OPORTUNIDADES E VIDAS
1
Maria de Lourdes Leiria
Resumo
Esta reflexão procura contextualizar a chaga do trabalho infantil no Brasil,
responsável por ceifar oportunidades e vidas de milhares de crianças e
adolescentes. Foi priorizado o trabalho infantil na agricultura familiar, o qual expõe
crianças e adolescentes a diversos riscos, especialmente ao agrotóxico. Também
foram abordados o trabalho infantil doméstico e na cadeia produtiva, assim como
as consequências do trabalho infantil para a educação. Por fim, destaca-se a
aprendizagem, como alternativa de inclusão social e profissional para os
adolescentes maiores de 14 anos.
1. Contextualização
Quando falamos em trabalho decente nos referimos a trabalho como
forma de crescimento, trabalho executado de forma livre e com observância dos
direitos fundamentais do cidadão. Neste diapasão, estão excluídas quaisquer
formas de trabalho que violem a dignidade da pessoa, tais como o trabalho
escravo, o trabalho degradante e o trabalho infantil.
Esta reflexão é sobre o trabalho infantil, responsável por ceifar a
infância e a oportunidade de crescimento de milhares de crianças e adolescentes.
Trabalho infantil é todo aquele prestado por crianças e adolescentes,
em desrespeito ao limite legal mínimo para o trabalho ou suscetível de pôr em
1
Desembargadora do TRT da 12ª Região. Gestora Regional do Programa Nacional de
Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo a Aprendizagem.
risco sua saúde e integridade. O trabalho é proibido antes dos 16 anos, salvo na
2
condição de aprendiz, a partir dos 14 anos .
Até completar 18 anos o adolescente tem tratamento especial pela
legislação em função de seu desenvolvimento incompleto, não lhe sendo
permitido desenvolver atividades que coloquem em risco sua saúde física, mental
ou que lhe sejam prejudiciais a moral. Nesse viés, é proibido o trabalho noturno,
3
insalubre, perigoso e penoso , assim como em todas as atividades classificadas
4 5 6
como piores formas de trabalho infantil normatizadas pela Convenção n.º 182 da
Organização Internacional do Trabalho, OIT, antes de o trabalhador completar 18
anos, visto que a Convenção normatiza no art. 2º que “o termo criança designa
toda pessoa menor de 18 anos”.
7 8
A criança , o adolescente e o jovem têm o direito fundamental de não
trabalhar e de ter respeitado o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária e de ser mantidos a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, direitos
garantidos no art. 227 da Constituição Federal e violados com o trabalho infantil.
O trabalho infantil decorre de questão cultural, não apenas por parte
das famílias com baixo poder aquisitivo, que entendem que os filhos devem
trabalhar para contribuir com o sustento, mas também da sociedade em geral,
que aceita e defende que o trabalho é a alternativa para as crianças carentes,
para que não fiquem desocupadas. Tal entendimento decorre de herança cultural
2
Constituição Federal, art. 7º, inciso XXXIII. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm> Acesso em 30.7.17.
3
Art. 67, inciso II da Lei n. 8.069/90 (ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente).
Disponível em: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm>. Acesso em
30.7.17.
4
A expressão as piores formas de trabalho infantil compreende: trabalhos que, por sua
natureza ou pelas circunstâncias em que são executados, são suscetíveis de prejudicar a saúde, a
segurança e a moral da criança, art. 3º, letra d, da Convenção n.º 182 da OIT. Disponível em:
<http://www.oitbrasil.org.br/node/518>. Acesso em 30.7.17.
5
Decreto n.º 6.481 de 2008 traz em anexo a lista das atividades consideradas piores formas
de trabalho infantil – lista TIP, que enumera 93 atividades nas quais o trabalho é vedado antes dos
18 anos completos. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2008/decreto/d6481.htm>. Acesso em 30.7.17.
6
Convenção ratificada pelo Brasil em 02.2.2000, com vigência um ano após. Considera-se
trabalho infantil o prestado antes dos 18 anos nas piores formas de trabalho infantil.
7
Criança é a pessoa com até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre
doze e dezoito anos de idade, art. 2º da Lei n.º 8.069/90 (ECA).
