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TRANSCRIÇÃO PATOLOGIA 02/08

GRUPO 3

O que é a patologia? Se a gente for analisar etimologicamente a palavra, a gente vai


chegar a esse conceito aí: phatos se refere a sofrimento e logos é estudo, isso é claro.
Então a patologia é o estudo do sofrimento, que para nós aqui nós vamos referenciar
como o estudo da doença, o sofrimento para nós aqui é a doença. Então a patologia
nada mais é que o estudo da doença. Como eu falei aí, a patologia se divide em
patologia e geral e patologia sistêmica ou especial, então a gente tem duas grandes
áreas aí dentro da patologia. Na patologia geral a gente vai estudar os mecanismos
básicos, as alterações básicas, comuns a diversos processos patológicos, tá? por ex: a
inflamação. A inflamação é uma resposta patológica que é comum a varias doenças,
não é? Seja uma doença reumatologica, uma doença do sistema cardiovascular,
circulatória, neurológica a inflamação está presente.

Então, em primeira mão a gente vai compreender esses mecanismos gerais, porque se
eu compreendo os mecanismos gerais, depois a gente vai aplicar isso, extrapolar isso
para as patologias dos sistemas, tá bom? Então a gente vai ver de forma mais
especifica as patologias do sistema circulatório, cardiovascular, as patologias
relacionadas ao sistema respiratório, tá? ao sistema gastrointestinal, ok? Então, claro
que se a aula for rendendo e a gente tiver tempo, vamos extrapolando outros sistemas,
tá bom? Mas a princípio a gente preconiza esses sistemas para vocês: circulatório,
cardiovascular e o gastrointestinal, porque se vocês saírem daqui sabendo esses, vocês
conseguem fazer conjugações em vários outros sistemas, tá?

Então olha só gente, a patologia é esse estudo da doença, só que é um estudo


diferenciado. Quando a gente fala que vai estudar a doença a nível patológico, a gente
tem que ter em mente o seguinte: a gente vai ver a doença por dentro, a gente vai ver a
doença a partir das alterações que ocorrem na microestrutura, tá? na menor unidade do
ser vivo que é a célula. Então nós vamos ver a doença a partir da célula, a partir do
tecido e do funcionamento do órgão, tá? vocês vão estudar as doenças a nível clinico
lá nas disciplinas aplicadas, lá que vocês vão ver de forma mais especifica os sinais e
sintomas, semiologia, propedêutica, essas coisas dentro de cada doença. Aqui a gente
vai ver então como que o organismo reage, responde, interage com os diversos
estímulos patogênicos que ele é exposto a todo tempo, tá bom? Então o Rudolf
Virchow, gente, é um alemão que viveu no século 18, o que ele fala pra nós? Ele é
considerado o pai da patologia, por que ele é considerado o pai da patologia? Porque
ele que elaborou os estudos que a gente tem mais sedimentado em patologia. O que ele
dizia para nós? Ele dizia para nós através dos seus achados, que toda alteração que o
organismo expressa, evidencia, todo sinal e sintoma, tudo aquilo que é possível de ser
mensurado, analisado a nível clinico, se inicia a nível da menor unidade estrutural que
é a célula. Então estudar uma doença, estudar o processo patológico significa entender
como que a célula, como que os tecidos e o órgão responde aos diferentes tipos de
estímulos que ela se expõe continuamente.

E pra gente entender o processo patológico, a gente precisa ir lá no funcionamento


normal né? Eu só consigo entender como a célula responde quando eu sei como a
célula responde normalmente, tá? então a patologia, gente, ela vai agregar os
conhecimentos de todas as áreas básicas que vocês já viram até aqui, conhecimento de
histologia, citologia, bioquímica, de fisiologia que vocês estão tendo agora né? Então
para a gente entender os processos patológicos, que é o anormal, a gente vai partir do
que é normal. Por isso que muitas vezes eu vou perguntar para vocês assim: gente,
vocês lembram desse epitélio lá na histologia? Gente, vocês lembram desse
mecanismo celular, do ciclo celular, lembram dessa molécula, do funcionamento
cardíaco, seja lá qual for, porque a gente precisa dessa base para entender o
funcionamento anormal, tá certo? Mas a gente vai raciocinando com vocês em cima
disso aí, ok?

Pra gente estudar então o processo patológico, a gente precisa então permear essas
áreas aí que são subdivisões, subáreas da patologia, tá? então a patologia contempla a
etiologia, a patogenia, as alterações morfológicas, as desordens funcionais e as
manifestações clinicas. O nosso alvo principal aqui vão ser essas quatro primeiras, tá?
as manifestações clinicas a gente dá uma pitada para vocês do que seria, mas vocês
vão ter tempo de aprofundar isso dentro das disciplinas aplicadas que vocês vão ver lá,
por ex, a clinica do infarto, a clinica do AVC, vocês vão ter isso de forma muito mais
especifica, tá?

Então olha só, quando a gente diz que a patologia passa por essas áreas, significa então
que os processos patológicos ocorrem dentro de uma cascata, eles ocorrem de forma
constante, continua e eles partem a partir de uma etiologia, tá? então a primeira área
que a patologia se aplica é o estudo etiológico. O que é a etiologia, gente? É o estudo
de que?

ALUNO: Causa.

MICHELE: Causa, não é isso? ethios é causa, origem, tá bom?

