ANÍSIO TEIXEIRA
Introdução
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Perfil da docência no ensino médio regular, Inep 2015: http://www.publicacoes.inep.gov.br/portal/download/1281
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cruzamento dessas bases, considerando-se a análise de consistência dos valores da remuneração
e da carga horária.
O resultado do processo é uma base de dados com as informações dos docentes do Censo
da Educação Básica, aqueles efetivamente em sala de aula na data de referência da pesquisa, e as
informações de remuneração e carga horária contratual da RAIS, possibilitando o cálculo da
remuneração média para diferentes níveis de agregação territorial e dependência administrativa.
Este é um trabalho inédito e que pode contribuir para as discussões acerca da valorização
do docente nas diferentes esferas de governo, assim como na rede privada, além de oferecer
insumos importantes para caracterizar o contexto em que os resultados educacionais são
alcançados. Cumpre destacar que o presente trabalho apenas tornou-se viável a partir do Acordo
de Cooperação com Ministério do Trabalho e Emprego e Previdência Social, através da
Coordenação-Geral de Estatísticas do Trabalho – CGET, que disponibilizou a base de dados da
RAIS e contribuiu de forma significativa, com o apoio de sua equipe técnica, para a validação
dos resultados do estudo. Da perspectiva do Inep, a manutenção desta parceria com o MTPS é
importante para o aprimoramento dos dois levantamentos e a atualização deste estudo, que pode
se configurar como um novo instrumento de monitoramento da remuneração dos docentes em
efetivo exercício. Os resultados aqui apresentados não esgotam o potencial de análise desses
dados, aqui serão discutidos apenas os valores sumarizados. O Inep continuará explorando essas
informações, além de torná-las disponíveis no ambiente seguro do instituto para que possam ser
utilizados em novas pesquisas, a fim de ampliar o conhecimento sobre o tema.
1 Objetivo
A pesquisa tem por objetivo definir uma metodologia de pareamento das bases de dados
do Censo da Educação Básica e da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e calcular a
remuneração mensal, padronizada para uma carga horária de 40 horas semanais, dos docentes em
exercício em sala de aula, por dependência administrativa (federal, estadual, municipal e
privada), para diferentes níveis de agregação (município, UF, grandes regiões e Brasil). O estudo
inicial foi realizado com base nos dados disponíveis do ano de 2014 de ambas as pesquisas,
entretanto, pretende-se estender o tratamento e análise de dados, conforme metodologia descrita,
para compor uma série histórica e passar a ser realizado regularmente tão logo os dados das
fontes estejam disponíveis.
2 Fontes de Dados
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meio de um sistema eletrônico disponível na Internet2, vários dados referentes à(s) escola(s), aos
docentes em sala de aula e aos alunos. Vale destacar, portanto, que os dados coletados pelo
Censo devem constar dos registros administrativos e escolares (acadêmicos), sendo, portanto, a
fonte de dados da pesquisa, que se constitui como uma pesquisa documental e não um cadastro
administrativo.
3 Metodologia
Tabela 1 – Lista de variáveis selecionadas da base de dados do Censo da Educação Básica - 2014
Variáveis Descrição
ano_censo Ano
fk_cod_docente Código do docente
id_dependencia_adm Dependência administrativa da escola
id_tipo_docente Função que o docente exerce na escola
fk_cod_estado UF da escola
fk_cod_municipio Município da escola
CPF CPF do docente
Fonte: Censo da Educação Básica/INEP/MEC
2
Para mais informações consulte o endereço http://portal.inep.gov.br/basica-censo
3
A base de dados da RAIS cedida ao INEP contém as informações de todos os vínculos
empregatícios registrados em 2014, sendo que cada linha representa um contrato. No total são
74.632.638 linhas, já retiradas aquelas em que o CPF era inválido, com remuneração igual a zero
ou com tempo de emprego igual a zero. As variáveis utilizadas foram: código do município
(IBGE), remuneração média anual (valor nominal), classificação brasileira de ocupações (CBO –
criada em 2002), classe de atividade econômica (CNAE – versão 2.0), CPF, ano, natureza
jurídica (CONCLA/2002), quantidade de horas contratuais por semana, tempo de emprego do
trabalhador, data de admissão do trabalhador e mês de desligamento do contrato.
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3.2 Tratamento de dados antes do pareamento das bases de dados.
3.2.1 Dados oriundos do Censo da Educação Básica
Para cumprir o objetivo da pesquisa, o pareamento entre as bases de dados deve não
apenas localizar o docente do Censo da Educação Básica na RAIS, trazendo a remuneração de
todos os contratos que ele trabalhou no ano de referência, mas possibilitar a construção de uma
base de dados em que a remuneração atribuída ao professor mantenha a correspondência entre a
categoria administrativa do empregador (RAIS) e a dependência administrativa da escola de
atuação (Censo da Educação Básica).
Assim, considerando que um docente pode lecionar em mais de uma rede de ensino, caso
o docente esteja em exercício em uma escola estadual e o seu rendimento, informado na RAIS,
refira-se a um empregador de categoria administrativa municipal, a remuneração média e carga-
horária do contrato de trabalho provenientes desse contrato não são consideradas para o cálculo
do rendimento médio dos docentes da referida agregação estadual.
Dado esse cenário, torna-se claro que não é possível usar apenas o CPF como chave de
ligação entre as duas bases de dados, e, por isso, foi construída uma nova chave para o
cruzamento de dados, composta pelo CPF do docente, a dependência administrativa (da escola
de atuação no Censo da Educação Básica e do empregador na RAIS), o estado e o município da
escola e do empregador.