8
Consideram-se jovens as pessoas com idade entre 15 e 29 anos, art. 1º, § 1º da Lei n.º
12.852/13 – Estatuto da Juventude. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2013/lei/l12852.htm> Acesso em 30.7.17.
da década de 80, quando vigia o Código de Menores, cujo foco era a situação
irregular das pessoas menores de 18 anos. Trata-se de discriminação odiosa em
relação às crianças e aos adolescentes carentes, como se existisse duas
categorias de crianças e apenas as integrantes da classe econômica alta
tivessem direitos humanos a serem preservados.
O trabalho precoce é ainda aceito e incentivado por aqueles que
trabalharam quando criança, muitos ao abrigo da legislação, que permitia o
trabalho a partir dos 12 anos, resultado de retrocesso contemplado na
9
Constituição Federal de 1967 . Sustentam que o trabalho enobrece e forma o
caráter, trata-se de um mito entre tantos outros: “melhor trabalhar do que ficar na
rua”; “criança que trabalha fica esperta”; “criança que trabalha com os pais
aprende um ofício”. Esses mitos, no entanto, apenas são defendidos em desfavor
de crianças carentes. Crianças oriundas das classes econômicas altas,
normalmente estudam até concluírem mestrado ou doutorado, qualificando-se
para ingressar no mercado de trabalho.
A utilização de trabalho infantil não é tipificada como crime, fazendo
letra morta a disposição contida no art. 5º da Lei n.º 8.069/90, Estatuto da Criança
e do Adolescente, que prescreve a punição daqueles que violarem direitos
fundamentais de crianças e adolescentes:
Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou
omissão, aos seus direitos fundamentais.
9
A Constituição Federal de 1967 retrocedeu 76 anos ao reduzir a idade mínima para o
trabalho, de 14 para 12 anos. Passou a vigorar a idade prevista no Decreto n.º 1.313, de
17.1.1891, que disciplinava o trabalho nas fábricas do Distrito Federal, proibia o trabalho de
crianças menores de 12 anos, autorizando a aprendizagem a partir dos 8 anos; primeira legislação
brasileira a limitar a idade para o trabalho.
10
Código Penal - Decreto-Lei n.º 2.848 de 1940 - Perigo para a vida ou saúde de outrem –
Art. 132 – Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena – detenção, de três
meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. Parágrafo único. A pena é aumentada
de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do
transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza,
em desacordo com as normas legais. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm>. Acesso em 30.7.17.
Internacional do Trabalho, e todas as atividades relacionadas na lista TIP, anexa
ao Decreto n.º 6.481/08, a exemplo do trabalho na agricultura, trabalho infantil
doméstico e trabalho nas ruas.
Embora não seja tipificado como crime a exploração de trabalho infantil,
o parágrafo único do artigo 132 do Código Penal é específico em relação ao
transporte de trabalhadores em desrespeito a legislação, fato muito comum na
área rural, onde crianças e adolescentes são transportados em carrocerias de
veículos.
O trabalho infantil visível, aquele realizado em carvoarias, pedreiras,
olarias e lixões é mais fácil de ser identificado e eliminado. A atuação de várias
instituições nestas frentes resultou na retirada de milhares de crianças e
adolescentes do trabalho.
Diversos organismos internacionais e nacionais atuam em prol da
erradicação do trabalho precoce, com destaque para a Organização Internacional
do Trabalho (OIT), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o
Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), assim
como várias instituições integrantes do Estado e não governamentais, o que
culminou em significativa redução do número de trabalhadores infantis nas
últimas décadas.
Em 2006, o Brasil contava com mais de 5 milhões de crianças e
adolescentes com idade entre 5 e 17 anos trabalhando. A despeito os esforços
realizados na última década para erradicar o trabalho infantil, o Brasil conta ainda
com mais de 2,6 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos trabalhando,
11
dos quais 79 mil tem entre 5 e 9 anos , idade em que é proibido qualquer
trabalho. Justo nesta faixa etária as estatísticas demonstram um preocupante
aumento de crianças trabalhando na ordem de 12% em relação ao ano anterior. A
maioria, 85%, das crianças e adolescentes que trabalham têm mais de 14 anos,
32% se ocupam em atividades agrícolas, 79% estudam e recebem remuneração,
66% são meninos, à exceção do trabalho infantil doméstico que é praticado
12
principalmente por meninas .
11
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD de 2015 há 2,672
milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos trabalhando no Brasil, destas 79 mil tem
menos de 10 anos. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv98887.pdf>
Acesso em 30.7.17.