Então a primeira coisa que precisa ficar claro ou que pelo menos deveria estar claro
das doenças é de onde vem o estimulo, qual é a causa daquele processo patológico,
né? E é muitas das vezes o que os estudiosos se aplicam em esclarecer: a causa das
doenças, tá certo? E se eu parto da causa das doenças, é muito mais fácil entender o
mecanismo, ok? E a gente já sabe que em termos de causas, as doenças são
multicausais, existe a multicausalidade das doenças, que é o conhecimento hoje
estabelecido de que para a doença ocorra, para que o processo patológico se manifeste,
a gente precisa da interação de fatores: fatores genéticos e fatores ambientais, tá bom?
Que vão culminar na ocorrência do processo patológico.

Aqui em patologia a gente vai ficar citando toda a patologia de cada doença? Não. A
gente vai se ater aos grupos, a gente vai classificar as doenças de acordo com grupos
etiológicos, né? Por ex: ausência de oxigênio. Ausência de oxigênio é uma causa de
lesão, é causa de doença? Se faltar oxigênio no seu coração, ele para? Para né gente,
ele infarta. Então ausência do oxigênio ou hipoxia ou isquemia é uma causa de lesão,
porém existem varias doenças atreladas a ausência do oxigênio, tá? então a ausência
do oxigênio é uma categoria, é um grupo onde a gente inclui vários grupos ou varias
doenças diferenciadas dentro de uma causa só, tá bom? Então aqui a gente vai estar
classificando as diferentes causas. A patogenia já é o mecanismo. Patogenia é
processo, é fisiopatologia.

Vocês já viram a fisiologia que é o normal, aqui a gente vai ver a fisiopatologia que é
o funcionamento alterado, tá? então se eu perguntar para vocês lá na prova: explique a
fisiopatologia, explique a patogenia, significa que eu quero o mecanismo, eu quero o
processo de interação do organismo com aquele agente, tá certo? Então a
fisiopatologia estuda os mecanismos de interação do agente com o hospedeiro, tá? o
seu organismo diante de um estimulo nocivo ou ameaça, tá bom? Vou dar um exemplo
depois para vocês entenderem isso aí. Então a patogenia é esse mecanismo, tá? as
alterações morfológicas, olha lá, são alterações de forma, morfo não é de forma? É
estrutura, é arquitetura celular, é arquitetura tecidual. Então toda patogenia causa um
resultado na morfologia, ela altera de alguma forma a morfologia, seja de forma
permanente ou de forma transitória, a morfologia se altera, tá? e o critério
morfológico, ele é muito importante dentro da patologia, por isso existe o patologista.
O patologista se apoia no critério patológico, ele estuda as variações morfológicas de
determinados tecidos diante da presença de uma agressão, tá?

Então o critério morfológico é critério de diagnostico, não é? Ele é importante para


vocês, principalmente porque ele norteia a conduta clinica, não é isso? então se você,
por ex, faz um preventivo, lá no preventivo você não colhe uma amostra, um esfregaço
de células do colo uterino, gente? Do cérvice uterino? Então quando a gente faz essa
coleta, a gente vai analisar a morfologia das células da cérvice uterina, do colo uterino,
porque aí é possível identificar displasias, metaplasias, neoplasias, quadros
inflamatórios, a partir da forma. A partir da forma da célula, a presença de agentes
infecciosos, tá? presença de exsudato inflamatório, presença de pus, ok? Isso vai
nortear uma conduta, por ex, de rastreio de CA de colo de útero, rastreio, tratamento e
tudo mais. Então é só um exemplo de como a morfologia está extremamente atrelada à
conduta clinica, à pratica clinica de vocês, tá? então por mais que você não seja um
patologista, você vai ver que muitas vezes o estudo de imagem é que vai te nortear
dentro de suas condutas, não é? Um raio-X de tórax vai falar pra você que seu paciente
está com aumento da área cardíaca, não é isso? isso é a morfologia do coração que está
alterada, tá? um ecocardiograma vai mostrar pra você também que tem uma dilatação
da camara cardíaca, ok? Isso vai determinar sua conduta em uma paciente que tem, por
ex, insuficiência cardíaca.

Então as alterações morfológicas, elas geram desordens funcionais, obviamente, tá? as


desordens funcionais é aquilo que estava funcionando dentro de parâmetros
fisiológicos e agora passa a funcionar fora de parâmetros fisiológicos, certo? Então,
por ex, vamos dar um exemplo para vocês entenderem isso daqui. Vamos pegar o
IAM, que é uma doença que vocês já devem ter visto aí ao longo das disciplinas, o
infarto vocês já ouviram falar, têm um conhecimento prévio. Qual que é a etiologia do
infarto, gente? A principal causa?

ALUNO: Falta de oxigênio.

ALUNO: Placa de ateroma.


É a doença esclerótica que leva a isquemia que leva a falta do oxigênio, é isso aí.
Então a etiologia seria então a doença aterosclerótica que a gente sabe já através de
estudos que é uma junção de fatores ambientais e genéticos. Então a etiologia do
infarto, graças a Deus a gente já sabe, mas tem muitas outras que a gente ainda não
sabe. Essa ausência do oxigênio vai levar um mecanismo de lesão para o meu
miocárdio. Essa isquemia abrupta que leva a uma queda abrupta da irrigação
sanguínea do coração ou até mesmo de forma constante, mas contínua, ela vai
restringir a chegada do oxigênio para o meu miócito, não vai? Reduz a quantidade de
oxigênio para o meu miocito, então ela para. Qual o principal mecanismo que ocorre
com o oxigênio dentro da célula?

ALUNO: Respiração celular.

