Volta Redonda
Setembro de 2018
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 3
2. TIPOS DE AÇOS INOXIDÁVEIS 4
2.1 AUSTENÍTICOS 4
2.2 MARTENSÍTICOS 5
2.3 FERRÍTICOS 6
2.4 DUPLEX 6
2.5 ENDURECÍVEIS POR PRECIPITAÇÃO 7
3. PRINCIPAIS VANTAGENS DOS AÇOS INOXIDÁVEIS 8
4. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS AÇOS INOXIDÁVEIS 9
5. PROCESSOS PARA SOLDAGEM DE AÇOS INOXIDÁVEIS 11
5.1 SOLDAGEM A ARCO COM ELETRODO REVESTIDO (SMAW OU MMA) 11
5.2 SOLDAGEM A ARCO GASOSO COM TUNGSTÊNIO (GTAW OU TIG) 13
5.3 SOLDAGEM A ARCO GASOSO COM ARAME CONTÍNUO (GMAW OU MIG/MAG) 15
5.4 SOLDAGEM A ARCO SUBMERSO (SAW) 17
5.5 SOLDAGEM A ARCO COM ELETRODO DE ALMA FUNDENTE (FCAW OU FCW) 18
5.6 SOLDAGEM A ARCO DE PLASMA (PAW) 19
5.7 SOLDAGEM POR RESISTÊNCIA ELÉTRICA (ERW) 21
5.8 SOLDAGEM A LASER 22
6.0 PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA SOLDAGEM DO AÇO INOX 23
6.1 BIBLIOGRAFIA 24
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1. INTRODUÇÃO
• Produzir energia suficiente para unir dois materiais, similares ou não, com ou sem
fusão entre as partes;
• Propiciar o controle das transformações de fase na junta soldada que podem afetar
o seu desempenho.
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variáveis destes grupos de aços inoxidáveis, como, por exemplo, os aços
inoxidáveis duplex que possuem 50% de ferrita e 50% de austenita e os aços
inoxidáveis endurecíveis por precipitação.
2.1 Austeníticos
Os aços inoxidáveis austeníticos são os maiores, em termos de número de
ligas e de utilização. Como os ferríticos, os austeníticos não podem ser endurecidos
por tratamento térmico, tendo o nível de teor de carbono restrito, mas as adições
principalmente de níquel muda a estrutura em temperatura ambiente para arranjo
atômico cúbico de face centrado que é também não magnético (ou seja, tem uma
baixa permeabilidade magnética). Dependendo do teor de níquel os aços
austeníticos respondem a trabalho a frio com aumento da resistência mecânica,
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podendo ser utilizado em operações severas de conformação, evitando ruptura
prematura e trinca. O endurecimento por encruamento é acompanhado pelas
mudanças parciais na estrutura, com a conformação de uma fase de martensita ferro
magnetica, o que explica porque com a deformação a frio pode ocorrer os aços
austeníticos “magneticos”.
Os aços mais usados tipo 304 (1.4301) tem 17% de cromo e 8% de níquel com
excelente ductilidade, conformabilidade e tenacidade e até em temperaturas
criogênicas.
2.2 Martensíticos
Os aços inoxidáveis martensíticos são similares aos aços carbono e de baixa
liga. Eles tem uma estrutura similar aos ferríticos com estrutura cristalina “tetragonal
de corpo centrado”. Devido a adição de carbono, podem ser endurecido e a
resistência aumentada pelo tratamento térmico, da mesma forma que os aços
carbono. São classificados como uma família ferro magnético “duro”. O principal
elemento de liga é o cromo, com um teor típico de 12 – 15%.
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nitrogênio e níquel mas com teores de carbono mais baixos que os tipos tradicionais.
Estes aços tem melhor tenacidade, soldabilidade e resistência à corrosão.
Os exemplos de aços martensíticos são 420 (1.4028), 431 (1.4057) como tipos
temperáveis com carbono normal e 248 S V (1.4418) como tipo de aço com baixo
teor de carbono e mais o nitrogênio.
2.3 Ferríticos
Os aços inoxidáveis ferríticos tem uma estrutura cristalina cubico de corpo
centrado, que é o mesmo do ferro puro a temperatura ambiente. O principal
elemento de liga é o cromo com teores tipicamente entre 11 e 17%. O teor de
carbono é mantido baixo o que resulta nestes aços uma limitada resistência
mecânica. Não são endurecíveis pelo tratamento térmico e no estado recozido o
limite de escoamento é de 275 a 350 MPa.
Os aços ferríticos são do tipo de baixo custo mas tem limitada resistência à corrosão
comparado com os austeníticos mais comuns. Da mesma forma são limitados na
tenacidade, conformabilidade e soldabilidade em comparação aos austeníticos.