Com essa nova chave, é possível garantir que apenas os dados da RAIS do vínculo
empregatício com o empregador de mesma categoria administrativa da função docente
informada no Censo da Educação Básica sejam correspondentes. Desta forma, a remuneração
encontrada na RAIS de um empregador da categoria administrativa municipal de um
determinado município, por exemplo, é atribuída apenas às escolas da rede municipal do mesmo
município. O mesmo se aplica para remunerações originadas na dependência estadual,
considerando o território do estado como delimitador. E, por fim, no caso das dependências
privada e federal, independente da UF ou município em que o docente atua, é atribuída a ele uma
única chave, sem considerar um campo para delimitar o território.
A nova chave de ligação entre as bases dados foi construída da seguinte forma:
a) se a dependência administrativa for privada ou federal:
Chave = CPF e dependência administrativa.
b) se a dependência administrativa for estadual:
Chave = CPF, dependência administrativa e UF.
c) se a dependência administrativa for municipal:
Chave = CPF, dependência administrativa e município.
Assim, para o presente estudo, vínculo é cada chave distinta que um docente possui,
sendo possível registrá-los de forma individual, inclusive, quando um docente atua em mais de
uma dependência administrativa; ou em uma mesma dependência administrativa, mas em
unidades da federação diferentes (municípios ou estados); resultando em mais de um vínculo na
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base de dados. No caso da rede privada ou da rede federal, caso o docente atue em apenas uma
dessas dependências, ainda que em duas ou mais UF, ou em mais de um município, é atribuído a
ele apenas um vínculo.
Após o tratamento dos dados, a base com as informações do Censo da Educação Básica
ficou com um total de 2.498.379 vínculos correspondentes a 2.229.256 docentes.
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lecionam tanto na Educação Básica como no Ensino Superior, estejam classificados dessa forma.
A segunda, em relação à CNAE 75116 – Administração Pública em Geral, que, apesar de ser
uma classificação mais genérica do que as demais consideradas no estudo, apresentou uma
frequência muito alta entre os docentes de escolas públicas localizados em todo o País,
provavelmente uma opção comum dos empregadores públicos ao preencher os dados referentes
aos seus docentes.
Retirados os contratos que não são próprios da função docente, permaneceram na base de dados
2.052.694 registros.
231205 Professor da Educação de Jovens e Adultos do Ensino Fundamental (Primeira a Quarta Série)
231210 Professor de Nível Superior do Ensino Fundamental (Primeira a Quarta Série)
231305 Professor de Ciências Exatas e Naturais do Ensino Fundamental
231310 Professor de Educação Artística do Ensino Fundamental
231315 Professor de Educação Física do Ensino Fundamental
231320 Professor de Geografia do Ensino Fundamental
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CBO Descrição
233125 Professor de Técnicas de Enfermagem
233130 Professor de Técnicas Industriais
Fonte: RAIS/MTPS
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3.2.2.2 Construção da variável dependência administrativa na RAIS
Tendo em vista que o objetivo do estudo é estimar a remuneração média mensal do
docente por dependência administrativa, foi necessário construir uma nova variável na RAIS
compatível com a dependência administrativa das escolas do Censo da Educação Básica. Para
tanto, foi usada a natureza jurídica do contrato, conforme lista apresentada na tabela 3.
Não foi possível classificar todas as categorias de natureza jurídica do contrato em
conformidade com as categorias de dependência administrativa do Censo da Educação Básica,
então, esses contratos foram classificados na dependência administrativa “outros” e,
posteriormente, descartados.
Além disso, em alguns casos, foi possível definir a natureza jurídica do contrato apenas
como relacionada à rede pública. Para tais casos, o tratamento considerou a dependência
administrativa registrada no Censo da Educação Básica quando o docente do respectivo CPF foi
localizado em apenas uma dependência administrativa, sendo ela da rede pública (podendo essa
ser federal, estadual ou municipal). Depois de retirados os contratos cuja dependência foi
classificada como “outros”, permaneceram na base de dados 2.052.101docentes.
Dependência
Código Natureza jurídica da RAIS administrativa atribuída
9
Dependência
Código Natureza jurídica da RAIS administrativa atribuída
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Construção da chave para o cruzamento das bases de dados
Da mesma forma como foi feito no Censo da Educação Básica, com a dependência
administrativa construída na RAIS, o passo seguinte foi construir uma nova chave de
cruzamento, da seguinte forma:
a) se a dependência administrativa for privada ou federal:
Chave = CPF, dependência administrativa.
b) se a dependência administrativa for estadual:
Chave = CPF, dependência administrativa, UF.
c) se a dependência administrativa for municipal:
Chave = CPF, dependência administrativa, município.
Com a construção da nova chave, verifica-se a ocorrência de três situações: (1) docentes
que possuem um único contrato e, portanto, um único vínculo/chave na base; (2) docentes que
possuem dois ou mais contratos em vínculos/chaves distintas, por exemplo, um docente com um
contrato na rede estadual e outro na rede municipal; (3) docentes com dois ou mais contratos e
um único vínculo/chave (por exemplo, um docente com dois contratos distintos na rede privada).
