Campus Florestal
Laboratório de Física Moderna – FIF320
Efeito Fotoelétrico
Introdução
No século XIX já se sabia que um eletroscópio poderia ser eletrizado ao se incidir luz
ultravioleta nele. O contrário também poderia acontecer: descarregar um eletroscópio ao incidir luz
neles. Este efeito foi conhecido como Efeito Fotoelétrico. Porque a luz pode eletrizar o
eletroscópio? A luz contém energia, e ao incidir na placa metálica ela pode retirar o elétron da placa,
caso tenha energia suficiente para vencer a força que liga o elétron ao material (não entraremos
ainda no “detalhe” da luz ser onda ou partícula, independente disto ela transporta energia!). Se a
placa de metal perde elétrons, há uma movimentação de cargas no eletroscópio, e portanto ele se
eletriza. Os elétrons emitidos pela placa devido à luz incidente é chamado Fotoelétron. Além do
interesse teórico/científico/histórico, o efeito fotoelétrico é largamente utilizado em indústrias e no
dia a dia, como em câmeras CCD, controles remotos, sensores industriais, etc.
Agora, vamos supor o seguinte experimento (Figura 1): seja um circuito contendo uma fonte
de tensão variável (corrente contínua), duas placas distantes entre si e um amperímetro. Se a fonte
de tensão não for suficientemente alta para romper a rigidez dielétrica do espaço entre as placas,
não haverá corrente elétrica.
Vamos introduzir o efeito fotoelétrico no circuito, incidindo luz em uma das placas
metálicas, de modo a observar corrente de fotoelétrons no circuito (chamada fotocorrente). Note
que a fonte de tensão pode tanto auxiliar no movimento dos fotoelétrons quanto ela também pode
“freá-los”. A proposta é incidir luz nas placas de duas formas diferentes:
(i) várias intensidades, porém de frequências iguais;
(ii) várias frequências, porém de intensidades iguais.
Em ambos os casos, os elétrons chegam à placa coletora mesmo se a tensão de freamento for
nula, o que indica que eles adquiriram mais energia que o necessário para ejetar da placa. Este
restante de energia é transformado em energia cinética (ou de movimento) do elétron. Também
podemos esperar que podemos alterar a tensão V 0 , tanto em módulo quanto sua “polaridade”,
nas duas propostas acima, de modo a tentar “frear”1 totalmente os fotoelétrons (os fotoelétrons saem
com alguma velocidade – e portanto energia cinética – da placa metálica).
A teoria de Maxwell diz que a luz é uma onda eletromagnética, portanto sua energia é
proporcional à intensidade (ao quadrado): E α| I 2| .
Analise clássica das duas propostas citadas (ou seja, segundo Maxwell):
(i) a energia com que fotoelétrons saem da placa depende diretamente da intensidade da luz
incidente, e não da frequência. Para várias intensidades de luz, a tensão de freamento deveria ser
tanto maior quanto maior fosse a intensidade da luz. Portanto, para este experimento, se fizermos
um gráfico de corrente x tensão da bateria, veríamos o seguinte (intensidade vermelha maior que
intensidade cinza):
Figura 2: Analise clássica do efeito fotoelétrico. para luz de mesma frequência e diferentes
intensidades. A curva cinza indica luz de intensidade menor que a curva vermelha.
(ii) a energia com que fotoelétrons saem da placa depende diretamente da intensidade da luz
incidente, e não da frequência. Para várias frequências da luz, a tensão de freamento deveria a
mesma. Portanto, para este experimento, se fizermos um gráfico de corrente x tensão da bateria,
veríamos o seguinte (ou seja, um valor para a tensão de freamento para todas as frequências):
Figura 3: Analise clássica do efeito fotoelétrico. para luz de mesma intensidade. Note que a tensão
de freamento coincide.
2 De fato, este intervalo de tempo calculado através da teoria clássica pode chegar a 2 horas para que cada elétron
absorva a energia necessária para ser ejetado do material!!!
Teoria Quântica
A descrição para o efeito fotoelétrico foi realizada por Einstein em 1905, e possui uma
simplicidade ímpar. Abaixo descrevemos a teoria quântica de Einstein para o efeito:
1 2
(a) Para frearmos totalmente um elétron com energia cinética K = m v é preciso uma tensão
2
de freamento igual a, onde e é a carga do elétron.
(b) A tensão de freamento deve ser associada a elétrons com energia cinética máxima..
(c) Pela conservação de energia, a energia cinética máxima deve ser igual a energia da luz
incidente, menos a chamada função trabalho do material, que é a energia necessária para
retirar um elétron do mesmo, onde ω é a função trabalho.
(d) Einstein propôs, baseado na hipótese de Planck, que a energia da radiação eletromagnética
consiste em pacotes (quanta) de luz: E=h ν .
(e) Portanto, para o efeito fotoelétrico., temos:
e V 0 =h ν−ω (1)
Sendo assim, a análise das duas propostas de experimento citadas na introdução podem ser
vistas como:
Observação 1: A hipótese de Einstein explica também o porquê de não se observar nenhum atraso
na emissão dos elétrons: o elétron absorve a luz instantaneamente, através de um quanta de energia.
Experimento
Objetivos
Procedimentos
Referências
HALLIDAY, RESNICK, WALKER. Fundamentos de Física. Vol4. 8 ed. Editora LTC, 2009.
NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica: Eletromagnetismo, Vol4 4 ed. Edgard Blücher,
2002.
Docentes do curso de Física, Campus UFV-Florestal. Notas de aula.
Manuais dos equipamentos do laboratório de Física do Campus UFV-Florestal.