Se o réu não foi encontrado para ser citado e também não constituiu
defensor, como deve proceder o juiz? Explique.
Após a resposta escrita do acusado, o juiz pode absolver sumariamente o réu, nos
casos de: manifesta causa de exclusão de ilicitude ou culpabilidade (salvo
inimputabilidade), pela atipicidade do fato apresentado (ou seja, não constituir
crime) ou pela extinção de punibilidade do agente (seja por prescrição, decadência
ou outras hipóteses previstas no art. 107 do CP ou lei extravagante).
O rito ordinário está disciplinado nos arts. 395 a 405 do CPP, e aplica-se a crimes
cuja pena máxima cominada for igual ou superior a 4 anos de pena privativa de
liberdade. O rito sumário, por sua vez, está previsto nos arts. 531 a 538 do CPP,
aplicando-se a crimes cuja pena máxima cominada for inferior a 4 anos e superior a
2 anos de pena privativa de liberdade (isso porque se for inferior a 2 anos seria o rito
sumaríssimo). Demais disso, o prazo de realização da audiência de instrução e
julgamento no rito ordinário é de 60 dias, enquanto no sumário é de 30 dias, além do
número de testemunhas no ordinário ser de até 8 testemunhas e no sumário ser de
até 5.
Quanto à aplicação de tal instituto nas hipóteses de ação penal privada, apesar de a
Lei nº 9.099/95 prever apenas para ação penal pública incondicionada e
condicionada à representação, hoje predomina o entendimento na jurisprudência e
na doutrina de que, de fato, pela analogia, é possível o oferecimento de transação
penal na ação penal privada, podendo partir do próprio querelante e, caso não o faça
e não haja recusa expressa, pelo Ministério Público.
A impronúncia, por sua vez, é uma decisão terminativa, em que o juiz não se
convence naquele momento da existência de indícios suficientes de autoria e
materialidade delitivas nos autos, negando prosseguimento da ação penal e
encerrando o processo sem julgamento de mérito. É o oposto da decisão de
pronúncia. Todavia, é uma decisão repleta de incerteza, pois mesmo que o réu não
seja pronunciado naquela oportunidade, prevê a possibilidade de reabertura do
processo a qualquer tempo se surgirem novas provas, desde que não esteja extinta a
sua punibilidade. Não se forma coisa julgada material, mas sim formal. Contra ela
cabe o recurso de apelação.
O RESE é normalmente visto como um recurso incidental, uma vez que tem o
condão de impugnar determinadas decisões interlocutórias proferidas no decorrer do
processo penal pelo juízo de primeiro grau, sendo adequados nos casos previstos
taxativamente no art. 581 do CPP ou em leis especiais, com exceção dos incisos XI,
XII, XVII, XIX a XXIV que foram revogados pela lei de execução penal, sendo
agora hipóteses de cabimento de agravo de execução.