3.2.2.3 Obtenção da Remuneração Média por Hora ponderada pelo total de horas
trabalhadas
Para os docentes enquadrados nesse terceiro caso, a fim de estimar, para cada vínculo,
apenas uma remuneração, optou-se pelo cálculo da remuneração média por hora ponderada pelo
número de horas total trabalhadas em cada contrato (Rem_med_hora), dado pela seguinte
fórmula:
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑒𝑚 2014 𝑛𝑜 𝑣í𝑛𝑐𝑢𝑙𝑜 𝑖 ∑𝑗 𝑅𝑒𝑚_𝑀𝑒𝑑𝑖,𝑗 × 𝑇𝑖,𝑗
𝑅𝑒𝑚_𝑀𝑒𝑑_𝐻𝑜𝑟𝑎𝑖 = =
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑒𝑚 2014 𝑛𝑜 𝑣í𝑛𝑐𝑢𝑙𝑜 𝑖 ∑𝑗 ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠_𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖,𝑗 × 4 × 𝑇𝑖,𝑗
Onde,
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b) Se o docente foi admitido no contrato antes de 2014 e desligado do contrato em 2014:
tempo de emprego em 2014 = mês de desligamento do contrato;
c) Se o docente foi admitido no contrato em 2014 e desligado do contrato também em
2014: tempo de emprego em 2014 = tempo de emprego informado na RAIS;
d) Se o docente foi admitido no contrato em 2014 e não foi desligado do contrato em
2014: tempo de emprego em 2014 = tempo de emprego informado na RAIS.
Para a obtenção do número de horas trabalhadas em um determinado contrato, que é
utilizado no denominador da fórmula que define a remuneração média ponderada
(ℎ𝑜𝑟𝑎𝑠_𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖,𝑗 × 4 × 𝑇𝑖,𝑗 ), o número de horas semanais do contrato é multiplicado por quatro -
assumindo que cada mês tem quatro semanas. O número total de horas trabalhadas em 2014
(soma das horas de todos os contratos de um mesmo vínculo) foi limitado ao máximo de 2.880
horas, valor que corresponde a jornada de trabalho anual de um trabalhador com jornada semanal
de 60 horas. Assim, foi imputado o valor de 2.880 horas para os tempos superiores a esse valor.
Tendo a remuneração média padronizada para 40 horas, foi avaliada a distribuição dessa
remuneração por dependência administrativa e por faixa de horas contratuais por semana, pois
sabidamente há diferenças consideráveis nos salários por dependência administrativa e carga
horária. Na tabela 6, observa-se que à medida que o número de horas do contrato decresce, há
um aumento significativo na remuneração média padronizada. Além disso, para todas as faixas
de horas contratuais, o valor máximo da remuneração encontrada não é razoável para um
contrato de docente no País, o que traz a necessidade de estabelecer um ponto de corte para a
remuneração média padronizada máxima. Com esse intuito, foi calculado o 99º percentil da
remuneração padronizada por dependência administrativa e faixa de horas contratuais por
semana.
Analisando a tabela 6, percebe-se, por exemplo, que não é razoável que contratos entre
duas e cinco horas semanais, na rede estadual, tenham remuneração padronizada de até R$
87.847,20, e que assim, o valor do 99º percentil ainda seria um ponto de corte muito elevado. Os
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contratos de uma hora semanal, além de serem contratos não usuais na profissão, apresentaram
uma distribuição da remuneração com muitos valores extremos, assim, os dados desses contratos
foram desconsiderados nas próximas análises.
Tabela 6 – Medidas de posição da remuneração média anual padronizada para 40 horas semanais
Número de contratos
Dependência Faixa de Remuneração 99º percentil em Valor máximo em Número de
com remuneração
administrativa horas Média R$ R$ contratos
acima do 99º percentil
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que apresenta maior frequência de remunerações elevadas, mas novamente se verifica que
poucos valores ultrapassam o teto do funcionalismo público.
30
25
15
10
Figura 1 - Distribuição da remuneração média padronizada para 40 horas dos contratos dos docentes
localizados na RAIS 2014.
14
Teto do funcionalismo público:
40 R$ 29.462,25
% 30
20 [2,5)
10
0
0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000
40
30
[5,20)
%
20
10
0
0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000
40
30 [20,40)
%
20
10
0
0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000
40
30
[40,44]
%
20
10
0
0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000
Figura 2 - Distribuição da remuneração dos contratos dos docentes localizados na RAIS 2014 por faixa de
horas contratual.
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Além de não ser comum, na rede pública, a contratação de docentes com uma carga
horária tão baixa, dos municípios listados na tabela 7 com carga horária menor ou igual a oito
horas por semana, apenas os municípios de Formosa do Rio Preto e Candeias apresentam uma
boa posição no ranking pelo PIB per capita, o que se tomou como um indicativo de que as
remunerações médias calculadas não condizem com a realidade dos municípios. Uma hipótese
de explicação é de que o dado de carga horária informado por esses municípios corresponderia à
carga horária diária do contrato, ao invés da semanal – como deveria ser.
