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“Teoria felikica Texkot Rrok? Moualisa Soares [ frees A reptiblica democratica de Rousseau | Notas biogrdficas Jean-Jacques Rousseau nasceu cm Genebra, em 1712, de pai relojociro, morrendo sua me no parto, Teve uma infincia atribulida, sendo confiado a um pastor que Ihe deu, pot dois anos, o tinico ensino sistemsético de sua vida. Em 1740 foi contratado como pre~ ceptor, em Lion, em seguida mudou-se para Paris, onde publicou sua Dissertagao sobre a misica, © tornou-se amigo de Diderot. Assu- miu varias posigécs de secretério particular, inclusive do embaixador em Veneza,¢ foi entao (1743) que comegou a estudar teoria politica Casou-se com Tereza Levasseur, Entrou para a equipe dos Enciclopedistas, escrevendo artigos sobre musica ¢ economia politica. Seu Discuno sobre as ciéncias ¢ at arte, de 1749, recebeu o prémio da Academia de Dijon. Em 1755, Publicou o Discurso sobre a origem co fundamento das desigualdade, entre 05 homens. Também data de entdo 0 comeso da redagio de A nova Heloisa, Tiés anos depois escreveu o Emilio ¢ retomou a redacio de Do _contrato social, publicado em 1762, na Holanda, Por criticarem a. religido, foram ambos proibidos. na Franca e em Genebra, 0 que Jevou Rousseau a exilar-se na Prissia. Em 1763 publicou a Carta a Beaummont outros textos em dees destas obras, comesando enti | Rousseau em seu tempo Duas corentes de pensamento oi politica de Roussea mais signifi ‘ontribuem para a reflexig + g lluminismo e 0 romantismo. A expressio tiva da primeira sedi entie os Enciclopedia, rape de intlectuisfranceses, dentre os quas detaca-se Diderot cone © mais préximo de Rousseau, No modo como os iluministas represencam tanto a naturera quanto a capacidade de seu entendimento gana centralidade ‘deia de autonomia, em detrimento de qualquer referencia trans. cendental ou metafisica, Assim, 4 nawureza nio deve set atribuida ualquer of vind, ¢ sua compreensao no deve se sujeitar a qualquer cute, seryindo-s¢.o homem estritamente de seu entendi- mento para encontrat, em sua propria rardo, o guia de sua conduta, O Tluminismo recoma, portanto, algo da Renascenca, em sua enorme confianga na edificagao renovada do mundo. A citncia natural que, desde Descartes, vinha tendo por referén- cia central a matemitica, passa a outro fundamento, pois, como sustenta Diderot, cla nav tem nada de preciso ¢ esté sempre se ‘ransformando. Tal transformacio efetiva-se também no set humano: “os drgaos produzem as necessidades e as neccssidades produzem 08 Orgios”. A identidade passageira do eu depende do todo: “mudem © todo, voces necessariamente me mudam’, Com esse aporre, Diderot, far, em sew artigo na Enciclopédia sobre Direito Natural, a critica da coi epcao hobbesiana: ver o ~ omen como “lobo do homem”, sustenta cle, equivale a ver no 6 visto iuaaiisre, a homem um lobo, e nao o ser especial que &; concebé-lo, ao contrario, espécie € compreendé-lo em sua dinamica c como ser- solidariedade com outros homens. A partir dessa concepgao do individuo, Diderot antecipa-se & formulagao clissica de Rousseau, afirmando que,a vontade geral & a regra da sociabilidade. Definida como um ato puro do entendimento que “raciocina no siléncio das paixdes”, ela € sempre boa e deve fixar os limites de nossos deveres; ‘mas nio se chega a esta vontade isoladamente, por pura reflexdo ‘Ao contririo, o individuo deverd abrir mio de si, de sua vontade particular, para aprender essa dimensio mais universal desi mesmo. Assim, é 0 exervicio da rario, insepardvel de uma interlocucio, que viabiliza 0 estahdecimento das regeas de sociabilidade. Por sua vez, d'Holbach elabora a tradicao epicurista, sustentando ue, sea atividade humana decorre do amor ao prazer e do medo dda dor, nenhum de nis é igual aos demais, sendo tal diferenga 0 suporte da sociedade, pela necessidade que temos uns dos outros. A moral universal funda-se, portanto, na disposigio de querer 0 bem do outro, algo que nio decorre naturalmente do funciona- mento da sociedade. E necessario que recompensas ¢ penas sejam cstipuladas pela legislagio e que a educacao religiosa seja substituida por um poder laico, esclarecido e sem preconceito, que reconheca tanto a motivagio humana quanto a utilidade social. Nessa pers Pectiva, estabelece-se um corte tanto com o jusnaturalismo quanto com a tradigéo epicurista, na qual a existéncia bem