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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO-UFPE


Filosofia Bacharelado – Teoria do Conhecimento
Prof. Dr. Érico Andrade
Graduando: Flavio Joselino Benites 4º Período/2014.2

Em que contexto podemos usar o termo ‘certeza’ em Quine e Wittgenstein?


Iniciemos então, a partir do filósofo Quine, com sua importante crítica da
distinção entre analítico e sintético, no seu destacado artigo “Dois dogmas do
empirismo”, onde discute que nunca fora apresentado de forma adequada a
definição, que não fosse circular sobre analiticidade. Diz Quine; “o empirismo
moderno foi em grande parte condicionado por dois dogmas. Um deles é a
crença em certa divisão fundamental entre verdades analíticas, ou fundadas em
significados independentes de questões de fato, e verdades sintéticas, ou
fundadas em fatos. Outro dogma é o reducionismo, a crença de que todo
enunciado significativo é equivalente a algum construto lógico sobre termos que
se referem à experiência imediata.”1 Pois, Quine, sustentará que tais conceitos
são maus fundamentados, com isso mostrará que não se tem um sentido claro
para essa noção de analiticidade, não se tem um critério claro para distinguir um
enunciado analítico do sintético, pois, essa distinção tem um papel fundamental
na filosofia de Carnap, no empirismo e até em outras filosofias como a de Kant
por exemplo. Ora, definir analítico e sintético não apenas é algo assessório, mas
tem um papel fundamental dentro do sistema desses autores, e por sua vez,
questioná-la tem muitas implicações importantes na epistemologia, porque está
rompendo com a tradição que sustenta os métodos de certeza na ciência. De
modo geral como é entendida, (não pra Quine) a noção de analiticidade implica:
as verdades da lógica e da matemática são analíticas; dessa maneira, as
verdades analíticas não requerem justificação, não no mesmo sentido que as
verdades sintéticas por exemplo. As verdades analíticas não dependem de uma
confrontação com a experiência para que possam ser tomadas como
verdadeiras. “Enunciado analítico quando verdadeiro em virtude apenas de
significados independente de fatos.” Para Quine, a circularidade está na tentativa
de explicar a analiticidade, pois se explicada é por via do significado, porém, para
explicar o significado tem que falar de sinonímia, e sinonímia não se explica pelo

1 AUSTIN, John Langshaw. QUINE, Willard Van Orman. RYLE, Gilbert. STRAWSON, Peter
Frederick. Os Pensadores-Ensaios. 2ª ed. Ed. Abril Cultural. São Paulo, 1980. p.231.
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dicionário. Tentará também outro método, que chamou de “permutabilidade


salvaveritate”, verificou no entanto, que não é suficiente, isso porque, a
permutabilidade em contextos modais como “necessariamente” é resolvido,
porém, pressupõe necessariamente analiticidade novamente, e portanto, não há
possibilidade de sair do círculo. Essa noção mostra que não há uma boa
elucidação, uma boa compreensão dela e, portanto, aceitar isso é um dogma.
Tal exposição, deixa claro que os fundamentos das ciências foram questionados
no seu interior, e não há um critério que sustenta o conhecimento com base em
critério de uma verdade analítica ou sintética, ficando então, as bases do
conhecimento à mercê de uma participação fundamental da experiência que
dialoga com uma teoria, ou ambas são nulas ou equivalentes. Então, chegamos
à seguinte conclusão, de que não existe um conhecimento totalmente diferente
e superior ao conhecimento cientifico, pois, as ciências em geral são
consideradas como uma investigação da realidade, porém, falível, corrigível que
está sempre sujeita ao tribunal da experiência, mas também não há um tribunal
supra cientifico, que poderia existir uma filosofia primeira que julgaria a própria
ciência ou os fundamentos da ciência, isso porque tal entidade não existe. Com
isso, a ciência não necessita de nenhuma outra justificação além da observação
e dos critérios pragmáticos, e dos métodos hipotéticos da dedução, e com isso
a própria epistemologia passa a ser parte da ciência, e a certeza portanto, está
fundamentada no contexto cientifico.
Quanto a Wittgenstein, o filósofo analítico mais influente do séc. XX, pois,
após publicações póstumas, de “Investigações filosóficas” (1953), mediante
análise do uso da linguagem, tentou minar a ideia de que a filosofia é um
empreendimento fundacionista, e muito pelo contrário, considerou a filosofia
como uma atividade meramente descritiva, e além do mais, sua obra não tinha
o objetivo de reformar ou tentar dar vários usos a linguagem um fundamento
seguro, pensou apenas, em eliminar problemas filosóficos mediante a uma
compreensão correta do funcionamento da linguagem.2 O ponto chave, é o que
denominou “jogos de linguagem”, pois, deveria pensar a linguagem como peças
de um jogo, isso porque se deve pensar nas palavras em termos de seus usos,
e a referência a objetos no mundo é apenas um dos muitos de suas