Tabela 7 - 20 municípios com maior remuneração média ponderada padronizada para 40 horas na rede
municipal
Carga
Remuneração
Qtd. horária Produto
Qtd. % docentes média
docentes no média dos Interno Bruto
UF Município docentes na localizados padronizada para Ranking
Censo Ed. contratos da per capita
RAIS na RAIS 40 horas por
Básica rede em R$ - 2011
semana em R$
municipal
RN Pau dos Ferros 108 105 97,22 41.540,96 2,31 12.215,64 3.082
SP Tabatinga 97 92 94,85 33.650,04 2,15 12.053,45 3.105
BA Caém 105 103 98,10 22.218,17 4,00 6.500,50 4.774
Oliveira dos
BA Brejinhos 237 195 82,28 20.500,24 4,06 6.374,96 4.847
CE Jaguaribe 270 270 100,00 20.331,68 2,46 12.007,40 3.111
BA Pedro Alexandre 167 152 91,02 20.219,92 4,29 5.822,32 5.111
Deputado Irapuan
CE Pinheiro 105 103 98,10 19.150,64 2,19 6.095,27 4.989
GO Formosa 537 531 98,88 18.213,47 7,16 15.580,38 2.467
CE Pedra Branca 428 383 89,49 17.527,03 2,40 5.495,10 5.270
Formosa do Rio
BA Preto 323 319 98,76 17.502,60 4,32 54.551,79 167
CE Pindoretama 189 188 99,47 17.215,61 3,51 8.425,68 3.981
BA Biritinga 205 193 94,15 16.292,25 4,04 5.651,76 5.212
BA Ibitiara 132 129 97,73 15.963,92 5,01 4.982,56 5.462
BA Lafaiete Coutinho 55 47 85,45 15.805,32 4,60 7.215,50 4.425
Riachão do
BA Jacuípe 204 194 95,10 14.307,53 8,00 7.112,67 4.463
CE Ibaretama 124 123 99,19 14.165,49 4,46 5.408,15 5.311
Conselheiro
PR Mairinck 19 19 100,00 12.807,47 6,00 19.323,48 1.843
BA Candeias 547 546 99,82 12.619,30 9,55 34.927,78 550
BA Andaraí 210 193 91,90 12.323,25 4,05 5.543,92 5.252
BA Remanso 587 568 96,76 11.943,54 4,07 6.443,18 4.808
Fonte: RAIS/MTPS e Censo da Educação Básica/INEP/MEC
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acima de R$ 20.000,00, essas são remunerações que poderiam ser reais, principalmente na rede
privada. Na rede pública esse corte se justifica mais naturalmente já que este é o teto legal.
A figura 3 apresenta um resumo dos tratamentos realizados na base da RAIS no qual se
pode acompanhar o número de docentes remanescentes após cada tratamento. Observa-se que
após todos os tratamentos menos de 3% dos docentes identificados inicialmente na RAIS foram
removidos da base.
Docentes localizados na
Mantendo ocupações Retirando carga horária
RAIS (CPF presente entre
relacionadas à atividade igual ou inferior a 8 horas
os docentes do Censo
docente (CBO ou CNAE) por semana
Escolar)
2.078.925 (100%) 2.052.694 (98,7%) 2.023.057 (97,3%)
Retirando remunerações
acima do teto do Retirando dependência
funcionalismo - R$ administrativa "outros"
29.462,253 2.022.257 (97,2%)
2.022.808 (97,3%)
Figura 3 - Evolução do número de docentes localizados na base da RAIS após cada tratamento. Fonte:
RAIS/MTPS e Censo da Educação Básica/INEP/MEC
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Tabela 8 – Quantidade de vínculos no Censo da Educação Básica e localizados no pareamento por esfera
administrativa – Brasil – 2014
Ao desagregar essas informações por UF, percebe-se que nas redes de ensino federal,
estadual e municipal os resultados são bastante satisfatórios. Na esfera federal, apenas Amapá
apresenta baixo percentual de encontrados, com apenas dois vínculos de docentes localizados.
Na esfera estadual, apenas em Alagoas foram localizados menos de 50% dos vínculos de
docentes. Na esfera municipal, para todas as UF’s foram localizados mais de 60% dos vínculos.
Por outro lado, na rede privada, em seis UF’s foram localizados menos de 60% dos vínculos de
docentes (Tabela 9).
Tabela 9 – Quantitativos de vínculos no Censo da Educação Básica e localizados no pareamento por esfera
administrativa, segundo Unidade da Federação, 2014
Federal Estadual Municipal Privada
AP 123 2 1,6 7.461 6.019 80,7 3.632 2.725 75,0 1.297 847 65,3
RJ 3.433 2.412 70,3 44.517 43.282 97,2 83.769 80.973 96,7 64.469 47.715 74,0
DF 502 378 75,3 21.498 21.026 97,8 9.503 8.232 86,6
PR 916 753 82,2 53.589 53.373 99,6 57.727 55.520 96,2 33.297 22.501 67,6
MG 3.515 2.908 82,7 99.912 98.300 98,4 106.197 104.123 98,0 52.836 34.187 64,7
MS 302 257 85,1 12.307 11.861 96,4 17.609 15.801 89,7 6.041 4.030 66,7
