n. 7 | novembro | 2018
{CAPA} Angela Leite de Souza. Ilustração
da página 14 do livro PAZ, de sua própria
autoria (Ed. Abacatte, 2018).
{} editor
{voz da literatura}
revista de crítica e divulgação de obras literárias e afins.
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{voz da literatura} | n. 7 | novembro | 2018 2
ANTONIO CANDIDO 100 ANOS
Maria Augusta Fonseca e Roberto Schwarz (Org.)
Editora 34 | 2018 | 495 p.
Maria
Helena
de Moura
Neves A linguista Maria Helena de Moura
e a gramática Neves, professora emérita da Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
do português (Unesp) e da Universidade Presbiteriana
Mackenzie (UPM), possui um extenso
revelada em trabalho de pesquisa acerca das relações
entre texto e gramática e sobre a teoria
textos funcionalista da linguagem. Publicou mais
de uma dezena de livros a respeito desses
temas, entre eles: Gramática de usos do
português (Unesp, 2012), Guia de usos do
português (Unesp, 2011), Texto e gramática
(Contexto, 2006) e Que gramática estudar
na escola? Norma e uso na língua portuguesa
(Contexto, 2003). Nesta entrevista,
a {voz da literatura} conversou com a
autora que lançou em junho, pela editora
Unesp, a obra monumental
A gramática do português revelada em textos.
A gramática do português
revelada em textos
Editora Unesp
2018
p. 1398
Em busca
de pontes
entre leitura
e cultura:
uma reflexão sobre o
livro infantil e juvenil
na contemporaneidade
A consolidação das redes sociais e da mídia demande reflexão e, por isso, implique certa demora,
deveu-se às inovações tecnológicas da sociedade pós- perde seu significado, pois não há tempo algum
industrial que favoreceram à mundialização da cultura, como seta para medi-la. Por consequência, as relações
da comunicação social e formaram a infraestrutura humanas se estabelecem sob a forma de um jogo curto
material. Para Renato Ortiz (2006), a articulação que significa tomar cuidado com compromissos a
entre ciência e tecnologia implica em transformações longo prazo e fixar-se a um lugar, e/ou a uma vocação
profundas no setor produtivo, criando novas apenas. Produz-se a sensação de que de posse do meio
classes sociais e padrões de racionalidade. As novas – mídia – para se comunicar, todo sujeito é capaz de
tecnologias incidem diretamente sobre as noções de fazê-lo e dispõe de competência para isso. Não importa
tempo e espaço, estimulando a integração e a sincronia. se há domínio de um campo específico, interessam as
Desse modo, com a microeletrônica, a codificação e a impressões pessoais. Assim, o que afeta um indivíduo,
transmissão das mensagens adquirem um caráter de suas crenças e experiências – a sua verdade – deve
transversalidade. Assim, um evento remoto torna-se ser posto em verbo, atuando como guia para os que
próximo, contudo, o que nos rodeia pode estar afastado. ainda não tiveram a mesma “revelação” que ele.
De acordo com Zygmunt Bauman, o tempo já Em relação aos livros infantis e juvenis,
não estrutura o espaço, ele perdeu sua característica questiona-se e observa-se com lupa os que estão mais
de vetor, pois inexistem os conceitos de para frente ou próximos, chancelados pela escola, por um programa
para trás, “o que conta é exatamente a habilidade de pedagógico, por uma política pública de leitura e/ou
se mover e não ficar parado (1998, p.113).” Prevalece a por um professor ou mediador. O livro que adentra a
ideia de adequação do indivíduo, como capacidade de casa pelas mãos do filho, sobrinho ou menor sob os
se mover rapidamente para onde a ação se encontra. cuidados de um adulto, pode representar uma ameaça.