Respiração aeróbica, né? Síntese do ATP, não é isso? então eu tenho uma depleção de
ATP na célula, cai abruptamente a concentração de ATP para a célula e aí a gente tem
a paralisação de todos os processos ativos intracelulares que dependem do ATP, pára a
bomba de sódio e potássio, não é isso? aí eu vou ter um desequilíbrio hidroeletrolitico,
a célula vai começar a edemaciar, tá? eu tenho dano de mitocôndria, então a célula
começa a apresentar uma série de lesões, não é isso? a glicolise aeróbica para, vai para
o mecanismo anaeróbico, o mecanismo anaeróbico confere uma acidez para dentro da
célula porque produz acido lático, né? Aí o pH de dentro da célula diminui, fica acido
e isso vai levando a quebra de proteínas e tudo mais, não vou ficar entrando nesses
detalhes com vocês não, é só para vocês entenderem o que é patogenia. Patogenia vai
te levar lá pra dentro dos processos de lesão que ocorrem dentro das células e dentro
dos tecidos, tá? entoa a patogenia do infarto seria essa: ausência do oxigênio que vai
levando à queda do ATP com seus desdobramentos intracelulares que vai culminar em
lesão irreversível, em necrose, ok? Aí o que eu vou ver na morfologia do infarto? Isso
altera a forma do coração? Uma área infartada vai ser igual a uma área normal?

ALUNO: Não.

Não, né? Vocês tiveram anatomia 2, vocês viram lá o coração bonitinho, parede
intacta, belezinha. No infarto, que é necrose né gente, infarto nada mais é que necrose
tecidual, a área de necrose é substituída por tecido fibroso, então uma característica
que mostra para mim que aquela área infartou é presença de fibrose, é substituição por
tecido fibroso, essa é uma alteração morfológica. Tá certo?

Aí, gente, vou ter desordem funcional? No infarto eu tenho desordem funcional? Se eu
tenho uma área que antes funcionava bem, agora ela foi substituída por fibrose,
suponhamos que esse paciente sobreviveu com esse infarto né.. o que eu vou ter de
desordem funcional?

ALUNO: Arritmia.

Vou ter arritmia? Vou, posso ter arritmia, por que? Porque aquela área fibrosada não
tem a mesma condução elétrica, né gente? Tem interrupção elétrica aí, tem uns
bloqueios de ramo, vocês vão ver lá na clinica cardiovascular, vocês vão ver bloqueio
de ramo direito, bloqueio de ramo esquerdo, que corresponde a áreas de necrose, né?
Pacientes que infartaram, pacientes que tiveram pequenos infartos, tiveram bloqueios
de ramo na condução dos ventrículos. Então eu tenho arritmias, eu tenho falhas de
contratilidade, não tenho? Tenho falhas de contração porque aquela área que está com
fibrose, ela não contrai, certo? Então isso são desordens funcionais. A desordem
funcional vai levar a manifestações clinicas?

ALUNO: Sim.

Sim. Quando o seu coração não contrai, você está com o que? Quando seu coração não
contrai de forma eficiente, você desenvolve o que? Uma insuficiência cardíaca. Então
quando a pessoa está infartando, uma das coisas que ela tem é congestão pulmonar,
porque se o sangue não está indo para frente, ele está ficando para trás, ele está ficando
no pulmão, tá? então um dos sinais é a tosse, tá? O paciente começa a tossir porque o
fluxo ou sangue está parado no pulmão, certo? Então sintomas de tosse, de dispneia
são comuns em quem está infartando, porque o coração dela não está contraindo, não
está mandando sangue para a circulação sistêmica, está ficando na pulmonar, tá bom?
Então a insuficiência cardíaca é um sinal de déficit de contratilidade, não é isso? a
taquicardia é um sinal de arritmia, não é? É uma manifestação clinica da arritmia, a
taquicardia ou a bradicardia, não é isso? certo, gente? Ou os ritmos aleatórios, existem
vários tipos de ritmos patológicos.

Então olha só, observa o seguinte, que a gente dá muito mais valor a isso aqui, não é?
Isso aqui vocês querem saber muito, que são as manifestações clinicas, o que tem no
infarto, o que tem no AVC, o que tem numa vasculite, só que se você fizer esse
caminho aqui, de estudar desde a etiologia, de entender o mecanismo, você não precisa
ficar decorando sinal e sintoma, não precisa ficar naquele mecanismo maçante de
decorar, você consegue prever os sinais e sintomas, você consegue prever porque você
conhece o mecanismo, você sabe como aquilo afeta a função do órgão e por
consequência você tem como prever os sinais e sintomas que ele vai ter, ok? Você não
precisa ficar decorando nada. É claro que um bom médico se faz com conhecimentos
de áreas diferenciadas, mas para você ter um bom raciocínio clinico, você precisa ter
um bom raciocínio patológico, tá? você precisa entender muito bem o mecanismo
patológico até para entender também o mecanismo de ação do medicamento para
entender como aquele medicamento vai atuar naquela doença, o que ele faz naquele
processo patológico. Porque o medicamento, ele atua é no processo patológico, o
alivio do sinal e sintoma é uma consequência da ação daquele medicamento, mas ele
vai interagir é lá no processo patológico, ele vai conter alguma via de sinalização, ele
vai inibir alguma citocina, não é isso? ele vai estimular a liberação de algum
hormônio, seja lá o que for, dependendo do processo patológico que for tratado. Mas
para que você tenha uma boa noção até da conduta que está tomando, você precisa
saber mecanismo patológico, ok gente?