RN 1.313 1.142 87,0 9.501 8.014 84,3 21.488 19.480 90,7 9.017 6.103 67,7
MA 911 803 88,1 18.617 17.572 94,4 81.607 51.326 62,9 11.971 5.151 43,0
RS 2.289 2.037 89,0 50.010 49.698 99,4 59.862 58.079 97,0 27.329 20.176 73,8
PE 1.258 1.121 89,1 24.334 23.886 98,2 51.097 44.804 87,7 26.589 16.239 61,1
AM 669 611 91,3 15.213 14.407 94,7 26.179 21.184 80,9 4.627 3.482 75,3
SP 993 914 92,0 173.186 172.336 99,5 197.396 189.942 96,2 143.218 116.213 81,1
PI 690 636 92,2 12.419 11.288 90,9 30.399 23.808 78,3 7.132 3.852 54,0
AC 198 184 92,9 7.063 6.185 87,6 4.984 3.319 66,6 718 532 74,1
PA 898 836 93,1 16.465 16.357 99,3 63.074 54.597 86,6 11.899 6.850 57,6
CE 846 790 93,4 20.079 13.996 69,7 64.632 57.345 88,7 21.246 12.900 60,7
RR 198 185 93,4 4.418 4.295 97,2 3.114 2.623 84,2 683 532 77,9
MT 686 645 94,0 17.833 17.509 98,2 16.556 14.827 89,6 5.967 4.323 72,4
PB 789 744 94,3 16.621 15.177 91,3 29.386 25.859 88,0 10.212 5.558 54,4
18
Federal Estadual Municipal Privada
BA 1.673 1.593 95,2 36.757 28.822 78,4 107.678 93.100 86,5 29.749 17.369 58,4
GO 1.056 1.021 96,7 19.661 19.606 99,7 30.902 28.131 91,0 16.009 11.190 69,9
AL 623 608 97,6 6.815 3.001 44,0 24.008 18.018 75,0 6.927 4.345 62,7
SC 1.393 1.361 97,7 25.128 25.026 99,6 44.693 42.943 96,1 16.525 13.014 78,8
SE 430 421 97,9 6.258 6.241 99,7 13.014 12.066 92,7 6.182 4.439 71,8
TO 354 348 98,3 7.374 7.314 99,2 9.656 9.024 93,5 2.132 1.375 64,5
ES 939 924 98,4 14.537 14.428 99,3 29.720 28.002 94,2 6.954 5.463 78,6
RO 309 309 100 8.264 8.125 98,3 8.163 8.011 98,1 2.804 1.597 57,0
Fonte: RAIS/MTPS e Censo da Educação Básica/INEP/MEC
Tabela 10 – Distribuição dos municípios por proporção de vínculos localizados no pareamento na esfera
municipal
20 a 40 58 1,0 97,9
19
6.000
5.000 4.795
4.000
3.000
2.000
1.000
429
167 58 119
0
80 a 100 60 a 80 40 a 60 20 a 40 0 a 20
Figura 4 - Distribuição dos municípios por proporção de vínculos localizados no pareamento na esfera
municipal
Tabela 11 - Distribuição dos municípios por proporção de vínculos localizados no pareamento na esfera
municipal, segundo Unidade da Federação
% de docentes localizados
Total de municípios na
UF
UF
0 a 20 20 a 40 40 a 60 60 a 80 80 a 100 60 a 100
20
% de docentes localizados
Total de municípios na
UF
UF
0 a 20 20 a 40 40 a 60 60 a 80 80 a 100 60 a 100
𝐑𝐞𝐦𝐮𝐧𝐞𝐫𝐚çã𝐨 𝐌é𝐝𝐢𝐚 𝐩𝐨𝐧𝐝𝐞𝐫𝐚𝐝𝐚 𝐩𝐞𝐥𝐚 𝐜𝐚𝐫𝐠𝐚 𝐡𝐨𝐫á𝐫𝐢𝐚 𝐞 𝐩𝐚𝐝𝐫𝐨𝐧𝐢𝐳𝐚𝐝𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝟒𝟎 𝐡𝐨𝐫𝐚𝐬 (𝐑𝐌𝟒𝟎𝐡) =
RM40h
𝐑𝐞𝐦𝐮𝐧𝐞𝐫𝐚çã𝐨 𝐦é𝐝𝐢𝐚 𝐛𝐫𝐮𝐭𝐚 = ∗ MHS
40
21
4.3 Resultados da remuneração média mensal - Brasil
4.3.1 Rede Federal
Nota-se, na tabela 12, que a administração federal é a que melhor remunera os docentes,
com remuneração média de R$ 7.767,9 para contratos de 40 horas semanais. A remuneração
média da rede estadual corresponde a 44,7% da remuneração média da rede federal. Na rede
municipal a remuneração média corresponde a 40,1% daquela auferida na rede federal e na rede
privada 33,5% daquela. A média de horas semanais de um contrato da esfera federal é de 39,3
horas semanais, na esfera estadual é de 31,1 horas semanais, enquanto nas demais dependências
administrativas é de aproximadamente 30 horas.
Tabela 12 - Remuneração média mensal ponderada pela carga horária e padronizada para 40 horas semanais
- Brasil - 2014
Remuneração média ponderada
Média de horas semanais do Razão Rede de ensino /
Rede de ensino N padronizada para 40 horas
contrato Federal
semanais em R$
No País, o docente com formação superior é mais bem remunerado do que aquele sem
formação superior, quando se diferencia a remuneração por formação acadêmica do docente para
todas as dependências administrativas. Na esfera privada é onde a diferença é mais acentuada, e
chega a R$ 1.328,3 entre os dois grupos. No outro extremo, a menor diferença decorrente do
nível de escolarização do docente é observada na esfera federal, R$ 838,3. Em relação à média
de horas semanais do contrato dos docentes, exceto para a rede federal, os docentes com
formação superior trabalham de 1,5 a 4,5 horas menos do que os docentes sem formação
correspondente (Tabelas 13 e 14).
