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Gabarito da 3a Lista de Exercı́cios - Turmas S2 e S7
Prof.: Fábio Lima
2. Utilizando o produto interno dado, obtenha o ângulo pedido para cada um dos casos
abaixo.
a) O ângulo entre os vetores (1, 0) e (0, 1), com o produto interno h(x, y), (a, b)i =
xa + xb + ya + 3yb.
b)
O ângulo entre os polinômios 1 − x e 1 + x2 , com o produto interno definido por
a0 + a1 x + a2 x2 , b0 + b1 x + b2 x2 = a0 b0 + a1 b1 + a2 b2 .
Temos que
1 − x, 1 + x2
cos α = .
||1 − x||||1 + x2 ||
1
Temos que
1 − x, 1 + x2 = 1 + 0 + 0 = 1,
p √ √
||1 − x|| = h1 − x, 1 − xi = 1 + 1 + 0 = 2,
p √ √
||1 + x2 || = h1 + x2 , 1 + x2 i = 1 + 0 + 1 = 2.
3. Seja R2 espaço vetorial com um certo produto interno <, >, tal que α = {(1, 2), (2, 3)} é
base ortonormal com relação a este produto interno.
b) Temos que
Sendo assim,
D E
h(x1 , y1 ), (x2 , y2 )i = [(x1 , y1 )]>
α , [(x 2 , y2 )]>
α = h(−3x1 + 2y1 , 2x1 − y1 ), (−3x2 + 2y2 , 2x2 − y2 )i ,
1 −1
em relação a <, > de V ?
h[u]α , [v]α i = 1 + 2 + 3 − 1 = 5 6= 3.
5. Considere o espaço vetorial V = R3 , munido com produto interno canônico, e uma base
β = {(1, 1, 1), (1, 2, 3), (1, 0, 2)} de V .
2
Resp. a) Utilizaremos o processo de ortogonalização de Gram-Schmidt para determinar uma base
ortogonal para V . Seja u1 = (1, 1, 1), então
3
√
||u − 2v|| = 23, calcule || − 2018u||.
Sendo assim,
1
||u + v||2 − ||u − 2v||2 = 6 hu, vi − 3||v||2 ⇒ 5 − 23 = 6 hu, vi − 15 ⇒ hu, vi = − .
2
Consequentemente,
hp(x), q(x)i
projq(x) p(x) = q(x).
hq(x), q(x)i
Note que,
1 1 1
x4 x5 x6
Z Z
2 3 3 4 5 = 37 ,
hp(x), q(x)i = (1 + x + x )(x )dx = (x + x + x )dx = + +
0 0 4 5 6
0 60
1
x7 1 1
Z
6
hq(x), q(x)i = x dx = = .
0 7 0 7
Sendo assim,
(37/60) 3 259 3
projq(x) p(x) = x = x .
(1/7) 60
u1 = (1, 2, 0, 1),
h(1, 1, 1, 0), (1, 2, 0, 1)i 1 1
u2 = (1, 1, 1, 0) − (1, 2, 0, 1) = (1, 1, 1, 0) − (1, 2, 0, 1) = (1, 0, 2, −1).
h(1, 2, 0, 1), (1, 2, 0, 1)i 2 2
4
Note que (1, 0, 2, −1) ainda é ortogonal com (1, 2, 0, 1). Logo, o conjunto {(1, 2, 0, 1), (1, 0, 2, −1)}
é uma base ortogonal para W .
Por sua vez, para W > , temos que
Logo, o conjunto {(1, 0, −1, −1), (−1, 1, 0, −1)} é uma base ortogonal de W > .
a2 b2 .
c0 + c1 x + c2 x2 , 1 − x2 = 0 ⇒ c0 − c2 = 0 ⇒ c0 = c2 ,
c0 + c1 x + c2 x2 , 2 − x − x2 = 0 ⇒ 2c0 − c1 − c2 = 0 ⇒ c1 = c0 .
Logo, W > = [1 + x + x2 ].