Então dentro disso aí, tem uns conceitos importantes para nós já que patologia é o
estudo da doença. Se é o estudo da doença, o que seria saúde e doença? O que é saúde
e o que é doença, gente? Para vocês do quarto período..

ALUNO: Estar funcionando bem o metabolismo, se tem algum tipo de parasito, se não
tem infecção..

ALUNO: O aspecto social também, não é só doença.


MICHELE: As vezes o seu corpo está bem mas você mora em um lugar que não tem
nem saneamento básico, né?

ALUNO: Condição mental também.

MICHELE: Isso, mental, social...

Olha só, o conceito de saúde que vocês citaram aí, o perfeito bem estar físico, mental e
social, isso é da OMS né? Esse conceito é lindo, é maravilhoso, é o que a gente quer, é
o que a gente acha que vai encontrar, é o que a gente busca, ele é um conceito
filosófico, antropológico, ele é algo que os gestores não só de saúde, mas de todas as
esferas políticas deveriam buscar, mas a gente sabe que em termos práticos, vamos
trazer para a pratica clinica, a gente simplifica esse conceito de saúde-doença, não é?
Vocês, principalmente. Quando vocês estão com o paciente, geralmente vocês
perguntam para ele o que? Você pergunta para ele onde ele mora ou quanto ele ganha
no final do mês? Não, né? Você vai perguntar o que? O que você sente, o que te trouxe
aqui, o que está te incomodando, não é isso? então é um conceito simplista a gente
falar de saúde-doença relacionando a presença ou ausência de sinais e sintomas, mas é
o conceito que norteia ainda, tá gente? Não deveria ser assim, porque na verdade o
individuo deve ser olhado como um todo né? Não só o que ele está sentindo, mas é
tudo o que pode estar levando ele a sentir aquilo, não é isso? Mas aqui vocês vão
aprender isso, com a Monica né, ela adora falar sobre isso, essa intervenção com a
metodologia centrada na pessoa né..

Então a gente encara saúde-doença como um binômio. O que é um binômio? São duas
situações que andam juntas, não é isso? saúde-doença é um processo que ao longo da
nossa vida a gente vai lidando com ele até morrer, tá? esse binômio então, ele se
comporta de que maneira? Ora vai prevalecer mais a saúde, ora vai prevalecer a
doença, a gente não está sempre 100% saudável nem está sempre 100% doente, não é
isso? então esse binômio vai caminhando no organismo ao longo da vida até que em
determinado ponto prevaleça a doença e você parte, tá? mas saúde-doença é um
processo continuo e dinâmico, que vai mudando de acordo com características
intrínsecas e extrínsecas, não é isso? acontece, por ex, de você mudar para
determinado local e você não tinha nenhum tipo de alergia e naquele local você
começa a desenvolver crise alérgica, começa a desenvolver sinais e sintomas que você
não tinha. Então uma mudança extrínseca altera o comportamento desse binômio
saúde- doença. Então aqui a gente vai enxergar esse processo saúde-doença em formas
mais praticas em termos de funcionamento, metabolismo, alterações, né? Aí vocês vão
discutir os outros aspectos lá dentro da epidemiologia, da saúde coletiva, aí vocês
abordam mais a questão social, emocional lá na psiquiatria.

Mas tem outro conceito, gente, outra palavrinha que vou anotar aqui que é
extremamente importante. O conceito saúde-doença está correlacionado com outras
duas situações: adaptação e normalidade. Vocês acham, o colega ali falou do
metabolismo né? Vocês acham que saúde é igual a normalidade? O que vocês acham?
Ser saudável tem que ser normal?

ALUNO: Não. Você (inaudível).


ALUNO: Voce tem que fazer além também para ter saúde, exercício físico...

ALUNO: As vezes você pode ter alguma alteração anatômica, então voce sai da
realidade, mas você pode ser saudável.

Sim. E por que isso acontece? Porque mesmo fora de parâmetros de normalidade a
gente pode preservar a saúde?

ALUNO: Por causa da adaptação.

Justamente, tá? então a gente confunde muitas vezes a normalidade com saúde-doença
pensando que está normal, está saudável, se está anormal, está doente, que sempre a
doença vai se referir a algo que está normal e nem sempre é assim gente, porque tudo
vai depender da capacidade do organismo e vai depender também do tipo de estimulo,
se é um estimulo que dá chance ao seu organismo de se adaptar, tá? então a capacidade
de adaptação é que interfere muito mais no processo saúde-doença do que o próprio
estimulo, né? Porque o colega ali falou, você pode estar, por ex, portando um vírus na
sua corrente sanguínea, mas você não tem sinais e sintomas. O seu organismo já
desenvolveu meios de se adaptar, de bloquear, de combater de forma que os sinais e
sintomas não venham, a disfunção não se apresenta, não é isso? um exemplo clássico é
a pressão, a pressão normal é 12x8 não é? A maioria é 12x8, mas tem pessoas que tem
pressão normal de 10x6, de 9x5, de 11x7 e nem por isso está tendo crise hipertensiva,
está tendo cefaleia, sincope, nada disso porque o organismo dela já acostumou a
trabalhar com aquele nível tensional, tá? então a anormalidade, se ela vier
acompanhada da adaptação, a gente consegue sobressair do estimulo e prevalecer a
saúde, ta bom?