Tabela 13 - Remuneração média mensal ponderada pela carga horária e padronizada para 40 horas semanais
de professores com formação superior - Brasil – 2014
22
Tabela 14 - Remuneração média mensal ponderada pela carga horária e padronizada para 40 horas semanais
de professores sem formação superior - Brasil – 2014
Tabela 15 - Remuneração média mensal ponderada pela carga horária e padronizada para 40 horas semanais
da rede estadual, segundo Unidade da Federação – 2014
2014
Total Com superior Sem superior
23
2014
Total Com superior Sem superior
24
Tabela 16 - Remuneração média mensal ponderada padronizada para 40 horas, número de vínculos
localizados na RAIS, percentual de localizados em relação ao Censo da Educação Básica, segundo formação,
nas capitais brasileiras - Rede Municipal – 2014
PB João Pessoa 2.124,7 2.124,7 40,0 2.633 94,2 2.234,6 2.246 1.473,5 387
PI Teresina 3.042,0 2.575,7 33,9 2.711 82,6 3.037,4 2.482 3.094,4 229
RO Porto Velho 3.096,4 2.181,9 28,2 1.792 97,9 3.126,9 1.634 2.768,1 158
RR Boa Vista 3.191,1 2.108,1 26,4 1.214 78,5 3.193,7 1.040 3.175,1 174
SE Aracaju 3.449,5 3.437,0 39,9 1.054 75,0 3.461,4 1.021 3.012,2 33
TO Palmas 3.564,2 3.495,5 39,2 1.709 96,3 4.142,9 1.108 2.069,7 601
CE Fortaleza 3.596,5 3.182,7 35,4 7.500 94,4 3.611,1 7.325 2.940,2 175
AP Macapá 3.649,6 3.969,5 43,5 1.089 83,9 3.939,4 623 3.262,1 466
AC Rio Branco 3.909,7 2.551,1 26,1 665 78,6 3.914,8 646 3.743,3 19
AL Maceió 3.919,8 2.458,6 25,1 1.981 90,9 4.115,6 1.716 2.631,1 265
AM Manaus 3.953,2 2.965,0 30,0 6.878 99,8 3.952,1 6.609 3.978,8 269
RN Natal 4.112,1 2.291,1 22,3 2.623 98,7 4.196,2 2.448 3.035,6 175
MS Campo Grande 7.401,5 3.750,0 20,3 3.240 69,9 7.408,3 3.217 5.844,7 23
RS Porto Alegre 10.947,2 5.531,8 20,2 2.543 97,8 11.018,7 2.491 7.245,1 52
Fonte: RAIS/MTPS e Censo da Educação Básica/INEP/MEC
25
É possível observar que o Rio de Janeiro, o Acre e a Bahia são os estados com maior
diferença interquartílica na remuneração média da rede municipal, evidenciando a
heterogeneidade entre os municípios dessas UF’s. No Rio de Janeiro, por exemplo, essa
diferença é de R$ 1.823,80, uma vez que 25% dos municípios têm remuneração média de até R$
R$ 2.281,50 e 75% dos municípios têm remuneração média de até R$ 4.105,40. Por outro lado,
as UF’s cujas redes municipais são mais homogêneas são Roraima, Rondônia e Paraíba.
Além disso, exceto Aracaju, capital de Sergipe, todas as demais capitais apresentam
remuneração média padronizada para 40 horas acima do 3º quartil, sendo que 17 delas não só
estão acima, como também são outliers da rede municipal do estado a que pertencem.
Tabela 17 - Medidas de posição da remuneração média padronizada para 40 horas semanais por UF
Diferença
UF Mínimo 1º quartil Mediana Média 3º quartil Máximo
interquartílica
26
Figura 5 - Boxplots da remuneração média padronizada para 40 horas da rede municipal por UF - 2014
27
4.5 Rede Privada
Na rede privada, os docentes de Sergipe, do Rio Grande do Norte e do Ceará são os que
recebem menor remuneração média, são R$ 1.499,90, R$ 1.503,8 e R$ 1.555,5, respectivamente,
para uma jornada de 40 horas semanais, enquanto a remuneração média, para a mesma jornada,
da rede privada no Brasil é de R$ 2.599,30 (Tabela 20). Por outro lado, Rio Grande do Sul, São
Paulo e Distrito Federal são os estados que melhor remuneram os docentes na rede privada, com
remunerações médias padronizadas para 40 horas de R$ 2.899,70, 3.147,80 e R$ 3.788,10,
respectivamente. Além disso, em todos os estados, os professores com formação superior
recebem remunerações média maiores do que aqueles sem formação superior.
Tabela 18 - Remuneração média mensal ponderada padronizada para 40 horas, número de vínculos
localizados na RAIS, percentual de localizados em relação ao Censo da Educação Básica, segundo formação, -
Rede Privada - UF - 2014
Total Com superior Sem superior
28
Total Com superior Sem superior
29
total empenhada com profissionais do magistério aumenta, a remuneração total estimada também
aumenta.
1.000.000.000
100.000.000
Gasto anual estimado (escala logarítmica)
10.000.000
1.000.000
100.000
Figura 6- Gráfico de dispersão Gasto Anual com Remuneração Docente Estimado x Despesa Empenhada com
os Profissionais do Magistério - Brasil – 2014
5
O coeficiente de correlação de Pearson varia de -1 a 1, quanto mais próxima de 1, significa forte correlação
positiva, quanto mais próxima de 1, significa forte correlação negativa, e quanto mais próximo de 0, significa
ausência de correlação.