Nesse contexto, toda memória cultural é posta em Conforme Peter Hunt, “para muitos leitores um livro
choque. Assim, qualquer tomada de decisão que tem tamanha autoridade que o simples fato de algo ser
familiaridade e de conforto, ainda, por ser facilmente apresentada como exercício de cidadania. Logo,
compreendido, a de consolo – não é visada pela nesses espaços, o indivíduo exerce a sua “liberdade”,
obra literária. A obra dotada de valor estético busca firmando sua individualidade. Nas redes, ele se
exatamente o desalojar de seu leitor, pelo rompimento identifica com outros sujeitos, quanto ao padrão de
de seus conceitos prévios, a fim de levá-lo à ampliação comportamento e de valores,formando assim um “nós”.
de seus horizontes de expectativas. Nesse contexto, a Pelo exposto, pode-se notar que o repúdio
leitura corre o risco de se esgotar em um uso utilitário, de alguns livros na sociedade contemporânea não
associado à esfera da produção, da necessidade. decorre somente de um precário funcionamento do
Desse modo, afasta-se dos interesses e desejos dos sistema cultural – cujas pontes entre leitura e cultura
jovens, e dificilmente consegue ser vista como ato estão, muitas vezes, obstaculizadas –, o qual atinge a
verdadeiramente cultural. Por consequência, o jovem infância e a juventude, mas também do âmbito social
adquire um repertório cultural reduzido, constituído e político. Apesar de existirem algumas generalizações
basicamente de referências provenientes de seu sobre livros infantis e juvenis, os conceitos de criança
mundo privado, em que prevalecem os interesses e de jovem são inúmeros, aliás, “de uma casa para
da vida sobre os do mundo (PERROTTI, 1990). Em outra, e de um dia para outro” (HUNT, 2010, p.291).
tais condições, os produtos culturais são forjados Em síntese, como bem afirmou Bauman (2003), em
como construção, destinados a modelar o real, e um mundo globalizado – sobretudo pautado pelas
não a dialogar com ele, em um percurso contrário redes sociais –, o destino do livro não depende
ao que se busca durante o desenvolvimento de apenas das tecnologias de impressão, nem pode ser
um trabalho com a formação do leitor crítico. explicado somente por elas ou por sua relação com o
Assim,segundo Perrotti (1990),nega-se ao jovem mercado editorial, ele está condenado a compartilhar
e à criança a experiência direta da multiplicidade. Em da mesma sorte das sociedades a que pertence.
troca, o modelo cultural propõe-lhe atos linguísticos
cujos referentes são outros atos linguísticos, sem
condições de se confrontar com o real: “propõe-lhe a
Referências
linguagem transformada em labirinto sem saída, em
espelho que reflete sempre as mesmas imagens, num BAUMAN, Z. O mal-estar da pós-modernidade. Trad. Mauro Gama, Cláudia
jogo narcisista cada vez mais emaranhado, complexo M. Gama. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998.
CANDIDO, A. A literatura e a formação do homem. In: ______.
e inconcluso” (1990, p.98-9). Conforme Santos Textos de intervenção: seleção, apresentação e notas de Vinicius Dantas. São
(1986), o exagero narcisista do individualismo é um Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2002.
acréscimo da sociedade pós-industrial, mobilizada CORTINA, A. Leitor contemporâneo: os livros mais vendidos no Brasil de
1966 a 2004. Araraquara, 2006. 252p. Tese (Livre-Docência em Linguística)
pelo consumo e pela informação. Aliás, o tipo de – Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, Universidade Estadual
consumo é um dos fatores que difere a sociedade Paulista.
HUNT, P. Crítica, teoria e literatura infantil. Trad. Cid Knipel. São Paulo:
industrial da pós-industrial, a primeira consome Cosac Naify, 2010.
bens materiais; a segunda, serviços, sob a forma de ORTIZ, R. A moderna tradição brasileira: cultura brasileira e indústria
informações e possibilidades de comunicação (por cultural. 5.ed. 4.reimpr. São Paulo: Brasiliense, 2001.
PERROTI, E. Confinamento cultural, infância e leitura. São Paulo: Summus,
diferentes meios). Na sociedade pós-industrial, 1990.
a capacidade de se expressar pelas redes sociais é SANTOS, J. F. dos. O que é pós-moderno. São Paulo: Brasiliense, 1986.