O nosso organismo, gente, já vem de fabrica dotado de uma capacidade adaptativa, a


gente tem essa capacidade adaptativa, por isso a gente resiste a tantos estímulos, não
é? Só que isso depende do próprio organismo, por ex, mulheres são mais tolerantes a
dor. Estudos, tá gente? Não sou eu que estou falando não, mas de modo geral as
mulheres são mais tolerantes à dor, por que? Porque a gente tá programado a ter parto
normal, né? Então uma mulher tem um pouco mais de tolerância a dor, a mulher é
mais resistente biologicamente falando, tá gente? Isso é comprovado a partir de
estudos, que a gente tem uma resistência biológica um pouco melhor, é claro que tudo
depende da mulher, né.. se for uma mulher desleixada, que não cuida do seu corpo,
que está cheia de fator de risco, vai ter uma saúde pior que o homem, mas se você
acoplar os fatores ambientais à sua genética, e isso os estudos também mostram, a
gente vive de 8 a 10 anos a mais que o homem, né? Só vocês verem aí que tem muito
mais viúva do que viúvo, tá?

Entoa olha só gente, a capacidade adaptativa então seria o principal fator de influencia
nesse processo saúde-doença. Por que a gente não se adapta sempre? Porque que toda
vez que a gente entrar em contato com um microrganismo a gente não consegue
adaptar e desenvolver um processo patológico? Seria muito bom né, seria maravilhoso
se a gente adaptasse a todas as condições. Por que nem sempre a gente adapta? Se a
gente descobrisse seria ótimo né.. isso depende da capacidade adaptativa do próprio
organismo e da natureza do estimulo. Por ex: se eu cair daquela escada ali agora e
bater a cabeça, eu vou ter uma hemorragia, vou ter um TCE na hora. Tem como
adaptar a isso? o estimulo agudo dá condições de adaptação? Não. Se você levar um
tiro na cabeça você vai morrer. Por que? Nem sempre né, depende de onde a bala
parou. Mas a lesão é inevitável dependendo do estimulo, porque os estímulos agudos
não dão tempo de o organismo adaptar. Para haver adaptação precisa de tempo. Então
geralmente, para se adaptar, eu preciso de estímulos duradouros, estímulos crônicos
que permitem a célula a capacidade adaptativa.

Esse diagrama aí, gente, vai nortear a gente a partir de agora em quase tudo que a
gente for estudar, tá? e fala disso que estou falando para vocês aqui. Aqui em cima a
gente tem a célula normal, o que é a célula normal? É a célula adulta, diferenciada, é a
célula com especificações de função, com substratos energéticos, é aquela célula que
está saudável, diferenciada, trabalhando para manter a homeostase, tá? a célula normal
tem todas as condições bioquímicas, estruturais, funcionais para manter a homeostase
do organismo, ela está acostumada a responder aquela demanda fisiológica, tá certo?
Ela está acostumada a trabalhar com determinada demanda, ela tem potencial para
isso. então nosso organismo funciona desta forma, as nossas células estão
condicionadas a uma determinada demanda e está pronta para responder aquela
demanda. Só que essa célula normal, gente, ao longo da nossa vida vai sendo exposta a
diferentes tipos de estímulos. Esses estímulos variam de acordo com fatores do próprio
hospedeiro, são estímulos internos, intrínsecos e estímulos ambientais também, tá
certo? Então os estímulos que a célula sofre, vão influenciar o tipo de resposta que ela
vai dar. E eu tenho dois grandes tipos de estímulos que a célula se expõe
continuamente, tá? eu tenho o aumento do estresse fisiológico, o aumento da demanda.
Estresse ou demanda aumentada significa aumento do estresse fisiológico, significa
que alguns parâmetros fisiológicos que seu organismo já conhecia, eles agora estão
aumentados. Não chega a ser um estimulo nocivo, tá? não chega a ser um estimulo
estranho, atípico, tá certo?

Então por ex: uma taxa de hormônio. Seu organismo já lida com aquele hormônio,
mas de repente aquele hormônio se altera, aumenta muito ou diminui muito. A
quantidade de glicose, quantidade de oxigênio, a FC, temperatura, isso são parâmetros
fisiológicos? São, seu organismo já conhece a FC, já conhece o hormônio, a
temperatura. Então esses estímulos são estímulos que o organismo já conhece, porém
eles estão em situações de aumento de demanda, tá? seu organismo vai ter que lidar
com o estimulo que está aumentado, porém esse estimulo é fisiológico. Quando eu
tenho então o aumento do estresse fisiológico, aumento da demanda, a resposta que
essa célula manifesta é a resposta adaptativa, tá certo? Então a adaptação, gente,
acontece pra que? Para que o estresse seja superado e a célula consiga retornar ao seu
funcionamento normal, tá? então a resposta adaptativa a gente diz que é um novo
estado de estabilidade celular. A célula vence aquele estimulo e continua funcionando
para manter a homeostase, para que não se instale a doença. Então o organismo
adaptado é saudável? Sim, ele é saudável, embora muitas vezes ele possa estar
alterado, tá?