W > , então P2 (R) = [1 − x2 , 2 − x − x2 , 1 + x + x2 ]. Sendo
L
b) Sabemos que P2 (R) = W
assim,
Tal sistema tem como solução b = a1 − a2 , c = (a0 − 2a1 + a2 )/3 e d = (a0 + a1 + a2 )/3.
Se T é a projeção sobre W , temos que
a0 − 2a1 + a2
T (a0 + a1 x + a2 x2 ) = (a1 − a2 )(1 − x2 ) + (2 − x − x2 ),
3
2a0 − a1 − a2 2a1 − a0 − a2 2a2 − a1 − a0 2
= + x+ x .
3 3 3
11. Em R2 , considere o produto interno h(a, b), (c, d)i = 3ac + bd. Seja T : R2 → R2 um
operador linear dado por
√
y √
2
T (x, y) = x+ √ , 3x − y .
2 3
T é operador auto-adjunto? T é um operador ortogonal?
5
Resp.: Basta verificar para alguma base do R2 , por exemplo {(1, 0), (0, 1)}. Temos que
*√ + √
2 √ 6
hT (1, 0), (0, 1)i = (1, 3), (0, 1) = ,
2 2
* √ + √
2 1 6
h(1, 0), T (0, 1)i = (1, 0), √ , −1 = .
2 3 2
Como hT (1, 0), (0, 1)i = h(1, 0), T (0, 1)i temos que T é auto-adjunta.
Por sua vez,
*√ √ +
2 √ 2 √ 3 3
hT (1, 0), T (1, 0)i = (1, 3), (1, 3) = + = 3,
2 2 2 2
h(1, 0), (1, 0)i = 3,
*√ √ +
2 1 2 1 1 1
hT (0, 1), T (0, 1)i = √ , −1 , √ , −1 = + = 1,
2 3 2 3 2 2
h(0, 1), (0, 1)i = 1,
*√ √ + √ √
2 √ 2 1 3 3
hT (1, 0), T (0, 1)i = (1, 3), √ , −1 = − = 0,
2 2 3 2 2
h(1, 0), (0, 1)i = 0.
Logo, T é ortogonal.
12. Considere os vetores v1 = (1, 2, 2), v2 = (−2, −1, 2) e v3 = (2, −2, 1) de R3 munido do
produto interno usual, e o operador linear T : R3 → R3 caracterizado por T (v1 ) = v2 ,
T (v2 ) = −v1 e T (v3 ) = v3 . Verifique se cada um dos itens abaixo é verdadeiro ou falso.
Justifique sua resposta.
a) {v1 , v2 , v3 } é uma base ortogonal de R3 .
b) T é auto-adjunto.
c) T é ortogonal.
d) λ = 1 é o único autovalor real de T .
Resp.: a) Inicialmente, vamos verificar se os vetores são linearmente independentes. Temos que
1 2 2 1 2 2 1 2 2
−2 −1 2 L3 = L3 + L2 −2 −1 2 L3 = − 1 L3 −2 −1 2 L1 = L1 − 2L3
−−−−−−−−−→ 3 −−−−−−−−−−→
2 −2 1 0 −3 3 −−−−−−−−→ 0 1 −1
1 0 4 1 0 4 1 0 4
−2 −1 2 L2 = L2 + L3 −2 0 1 L2 = L2 + 2L1 0 0 9 .
−−−−−−−−−→ −−−−−−−−−−→
0 1 −1 0 1 −1 0 1 −1
Como não conseguimos zerar nenhuma linha da matriz, os vetores são linearmente inde-
pendentes e, portanto, formam uma base de R3 . Vamos verificar se tal base é ortogonal.
Temos que
6
b) Temos que
Normalizando
1 a base do item anterior, obtemos uma base ortonormal dada por α =
1 1
3 (1, 2, 2), 3 (−2, −1, 2), 3 (2, −2, 1) . Note que
1 1 1
T (1, 2, 2) = T (1, 2, 2) = (−2, −1, 2),
3 3 3
1 1 1
T (−2, −1, 2) = T (−2, −1, 2) = − (1, 2, 2),
3 3 3
1 1 1
T (2, −2, 1) = T (2, −2, 1) = (2, −2, 1).