12
PNAD de 2015.
A dificuldade em encontrar estas crianças e adolescentes reside no
fato de que a maioria delas trabalha em núcleos de difícil acesso às instituições
que atuam em prol da erradicação do trabalho precoce. Trabalham na agricultura
familiar, em serviços domésticos e estão inseridas na cadeia produtiva, de forma
que não são identificáveis sem um exame apurado na origem da produção. Este
fato deve servir para reforçar a atuação das instituições que combatem esta
chaga.
13
IPEC – Programa Internacional para la Erradicación del Trabajo Infantil - Trabajo infantil en
la agricultura – Ilo, disponível em:
<http://white.lim.ilo.org/ipec/pagina.php?seccion=6&pagina=123>. Acesso em 20.7.17.
14
PNAD 2015.
15
Expressão utilizada pela lei, a qual entendo inapropriada por coisificar o trabalhador.
16
Lei n.º 11.326, de 24 de julho de 2006, art. 3º, inciso II. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11326.htm>. Acesso em 30.7.17.
VI - integrantes de comunidades remanescentes de quilombos
rurais e demais povos e comunidades tradicionais que atendam
17
simultaneamente aos incisos II, III e IV do caput do art. 3º .
17
Artigo 3º, § 2º da Lei n.º 11.326/2006.
18
Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário – Disponível
em:<http://www.mda.gov.br/sitemda/plano-safra-da-agricultura-familiar-20172020>. Acesso em
30.7.17.
familiar e a magnitude da economia familiar rural, constata-se a importância da
conscientização do agricultor e empreendedor rural familiar sobre a nocividade do
trabalho precoce.
Diante da diversidade de atividades que caracterizam empreendimento
rural familiar, pode-se encontrar crianças e adolescentes com idade inferior a 18
anos, em total descumprimento da legislação, nas mais diversas atividades rurais,
acompanhados de seus familiares.
Há no trabalho infantil na agricultura familiar além da questão cultural,
embasada na falsa percepção de que a criança está aprendendo um ofício e de
que estando matriculada na escola o trabalho não a prejudicará, a questão
econômica e a exigência legal de que a atividade seja explorada pela maioria de
membros da família.
O trabalho na agricultura pode ser considerado atividade penosa, visto
que o trabalhador pode permanecer por várias horas em postura inadequada e
exposto às intempéries da natureza. As crianças e os adolescentes que trabalham
na agricultura estão expostas aos efeitos nocivos dos agrotóxicos, à queimadura
solar, à desidratação, aos riscos de acidentes com animais peçonhentos,
acidentes com máquinas agrícolas etc. A atividade rural está entre as piores
formas de trabalho infantil, sendo proibido o trabalho antes dos 18 anos
completos, com amparo na Convenção n.º 182 da OIT e Decreto n.º 6.481/2008.
O trabalho infantil na agricultura viola os direitos humanos de crianças
e adolescentes à vida, à saúde, à educação, ao lazer, e ainda acarreta prejuízos
que comprometem o seu pleno desenvolvimento físico, psicológico, cognitivo e
moral, restringindo-lhes a liberdade e expondo a riscos sua integridade.
19
Associação Brasileira de Saúde Coletiva - Dossiê ABRASCO - Um alerta sobre os
impactos dos agrotóxicos na saúde. Disponível em:
<http://www.abrasco.org.br/dossieagrotoxicos/wp-
content/uploads/2013/10/DossieAbrasco_2015_web.pdf>. Acesso em 30.7.17.
A criança é um ser em desenvolvimento, estando ainda em formação o
fígado, o baço, os rins e o sistema respiratório, o que as tornam mais vulneráveis
à intoxicação com agrotóxicos. Basta olhar uma criança com a atenção que ela
merece para constatar que sua pequena estatura a expõe com maior intensidade
aos efeitos nefastos dos produtos químicos que compõem o agrotóxico.
