstna.

PEÇAS DE CERÂMICA

A secção de cerâmica tatmca


peças por extrusáo e prensagem,
tanto para a mdOstna eletro-ele-
trônica, como para fins térmicos
e químicos, com materia prima
cuidadosamente selecwnada e por
processos ngorosamente contro-
lados.
Uma das fases da fabricação autom:i ·
Aspecto da secção de usinagem d~ Além de componentes ja em tica de resistores de carvão.
potenciômetros. tabncação, estao sendo planeJados
novos lançamentos, pnncipal-
mente, no campo da eletrõmca.
A ..Constanta J:.letrotécmca
S/ A", está sempre atuallzando

POTENCIOMETROS

A fabricação de potenciome-
tros mclm todos os tipos usados
atualmente na tndustna J:.letro-
mca: umdades simples, coaXIaJs
e conjugadas; com ou sem cnave;
acabamentos especiais de eiXOS,
etc., em extensa escala de va-
lores.

RESISTORES DE CARVÃO

Os resistores de carvão da
Constanta sao tabncados com as
diss1paçoes de 1/10 W, 1/l! W,
1.14 W, 1/2 W, I W, 2 W e
3 W, com valores da nor- Fôrno Túnel da secção de cerãmica.
ma .. Ketma", desde traçoes de
ohm até 20 MU, com tolerância seu equipamento tabnl com a ra Argentma e México e possibi-
de 5% e 10%, além de resJsto- mstalação de modemissimas ma- litando a abertura de novos mer-
res espec1a1s com 1% e 2%. qumas, desenvolvidas pela pro- cados na ilrea latmo-amencana.
pna equipe de engenhana ou Im-
portadas dos grandes centros In- Cüidando de um modo especial
RESISTORES DE FIO dustriais da huropa. do lema que norteia o Ideal de
sua eqmpa de técmcos e enge-
Os resistores de fio são fabri- Ventre as prmc1pa1s metas a nheuos, que é o apnmoramento
cados com dissipação de 5 a 400 serem brevemente atmg1das, pode técmco dos produtos, sempre
W, em configuração convencional ser citado o aumento da produ- acompanhando os níveis mtema-
ou em outras configurações, sob ção anual de resistores de car- CJonaJs de qualidade, empenha-se
especificações especiais dos usuá- vão e de potenciómetros, alcan- a CUNS'IAN lA em atender as
rios. Estes resistores são revesti- çando curas que 1rao superar o exigências do mercado nacional,
dos com silicone, o que assegura consumo nacwnal, permltmdo au- mantendo ass1m, a contJança de-
proteção total contra umidade. mentar a cota de exportaçao pa- positada nos seus produtos.

REVI~TA ELETRõNICA
Pré-amplificador misturador
Graças à possibilidade de operação simultânea de microfo-
ne e toca-discos, êste pré-amplificador é indicado para utilização
em serTiços de alto-falaotes. Nas apficações onde seja dispensá-
vel o uso simultâneo de ambas as entradas, o circuito pode ser
simplificado, com a eliminação da etapa amplificadora de mi·
crofone.

Um pre-amphtlcador com bai- H!dl:! e 14dl:! e atenuaçoes de A tensào de alimentação do