{
ELIANE APARECIDA GALVÃO RIBEIRO FERREIRA
é professora do Departamento de Linguística na
Universidade Estadual Paulista (Unesp), Câmpus de
Assis-SP.
Formação
de leitores
e educação
literária:
uma base que
desaba Tenho pensado a questão da educação
literária no Brasil como um desafio que excede
por Maria Amélia Dalvi a formação de leitores – embora passe também
por aí. De minha perspectiva, a identificação
quase imediata que fazemos da educação
literária ao ensino da literatura, à leitura
literária e à formação de leitores é uma forma
de reducionismo. Reducionismo tanto da
amplitude da ideia de “educação” (que é muito
mais ampla que as questões do “ensino” e muito
mais ampla que o espaço-tempo formativo
“escolar”), quanto da ideia de “literário” (pois,
como sabemos, o literário está para bem além
das questões disciplinares). Ademais, parece-
me pouco ousado quando fazemos equivaler
a ideia de educar literariamente alguém
com a ideia de formá-lo como um leitor de
literatura – embora reconheça, claro, que
estamos falhando desde esse mínimo. Nesse
sentido, alguém poderia perguntar: “Se não
conseguimos fazer o esse mínimo na educação
literária, que seria formar leitores de literatura,
como poderíamos ousar mais do que isso?”.
Minha hipótese é: não conseguimos formar entender a importância da literatura na vida social e,
leitores não porque esse objetivo seja difícil por isso mesmo, irá compreender alguns dos sentidos
demais, mas porque, o modo como a ideia de possíveis para ser um leitor de literatura autônomo,
formação leitora é tradicionalmente concebido é crítico, contumaz. Entre esses sentidos, decerto, cabe
restrito e limitador demais. Se quiséssemos mais, aquele que me parece extremamente relevante: pensar
se mirássemos mais longe do que temos feito, seu tempo, sua sociedade, seu lugar no mundo como
penso que, consequentemente, mais pessoas se indivíduo e como partícipe de uma teia de relações.
interessassem em ler (e escrever, editar, ilustrar, Qual seria, então, minha concepção de educação
publicar, mediar, criticar, comerciar...) literatura. literária? Para início de conversa, ela contempla a
Uma educação literária efetiva precisa ir além de educação escolar (no que incluo a educação superior),
ensinar a ler textos literários. É necessário defrontar o mas não se restringe a ela. Minha concepção de
sujeito com a complexidade (cultural, social, histórica, educação literária contempla a disciplina escolar de
econômica...) das práticas atinentes ao literário, para Língua Portuguesa ou o campo universitário dos
que o próprio sujeito possa entender que literatura Estudos Literários, mas também, igualmente, não se
não se reduz à escrita e à leitura de obras: há toda restringe a eles. Por isso, minha defesa da educação
uma intrincada e sedutora teia de trabalho, filiação, literária confirma a escola, a disciplina escolar e o
valoração e escolhas que, se não vem à tona, fica professor de Literatura (seja na educação básica, seja
esquecida, e não mobiliza e engaja os sujeitos que têm no ensino superior) como partícipes privilegiados
diferentes interesses, perfis, modos-de-ser no mundo. do processo de educação literária, mas não alija do
Minha aposta é a de que, uma vez que o sujeito processo outros partícipes sem os quais o literário e
se identifique com uma ou mais das diferentes práticas o processo educativo não acontecem, na amplitude
que constituem a complexidade do literário (práticas da acepção de educação com que trabalho: formação
que passam pela leitura, mas vão além dela), ele irá omnilateral do ser humano pelo desenvolvimento
A VEGETARIANA
Han Kang | Tradução Jae Hyung Woo | Todavia | 2018 | 176 p.