A exposição a agrotóxicos e fertilizantes químicos pode causar
intoxicação aguda ou crônica. Intoxicação aguda pode causar cólicas abdominais,
enjoos, vômitos, dor de cabeça, sangramento nasal, convulsões, perda de apetite,
conjuntivite, dificuldade respiratória etc. Intoxicações crônicas ocasionam doenças
de pele, doenças respiratórias, neoplasias, más-formações congênitas,
infertilidade, problemas neurológicos, lesões hepáticas, neurológicas e renais,
20
fibrose pulmonar, paralisia e depressão . Muitas destas doenças poderão levar a
óbito e sequer serão relacionadas à exposição ao agrotóxico. A manifestação
pode ocorrer apenas na fase adulta ou décadas após a exposição, dificultando o
nexo causal com o trabalho prestado na infância.
O agrotóxico torna-se mais nocivo dependendo da forma como é
utilizado. A Norma Regulamentar (NR) n.º 31, que trata de segurança e saúde no
trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura,
disciplina o uso de agrotóxicos no item 31.8.
A NR n.º 31 enumera os trabalhadores que estão direta e indiretamente
expostos ao agrotóxico:
31.8.1 Para fins desta norma são considerados:
20
Dossiê ABRASCO.
21
Estudos indicam que não há uso seguro de agrotóxicos . Entretanto,
por falta de informações ou de condições econômicas do agricultor familiar, o
agrotóxico é utilizado da forma mais insegura e nociva, expondo a maior risco de
contaminação aqueles que estiverem expostos.
O agrotóxico é adquirido livremente, porém, deveria ser consultado
engenheiro agrônomo, que analisaria o solo, a cultura e então prescreveria o tipo
de defensivo e as proporções adequadas. Diante do custo que pode representar,
o agricultor normalmente compra e aplica com a orientação do comerciante.
O armazenamento do agrotóxico deve ser feito em local apropriado,
acomodado sobre estrados para não ter contato com o solo. As embalagens
devem ser resistentes, rotuladas e hermeticamente fechadas, não podem ser
reaproveitadas e devem ser descartadas de acordo com a legislação e
orientações do fabricante.
O agrotóxico não pode ser transportado no mesmo compartimento que
alimentos, rações, forragens, utensílios de uso pessoal e domésticos. É vedado o
transporte simultâneo de trabalhadores e agrotóxicos em veículos que não
tenham compartimentos fechados, de forma a isolar o produto.
A aplicação deve ser feita com equipamento de segurança
inspecionado antes de cada utilização e descontaminado ao final da jornada por
pessoa previamente treinada. É vedado o uso de roupas pessoais. Os
trabalhadores em exposição direta ao agrotóxico devem ter capacitação mínima
de 20 horas, distribuídas no máximo em 8 horas, durante o expediente normal de
trabalho. As áreas tratadas devem ser sinalizadas, informando o período de
reentrada. É vedado a manipulação por menores de 18 anos, maiores de 60 anos
e gestantes.
As roupas devem ser lavadas separadamente e em local exclusivo,
diverso do utilizado na casa. A água da limpeza não pode ser escoada no solo,
21
ABREU, Pedro Henrique Barbosa. O agricultor familiar e o uso (in)seguro de agrotóxicos
no Município de Lavras (MG). Disponível em:
<https://www.icict.fiocruz.br/sites/www.icict.fiocruz.br/files/Dissertao%20Final%20Pedro%20Henriq
ue%20Barbosa%20de%20Abreu%20-%20Sa%C3%Bade%20Coletiva.pdf>. Acesso em 22.7.17.
Dissertação de mestrado cuja leitura recomenda-se.
deve ser encanada para uma fossa. Todas estas normas de segurança constam
22
no item 31.8 da NR 31 .
Ainda que fossem tomados todos os cuidados recomendados na
legislação e pelo fabricante, o trabalho na agricultura continuaria sendo nocivo e
proibido para menores de 18 anos, e os riscos de intoxicação previstos na
legislação permaneceriam.
Contudo, o risco de intoxicação é potencializado quando o agricultor
familiar transporta o agrotóxico dentro do único veículo da família, utilizado como
automóvel de passeio. Quando aplica o produto sem proteção e na presença de
crianças, as quais inclusive ajudam na aplicação, para aprender o ofício dos pais.
Quando reutilizam embalagem e lavam as roupas usadas na aplicação com as
demais roupas da casa, escoando a água na terra.