xa d1storçao, que p:!nmta o uso 12d8 e lOdl:!, respectivamente. pré-amphtlcador é de 1ZV. U Clr-
s1mu1taneo de duas entradas, que cmto esquemático da J:•1g. 1 mdi-
utilize transistores nacionais de ca os· valores das tensoes contí-
baixo custo e que forneça uma O CIRCUITO nuas de polanzaçao nos diVersos
saida adequada para excitar os pontos.
amplificadores de potência con- Como pode ser v1sto na l'lg. 1,
vencionais é sem dúvida o que se o pre-amphhcador const1tu1-se
deseja como unidade excitadora de três etapas dlstmtas: amplltl- Amplificador de toca-discos (cris-
em serviços de alto-falantes co- cador de toca-d1scos, para cápsu- tal e cerâmico)
merciais, de clubes ou parques las cerâmicas ou de cristal (T,),
de diversões. O circuito apresen- amplificador de microfone (T,) e Nesta etapa empregou-se um
tado na Fig. I preenche a todos etapa de saida (T, e T,). No caso transistor Al'll7, com o qual tot
êsses requisitos. Utilizando um de nao ser necessana a utlllza- possível obter a resposta de tre-
transistor AF 117 e três transis- ção SlmUltanca das duas entradas, quencia e o ganho de tensao ne-
tores OC71, fornece uma saída a etapa amplificadora de micro-
de IOOmV - com apenas 0,5% tone pode ser excluída do c1r· cessanos. O circuito dispõe de
duas entradas, para senslbiildades
de distorção hannônica - su- CUltO. diferentes: IIOmV sobre 47kU
ficiente para excitar qualquer
J::m Sistemas estereotõnlcos se· (entrada A) e 3.50mV sobre
amplificador de potência.
rão utilizadas duas umdades 1,5MU (entrada 1:1). J::m tunção
O sistema de contrôle d! tona- igua1s a essa, empregando-se con- da saída que otereça cada cap-
hdade empregado na un1<tade pos- trôles em "tandem" e um contrô- suJa em part1cu1ar, é convemen-
sibilita obter, nas treqUênc1as de Je adequado de balanceiO entre te aJustar-se o valor do res1stor-
50Hz e 15.000Hz, retorços de ambas as saídas. -séne de entrada (K, ou K,), a

-9,8V RIII ·f0,4V Rzs


szon szon +
RzJ c,. 12V
c11 Ru
r125pF 20/r 3,9/r .--o-
125pF
X -{:.
c, c,5

470pF
Rz6 c,s
c7
0,0033 1,5/r
4,7'/r

33/r
Rt4 -3,4V
47/r
RtJ Rzz
50/rLog 10/r


Rf7
390Q

Rz, R25
15/r 4,7/r

":"' "::"'

FIG. 1

MAIO/JUNHO, 1967 147


ftm de evttar a saturação do
transistor.

AmpUficador de microfone (di·


nâmico)

UttJtZou-se aqut um transistor


OC71, que proporciOna uma sen-
sibilidade de 1,.5mV, com tmpe-
dancta da ordem de JkU. hssa
impedáncta deve ser aJustada pa-
ra se adaptar à tmpedáncta do
rmcrotone, pela escolha do valor
de R,.

FIG. 2
Contrôles
Na saída das etapas amplittca-
doras de toca-dtscos e de mtcroto- Etapa de saída A tmpedáncta de saída apre-
ne estão mstalados os potenctome- s~ntadapela etapa é da ordem de
tros de contrôle de volume. Esses .Esta etapa constttui-se de um 15011.
potenciômetros estão acoplados à ampltttcador de alto ganho, de
malha de controle de tonalida- dois estàgtos, com acoplamento
de, perrmtmdo uma combmação NIVEL DE RUIDO
direto. Us tranststores uttltZados
adequada dos smais do toca-dts-
são do ttpo UC71. U ctrcutto pos- U nível de ruído com relaçao
cos e do mtcrotone.
SUI realimentação de corrente à saída nommal (IOOmV), com
A malha de controle de tonah- contínua, o que o toma mutto es- controles de tonalidade ajustados
dade é de conttguraçao conven- tàvel para vanaçóes de temp~ra­ para resposta plana, é o segumte:
cional uttltZando dots potenció- tura ambtente e vanaçoes de ca- Entrada de toca-discos (em aber-
metros logarítmtcos de .50.kU. A to): '
racterísticas de tranststores. t•m volúme no mimmo, melhor que
Fig. 2 tJustra a ação dos contro- mcluído amda outro élo de reah-
les de graves e agudos sobre a .59dH;
mentação negattva de smal, con- volume no màxtmo, melhor que
resposta de treqüêncta - em 1 e
segumdo-se características dma- 411dH;
III na condição de máximo refôr-
ço; em 11 e 1V, na de atenuaçao mtcas excelentes: batxa dtstorçao, Entrada de mtcrotone tem curto):
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148 REVISTA ELETRONICA


