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Direito de Preferência

ODireito de Preferência na Alienação de fiuinhão em Imóvel


Integrante de Condomínio Necessário
ROBSON DE OLIVEIRA
Advogado. Pós-Graduado em Direito Imobiliário. Militante na Área de Direito Imobiliário do
Escritório Demarest Advogados. Especialista em Direito Imobiliário.

COLABORAÇÃO: CHRYSTIANE DOMINGOS


Militante na Área de Direito Imobiliário do Escritório Demarest Advogados.

Primeiramente, cumpre definir o instituto do condomínio, situação por


meio da qual dois ou mais indivíduos são proprietários do mesmo bem. No
entender do ilustre Jurista Caio Mário da Silva Pereira, define-se condomínio da
seguinte forma:
Dá-se condomínio quando a mesma coisa pertence a mais de uma pessoa, ca-
bendo a cada uma delas igual direito, idealmente, sobre o todo e cada uma de
suas partes. [. ..] A cada condômino é assegu rada uma quota ou fração ideal da
coisa, e não uma parcela material desta. Cada cota ou fração não significa que a
cada um dos coproprietários se reconhece a plenitude dominial sobre um frag-
mento físico do bem, mas que todos os comunheiros têm direitos qual itativamen-
te iguais sobre a totalidade dele, limitados, contudo, na proporção quantitativa
em que concorre com os outros coproprietários na titularidade sobre o conjunto. 1

Já no que diz respeito à a li enação de quota-parte a terceiros, cumpre ob-


servar que, primeiramente, o coproprietário deverá comunicar sua intenção aos
demais consortes, para que estes exerçam seu direito de preferência, conforme
o disposto no art. 504 do Código Civil Brasileiro, in verbis:
Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a es-
tranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se
.I der con hecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte
• vendida a estran hos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de
decad~cia.

I
\
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil. 18. ed . Rio de Janeiro: Forense, 2003.
p. 175/176.
10 . .... . . . . . . . . . . . . . . . . . . ...... ... .. ..... .. . . . ....... . ... . . . . . . . . .ROl N' 21- Maio-Jun/2014- ASSUNTO ESPECIAL- DOUTRINA ROl N' 21 - Maio-Jun/2014- ASSUNTO I

Apenas para corroborar tal entendimento, o eg. Superior Tribunal de Jus- que possam exerce
tiça manifesta-se no mesmo sentido, conforme se vê: nulidade do ato juri
do ato, impondo-s~
Civil. Recurso especial. Condomínio. Alienação de parte ideal por condômino. tratada na petição i
Estado de indivisão do bem. Direito de preferência dos demais condôminos.
Na hipótese de o bem se encontrar em estado de indivisão, seja ele divisível ou Importante obsen
indivisível , o condômino que desejar alienar sua (ração ideal do condomíni o art. 504 do Código Civ
deve obrigatoriamente notificar os demais condôminos para que possam exercer anulável no momento e1
o direito de preferência na aquisição, nos termos do art. 1.139 do CC 1916. transação.
Precedentes da Quarta Turma . Neste momento, •
Recurso especial conhecido e provido. lidade de ajuizar uma a
compulsória, devendo c
(STJ, REsp 489.860, Reiª Min. Nancy Andrighi , j. 27.1 0.2004) reivindi car para si a que

Neste mesmo sentido é o entender do ca l. Tribunal do Estado do Paraná, Além disso, na r