Analisados todos estes riscos que o trabalho infantil rural expõe
milhares de crianças e adolescentes, deve ser intensificada a atuação das
instituições integrantes do Estado e não governamentais para que os agricultores
familiares sejam orientados sobre os danos que o trabalho rural pode causar a
saúde e integridade de seus filhos. Deve ser esclarecido, ainda, que a lei da
agricultura familiar não os autorizou a colocarem seus filhos menores de 18 anos
a trabalhar. A exigência de exploração com predominância de trabalhadores da
família, pressupõe trabalhadores que já tenham completado 18 anos.
22
NR n.º 31, item 31.8. Disponível em:
<http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr31.htm#31.8_Agrot%C3%B3xicos,_Adjuvantes_
e_Produtos_Afins__,>. Acesso em 23.7.17.
23
IPEC – Ilo – Trabajo infantil domestico. Disponível em:
<http://white.lim.ilo.org/ipec/pagina.php?seccion=6&pagina=169>. Acesso em 20.7.17.
24
FNPETI – O Trabalho Infantil nos Principais Grupamentos de Atividades Econômicas do
Brasil. Disponível em:
nas Regiões Nordeste e Sudeste. Trabalhadores com idade entre 10 e 13 anos
(16%), 14 e 15 anos (32%) e entre 16 e 17 anos (52%). O trabalho infantil
doméstico é exercido principalmente por meninas (94%) e em sua maioria
executado por trabalhadores negros (73%).
O trabalho doméstico só é permitido ao trabalhador com 18 anos
25
completos, visto que está classificado como pior forma de trabalho infantil . A
atividade doméstica é perigosa, além de segregar a criança e o adolescente,
afastando-o do convívio familiar e social, submete-o a longas jornadas, expõe o
trabalhador infantil ao risco de sofrer abuso físico, psicológico e sexual, impede o
acesso à escola e viola os direitos fundamentais à saúde, à educação, ao lazer e
à segurança.
Os trabalhadores infantis domésticos fazem limpezas, utilizam produtos
tóxicos, cozinham, expondo-se a líquidos quentes, a utensílios e instrumentos
perigosos, cuidam de crianças e de idosos e ainda podem ser submetidos a
castigos físicos.
O trabalho é executado em sua maioria por meninas, as ditas “filhas de
criação” que são buscadas em famílias carentes, muitas vezes na área rural e
exploradas pela classe econômica mais favorecida nas grandes cidades. São
retiradas de suas famílias e isoladas em casas de terceiros, o que as tornam
totalmente dependentes de seus empregadores e vulneráveis a violências físicas,
assédio moral e sexual.
Realizam o trabalho de babá e demais serviços domésticos, são
submetidas a jornadas excessivas, executando as infindáveis tarefas domésticas.
O trabalho infantil doméstico rouba não apenas a infância de milhares de meninas
e meninos, mas também a oportunidade de estudar e sair da pobreza.
Os trabalhadores infantis domésticos são afastados de suas famílias,
as quais normalmente são de condição social e econômica muito inferior à do
empregador, o que contribui para que meninas e meninos sofram discriminação,
falta de respeito e toda forma de assédio. Recebem uma remuneração reduzida e
muitas vezes trabalham apenas em troca de comida, roupas usadas e habitação.
São explorados por pessoas que se julgam caridosas. Não têm contrato, não
<http://www.fnpeti.org.br/arquivos//biblioteca/e4bab99e667bb7f2f593147906840bdb.pdf>. Acesso
em 29.07.17.
25
Convenção n.º 182 da OIT, artigo 3º e Lista TIP – piores formas de trabalho infantil, anexa
ao Decreto n.º 6.481/2008.
recebem salário, não têm limite de jornada, não têm férias e não têm tempo para
ir à escola, têm que cuidar das crianças da casa quando estas não estão na
escola e fazer os trabalhos domésticos enquanto aquelas estudam. Tudo em
nome da solidariedade do empregador.
Os possíveis riscos ocupacionais e repercussões na saúde das
26
crianças que executam trabalho domésticos estão regulamentados na legislação
aos quais devem ser somados os danos irreparáveis que o trabalho precoce
produzirá na vida destas meninas e meninos.
A erradicação do trabalho infantil doméstico é questão afeta a
igualdade de gênero. São milhares de meninas que não têm acesso à escola e
quando atingirem a idade adulta não terão qualificação e estarão em
desvantagem para ingressar no mercado de trabalho, restabelecendo-se o círculo
vicioso da pobreza.