3 3 3
Consequentemente,
0 −1 0
[T ]αα = 1 0 0 .
0 0 1
Como tal matriz não é simétrica, T não é auto-adjunto. Logo, a afirmação é falsa.
c) Verdadeira. As colunas de [T ]αα são vetores ortonormais.
d) Temos que o polinômio caracterı́stico é dado por
−λ −1 0
p(λ) = det 1 −λ 0 = λ2 (1 − λ) + (1 − λ) = (1 − λ)(λ2 + 1).
0 0 1−λ
Resp.: a) Temos que W = [(1, 0, 1), (0, 1, −1)]. Se (x, y, z) ∈ W > , então
Sendo assim, W > = [(1, −1, −1)]. Consequentemente, {(1, 0, 1), (0, 1, −1), (1, −1, −1)} é
uma base de R3 .
Se (x, y, z) ∈ R3 , então
7
Tal sistema tem como solução a = (2x + y + z)/3, b = (x + 2y − z)/3 e = (x − y − z)/3.
Então, se P é o operador projeção sobre W , temos que
2x + y + z x + 2y − z
P (x, y, z) = (1, 0, 1) + (0, 1, −1),
3 3
2x + y + z x + 2y − z x − y + 2z
= , , .
3 3 3
Logo,
4x + 2y + 2z 2x + 4y − 2z 2x − 2y + 4z
S(x, y, z) = 2P (x, y, z) − (x, y, z) = , , − (x, y, z),
3 3 3
x + 2y + 2z 2x + y − 2z 2x − 2y + z
= , , .
3 3 3
Ou seja,
(1/3)(x + 2y + 2z) = x y+z =x
(1/3)(2x + y − 2z) = y ⇒ x−z =y .
(1/3)(2x − 2y + z) = z x−y =z
8
Ou seja,
(1/3)(x + 2y + 2z) = −x y + z = −2x
(1/3)(2x + y − 2z) = −y ⇒ x − z = −2y .
(1/3)(2x − 2y + z) = −z x − y = −2z
uma projeção ortogonal sobre um plano π. Determine uma equação geral para o plano π.
Resp.: Temos que um vetor normal ao plano π deve pertencer ao núcleo de P . Fazendo P (x, y, z) =
(0, 0, 0), obtemos
(x + z)/2 = 0
y=0 ⇒ z = −x e y = 0.
(x + z)/2 = 0
Logo, um vetor normal ao plano seria (1, 0, −1). Sendo assim, queremos uma equação para
o plano que passa pela origem e tem vetor normal (1, 0, −1), ou seja, x − z = 0.
1 3
15. Seja A = . Determine A2018 .
3 1
em que α é base canônica de R2 . Como α é ortonormal com o produto interno usual e [T ]αα
é simétrica, T é auto-adjunto e, portanto, admite uma base ortonormal de autovetores.
O polinômio caracterı́stico é dado por
1−λ 3
p(λ) = det = (1 − λ)2 − 9 = λ2 − 2λ − 8 = (λ − 4)(λ + 2).
3 1−λ
9
n o
Logo, β = √1 (1, 1), √1 (1, −1) é uma base ortonormal de autovetores. Sendo assim,
2 2
4 0
[T ]ββ = .
0 −2
Além disso,
√ √
1/√2 1/√2
[I]βα = .
1/ 2 −1/ 2
Logo,
√ √ 2018 √ √
1/√2 1/√2 4 0 1/√2 1/√2
A 2018
= ([T ]αα )2018 = ([I]βα [T ]ββ [I]αβ )2018 = .
1/ 2 −1/ 2 0 (−2)2018 1/ 2 −1/ 2
16. Considere em R3 o <, > usual. Observe a quádrica cuja equação na base canônica α é
dada por
√ √
2xy − 6 2x + 6 2y + z − 31 = 0.