Quais são os mecanismos de adaptação que eu tenho? Nós vamos estudar eles aqui: é a
hiperplasia, hipertrofia, metaplasia e atrofia, nós vamos ver cada um deles. Vocês vão
ver que em todas essas respostas a célula está alterada, o tecido está alterado, porém
está funcionando, tá? ele passa a funcionar agora em outro patamar, em outro nível,
porém é suficiente para manter o funcionamento daquele órgão. Por ex: gestação.
Durante a gestação, tem alteração de hormônio, gente? Tem que ter alteração de
hormônio. Na gestação a gente tem aumento dos hormônios femininos, tem aumento
de estrogênio e progesterona, para que? Preparar o útero. Esse útero tem que crescer, a
mama tem que desenvolver não tem? O útero para conter esse corpo fetal, a mama
para lactação, então eu preciso de hormônio atuando. Esse aumento de hormônio
constitui o que? Um estresse. O seu organismo estava acostumado a trabalhar dentro
de um nível de hormônio, agora o nível de hormônio aumentou muito por conta da
gestação, então isso é um estresse fisiológico que vai demandar uma resposta
adaptativa. O que vai acontecer no útero? Vai aumentar, não é? Eu tenho hiperplasia
uterina, eu tenho hipertrofia uterina durante a gestação, as células aumentam de
volume, aumentam em numero para aumentar o tamanho desse órgão. Esse útero está
doente? Não. Ele está funcionando em outro patamar agora, está funcionando com
aumento de volume porque ele precisa aumentar.

Então muitas vezes a resposta adaptativa é para aumentar o potencial de


funcionamento de determinado órgão, é para sobressair aquele estimulo e fazer com
que o órgão continue funcionando, tá certo?

ALUNO: Michele, nesse caso aí, teve o estresse, então vai sofrer uma adaptação. Eu
considero que quando tem uma adaptação, eu não estou em homeostase então?

MICHELE: Não, você volta à homeostase. Você pode voltar, aqui não tem como eu
riscar, mas você pode puxar uma seta daqui para cá. Quando você vai para a adaptação
a homeostase é mantida, embora em outro nível agora, tá? essa homeostase aqui
significa que a célula estava trabalhando e mantendo suas funções. As funções não
foram pertidas, entendeu? Se as funções não foram perdidas, significa que a
homeostase continua, tá? mesmo com o órgão alterado morfologicamente, tá certo?
Então volta aqui, tá?

Então olha só, gente, eu entendo então que a adaptação é boa, não é? Ela não é
benéfica pra gente? Ela tem que acontecer, ainda bem que ela acontece, só não
acontece em todas as situações, infelizmente. Ela é um meio de proteção, tanto que se
o útero não desenvolve, né gente, o feto também não, a gestação não vai pra frente,
não é isso? então a resposta adaptativa é um mecanismo de manter o funcionamento e
a saúde. Só que a resposta adaptativa acontece dentro de limites, ou seja, existe um
pouco e a partir desse ponto, se o estimulo aumentar, se o estimulo permanecer, a
célula não tem condições mais de adaptar, tá? então existe um limiar de adaptação, a
partir daí a célula não consegue mais prosseguir com a resposta adaptativa. Então a
adaptação ocorre dentro de limites fisiológicos pré-estabelecidos. Se ultrapassar essa
capacidade adaptativa, aí eu tenho o que era uma resposta adaptativa, encaminhando
para uma lesão celular, tá? por ex, um exemplo clássico que vocês vão entender: uma
pessoa que é hipertensa, tem hipertensão arterial sistêmica, qual é o problema do
hipertenso, gente? O problema dele é no vaso ou é no coração?

ALUNO: Vaso.

O problema dele é na resistência vascular, né? Vocês vão aprender agora na fisiologia
que a pressão arterial é o debito cardíaco vezes a resistência periférica total, então o
que altera o debito e altera a frequência, vai alterar a pressão, não é isso? Então uma
pessoa que é hipertensa, na maioria das vezes um hipertenso primário, que é
principalmente por fator genético, o que ele tem é aumento da resistência por
hiperatividade simpática, então aumenta a resistência, quer dizer que o coração agora
tem que ejetar sangue sob um nível tensional maior, né? Se a resistência era x e agora
é 2x, eu preciso de mais força para lançar o sangue na circulação sistêmica, é
justamente isso que é a hipertensão arterial, é a sobrecarga de trabalho no coração. Aí
o que acontece com o hipertenso? O hipertenso tem uma doença do vaso que a longo
prazo pode repercutir no coração. Se você pegar esse paciente hipertenso e tirar um
raio-x de tórax dele, ele já tem 30 anos que é hipertenso, é descompensado, não
controla os fatores ambientais, muitas vezes você vai encontrar aumento da área
cardíaca.

ALUNO: Hipertrofia do ventrículo esquerdo.

Hipertrofia cardíaca, do ventrículo esquerdo principalmente, tá? Então a hipertrofia


