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O argumento da responsabilidade

O pressuposto de que temos livre-arbítrio está profundamente enraizado nas nossas formas habituais de
pensar. Ao reagir a outras pessoas, não conseguimos deixar de as ver como autoras das suas ações.
Consideramo-las responsáveis, censurando-as caso se tenham comportado mal e admirando-as caso se
tenham comportado bem. Para que estas reações estejam justificadas, parece necessário que as pessoas
tenham livre-arbítrio.
Outros sentimentos humanos importantes, como o orgulho e a vergonha, também pressupõem o livre-
arbítrio. Alguém que conquista uma vitória ou tem sucesso num exame pode sentir-se orgulhoso,
enquanto alguém que desiste ou faz batota pode sentir-se envergonhado. Porém, se as nossas ações se
devem sempre a fatores que não controlamos, os sentimentos de orgulho e de vergonha são infundados.
Estes sentimentos são uma parte inescapável da vida humana. Assim, uma vez mais, parece inescapável
que nos concebamos como livres.
Podemos, portanto, raciocinar desta forma:
1. Não conseguimos deixar de admirar ou de censurar as pessoas pelo que fazem, nem conseguimos
deixar de, por vezes, sentir orgulho ou vergonha pelo que fazemos.
2. Estas reações — admiração, censura, orgulho e vergonha — não seriam apropriadas se as pessoas não
tivessem livre-arbítrio.
3. Logo, temos de acreditar que as pessoas têm livre-arbítrio.
4. Dado que temos de ter essa crença, temo-la de facto: as pessoas têm livre-arbítrio.
J. Rachels, Problemas da Filosofia, Gradiva, 2009, pp. 189-190.

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