30
5.2 Análise longitudinal
5.2.1 Metodologia
Com o intuito de avaliar se a metodologia é adequada também para análise ano a ano,
foram realizados os batimentos entre a RAIS 2012 e o Censo Escolar 2012 e a RAIS 2013 e o
Censo Escolar 2013. Nos dois batimentos, foram aplicados os mesmos critérios utilizados nas
bases de dados de 2014, com a atualização do teto do funcionalismo público para R$ 26.723,13,
em 2012, e para R$ 28.059,29, em 2013. Os resultados são apresentados a seguir.
Tabela 19 – Quantidade de vínculos no Censo da Educação Básica e localizados no pareamento por esfera
administrativa – Brasil – 2012 a 2014
2012 2013 2014
Dependência
administrativa Censo Pareados na Censo Pareados na Censo Pareados na
% % %
Escolar RAIS Escolar RAIS Escolar RAIS
Total 2.396.564 2.077.696 86,7 2.453.051 2.074.326 84,6 2.498.379 2.184.395 87,4
Federal 23.303 20.712 88,9 25.398 22.356 88,0 27.284 23.921 87,7
Estadual 739.954 704.697 95,2 745.996 657.524 88,1 749.837 717.144 95,6
Municipal 1.132.083 1.008.510 89,1 1.165.449 1.033.977 88,7 1.186.542 1.065.630 89,8
Privada 501.224 343.777 68,6 516.208 360.469 69,8 534.716 377.700 70,6
Fonte: RAIS/MTPS e Censo da Educação Básica/INEP/MEC
Ao desagregar os dados por UF, confirma-se que a rede estadual é a que mais sofreu
variação nos três anos. Alagoas é o estado brasileiro com menor percentual de encontrados nos
três anos analisados. Rio Grande do Sul e Bahia tiveram uma queda no percentual de
encontrados em 2013, e, em 2014, voltaram a ter números semelhantes aos de 2012. Esmiuçando
os dados desses estados, percebe-se, que de um ano para outro, o principal motivo de não
pareamento dos dados é que docentes que foram classificados em 2012 em uma dependência
administrativa na RAIS, a partir da natureza jurídica, em 2013, foram classificados em outra
dependência, ainda que no Censo Escolar eles permaneçam na mesma dependência.
31
Tabela 20 - Quantidade de vínculos no Censo da Educação Básica e localizados no pareamento - Rede
Federal – 2012 a 2014
2012 2013 2014
32
Tabela 21 - Quantidade de vínculos no Censo da Educação Básica e localizados no pareamento - Rede
Estadual – 2012 a 2014
2012 2013 2014
33
Tabela 22 - Quantidade de vínculos no Censo da Educação Básica e localizados no pareamento - Rede
Privada – 2012 a 2014
2012 2013 2014
34
Tabela 23 - % de docentes localizados na RAIS pela proporção de municípios - Brasil – 2012 a 2014
2012 2013 2014
% de docentes
localizados Número de Número de Número de
% % acumulado % % acumulado % % acumulado
Municípios Municípios Municípios
80 a 100 4.762 85,6 85,6 4.762 85,6 85,6 4.762 85,6 85,6
Tabela 24 - Remuneração média padronizada para 40 horas semanais por rede de ensino - Brasil – 2012 a
2014
2012 2013 2014
Federal 20.712 5.710,61 39,34 22.405 6.664,23 39,28 23.921 7.767,9 39,3
Estadual 704.697 3.058,82 29,82 695.201 3.252,64 30,53 717.144 3.476,4 31,1
Municipal 1.008.510 2.587,55 30,36 1.035.204 2.837,47 30,63 1.065.630 3.116,4 30,6
Privada 343.777 2.193,59 30,13 359.007 2.399,78 30,20 377.700 2.599,3 30,2
35
Tabela 25 - Remuneração média padronizada para 40 horas por UF - Rede Estadual – 2012 a 2014
2012 2013 2014
MT 1.606,4 1.606,4 40 97,8 1.758,4 1.758,4 40,0 97,8 1.996,4 1.996,4 40,0 98,2
PB 1.698,5 1.278,1 30,1 96,8 1.893,2 1.421,0 30,0 95,7 2.079,5 1.560,7 30,0 91,3
RO 2.008,9 1.908,5 38 97,5 2.267,4 2.153,8 38,0 98,1 2.325,3 2.214,4 38,1 98,3
RJ*
RN 1.911,8 1.911,8 40 88,2 2.177,2 2.177,2 40,0 87,7 2.391,9 2.391,9 40,0 84,3
PI 1.529,2 1.529,2 40 95,9 1.825,3 1.824,5 40,0 95,9 2.429,4 1.987,2 32,7 90,9
ES 2.177,2 1.954,0 35,9 99,8 2.251,4 2.012,6 35,8 99,7 2.467,5 2.186,0 35,4 99,3
PE 2.151,5 1.904,1 35,4 96,9 2.300,6 2.019,3 35,1 97,6 2.520,0 2.227,5 35,4 98,2
CE 2.362,4 1.872,2 31,7 86,1 2.654,0 1.924,9 29,0 87,6 2.695,8 1.921,6 28,5 69,7
AL 2.674,5 1.845,4 27,6 49,9 2.860,8 1.943,5 27,2 43,2 2.986,0 1.933,1 25,9 44,0
RS 2.403,0 1.622,0 27 99,0 2.665,6 1.881,1 28,2 75,2 3.098,2 2.164,0 27,9 99,4
SP 2.948,0 2.439,5 33,1 99,3 2.901,7 2.447,6 33,7 99,4 3.139,6 2.628,0 33,5 99,5
TO 3.118,5 2.876,8 36,9 97,6 3.115,4 3.115,1 40,0 98,0 3.203,0 3.202,5 40,0 99,2
AM 2.537,7 1.903,3 30 94,3 2.701,7 2.027,1 30,0 94,1 3.299,5 2.474,8 30,0 94,7
GO 3.072,0 2.849,3 37,1 98,7 3.212,7 2.977,6 37,1 99,3 3.380,5 3.137,2 37,1 99,7
MG 3.076,6 1.869,0 24,3 99,3 3.244,3 1.968,4 24,3 98,5 3.537,0 2.147,6 24,3 98,4