in verbis: ser enviada aos demais
preferência na aqui siçãc
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE PREFERÊNCIA CUMULADA COM DEPÓSITO não defina prazo especí
JUDICIAL DO PREÇO- COMPRA E VENDA- CONDOMÍNIO PRO INDIVISO
prazo razoáve l.
-QUOTA IDEAL- NECESSIDADE DE CONSENTIMENTO DOS DEMAIS CON-
DÓMINOS E DIREITO DE PREFERÊNCIA- APLICAÇÃO DO ART. 504 DO CÓ- Neste sentido é c
DIGO CIVIL DE 2002 (ART. 1 .139 DO CÓDIGO CIVIL DE 1916) -SENTENÇA Pontes de Miranda, con
CASSADA - REMESSA DOS AUTOS À ORIGEM - RECURSO CONHECIDO E A falta de previsão
PROVIDO- Em se tratando de condomínio pro indiviso, ou seja, em que os con- nas seguintes teses:
dôminos são proprietários de porções ideais, que não foram previamente defini- resposta aos outros
das, embora o imóvel seja faticamente divisível (área superior ao módulo rural), zoável à reflexão d
para que haja a divisão da coisa comum faz-se necessário, primeiramente, o dias. O efeito da ir
consentimento dos demais condôm inos, bem como que seja observado o direito rência que se lhes é
de preferência destes, o que não ocorreu no caso em tela. Ante a inobservância
do direito de preferência, a sentença deve ser cassada, devendo os autos retorna- Não obstante o q
rem à origem para o prosseguimento do feito, inclusive com a citação do terceiro o Código Civil Brasileirc
adquirente do imóvel, o qual é litisconsorte necessário, nos termos do art. 47 do
aquele não inferior a tr
Código de Processo Civil.
arts. 303, 592, 1.081, §
(TjPR, 18ª C.Cív., Rei. Luiz Mateus de Lima, Data de julgamento: 05.10.2005)
Com relação à h
("Lei das 5/A"), em seu ê
Assim, é de fácil constatação a obrigatoriedade da oferta da quota-parte
direito de preferência er
aos demais proprietários do bem em condomínio.
Importante analo
Na hipótese de a ali enação ocorrer sem que haja a notificação dos de-
("Lei de Locações"), a q1
mais cqtldôm inos para exercer ou não a preferência, a jurisprudência entende
sido notifi cado, para o I
pela núlidade do ato jurídi co.
.
Assim é o entendimento do ilt).stre Desembargador Luiz César Nicolau,
As sim, concluím•
como premissa indispe1
integrante do eg. Tribunal de Justiça do Estado do Paraná , nos autos da Apela-
ção nº 419.059:
,A fa lta de comunicação/notificação do condômino interessado em alienar a sua
2 PONTES DE MIRANDA. Din
cota-parte na comunhão de qualquer bem imóvel aos demais comunheiros, para Carús Guedes, Otávio Luiz R•
~014- ASSUNTO ESPECIAL- DOUTRINA ROl N" 21 - Maio·Jun/2014- ASSUNTO ESPECIAl- DOUTRINA .......................................................................................................... 11

iuperior Tribunal de Jus- que possam exercer o direito de preferência, via de consequência, importa na
nulidade do ato jurídi co, bem assim do próprio documento público formalizador
do ato, impondo-se, desse modo, o aco lhimento da pretensão desenvolvida re-
arte ideal por condômino. tratada na petição inicial.
s demais condôminos.
visão, seja ele divisível ou Importante observar que, considerando o prazo de 180 dias previsto no
ção ideal do condomínio art. 504 do Código Civil, o negódo jurídico deixará de ser nulo e passará a
s para que possam exercer anulável no momento em que os condôminos interessados tomarem ciência da
rt. 1.139 do CC 1916. transação.
Neste momento, os coproprietários terão, no prazo de 180 dias, a libera-
lidade de ajuizar uma ação judicial , tecnicamente conhecida por adjudicação
compulsória, devendo depositar o valor estipulado do negócio, com o fim de
). 2004) reivindicar para si a quota-parte alienada a terceiro estranho.

tal do Estado do Paraná, Além disso, na hipótese de a notificação da ali enação da quota-parte
ser enviada aos demais coproprietários, estes deverão manifestar seu direito de
preferência na aquisição. Nesse caso, embora o Código Civil, em seu art. 504,
ULADA COM DEPÓSITO não defina prazo específico para tal manifestação, esta deverá ser realizada em
)OMÍNIO PRO INDIVISO
prazo razoável.
TO DOS DEMAIS CON-
iO DO ART. 504 DO CÓ- Neste sentido é o entender dos atualizadores da obra do ilustre jurista
IL DE 1916)- SENTENÇA Pontes de Miranda, conforme demonstra-se:
ECURSO CONHECIDO E A falta de previsão no Código, a melhor forma de suprir a lacuna do art. 504 está
, ou seja, em que os can- nas seguintes teses: (a) o condómino-ali ena nte é livre para assinar um prazo de
foram previamente defini- resposta aos outros coproprietários; (b) esse período deveria conferir tempo ra-
uperior ao módulo rural ), zoável à reflexão dos afrontados, assim entendido um prazo não inferior a trinta
essário, primeiramente, o dias. O efe ito da inércia dos demais condóminos é a perda do direito de prefe-
te seja observado o direito rência que se lhes atribuiu o art. 504. 2
tela. Ante a inobservânc ia
devendo os autos retorna- Não obstante o quanto anteriormente exposto, importante salientar que
! com a citação do terce iro
o Código Civil Brasileiro, em diversos temas, considerou como prazo razoável
'• nos termos do art. 47 do
aque le não inferior a trinta dias, conforme se pode comprovar na leitura dos
arts. 303, 592, 1 .081, § 1º, 1.1 09, 1 .145 e 1 .481 e, taxativamente, o art. 1 .807.
Jlgamento: 05.1 0.2005)
Com relação à legislação esparsa, encontramos na Lei nº 6.404/1976
(" Lei das S/A "), em seu art. 171 , § 4º, previsão de que o prazo para exercício do
la oferta da quota-parte
direito de preferência em caso de venda de quotas é de, no mínimo, 30 dias.
Importante analogia, por fim, encontra-se ainda na Lei nº 8.245/1991
a a notificação dos de- ("Lei de Locações"), a qual prevê, em seu art. 28, o prazo de trinta dias, após ter
juri sprudência entende
/ sido notificado, para o locatário exercer o seu direito de preferência .
Assim, con~uímos que (i) a venda de quota-parte de condomínio tem
lor Luiz César Nicolau , como premissa indhpensável à sua va lidade a notificação dos demais condô-
'lá, nos autos da Apela-