A literatura sul-coreana não é das mais conhecidas pelos leitores brasileiros. Em 2009, pela
editora Landy, apareceu Contos contemporâneos coreanos, por iniciativa da tradutora Yun Jung Im,
professora da USP. A edição preparada por Yun conta ainda com prefácio de Boris Schnaiderman.
Ainda por iniciativa de Yun, outras obras foram publicadas, como O pássaro que comeu o sol:
poesia moderna da Coreia e Sijô, poesia coreana clássica. O romance A vegetariana entra na esteira
da recepção da literatura sul-coreana no Brasil. Publicado pela editora Todavia em setembro,
o livro é de autoria da Han Kang (1970), escritora que vem publicando ficções e ensaios desde
1995. A vegetariana recebeu o Prêmio Internacional Man Booker. A jovem Yeonghye, após sonhos
perturbadores, decide parar de comer carne. Essa decisão impacta em sua relação com o marido
e os demais familiares. Divido em três partes, o romance destrincha um estado psicológico de
alterações de Yeonghye sobre sua relação com a carne, não somente no caráter alimentar, mas
em suas múltiplas manifestações, incluindo a do ser humano como ser carnal. A incompreensão
familiar leva a personagem a ser internada em hospital psiquiátrico e sofrer consequências
gravosas. Essa trama construída com rigor por Han Kang conduz o leitor a um enredo de fundo
altamente filosófico, que descarna as certezas de qualquer um sobre as implicações da carne na
vida humana.
FIGURAS DA HISTÓRIA
Jacques Rancière | Tradução de Fernando Santos | Editora Unesp | 2018 | 79 p.
Figuras da história é a mais nova obra do filósofo Jacques Rancière publicada no Brasil. A obra não
é de toda inédita. Compõe-se de dois textos escritos para a exposição Face à l’Histoire ocorrida
em 1996 no Centro Georges Pompidou (Paris). É o próprio Rancière quem explica a origem dos
textos logo no frontispício da obra. O primeiro ensaio intitulado “O inesquecível” joga com a
ideia das relações entre a lente da objetiva cinematográfica e os fatos históricos. A dialética de
Rancière passa por uma cena de A saída dos operários da fábrica Lumière (1895) a Gente no domingo
(Siodmak e Ulmer, 1929) ou Ivan, o Terrível (Eisenstein, 1944-58). Nas palavras do autor, “(...)
a era em que o cinema toma consciência dos seus poderes é também o tempo em que uma nova
ciência histórica se afirma diante da história-crônica(...)” (p. 25). No segundo ensaio, “Sentidos
e figuras históricas”, o filósofo Jacques Rancière se dedica à imbricação entre as artes pictóricas
e a história, passando pelas obras de diferentes pintores, como Greuze, Kurt Schwitters, De
Chirico, Felix Nussbaum. Para tomar emprestado um dos pensamentos lapidares do ensaísta:
“(...) a desmesura vivida da história encontra incessantemente a sua expressão pictórica.” (p. 78)
Sobre
quadrinhos,
livros e
literatura
por Ivan Lima Gomes
interesse deste formato de quadrinhos em enfatizar as Se dialoga explicitamente com o contexto americano
vidas de pessoas comuns, anônimas e deconhecidas, e suas fake news, certamente também terá a muito a
quando atravessadas por acontecimentos maiores dizer aos leitores brasileiros. Tal como lá, por aqui nos
e que superam suas capacidades de controlá-los. As vimos igualmente envolvidos numa trama eleitoral
especificidades da narrativa gráfica dos quadrinhos com ares conspiratórios, onde uma série de elementos
conferem a Sabrina especial relevância no debate indicam que houve suporte financeiro ilegal para a
contemporâneo, pois permitem dar corpo a uma série promoção de propagandas ilegais e conteúdo falso.