2.4 Duplex
Os aços inoxidáveis dúplex tem uma estrutura mixta de austenita e ferrita e
como resultado tem características desses tipos básicos. Uma composição química
típica tem 22% de cromo, 5% de níquel e 3% molibdênio com pequena adição de
nitrogênio.
Os aços dúplex são endurecíveis por tratamento térmico mas são mais duros que os
aços ferritico e austenítico na condição recozida mole e tem limite de escoamento
médio em torno de 450 MPa. Como os aços ferrítico são ferro magneticos, mas tem
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uma boa conformabilidade e soldabilidade dos aços austeníticos. (Entretanto são
necessários maiores esforços na conformação devido a sua maior resistência).
Estes aços podem ser utilizados em projeto com secções mais finas que os aços
austeníticos mas sua grande vantagem é sua maior resistência a corrosão sob
tensão. O molibdênio é normalmente adicionado para aumentar a resistência a
corrosão galvanica e por pite.
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3. PRINCIPAIS VANTAGENS DOS AÇOS INOXIDÁVEIS
Limitada resistência à
corrosão,
Custo baixo, resistência à
410S, 430 conformabilidade e
Ferrítico corrosão moderada e boa
446. resistência a temperatura
conformabilidade.
elevada comparado aos
aços austeníticos.
Amplamente utilizado,
O encruamento por
boa resistência à
trabalho a frio pode
corrosão geral,
limitar a corformabilidade
Austenítico 304, 316. tenacidade criogênica
e usinabilidade. Limitada
boa. Excelente
resistência a corrosão
conformabilidade e
sob tensão.
soldabilidade.
Boa resistência a
Faixa de temperatura de
corrosão sob tensão, boa
Dúplex 1.4462 aplicação mais restrita
resistência mecânica no
que os austeníticos.
estado recozido.
Resistência a corrosão
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limitada. Soldabilidade
limitada.
Limitada disponibilidade.
Endurecíveis pelo
Resistência a corrosão,
Endurecível tratamento térmico,
conformabilidade e
por 17/4PH mas com resistência a
soldabilidade restritas
precipitação corrosão melhor que
comparado aos
os martensíticos.
austeníticos.
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5. PROCESSOS PARA SOLDAGEM DE AÇOS INOXIDÁVEIS
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Abaixo as principais vantagens e desvantagens do processo de soldagem a arco
com eletrodo revestido:
Vantagens Desvantagens
Baixo custo do equipamento. Devido à taxa de deposição, possui baixa
produtividade.
Versatilidade. Necessária remoção de escória.
Possibilita soldagem em locais de difícil acesso. Depende da habilidade do soldador.
Disponibilidade de consumíveis no mercado. Produz fumos e respingos.
A qualidade do cordão de solda é inferior aos
processos de soldagem a arco gasoso com
tungstênio (GTAW ou TIG), a arco de plasma
(PAW) e soldagem a arco gasoso com arame
contínuo (GMAW ou MIG/MAG).
Posição de soldagem restrita (dependendo do
diâmetro e do tipo de revestimento do eletrodo).
Processo não automatizável.
O argônio puro é o mais popular gás protetor, porém o argônio rico de misturas com
a adição de hidrogênio, hélio ou nitrogênio é também empregado em finalidades
específicas. Sendo empregada a soldagem lateral simples com proteção de gás
inerte em baixo do cordão de solda evita-se a oxidação e a perda da resistência a
corrosão.
Vantagens Desvantagens
Produz soldas de excelente qualidade. Na presença de corrente de ar, dificulta a
utilização do processo de soldagem.
Ótimo acabamento do cordão de solda. Adequado somente para peças com menos de 6
mm de espessura.
Menor aquecimento da peça soldada. Devido a taxa de deposição, possui uma
produtividade baixa.
Baixa sensibilização à corrosão intergranular. Custo elevado.
Ausência de respingos. Quando não automatizado, o processo depende
da habilidade do soldador.
Pode ser automatizado.
As fontes de energia que produz uma fonte de corrente pulsante foi desenvolvido
para melhorar a qualidade do metal de adição na soldagem posicional e com
aparência de solda mais limpa.
O nome MIG é proveniente das iniciais do nome do processo em inglês: Metal Inert
Gas. Desta forma, a região fundida é protegida por um gás inerte ou a mistura de
gases tais como Argônio, CO2, Hélio ou O2. Tais misturas de gases têm sido
desenvolvidas para melhorar as características de estabilidade do arco e cordão de
solda "umedecido".
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A transferência por curto-circuito envolve o curto-circuito instantâneo, causado entre
a gosta e poça de fusão. A diferença entre a transferência por curto-circuito e a
globular é a distância entre a ponta do eletrodo e a poça de fusão. Na transferência
globular esta distância é suficiente para que a gota passe através do arco sem
realizar nenhum curto-circuito.