AC 3.226,1 2.217,9 27,5 96,4 3.501,8 2.405,5 27,5 96,2 3.748,9 2.601,4 27,8 87,6
SE 3.275,0 3.234,1 39,5 99,7 3.370,9 3.346,7 39,7 99,3 3.911,8 3.904,5 39,9 99,7
SC 3.224,3 2.224,8 27,6 99,2 3.577,5 2.404,3 26,9 99,5 3.929,2 2.547,6 25,9 99,6
RR 4.203,6 2.847,9 27,1 98,7 4.111,4 3.002,0 29,2 96,8 4.229,2 3.177,5 30,1 97,2
PR 3.519,2 2.340,3 26,6 99,6 4.104,8 2.810,9 27,4 99,5 4.504,6 3.104,8 27,6 99,6
MA 3.781,4 2.287,7 24,2 87,0 4.031,0 2.405,7 23,9 93,8 4.532,0 2.703,3 23,9 94,4
AP 3.859,9 3.859,9 40 89,0 4.384,0 4.382,2 40,0 78,0 4.620,9 4.618,2 40,0 80,7
BA 3.301,2 2.649,2 32,1 78,5 4.039,4 3.372,9 33,4 65,2 4.629,9 3.888,5 33,6 78,4
MS 5.568,1 3.215,6 23,1 41,7 6.003,0 3.455,5 23,0 39,0 5.118,4 2.675,6 20,9 96,4
DF 6.435,9 5.728,0 35,6 96, 6.718,6 5.996,6 35,7 98, 7.067,4 6.286,7 35,6 97
3 6 ,8
PA 8.148,2 4.176,0 20,5 90, 8.954,5 4.586,1 20,5 99, 10.083,2 5.138,2 20,4 99
8 4 ,3
* O Secretário de Estado do Rio de Janeiro solicitou a exclusão do resultado da rede estadual informando que houve
um equívoco na informação da carga-horária contratual na RAIS, gerando uma informação não correspondente com
a realidade.
36
A fim de analisar a rede municipal, foram construídos os gráficos da remuneração média
padronizada para 40 horas de 2012 versus 2013, assim como para 2013 versus 2014,
apresentando os municípios em categorias: municípios que apresentaram queda na remuneração
média padronizada para 40 horas semanais superior de 20%, municípios com comportamento
regular, municípios em que a remuneração média é superior ao piso nacional e tiveram um
crescimento superior a 30% no ano seguinte e municípios que apresentavam remuneração média
inferior ao piso em um ano e no ano seguinte apresentaram remuneração média acima de 1,3
vezes o valor do piso nacional. É importante ressaltar que o valor do piso nacional em 2012 foi
de R$ 1.451,00 e, em 2013, R$ 1.567,00.
Tanto na figura 7, quanto na figura 8, a maior parte dos municípios não apresenta
oscilação significativa. Como é indicado pelos pontos plotados na cor verde, na comparação
2012 versus 2013, 88,93% dos municípios tiveram comportamento regular e na comparação
2013 versus 2014, 90,26%.
12.000
Remuneração média padronizada para 40 horas - 2013
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
0
37
12.000
Remuneração média padronizada para 40 horas - 2014
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
0
6 Conclusão
38
Assim como em outras referências6 do mesmo tema, foi observado que os docentes da rede
privada não são, em média, mais bem remunerados do que os da rede pública. Além disso, com a
possibilidade de analisar a remuneração média juntamente com a carga horária média de
trabalho, dois aspectos fundamentais para a organização das redes de ensino para o atendimento
da demanda educacional no território de interesse, o estudo permite a reflexão sobre formas de
contratação do docente.
Em virtude da sensibilidade dos dados, dos requisitos do Acordo de Cooperação com o
Ministério do Trabalho e Emprego e Previdência Social, bem como para atender ao disposto na
Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011) com relação ao sigilo
dos dados pessoais, os dados individuais resultantes da pesquisa não serão disponibilizados para
evitar a identificação direta dos docentes e suas respectivas remunerações.
Por outro lado, o INEP disponibilizará publicamente três bases de dados com níveis de
agregação distintos. A primeira será uma base de dados com as informações de remuneração
média para todas as esferas administrativas consolidadas para o Brasil, a segunda base terá as
remunerações médias dos docentes das esferas estadual, municipal e privada consolidadas por
UF e a terceira base de dados conterá as informações de remuneração média da rede municipal
para todos os municípios em que foram localizados docentes na RAIS. Os três arquivos também
serão compostos por quantitativos de vínculos de docentes no Censo da Educação Básica e na
RAIS, grau de formação do docente, média de horas contratuais, entre outros dados.
6
Reportagem “Rede pública, salário maior”, Jornal O Globo, 30/3/2015, disponível em:
http://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/professores-de-escolas-estaduais-municipais-ja-recebem-mais-que-os-
de-particulares-15730656
39
Referências Bibliográficas
40