cardíaca do hipertenso ela é fisiológica, é um mecanismo pra proteger o coração de
não ficar doente, embora a pessoa tenha uma doença do vaso, o coração luta pra não
ficar doente, então ele se adapta. Aquele estimulo é longo ne? A pessoa não é
hipertensa da noite pro dia, ela já hipertensa a muito tempo, então o nível tensional já
ta alto, então o coração vai aumentando sue tamanho, vai aumentando a quantidade de
filamentos contrateis para conseguir manter o debito cardíaco, mesmo com o nível
tensional elevado. Então pra que ele hipertrofia? Pra manter o mesmo debito, porque
se o nível tensional ta aumentando, ele pode não conseguir mandar sangue suficiente
para os tecidos, então ele aumenta seu potencial de contração pra conseguir manter o
mesmo debito. Então nem sempre a hipermegalia la no seu raio x, vai falar que seu
paciente é insuficiente cardíaco, porque nem sempre o aumento da área vai significar
doença, pode significar uma resposta adaptativa, ele ta perfundindo normalmente, com
um coração adaptado. Mas pode chegar um ponto que essa hipertrofia cardíaca,
compensatória, pode virar lesão? Pode, que é o grande medo, e é isso que vocês vão
trabalhar com o paciente hipertenso de vocês, para ele não evoluir com insuficiência
cardíaca, o coração cresce tanto, que se não controlar, e ai vem a capacidade de se
adaptar, o coração vai crescendo, de forma que os filamentos contrateis da actina e
miosina, perdem a sobreposição, eles vão afastando, de tanto que o coração cresce e
dilata, e ai começa a fibrilar ao invés de contrair, e ai se instala a insuficiência
cardíaca, fora que um coração que ta aumentado, demanda mais oxigênio, mais
nutrientes, muitas vezes essa nutrição não vai ser competente para essa área cardíaca,
então ele começa a ter, isquemia cardíaca, começa a ter angina, risco de infarto,
porque tem o coração muito grande. Então o que era adaptação pode evoluir para
lesão celular, a resposta adaptativa então acontece ate determinado ponto, em que o
estimulo é controlado, se o estimulo não é mais controlado, se esgota a capacidade de
se adaptar e evolui para lesão celular.
Agora desse lado de ca, a mesma célula normal, pode ser exposta a estimulo
essencialmente nocivos, o que um estimulo essencialmente nocivo? Aquele que não da
chance do coração se adaptar, é um estimulo atípico, agressivo, pode ser químico,
físico ou biológico. Então por exemplo: um microorganismo patogênico, um trauma,
uma substancia tóxica, veneno por exemplo, radiação, isso é estimulo nocivo, quando
ele incidem sobre a célula ele já vai desenvolver uma lesão. Só que tem um porem, a
lesão celular, ela pode ser: reversível, irreversível e se ela atinge o ponto de
irreversibilidade ela via pra morte, e a morte pode ocorrer por 2 vias, por necrose ou
apoptose, então a lesão celular pode ser reversível dependendo do tipo do estimulo, da
gravidade do estimulo, da célula que ta sendo estimulada, que é uma lesão temporária,
que a medida que o estimulo é retirado a célula recupera seu funcionamento normal.
Então uma lesão reversível é aquela que acontece temporariamente, não afeta de forma
permanente as funções e estruturas da célula, da forma que quando o estimulo é
retirado da célula retoma seu funcionamento e estrutura normal. SO que existe uma
coisa, a célula pode atingir um ponto de irreversibilidade, que é o ponto de não
retorno, a partir daí, mesmo se o estimulo for retirado, a lesão já é irreversível, pois
tem estruturas essenciais já lesadas, já tem funcionamentos que são vitais, que foram
alterados, então a lesão nesse caso é permanente, a célula não consegue recuperar seu
funcionamento e ai ela vai, na maioria das vezes as lesões irreversíveis, evoluem para
necrose, porque necrose é morte patológica, morte celular patológica, que é
caracterizada por degradação dos componentes celulares, fragmentação celular e
liberação pro meio extracelular. Já apoptose o mecanismo é diferente ne? Vocês já
estudaram ne? É um mecanismo controlado ne, depende da ativação de genes ne,
genes apoptoticos, ativação das caspazes que são enzimas, responsaveis pela digestão
daquele conteúdo ne? Então apoptose ocorre em situações fisiológicas na maioria das
vezes e em algumas situações patológicas. A principal diferença é essa, necrose é
sempre patológica, apoptose pode ser fisiológica ou pode ser patológica na maioria das
vezes, na maioria das vezes ela é fisiológica.
E essa alterações subcelulares aqui, onde elas entram? Então eu tenho aqui a lesão,
essa lesão celular , embora seja uma irreversível ela pode culminar em alterações
subcelulares, que acontece dentro de organelas dentro da célula, o que é sub? É
abaixo, é uma estrutura subordinada, então as alterações subcelulares podem estar
atreladas a lesão ou não. Por exemplo, um acumulo subcelular é uma alteração
subcelular, por exemplo, se você come muita comida gordurosa, você corre o risco de
ter esteatose hepática, se você tem obesidade, hipercolesterêmica e uma dieta rica em
gorduras saturadas, você tem muito risco de ter esteatose hepático, que é um acumulo
de lipídeo na forma de triglicerídeo, dentro da célula, pode ser tanto no meio intra ou
extra e isso pode levar a degeneração hepática, dos hepatocitos. Isso é lesão? Não,
ainda não é lesão, é uma alteração subcelular que pode evoluir para lesão e para morte,
mas a principio é uma alteração subcelular.
Acúmulos, calcificações, a gente vai estudar isso mais adiante, certo aqui gente? Esse
quadro? Esse aqui tem ficar entendido ta, porque daqui vamos partir para todo
conhecimento daqui pra frente.
Olha esse quadro gente, esse gráfico ta mostrando pra mim o comportamento da célula
em função da duração da lesão, então aqui tem o efeito, o que vai gerar a nível celular,
em função da duração da lesão, então lembra que falei pra vocês? O que vai
determinar se a lesão vai ser reversível, irreversível? A característica dos estímulos e
da própria célula, os fatores que influenciam muito é a duração e a duração ta ligada
ao o que gente? A intensidade, os estímulos mais breves e mais rápidos, que são de
menores intensidades. Os estímulos que demoram mais tempo, que vão se
prolongando, eles vão gerando outros desdobramentos mais intensos.
Olha aqui a relação gente, nesse inicio nessa curva vermelha, ta mostrando que a
função celular ta la em cima ne, isso é o inicio do estimulo, mas ai o estimulo vai
aumentando sua duração ai a função vai caindo, e esse ponto eu tenho lesão reversível
ta vendo? Você tem alteração de função, se o estimulo for retirado aqui , você
consegue recuperar a função. Esse ponto aqui, que é o ponto de interseção entre as
duas curvas, mostra o ponto de não retorno, de irreversibilidade, o estimulo já esta
mais duradouro, significa que agora eu não tenho mais funções preservadas e ai eu
tenho características de morte celular, de danos celulares irreversíveis, olha La, essa
características inicialmente, são ultra estruturais, a partir que o tempo vai passando, as
alterações começam a se manifestar em microscopia, nas organelas, na forma da célula
e depois alterações macroscópicas em função do tempo.
Vocês vão ver isso muito bem, quando forem estudar o infarto, vocês vão ver que a
gente consegue identificar o infarto inicialmente pela concentração de enzimas no
sangue, de enzima c reativa, tropo nina, CTK, as dosagens enzimáticas são alterações
ultra estruturais, você não tem sinal de necrose no músculo cárdico, mas você já tem
enzimas ali, as alterações ultra estruturais, são alterações, celulares, bioquímicas, nas
vias de sinalização, já mostram que tem necrose, agora com o passar das horas, você já
consegue ver alterações microscópicas, alterações de coloração, da forma de núcleo,
citoplasma, isso varia que acordo com o processo patológico.
quando você tem uma fibrose de músculo cardíaco, ela não aparece dentro das
primeiras horas não, ela aparece já a partir da segunda semana, porque o processo de
cicatrização demora uns dias pra você ver que tem colágeno ali, entoa a partir da
segunda semana que você tem alteração macro.
Então a linha do tempo é importante pra mim? Sim muito, porque se a gente
conseguisse pegar o processo aqui, a gente consegue evitar ou reverter a
doença,muitas vezes a gente só pega o processo quando a coisa ta adiantada
infelizmente, quando a gente consegue identificar marcadores ou enzimas a gente
consegue fazer diagnósticos precoces.
O tratamento do câncer por exemplo, ele tem tentado descobrir marcadores, que
mostram, mesmo antes da massa tumoral crescer, de que tem célula neoplásica ali,
hoje já temos alguns marcadores funcionais.