2BUNNIN, Nicholas. TSUI-JAMES, E.P. Compendio de Filosofia. 3ª ed. Ed. Edições Loyola.
São Paulo,2010. p.9.
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possibilidades de utilização. Por isso, o significado de uma palavra é dado por


seu uso, ou então, ao grupo de usos que dela é feita, entretanto, como família
de palavras, com sua semelhança e parentesco, isto, constitui um jogo de
linguagem.3 Diante de tal explicação, o fundamento básico para tal
demonstração é que as condições contextuais, ou seja, a prática é que faz com
que a linguagem tenha corpo, pois, a linguagem é prática, assim possibilita a
criação da rede de conceitos.4 Sobre o jogo de linguagem, Wittgenstein rejeita a
possibilidade de que os jogos de linguagens precisem de um fundamento em
alguma outra coisa, a não ser em si mesma. Com isso, através dessa analise
filosófica, não pretende alterar as práticas linguísticas existentes, ou questionar
sua validade mas simplesmente descreve-las. Com isso há um questionamento
da epistemologia, diante da desmitificação do uso da linguagem, deixando de
ser uma análise lógica para uma análise prática.5Sobre a obra “Da Certeza”,
grosso modo (ao menos a partir da proposição 289 ) Wittgenstein tenta mostrar
que a fixação do sentido é definida pragmaticamente, ou seja, os limites do
sentido não podem ser postos de uma vez por todas nem podem figurar
essencialmente em proposições, desse modo questão do sentido retorna, então,
com o problema da certeza. “A linguagem não surgiu de uma espécie de
raciocínio”6. “É tão difícil encontrar o começo. Ou melhor, é difícil começar no
começo. E não tentar recuar mais”,7 Com essas palavras, Wittgenstein sintetiza
o que caracteriza o espírito filosófico epistêmico, pois, seu horizonte é a eterna
busca por uma origem, seja ela entendida como primeira causa, como primeiro
princípio, ou mesmo, primeira certeza, portanto, é crível afirmar que Isso está
ligado também ao fato de não se poder sair de todos os jogos de linguagem, isso
porque estamos sempre inseridos em algum jogo, sempre pressupondo um pano
de fundo de certezas, e for fim, a certeza permeia a suspeita de uma crença que
se evidencia numa prática, tal modo que quando começamos a acreditar em
qualquer coisa, aquilo em que acreditamos não é uma proposição isolada, é um
sistema completo de proposições.

3 WITTGENSTEIN, Ludwig. Os Pensadores - Investigações Filosóficas. 5ª ed. Ed. Nova


Cultural. São Paulo,1991. p. 18.
4 Aula de Teoria do Conhecimento, ministrada no dia 10 de novembro de 2014, no 4º período

pelo Prof. Dr. Érico Andrade, no Curso de Filosofia na Universidade Federal de Pernambuco-
UFPE.
5 Aula de Teoria do Conhecimento, ministrada no dia 12 de novembro.
6 WITTGENSTEIN, Ludwig. Da certeza. Edições 70.Lisboa,1969. p.135. §475.
7 Ibid. . § 471.

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