I E
Em artigo anterior, descrevemos os princípios
de operação dos circuitos mais comuns para trans-
missão estereofônica em freqüência modulada. Va- IOQ

mos agora, tratar de alguns circuitos para recepção 90


60
dêsses sinais. Após passar pelos estágios de rádio-
-freqüência, misturador e de freqüência intermediá-
ria, em que seu processamento é totalmente normal,
o sinal composto, cujo espectro de freqüências vê-se
à figura 1, é detetado por um detetor de relação
em cuja saída temos a tensão representada na figu-
ra 2. Esta tensão é idêntica à que se aplicou ao
modulador do transmissor. Verificamos que: FIG.

a) o valor médio, representado por uma linha


pontilhada, tem a mesma forma que o sinal mono-
fônico;
b) a envolvente representada por uma linha tra-
cejada é a informação de áudio do canal esquerdo;
c) a informação de áudio do canal direito é a
que se vê representada pela envolvente em ponto
e traço.
Para se retirar a informação dos canais esquer- FIG. 2
do e direito de áudio, é necessário então que se
reintroduza a portadora auxiliar de 38kHz, que no
processo de transmissão é suprimida *. Com isso,
obtém-se um sinal normal de uma portadora modu-
lada em amplitude que é fàcilmente detetável (figu-
ra 3). As envolventes representam respectivamen-
te os sinais dos canais esquerdo e direito de áudio.
Portanto, através da deteção da envolvente, é possí-
vel separar os sinais E (canal esquerdo) e D (canal
direito) diretamente do sinal composto, não sendo
necessário, primeiramente, separar-se o sinal mono-
fônico (soma E+D) do sinal estereofônico (diferen-
ça E - D) e depois recombiná-los. Evidentemen-
te, para isso são necessários dois detetores: um pa-
ra retificar o lado positivo do sinal composto e ou-
tro o lado negª-tivo (~igura 5). A dificuldade que
existe na deteção das envolventes do sinal com-
posto estereofônico é a de que a freqüência da por-
tadora (38kHz) é muito próxima à freqüência de
áudio mais alta (15kHz). A escolha da constante de
tempo (R e C) do detetor é baseada em um compro-
misso entre:
a) distorção das freqüências mais altas de mo- FIG. 3
dulação;
b) eficiência do detetor;
c) resposta em freqüência requerida;
d) distorção para maiores porcentagens de mo-
dulação.
Porém, é muito difícil de se poder estabelecer
um compromisso satisfatório entre êsses 4 fatôres
para nosso circuito. Além disso, êle apresenta a des-

( 0 ) Isto é feito utilizando o sinal de 19kHz, contido f9kHr


na informação total transmitida, e o dobrando, para tan-
to utilizando um retificador de onda comJ>Ieta. No d~cu1to
que mostramos na figura 4 temos a vantagem de que oq
19kHz não aparecem na salda. FIG. 4