em alienar a•sua
2 PONTES DE MIRANDA. Direito das coisas: condomínio, edifício de apartamentos. Atualizado por Jefferson
Carús Guedes , Otávio Luiz Rodrigues Júnior. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.
12 ... . . . .... . . .. ................... . ....... .................................. ....... . . . 801 N' 21 - Maio-Ju!V2014- ASSUNTO ESPECIAL- DOUTRINA

minas para que possam exercer ou não o seu direito de preferência; (ii) o prazo
para resposta, embora não assinalado pela lei deve ser um prazo considerado
razoável para que o notificado tenha a oportunidade de avaliar a proposta re-
cebida pelo condômino, assim como os documentos relativos à proposta ven-
da; (iii) entendem a doutrina e a jurisprudência que um prazo razoável não
seria inferior a trinta dias; (iv) a falta de notificação dos demais condôminos
Direito de Preferê1
para que exerçam o direito de preferência acarreta a nulidade do ato de venda;
(v) o condômino preterido no seu direito de preferência tem o direito de, no
LUANA Cl
prazo de 180 dias após tomar conhecimento da venda, depositar o preço pago
Advogada
pelo terceiro e requerer a adjudicação compulsória para si do quinhão vendido;
lntegrada1
e (vi) da data em que o condômino tomar conhecimento da venda até o final do
prazo de 180 dias que se seguem, o ato de venda passa a ser anulável.

RESUMO: ODireito de PrefE


REFERÊNCIAS nação do imóvel para que E
AGHIARIAN , Hércules. Curso de direito imobiliário. 7. ed. Rio de janeiro: Lumen )uris, para que não configure um
2008.
PALAVRAS-CHAVE: Direito
CENEVIVA, Walter. Lei dos registras públicos comentada. 19. ed . São Paulo: Saraiva,
2009 . SUMÁRIO: Introdução; 1 E•
NERY JUNIOR, Nelson. Código Civil comentado. Nelson Nery )unior, Rosa Maria de gal; 2.1 O artigo 27 da Lei 1
Andrade Nery. S. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007 . n° 8.245/1991; 2.4 Do artig
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil. 18. ed. Rio de janeiro: 32 da Lei n° 8.245/1991; 2
Forense, 2003. Conclusão; Referências.

PONTES DE MIRANDA. Direito das coisas: condomínio, edifício de apartamentos.


Atualizado por Jefferson Carús Guedes, Otávio Luiz Rodrigues júnior. São Paulo: Revis-
ta dos Tribunais, 2012. Coleção Tratado de Direito Privado: Parte Especial; 12.
INTRODUÇÃO
_ _ . Direito das coisas: usufruto. Uso. Habitação. Renda sobre imóvel. Atualizado O Direito de
por Nelson Nery junior e Luciano de Camargo Penteado. São Paulo: Revista dos Tribu- para resguardar o d
nais, 2012. Coleção Tratado de Direito Privado: Parte Especial; 19. quando o locador qt
_ _ . Direitos reais limitados. Enfiteuse. Servidões. Atualizado por Nelson Nery
Por isso, o loc
junior e Luciano de Camargo Penteado. 1. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.
Coleção Tratado de Direito Privado: Parte Especial; 18. realizar a proposta a
formas de pagament•
_ _ .Pretensões e ações imobiliárias dominicais: perda da propriedade imobiliária.
Atualizado por Jefferson Carús Guedes e Otávio Luiz Rodrigues júnior. São Paulo: Re- ça seu direito, em su
vista dos Tribunais, 2012. Coleção Tratado de Direito Privado: Parte Especial ; 14.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: direitos reais. 14. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Coleção Direito Civil; v. S.
No Brasil, o [
__ I . Lei do inquilinato comentada: doutrina e prática: Lei n2 8.24S, de 18.10.1991.
12. ed. São Paulo: Atlas, 2013 .
.
WALD, Arn<?ldo. Direito das coisas. 1 \· ed. rev., aum. e atual. com a colaboração dos
estabelecia este dire
em pagamento, ou !
de locações não visl1
Professores Alvaro Villaça Azevedo e Véra Fradera. São Paulo: Saraiva, 2002.
preceitos legais de c
Lei n2 6.404, de 1S de dezembro de 1976, que dispõe sobre a sociedade por ações.
momento da alienaç
\
I Devido à om
art. 1.149, que precE

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