26
Decreto n.º 6.481/08 - Lista TIP, item n.º 76 – Trabalhos domésticos – Prováveis riscos
ocupacionais: Esforços físicos intensos; isolamento; abuso físico, psicológico e sexual; longas
jornadas de trabalho; trabalho noturno; calor; exposição ao fogo, posições antiergonômicas e
movimentos repetitivos; tracionamento da coluna vertebral; sobrecarga muscular e queda de nível.
Prováveis repercussões à saúde: Afecções músculos esqueléticos (bursites, tendinites,
dorsalgias, sinovites, tenossinovites); contusões; fraturas; ferimentos; queimaduras; ansiedade;
alterações na vida familiar; transtornos do ciclo vigília-sono; DORT/LER; deformidades da coluna
vertebral (lombalgias, lombociatalgias, escolioses, cifoses, lordoses); síndrome do esgotamento
profissional e neurose profissional; traumatismos; tonturas e fobias.
preciosas, operam com serviços e turismo ou atuam em países com ampla
economia informal podem estar envolvidos com trabalho infantil.
Para não ter envolvimento com trabalho infantil não basta que a
organização se abstenha de contratar crianças para trabalhar. É necessário que
tenha conhecimento da origem e produção dos insumos e matéria-prima que
utiliza e dos produtos que comercializa. Quem produziu as roupas, os sapatos, os
aparelhos eletrônicos ou os produtos alimentícios que a empresa está
comercializando ou utilizando na indústria? Qual a origem dos insumos que a
indústria utiliza? Se a empresa contrata a produção agrícola de uma família não
pode fechar os olhos para as crianças e adolescentes que compõem esta família.
As empresas precisam ter conhecimento dos impactos negativos do
envolvimento com o trabalho infantil, das repercussões negativas deste
envolvimento, capaz de gerar danos à reputação e vincular o nome da empresa
com a violação aos direitos humanos. A vinculação da empresa à exploração do
trabalho infantil pode gerar prejuízos incalculáveis e comprometer contratos e
investimentos internacionais.
Varejistas europeus costumam exigir que sejam observados padrões
éticos na produção de mercadorias que importam. Em 1998, a Euro Comércio
adotou recomendação sobre as condições sociais de compra, abrangendo
27
trabalho infantil, trabalho escravo e prisional .
As repercussões da atividade da empresa sobre os direitos humanos
ultrapassam as fronteiras da comunidade local e o âmbito dos direitos trabalhistas.
A responsabilidade das empresas em observar os direitos humanos em suas
relações comerciais decorre do princípio constitucional que atribui
28
responsabilidade social à empresa .
29
Embora a lei vede a concessão ou renovação de empréstimos ou
financiamentos a dirigentes de empresas privadas condenados por utilizar
trabalho infantil, a lei penal não tipifica como crime a exploração do trabalho
27
Libro Verde – Fomentar un marco europeo para la responsabilidad social de las empresas.
Disponível em:
<http://www.europarl.europa.eu/meetdocs/committees/deve/20020122/com(2001)366_es.pdf>
Acesso em 21.7.17.
28
Constituição Federal, art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames
da justiça social, observados os seguintes princípios: inciso III - função social da propriedade.
29
Lei n.º 11.948, de 16 de junho de 2009, art. 4º. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11948.htm>. Acesso em 30.7.17.
infantil. Como já explanado na introdução, entendo que as atividades que põem
em risco a vida das crianças, as piores formas de trabalho infantil, podem ser
enquadrados no artigo 132 do Código Penal, que tipifica o crime “perigo para a
vida ou a saúde de outrem”, assim como no parágrafo único do mesmo artigo,
quando as crianças são transportadas para o trabalho em veículos inadequados,
com risco de vida.
O trabalho infantil dificulta o desenvolvimento econômico do país.
Mostra-se nocivo para o sucesso comercial do empreendimento a longo prazo e
para o trabalhador, que não terá rendimento adequado quando adulto. A
perpetuação da pobreza perpassa a pessoa explorada, alcançando também a
sociedade e prejudicando o desenvolvimento em geral.
A identificação do trabalho infantil na cadeia produtiva requer um olhar
atento não apenas das entidades que atuam em prol da erradicação do trabalho
infantil, mas também de toda a sociedade, produtores, empresários,
consumidores e educadores. O trabalho infantil obsta o desenvolvimento, de
forma que criança e adolescente que trabalham serão adultos sem qualificação.