MAIO/JUNHO, 1967 149


vantagem de não ser compatível já que o sinal mo- senvolve-se uma tensão sôbre Re e durante o meio
nofônico seria detetado com distorção muito alta. ciclo negativo sôbre RD. Estas tensões são propor-
cionais aos sinais esquerdo (E) e direito (D) de áu-
Tôdas essas dificuldades são suplantadas pelo dio. O sinal de 38kHz não aparece na saída devido
detetor em anel (figura 6), cujo princípio será ex-
à conformação em ponte do circuito, não acarretan·
plicado em seguida. ele apresenta vantagens im-
do, portanto, sobrecarga do amplificador de áudio.
portantes como: introduzir uma distorção conside-
Quando não existe a subportadora, o sinal passa
ràvelmente menor, apresentar uma característica de
freqüência linear e compatibilidade, que contraba- sem distorção para a saída - as metades positivas
lançam de modo apreciável a desvantagem de uma através de um dos jogos de diodos e as metades ne·
menor saída. gativas através do outro - o que toma compatí-
veis as transmissões estéreo e mono.
No detetor de anel, o sinal composto estereo-
fônico é chaveado com uma freqüência de 38kHz Todo o processamento que o sinal sofre depoi~
entre as saídas E e D, por meio da subportadora de passar pelo detetor de relação é agrupado em
recuperada através do sinal pilôto de 19kHz. Du- um conjunto denominado decodificador, cujo dia-
rante o meio ciclo positivo do sinal de 38kHz de- grama de bloco se vê na figura 7. O esquema df'
um decodüicador pode ser visto na figura 8. O
sinal proveniente do detetor de relação é aplicado
entre os pontos 1 e terra. O primeiro estágio é un>
amplüicador de 19kHz. O circuito S,-C,-Ct, está
sintonizado em 19kHz, assim como o circuito d~
coletor de TR,. A seguir, o sinal é dobrado pelo~
diodos X, e X,, que funcionam como um retificador
de onda completa, aparecendo a tensão retificada.
através de R, (figura 9a). Detalhando um pouco
mais, poderíamos dizer que durante o primeiro meio
ciclo, o díodo X, conduz e V AB aparece como uma
tensão positiva através de R,, durante o segundo
Sino/ compÔsfo di ~sfir1o meio ciclo X, conduz e agora aparece Voe, também
positiva, sôbre R,. A representação gráfica de V AD
FIG. 5 e Voe é vista na figura 9b. O sinal resultante VDa.
ilustrado na figura 9c, é uma retificação de onda
completa do sinal de entrada e sua freqüência é,
.-------01:" portanto, o dôbro de VAo· A tensão através de R,
é aplicada à base de TR,, cujo circuito coletor
(S, - c.) está sintonizado em 38kHz. este sinal é
J8 aplicado ao detetor de anel (ring-modulator) cujo
/tHt funcionamento vamos procurar detalhar. A função
dêsse circuito composto dos diodos X,, X., X, e X.
e das resistências R., R,., Ru e R" é como já vimos,
detetar o sinal de áudio D e E do sinal composto
estéreo. A tensão através de S, induz tensões de
polaridades inversas em S. e S.. Essas tensões são
somadas ao sinal M + S, que atinge a tomada cen-
FIG. 6
tral de S, e S. através do circuito c, - s,, que está
sintonizado em 67kHz, para bloquear uma informa-
ção suplementar que eventualmente, pode estar pre-
sente (essa portadora adicional é utilizada nos E.U.A.
para programas de músicas contínuas para bares,
hotéis, etc.). A figura 10 dá uma idéia simplifica-
da, do que acontece: a tensão V Ae é a soma da ten-
são produzida pelo estágio dobrador e do sinal
FIG. 7 +
M S sendo que a fase do sinal de 38kHz supri-

'----r---ozroJ

r-1""-t---o~fE/

c,.