Pergunta: na próstata NE?


Resposta: Na próstata a gente tem o PCA que é o exame NE, a gente tem alguns
marcadores como proteínas, que e é marcador de tumor embrionário, a gente vai ver
na aula de neoplasia que já existem alguns marcadores precoces, que é um sinal
estrutural.

Entenderam aqui gente? A linha do tempo? Ela pode cair na prova? Se a prova for
agora?
Por que depois já entra nas adaptações, aquele mesmo esquema, agora de forma
exemplificada, mesmo esquema que a gente acabou de ver, adaptação e lesão, de
forma exemplificada, olha La, olha o miocito normal, olha a parede cardíaca que
bonitinha, normal, VE e VD, corte do coração. Olha so esse miocito normal do nosso
esquema, agora é exposta a uma alteração no sistema, ao aumento de carga de estresse,
por exemplo a um aumento da pressão, da resistência vascular, seja um hipertensão
uma doença de válvula, que vai expor a uma sobrecarga, vai acontece ruma resposta
adaptativa o miocito aumenta de carga e ele hipertrofia, olha o volume dessa parede
bem aumentada, olha o volume da câmara do ventrículo, o espaço que tem pra chegar
o sangue aqui. Isso é importante porque me mostra que a adaptação tem duas
vertentes, ela pode ser fisiológica ou patológica, patológica PE quando interfere na
função, por exemplo esse ventrículo aqui, embora esteja hipertrofiado, ele não cabe
uma quantidade normal de sangue pra manter um bom debito cardíaco, NE, não relaxa
bem esse coração, pode ate contrair, mas não relaxa, a pressão de enchimento dele é
alta, não é isso? ´um coração muito pouco complacentes, olha o volume da parede,
então esse paciente aqui, pode ter uma insuficiência por baixo debito cardíaco, que é
uma adaptação que já é patológica, mas pra chega ao patológica ela passou pelo
fisiológica primeiro.

Olha do lado de Ca, esse mesmo miocito é exposto a outro tipo de estimulo, estimulo
nocivo, vamos colocar uma redução abrupta do oxigênio, uma placa de ateroma,
diminuo a quantidade de O2 chegando para essa célula, ela manifesta uma lesão
reversível. Nota que na lesão reversível a gente vai estudar ela mais a fundo, eu tenho
uma coisa que chama atenção, que é a integridade das membranas, La dentro da
bagunçado, to vendo que tem coisa errada lá dentro, ta estranho a configuração se
comparar, mas a membrana ta boa, isso é um ponto que fala que é reversível, que tem
como essa célula recuperar, aqui é um ponto ainda de reversão, mas se o estimulo não
for controlado, passa pra lesão irreversível. Aqui eu vejo o que gente, o que ta
acontecendo? As membranas estão fragmentadas, não estão integras mais, sinal de que
não tem como mais reaver essa célula, então aqui já tenho indicio de morte,
extravasamento de conteúdo celular.
Olha aqui no músculo cardíaco, olha a alteração morfológica, essa área aqui ta
diferente, ela ta amarelada aqui ta escurecida, isso aqui é área de necrose, tem enzimas
digestivas aqui que dão essa coloração amarelada no infarto.
Aqui já tem uma área branquinha, já tem infarto antigo aqui, essa pessoa já passou por
pequenos infartos, então tem uma área fibrosa da, se deixar isso aqui vai fibrosar
também, mas é uma área muito extensa de necrose.Entenderam aqui gente? Então é
isso.

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