Experimento I
Medidas de Corrente e Diferença de Potencial
Salvador
Setembro de 2009
INTRODUÇÃO:
No laboratório, busca-se medir e interpretar duas grandezas fundamentais em
eletricidade: medida de corrente e diferença de potencial (ddp). Para tanto, é necessário
conhecimentos básicos, tais como a Lei de Ohm e entender como se dá o funcionamento de
um galvanômetro. Estes elementos serão cruciais no desenvolvimento do experimento.
OBJETIVOS:
Neste experimento, buscamos medir e interpretar as grandezas de diferença de
potencial e medida de corrente, através dos medidores de corrente e tensão (amperímetro e
voltímetro, respectivamente). A partir disso, determina-se a duplicação e quadruplicação do
fundo de escala do amperímetro e a transformação deste em voltímetro, além de comprovar
e ajudar na compreensão da teoria vista em sala de aula.
MATERIAL UTILIZADO:
-Década de resistores;
-Amperímetro;
-Chave liga-desliga;
-Placa de ligação;
-Bateria (fonte):
-Fios.
1ª Parte: Medida de Corrente Menor Que o Fundo de Escala do Amperímetro.
Para dar início ao nosso experimento, inicialmente montamos o seguinte circuito,
como foi pedido no roteiro:
Tendo conhecimento da lei de Ohm, foi pedido para calcularmos a resistência que
limita a corrente ao valor máximo (Imáx) que pode ser lido pelo amperímetro (Resistência
Mínima Calculada: Rmín), temos então os cálculos:
Vo= Rmín x Imáx
Vo= 2,62 V
Imáx= 10 mA
Rmín = 262
Também nos foi pedido para calcularmos o valor da resistência que permitiria uma
corrente mínima (Imín) de 1 mA no circuito (Resistência Máxima Calculada = Rmáx), de
maneira análoga, temos que:
V= Rmáx x Imín
Imáx= 1 mA
Rmáx= 2620
Após calcularmos Rmín e Rmáx, ajustamos o valor da Resistência Mínima
Calculada na década de resistores, ligamos a chave e obtivemos o valos da corrente igual a
9,3 mA. O valor observado no amperímetro foi menor do que o fundo de escala do
aparelho, pois o amperímetro apresenta uma resistência interna que foi desconsiderada ao
realizarmos os cálculos de Rmín. Feito isso, nos foi pedido que ajustássemos, agora, um
valor de resistência na década (Resistência Mínima Experimental) para que a corrente lida
no amperímetro fosse exatamente igual ao fundo de escala do aparelho: 10 mA. Daí
obtivemos a Resistência Mínima Experimental igual a 244.
A partir da Resistência Mínima Experimental, ajustamos na década 15 valores entre
esta e a Resistência Máxima Calculada, construindo então a seguinte tabela:
Sabemos que as resistências em paralelo são iguais. Logo, temos que Ra=Rp. Logo:
Ra= I – Ia x Rp/ Ia
262+6,5=268,5
U=Req x I
I=2,62 / 268,5 = 9,76 mA.
Sendo assim, o valor encontrado para a corrente é compatível porque está dentro do
limite de erro experimental aceitável.
3ª Parte: Transformação da Faixa de Medida de Um Amperímetro
i) Duplicação do Fundo de Escala do Amperímetro
Observamos que no circuito anterior, metade da corrente passou por cada uma das
resistências. Sendo assim, deduzimos que Ra = Rp. Podemos expressar essa dedução
também da seguinte forma:
It = Ia + Ip = 2 Ia.
U = Rt .I
2,62 = Rt x 0,02
Rt = 131 .
O valor calculado da Rt foi de 131 . Entretanto, para este valor, observamos que a
corrente ultrapassa o limite do fundo de escala. Dessa forma, ajustamos o valor de R para
129 , que foi onde obtivemos o valor desejado.
U = Rt x. I
2,62 = Rt x 0,04
Rt = 65,0 .
Sendo assim, vamos duplicar gradativamente a partir da resistência Rt até atingir um
total de 5 medidas, valores estes mostrados na tabela abaixo:
R () Im (mA ) Ic (mA ) I = Ic - Im ( mA )
65 40 40,3 0,3
130 20 20,2 0,2
260 10,4 10,1 -0,3
520 4,8 5,0 0,2
1040 2,4 2,5 0,1
Para transformar o Amperímetro (Ra = 13) em Voltímetro com fundo de escala igual a
5V ajustamos o valor da resistência R de forma que para uma ddp U = 5V passaria no
circuito uma corrente Ia = 10mA, segundo as seguintes equações:
U = (R + Ra) x Ia
(R + 13mA) = 5V/10mA
R = (500 – 13)
R = 487
Ajustamos este valor na década e anotamos o valor da corrente (I = 5,2mA), assim a
tensão foi de:
U = ( R + Ra ) x I = 500 x 5,2 x10-3 = 2,60 V
Para o voltímetro de 5V, o desvio avaliado será de 0,1/ 2 = 0,05 V. A resistência
interna do voltímetro é de 500 ( R + Ra ). Daí, sua resistência interna (Rv) será:
Rv = 500 0,05 V
Medimos a diferença de potencial para uma ddp gerada por até cinco elementos da
bateria utilizada, formando a tabela a seguir:
# elementos V(V) V ± V
1 1,4 1,4 ± 0,1
2 2,6 2,6 ± 0,1
3 2,8 2,8 ± 0,1
4 4,2 4,2 ± 0,1
5 4,2 4,2 ± 0,1
Conclusão:
Diante do experimento realizado, percebemos a importância do estudo e
compreensão das grandezas da corrente elétrica e tensão. As sucessivas transformações do
fundo de escala do amperímetro, assim como a transformação do amperímetro em
voltímetro reforçam o conhecimento adquirido durante a elaboração do experimento.
Podemos perceber que, do ponto de vista didático que os objetivos do experimento foram
alcançados.
Além de executarmos o “passo-a-passo” de cada parte e fazer as respectivas
considerações, não podemos deixar de citar as diferenças encontradas em muitas das
medidas realizadas. Isso acontece devido ao erro de leitura cada instrumento e também a
problemas no equipamento já que durante várias vezes percebemos que quando tocávamos
em alguns fios, a leitura da corrente variava. Outros causadores de erros seriam: a
resistência das décadas, dos fios envolvidos e o Efeito Joule, que ocorre com todos os
aparelhos eletrônicos. É importante lembrar que ao montar o circuito, devemos levar em
conta também a resistência interna dos aparelhos utilizados (no nosso caso, o principal foi o
amperímetro) que apesar de serem pequenas, influenciam no sistema como um todo.
Enfim, concluímos que o experimento atendeu os objetivos pretendidos, apesar dos
inúmeros problemas que procuramos minimizar durante o experimento.