FIG. 8

150 REVISTA ELETRONICA


O circuito de TR, é um compensador de dia-
fonia, já que na prática resulta na presença, depois
do detetor em anel, de um pouco do sinal direito
juntamente com o esquerdo e vice-versa.
Supõe-se que sôbre Ru, está presente uma ten-
RS são de 4V (E)+ 1V (D), e através de Rt,, uma ten-
~------------~E
são de 4V (D) + 1V (E). Por Rt,, começa a circu-
lar uma corrente como resultado das tensões atra-
vés de Rt, e Rt~· Ambos resistores, formam com
FIG. k .Ru, um divisor de tensão de 1 a 10. Assim nos ex-
tremos de Ru se encontra:
VAE VOE 4V(E) + 1V(D) + 4V(D) + 1V(D) =
10
5V (E) + 5V (D)
VBE 0,5V (E) + 0,5V (D).
10
FIG. 9-b FIG. 9-c

mida na transmissão. Já a tensão VBB consiste no


sinal de 38kHz somado ao sinal M + S porém com
fases opostas. As envolventes em V aE é claro, esta·
rão em lugares opostos, quando comparadas com
Vu, mas continuam em fase entre si.
A figura 11 nos mostra claramente, que o dío-
do X. conduz no ciclo positivo de V.... e X, no ne-
gativo de Va"· De maneira semelhante X. deixa pas-
sar o ciclo positivo de Vas e X, o negativo de Vn· •
Resumindo, os diodos X. e X, permitem o apare-
cimento do sinal direito (D) em Rt, enquanto que
X. e X. asseguram sôbre Rts o aparecimento do si-
nal esquerdo (E).
A tensão de 38kHz sôbre S, resulta numa cor-
rente que flui através de X. e Ru nos semiciclos X6
positivos, produzindo, portanto, uma tensão positi-
va sôbre Rts· Ao mesmo tempo, a tensão de 38kHz R15
induzida em S. (com fase oposta à anterior) resulta
em uma corrente através de X, e Rts, produzindo,
FIG. 11
uma tensão negativa sôbre Ru. Daí resulta que em
R15 temos duas tensões iguais, mas de polaridades
diferentes que evidentemente se cancelam.
r-----OA

FIG. 10

Sôbre Rt,, as tensões geradas pelo sinal de FIG. 12


38kHz, cancelam-se da mesma forma. Assim, na
saída do detetor não aparecerá nenhum sinal de
38kHz. X1 F/3 F/7

Os resistores R,, Rto, Rn e R12 têm dupla fun-


ção. Para sinais estéreo êles asseguram que o cir-
cuito S, e C, não seja muito amortecido. Quando R6 F/4
recebemos sinais monofônicos êles atenuam a dis- X2
torção não-linear devida aos diodos. A figura 12 2o--i. .-,
nos mostra o detetor de anel recebendo um sinal
monoaural. As metades positivas passam através de
X. e X. e as negativas de X, e X,. Conseqüente-
mente, o sinal total monoaural é obtido através de C1
Rt, e Rts· As características dos diodos sendo não-
-lineares, o sinal sofrerá distorção, embora ela seja
atenuada pelos resistores acima mencionados. FIG. 13

MAIO/JUNHO, 1967 151


tste sinal é amplificado por T" e defasado em figura 13, pode ser visto o esquema de princ1p10.
1800. Supondo que o fator de amplificação seja Quando há presença de um sinal multiplex, temos
igual a 2, se aplica a cada canal (O,SV esquer- um sinal de 38kHz, entre o ponto 5 do decodifica-
do + O,SV direito) x (- 2) = -IV esquerdo dor e a terra (vide fig. 8). Esta tensão é aplicada
- 1V direito. ao ponto 2 do indicador. Por retificação, aparece
O sinal (-) indica que houve inversão de sen- na base de TR, (fig. 13), uma tensão contínua, a
tido do sinal. qual se pode regular com o auxílio de R,. Esta
Agora, observando a tensão para o canal es· tensão é negativa com respeito à terra. TR1 é um
querdo (portanto, ponto 3 com relação à terra), re- transistor PNP, motivo pelo qual, a corrente de co-
sulta que o sinal esquerdo é: letor, aumentará a medida que a tensão de base
4V esquerdo + IV direito - IV esquerdo seja mais baixa. Em conseqüência, também aumen-
- 1V direito = 3V esquerdo. ta a queda de tensão através de R,. Por sua vez, a
tensão através de R, - R, será menor, sendo me-
Desta forma, a diafonia se compensa, visto que
não há nenhuma informação direita no sinal esquer- nos negativa. Por isso, diminui a corrente de cole-
do. O mesmo se pode dizer para o canal direito. tor de T, e, assim, diminui a tensão através de R,,