de sensações – ansiedade, medo, angústia, vazios – que Tais maquinações contribuíram sobremaneira para
experimentamos em nosso dia a dia recente em torno que chegássemos ao atual momento, onde uma
da proliferação de informações e notícias que, apesar de candidatura fundamentada no ódio político e moral e
caberem nas nossas mãos, terminam por nos soterrar carente de propostas concretas - ao ponto de eximir-se
diariamente. Em contraste, a narrativa é lenta e quase do contraditório ao negar-se a comparecer a debates
impessoal: várias páginas não apresentam nenhum no segundo turno - foi declarada vitoriosa pelas urnas.
texto sequer e retratam cenas banais do cotidiano, Num cenário confuso como esse e à beira do colapso,
como diálogos sobre memórias de infância, alguém se talvez seja realmente difícil acompanhar o turbilhão
preparando para dormir ou aguardando um voo. Tudo de reportagens, postagens e memes – afinal, “quem
numa linguagem gráfica minimalista, mais próxima do lê tanta notícia”? Algumas obras – de arte, literárias,
design informativo de manuais de segurança presente em quadrinhos – servem justamente para propor
em aviões do que das tons berrantes em quatro cores que uma leitura criativa do seu tempo, sintetizando
historicamente marcaram a estética dos quadrinhos. muitos dos dilemas que observamos e introduzindo
Não por acaso, Sabrina é uma ótima graphic questões que podem nos ajudar a pensar caminhos.
novel para colocar em questão as formas como Com ou sem prêmio literário, Sabrina é dessas obras.
{
produzimos e consumimos notícias a todo momento.
IVAN LIMA GOMES é Doutor em História pela UFF,
com tese de doutorado premiada no 28º HQ Mix na
categoria “melhor tese de doutorado”. Professor da
Faculdade de História na UFG. Autor do livro: “Os novos
homens do amanhã: projetos e disputas em torno dos
quadrinhos na América Latina” (Prismas, 2018).
Abbas
Kiarostami
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**
No silêncio da noite
Trad. de Pedro Fonseca | Edição Bilíngue | Ed. Âyiné | 2018 | 189 p. não me deixa dormir
a nênia dos cupins.
**
A brancura da pomba
perde-se nas nuvens brancas
em um dia de neve.
**
A luz do luar
derrete
o fino gelo de um velho rio.
Sei de uma professora que se valeu do “PAZ” para possibilidade de fazer um trabalho rico. O livro chegou
literalmente acalmar a turma, que havia voltado com em um momento de grande tensão e desentendimento
toda a energia do recreio. Acho que assim deveria ser em nosso país. Este, penso eu, deve ser o aspecto mais
trabalhado o livro em sala de aula. Ou seja, uma leitura explorado, já que as situações abordadas no “PAZ” se
tranquila, pausada, deixando aos alunos pausas aplicam ao nosso conturbado cotidiano. Como conviver
para reflexão sobre o que foi lido. Isto, claro, com as harmoniosamente, como aceitar o “outro” colocando-
crianças menores. A elas devem ser mostradas as nos em seu lugar, como respeitar quem pensa de modo
imagens correspondentes, porque são parte intrínseca diferente, enfim, fazer a esse outro aquilo que desejamos
da compreensão do texto. E será interessante dar seja feito a si próprios. Questões relativas à cidadania,
a cada criança a oportunidade de manifestar a sua ao meio ambiente, à xenofobia, estas e outras podem
interpretação. Tenho o vídeo de uma menina de dois ser levantadas e gerar debates, murais, dramatizações.
anos e meio que “decorou” o texto e vai folheando o livro A mesma criança pequena que citei, ao chegar
como se lesse. A certa altura, para e aponta com o dedo, à última página do livro, exclamou, enquanto
por exemplo, os botões que representam a indiferença, procurava com o indicador: “Deixa eu ver qual sou
dizendo: “este aqui não quis entrar”. Ou, na página eu!” Escolheu um dos botões e demonstrou, assim,
do medo: “olha, ele está com medo!”, diz indicando o um perfeito entendimento da mensagem final,
pequeno botão “encolhido” no canto escuro da página. já que se incluiu entre aquele “mundo inteiro”.
Com os maiores, acho que é praticamente ilimitada a