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• Posição de soldagem: dependendo da regulagem do equipamento, todas as
posições;
Vantagens Desvantagens
Facilidade de operação. Regulagem complexa do processo.
Alta produtividade. Não dever ser utilizado na presença de
correntes de ar.
Processo automatizável e com baixo custo. Posição limitada de soldagem.
Não forma escória. Processo propenso a gerar porosidade no
cordão de solda e respingos.
Bom acabamento do cordão de solda. Manutenção trabalhosa.
Gera pouca quantidade de fumos.
Produz soldas de ótima qualidade.
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• Equipamentos utilizados no processo: fonte de energia, eletrodo, alimentador do
arame, fluxo e pistolas de soldagem manuais;
Vantagens Desvantagens
Processo de soldagem de alto rendimento e Posição de soldagem restrita.
velocidade.
Não ocorrem perdas do arame de soldagem Apresenta grande fluxo de resíduos e escórias
Automatização do processo possibilita utilizar Limitado a cordões de solda em linha ou
correntes sem grandes riscos para a segurança aplicado em tubos.
do operador.
Maiores taxas de deposição.
Adequado para longas articulações.
Processo simples.
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5.6 Soldagem a Arco de Plasma (PAW)
O processo de soldagem a arco de plasma é uma derivação do processo TIG,
envolvendo a construção de um sistema de bocal que produz um arco de plasma
transferido concentrado e estreito com características de penetração profunda.
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• Consumíveis: gás de plasma e proteção, metal de adição, bocal de cobre e de
cerâmica e eletrodo de tungstênio;
Vantagens Desvantagens
Produz soldas de excelente qualidade. Custo elevado.
Permite soldagem de espessuras grandes Equipamento complexo.
(maiores que 6 mm) em um único passe.
Velocidade de soldagem maior que o processo Difícil controle do processo.
TIG.
Veja abaixo uma tabela de sugestão de gases utilizados na soldagem a arco de plasma de aços
inoxidáveis:
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5.7 Soldagem por Resistência Elétrica (ERW)
A soldagem por resistência elétrica utiliza o aquecimento por efeito Joule para
realizar a fusão entre os metais. O efeito Joule ocorre pela geração de calor através
da passagem de corrente elétrica em uma resistência. Na soldagem das chapas, a
maior resistência está localizada na superfície interna das mesmas. Com a aplicação
da pressão pelos eletrodos de cobre e posteriormente a passagem de corrente
elétrica, ocorre a fusão desta face em comum, formando o ponto. Chamamos este
processo de soldagem por resistência elétrica a ponto.
• Diluição: 100%;
Vantagens Desvantagens
Possibilita soldagem de chapas bem finas. Custo muito elevado do equipamento de
soldagem e da manutenção.
Facilidade na operação e automação. Não aceita soldagem de peças com formatos
complexos e pesados.
Velocidade no processo. Demanda muito energia elétrica durante a
soldagem.
Não depende da habilidade do soldador.
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6. PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA SOLDAGEM DO AÇO INOX
Segurança Acabamento
Usar material de adição com composição Remover o excesso de material do cordão de
química o mais próximo possível do material a solda.
ser soldado.
Evitar poças de fusão muito grandes para evitar Corrigir os riscos da remoção empregando uma
trincas de solidificação na solda. correia de lixa que gera riscos retos.
As juntas devem ser limpas, por processo de Para dar o passe final de acabamento, onde
escovamento, esmerilhamento, decapagem será igualado o acabamento da região da
química (Álcool isopropílico ou acetona). solda com o resto do material, recomenda-se
o uso de Correia de Scotch-Brite SCM A-
Grosso + Roda para Metal A2-M + Correia 3M
441D ou 3M 441W # 120 ou similares quando
se desejar o acabament0 nº3 e Correia de
Scotch-Brite SCM A - Médio + Roda para
Metal A2-F + Correia 3M 441D ou 3M 441W #
150 ou similares para obter acabamento nº4.
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6.1 BIBLIOGRAFIA
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4366975/mod_resource/content/0/aula09-
a%C3%A7o_inoxid%C3%A1vel.pdf
http://guides.com.br/home/wp-content/uploads/2011/12/inonx-apost-tec.pdf
http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM206/Prof_Marcondes/Acos%20inoxidaveis.pdf
http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/EME733/Arquivos%20da%20disciplina/Previs_o%
20da%20Soldabilidade%20dos%20%20A_os%20Inoxid_veis%20P_s%20(1.1).pdf
http://wwwo.metalica.com.br/aco-inox-processos-de-soldagem
https://www.infomet.com.br/site/acos-e-ligas-conteudo-ler.php?codConteudo=210
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