FIG. 14

Na prática resulta (a consideração anterior é motivando o aumento de corrente do coletor de TR,


naturalmente teórica) que uma relação de diafonia (fica mais negativo). Esta tensão se aplica a
de 28d8 é folgadamente suficiente para um bom ~ - R2• O fenômeno provocado pela retificação
efeito estereofônico. do sinal de 38kHz, fica amplificado, sendo pois um
Observação: Ru é ajustado na fábrica e não fenômeno acumulativo. A corrente de coletor de TR,
se pode reajustar com auxílio de uma emissão nor- depende da tensão de base, a qual depende, por sua
mal estereofônica. Para isso se necessita Ulll: gera· vez, da tensão através de R,. Quando esta tensão
fôr suficientemente alta, circulará corrente suficien-
dor estereofônico. te para acender a lâmpada L, a qual dará uma
indicação de que se trata de uma emissão estereo-
O INDICADOR DE ESTEREOFONIA fônica.
A figura 14 ilustra um diagrama em bloco do
Para indicar se uma emissão é ou não estereo- receptor de F.M., que pode receber ainda sinais es-
fônica, se usa um indicador de estereofonia. Na tereofônicos.
--oOo-

riormente, nem sempre fornece uma explicação sa-


GERADORES TERMO-ELÉTRICOS tisfatória dêsses caprichos aparentes, e a necessi-
(Condnuaçio da pác. 137) dade de um quadro teórico mais adequado, está
Existe um considerável incentivo para se desen· atualmente sendo admitida pelos estudiosos da ma-
volver semicondutores que não se tomem intrínsecos téria.
antes de 1.1 OOOC e um grande número de materiais Outros problemas estão ainda associados com a
estão sendo investigados, principalmente nos E.U.A., utilização dêstes novos materiais em termopares e
pela Westinghouse Corporation. Uma possibilidade a montagem dêstes em termopilhas completas. A
muito estudada atualmente parece ser a adição de montagem, obviamente, deve ser feita de forma a
pequenas quantidades de imp~zas devidamente es· diminuir a resistência elétrica de contato entre os
colhidas, a substâncias que são normalmente iso· diferentes materiais empregados, já que uma alta
lantes. O óxido de níquel puro, por exemplo, é um resistência de contato teria o mesmo efeito que uma
isolante, mas quando 1110dificado pela adição de três Alta resistência interna do material, reduzindo a efi-
por cento de lítio enfraquece as fôrças de ligação ciência do gerador.
que prendem alguns elétrons oibitais aos átomos As termopilhas, em temperaturas de 260 ou
de níquel, de forma que êsses elétrons podem ser 3Isoc devem ser protegidas do ambiente para se
fàcilmente libertados e transportar corrente quando evitar corrosão e a conseqüente deterioração das
o material é aquecido. junções. Para se manter as perdas térmicas baixas,
Existe ainda um problema na fabricação dês" cada elemento deve ter pequena área de secção trans-
ses novos semicondutores. A adição de certas im- versal, evitando assim que o calor passe da junção
purezas parece dar certo em alguns casos e falhar quente para a junção fria. Por outro lado, essa área
em outros; e, não é importante somente achar-se a não deve ser tão pequena que dificulte o fluxo da
impureza adequada, mas a proporção em que esta corrente elétrica. Geralmente, um compromisso efe-
deve ser adicionada, a qual é muito crítica. A teo- tivo deve ser determinado para cada material.
ria simplificada dos semicondutores descrita ante- (Continua no pr6:dmo nãmero)

152 REVISTA ELETRóNICA


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