Determine outra base β que diagonalize a parte quadrática, escreva a equação reduzida da
quádrica em relação a tal base e identifique a quádrica.
Resp.: A forma quadrática associada é
0 1 0 x
Q(x, y, z) = x y z 1 0 0 y .
0 0 0 z
Sendo assim, para λ = 0, temos x = y = 0 e os autovetores são da forma (0, 0, z). Para
λ = 1, temos x = y e z = 0. Consequentemente, os autovetores são da forma (x, x, 0). Por
10
sua vez, para λ = −1, temos y = −x e z = 0. Logo, os autovetores são da forma (x, −x, 0).
Como autovetores associados a autovalores distintos são linearmente independentes, o
conjunto {(0, 0, 1), (1, 1, 0), (1, −1, 0)} é uma base de R3 . Note que tal base é ortogonal, mas
não ortonormal. Normalizando os vetores, obtemos β = {(0, 0, 1), √12 (1, 1, 0), √12 (1, −1, 0)}
base ortonormal de autovetores. Logo,
0 0 0
[Q]ββ = 0 1 0 .
0 0 −1
x1
Agora, se [v]β = y1 , temos que
z1
√ √
x x1 0 1/√2 1/ √2 x1
y = [I]βα y1 = 0 1/ 2 −1/ 2 y1 .
z z1 1 0 0 z1
Além disso,
√ √
√ √ 0 1/√ 2 1/ √2 x 1
L(x, y, z) = −6 2 6 2 1 0 1/ 2 −1/ 2 y1 ,
1 0 0 z1
x1
= 1 0 −12 y1 = x1 − 12z1 .
z1
Completando quadrados,
z22 − y22 = x2 .
17. Considere em R3 o <, > usual. Observe a quádrica cuja equação na base canônica α é
dada por
√ √
2x2 + 5y 2 + 2z 2 − 6xz + 2x + 10y + 2z + 4 = 0.
Determine outra base β que diagonalize a parte quadrática, escreva a equação reduzida da
quádrica em relação a tal base e identifique a quádrica.
11
Resp.: A forma quadrática associada é
2 0 −3 x
Q(x, y, z) = x y z 0 5 0 y .
−3 0 2 z
12
Sendo assim,
5 0 0 x1
0 5 0 y1 = 5x21 + 5y12 − z12 .
Q(x, y, z) = x 1 y1 z1
0 0 −1 z1
Além disso,
√ √
√ √ 1/ 2 0 1/ 2 x 1
L(x, y, z) = 2 10 2 0√ 1 0√ y1 ,
−1/ 2 0 1/ 2 z1
x1
= 0 10 2 y1 = 10y1 + 2z1 .
z1
Completando quadrados,
5x21 + 5(y1 + 1)2 − (z1 − 1)2 = 0 ⇒ (z1 − 1)2 = 5x21 + 5(y1 + 1)2 .
18. Considere em R3 o <, > usual. Observe a quádrica cuja equação na base canônica α é
dada por
−x2 + 2yz − y + z = 1.
Determine outra base β que diagonalize a parte quadrática, escreva a equação reduzida da
quádrica em relação a tal base e identifique a quádrica.
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Para λ = 1, temos que
−1 0 0 x x −x = x
0 0 1 y = y ⇒ z=y
0 1 0 z z y=z
Sendo assim,
1 0 0 x1
0 −1 0 y1 = x21 − y12 − z12 .
Q(x, y, z) = x1 y1 z1
0 0 −1 z1
Além disso,
0
√ 1 0√ x 1
L(x, y, z) = 0 −1 1 1/√2 0 −1/√ 2 y1 ,
1/ 2 0 1/ 2 z1
√ x1 √
= 0 0 2 y1 = 2z1 .
z1
Completando quadrados,
2
1 1
x21 − y12 − z1 − √ =
2 2
14
Fazendo a translação x2 = x1 , y2 = y1 e z2 = z1 − √1 , obtemos
2
x22 y2 z2
− 2 − 2 = 1,
1/2 1/2 1/2
15