30
Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinam
31
Portal Brasil. Disponível em http://www.brasil.gov.br/saude/2013/09/acidentes-domesticos-
ainda-sao-principal-causa-de-morte-de-criancas-ate-9-anos. Acesso em 29.7.17.
32
ONU – ODS n.º 4 – Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover
oportuninadas de aprendizagem ao longo da vida para todos. Disponível em:
https://nacoesunidas.org/pos2015/ods4/, acesso em 22.7.17.
Para que seja atingido o ODS n.º 4, é imprescindível que o trabalho
infantil seja erradicado.
A eliminação do trabalho infantil está inserida na agenda da ONU e
deverá ser alcançada até 2025. Faz parte do Objetivo de Desenvolvimento
33
Sustentável n.º 8 , que propõe seja alcançado o emprego pleno e produtivo e
trabalho decente para todos. A eliminação de todas as formas de trabalho infantil
faz parte do item 8.7 deste ODS.
Não basta matricular a criança na escola. Colocá-la a trabalhar no
contra turno, tempo no qual a criança deveria brincar, descansar e aprimorar sua
educação, constitui trabalho infantil ainda que esteja matriculada na escola. Na
área rural é comum as crianças faltarem na escola durante a época de plantio e
colheita. Na agricultura familiar as crianças integram a força de trabalho e
comprometem o aprendizado.
A educação é direito garantido na Constituição Federal e dever de
todos contribuir para sua efetivação:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da
família, será promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.
33
ODS n.º 8 Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável,
emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas e todos. Item 8.7 - Tomar medidas
imediatas e eficazes para erradicar o trabalho forçado, acabar com a escravidão moderna e o
tráfico de pessoas, e assegurar a proibição e eliminação das piores formas de trabalho infantil,
incluindo recrutamento e utilização de crianças-soldado, e até 2025 acabar com o trabalho infantil
em todas as suas formas. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/pos2015/ods8/>. Acesso em
22.7.17.
desenvolvimento da criança e do adolescente, de forma a prepará-los para o
34
exercício da cidadania e qualificação para o trabalho .
O trabalho infantil obsta a efetivação do direito à educação de
qualidade e viola mandamento constitucional assim como o Estatuto da Criança e
do Adolescente.
A educação é a única alternativa para a qualificação e ascensão social.
Quanto mais cedo o indivíduo começa a trabalhar, maior será a chance de evasão
escolar e menor será o rendimento na fase adulta.
7. Aprendizagem
A aprendizagem é direito do adolescente. O adolescente tem direito à
profissionalização e à proteção ao trabalho, observado a condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento e a capacitação profissional adequada ao mercado
35
de trabalho .
A aprendizagem foi regulamentada pela Lei n.º 10.097, de 2000, e
institui a aprendizagem obrigatória para as empresas de médio e grande porte,
que deverão empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de
36
Aprendizagem o mínimo de 5% e o máximo de 15% de aprendizes .
No Brasil, conforme o Ministério do Trabalho37, de janeiro a junho de
2017, o potencial de contratação considerando a cota mínima de 5% representava
cerca de 940 mil aprendizes, entretanto, nesse período foram contratados apenas
21,65%, evidenciando a carência de oferta de oportunidades para os jovens.
A aprendizagem pode ser exercida dos 14 aos 24 anos, exceto se o
aprendiz for deficiente, quando não haverá limite de idade. O aprendiz deverá
estar inscrito em programa de aprendizagem formação técnico-profissional
metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico.
Antes de completar 18 anos o adolescente aprendiz não pode trabalhar em
atividade noturna, insalubre, periculosa ou que seja prejudicial à moral e à saúde
e à sua integridade física.
34
Arts. 4º e 53 da Lei n.º 8.069/90 (ECA).
35
Art. 69 da Lei n.º 8.069/90 (ECA).
36
Decreto-Lei n.º 5.452/43 -CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas - art. 429, com
redação da Lei n.º 10.097/2000. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/Del5452.htm>. Acesso em 30.7.17.
37
Ministério do Trabalho, dados CAGED – JAN a JUN 2017 com ajustes.
O contrato de aprendizagem é ajustado por escrito, anotado na
Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), com duração de 2 (dois) anos,
exceto se o aprendiz for deficiente, hipótese que não há limitação.