resolvida esté tao longe da vida em sociedade. Finalmente, os iluministas criticam a religito crista por ser um empecilho a0 progresso intelectual e por sua hegemonia ter sido incapsa de fundar uma verdadeira mon ¢ uma ordem politica justa Retoma-se, assim, 0 elogio da razio iniciado por Hobbes e Locke e claramente contestado por Pascal. Resgatando a perspectiva ages- tiniana, Pascal aciona a hipdtese do “pecado original” como res- ponsével pelo cardter contraditério do homem, por sua natureea incomplera ¢ insatisfeita; aponta os limites da 1 sua impoténcia radical como instrumento de prodin, ‘ou da certeza, as quais s6 se pode chegar date “ Voltaire reage a Pascal, mas eta reasto nko se fr ‘ational pregreso. into decominivomalifes den i definitivo, que caracterizaria tanto a neo-escol wee jusnaturalismo, salientando da verdade caracter listica quanto © id nao € mais razodvel, argumenta Voltaire; alternativamente, un revalorizar o senso comum, que ir consttuir um dos alicerces do conceito de democracia a ser Rousseau, Desquali Heeinolede por ficando o cardcer “profundo” da ilosofia de Pas- cal, Voluite procura mostrar que a existéncia humana pode ser compreendida em sua propria “superficie”, opondo a “gravidade” de Pascal a “ligeitera” dos prazeres mundanos. As contradigGes da natureza humana de Pascal passam a set vistas, por Voltaire, como expressio de sua riqueza, devendo ser o homem aceito tal como é, porque ele é 0 que deve ser “Tal concepgao nao deve, entretanto, ser lida como desconhe- cimento da existéncia do mal. Constatando sua inevitabilidade, como no terremoto de Lisboa, Voltaire considera que desconhecé lo ou negé-lo significaria apenas, como fazem os otimistas leibi- nizianos, transformar 0 que jé ruim em algo tencbroso. No seu entender, trata-se de reconhecer 0 mundo 0 homem tal como € ocupar uma posicio que permita lutar contra esse mal; mas trata- se também de tolerar a diversidade do mundo, admitindo que, “se nem tudo vai bem, tudo € passivel”. Rousseau também recusa a explicagao teoligica de Pascal, que implica a idéia anacrdnica de “pecado original”. De resto, 0 Limilio seré condenado pela Igeeja catélica porque ali Rousseau sustenea {que os primeiros instintos da natureza humana sio inocentes, em contradigio com o que ensina a Biblia. Entretanto, tal como Pas- cal, ¢ diferentementc de Voltaitc, Rousscau vé a civilizagao como disssrmuladora de um enorme vazio no interior do préprio homem: a agitagdo incessante deriva, 2 seu ver, do medo do repouso, do esespeto que o encontro do homem consigo mesmo pode provoc 0s lagos saciaisefetivados a partir dese estado de esptito acabam por atender apenas a0 amor préprio ¢ & vaidade, quando nao decortem do desejo de dominar 0 outro. Essa leitura da sociedade de seu tempo € expressiva do romman- tismo entéo em pleno desabrochar: sua tonica nao é a busca da seguranga eda order, mas da vida individual vigorosa eapaixonada Asensibilidade, as emogdes e, particularmente, a simpatia sso com- ponentes centrais desta representacio da vida. A critica 20 inte- lectualismo funda-se em um elogio do homem simples, do senso comum, como fonte importante do saber viver. Na perspectiva aberta pelo romantismo, cabe entio a premissa de que os pobres sio mais virwosos que 0s ricos. ‘Como os rominticos consideram que o amor ao dinheiro nio é préprio de uma alma imorral ¢ que 0 crescimento das organizac6es econdmicasé incompativel com a lberdade individual, desenvolvem a revalorizagao da vida natural. Tal naturalismo leva também aum desprezo pelas convengbes, nas roupas e nas manciras de viver, rejei- tando-se a moral tradicional esugerindo-se que asabedoria se obtém Jonge da vidi em sociedade. Com orelevo conferido &eséticaaindus- crializagéo comega a ser considerada nociva também por sua fia foumular a critica de sua sociedade ¢ a proposta de um convate social capax de viabilizar uma ordem politica justa._ | Individuo e sociabilidade ‘A concepgao de sujeito formulada por Rousseau contrasta com as de Maquiavel, Hobbes e Locke, para os quis ghomem ¢o mesmo em qualquer tempo € lugar. Pois Rousseau, tal como Diderot, ‘confere & stividade politica um dinamismo especial, atribuindo 2s instrwigdes 0 poder de transformar o ser humana: a0 cracterizé-o fem seu exiado natural, mesmo assinalando os tragos permanentes,

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