A validade do contrato de aprendizagem está condicionada a inscrição
em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de entidade
qualificada em formação técnico-profissional metódica e a matrícula e frequência
a escola, se não houver concluído o ensino médio, exceto se não houver oferta na
localidade, caso em que poderá ser contratado sem frequentar a escola, se
concluído o ensino fundamental. A ausência injustificada à escola que possa
comprometer o ano letivo é causa de extinção do contrato.
A aprendizagem é uma alternativa para introduzir os adolescentes com
idade a partir dos 14 anos, em situação irregular de trabalho infantil, no mercado
formal de trabalho, ao tempo que oportuniza a qualificação profissional, mantendo
o adolescente na escola ou promovendo o retorno daqueles que abandonaram o
estudo.
O trabalho infantil conduz à evasão escolar, que se torna mais
acentuada nos primeiros anos do ensino médio. Na faixa de 15 a 17 anos quase
20% dos adolescentes estão fora da escola.
O contrato de aprendizagem, espécie de contrato protegido pela
legislação, promove a inclusão escolar e social do adolescente, garante limite de
jornada de 6 horas, veda a prorrogação e compensação de jornada. Concluído o
ensino fundamental a jornada poderá ser de 8 horas. O aprendiz tem direito ao
salário-mínimo hora, vale-transporte, para todos os trajetos (casa, trabalho, curso
e casa), direito de usufruir as férias no período de férias escolares, benefícios
previdenciários, depósitos do FGTS de 2% e certificado de qualificação
profissional ao concluir o curso de aprendizagem com aproveitamento.
A promoção do trabalho decente para os jovens integra a Agenda de
Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, a ser implementada até 2030,
na forma do ODS n.º 8 que busca promover trabalho decente para todos e
crescimento econômico:
– Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e
sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para
todos.
8. Conclusão
A erradicação do trabalho infantil somente será alcançada quando o
Estado, a família e a sociedade atuarem em conjunto na defesa dos direitos da
criança e do adolescente, priorizando a educação.
É imprescindível que seja intensificada a conscientização dos pais e da
sociedade em geral quanto à nocividade do trabalho infantil, que, além de causar
danos à saúde e à integridade da criança e do adolescente, afeta sua educação.
O trabalho precoce ora é causa da baixa escolarização, ora é consequência. O
trabalho infantil tanto impede o ingresso da criança na escola, quanto reflete
negativamente no aproveitamento escolar, conduzindo à evasão escolar.
38
ONUBR. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/pos2015/ods8/>. Acesso em 30.07.17.
39
Cenário do Trabalho Infantil. Disponível em:
<https://www.sigas.pe.gov.br/files/07102017110136-cenario.do.trabalho.infantil.oit.pdf>. Acesso
em 08.08.17.
40
Há vários mitos referentes ao trabalho infantil que devem ser
desconstituídos, por exemplo: “o trabalho infantil afasta da criminalidade” – isso é
falso. Estudo realizado na Casa de Detenção de São Paulo, conhecida como
Carandiru, revelou que 80% dos detentos foram trabalhadores infantis,
comprovando que o trabalho precoce não afasta da criminalidade. Pelo contrário,
deixa a criança vulnerável e exposta à ação dos criminosos.
Outro mito: “o trabalho forma o caráter, enobrece”; trabalho que
dignifica é o trabalho decente, o trabalho infantil escraviza. A maioria dos
trabalhadores libertos pela fiscalização e Ministério Público do Trabalho da
condição análoga a de escravo começaram a trabalhar na infância. Trabalho
infantil humilha, condena à exclusão social e à pobreza eterna por falta de
qualificação.
Quanto mais cedo a pessoa ingressa no mercado de trabalho, menor
será sua remuneração na fase adulta; será explorado enquanto criança, gerando
riqueza ao explorador e quando adulto estará condenado a executar trabalho que
não requeira qualificação.
O que forma o caráter e enobrece é a educação, o convívio social e
familiar e o trabalho decente. O trabalho precoce rouba a infância, perpetua a
pobreza, adoece e mutila milhares de crianças.
Além de todas as repercussões negativas do trabalho infantil para a
criança, para o adolescente, para suas famílias, para a sociedade e para o
desenvolvimento do País, o trabalho infantil é o responsável pelo círculo vicioso
(pobreza, trabalho infantil, pobreza), chaga que passa de uma geração a outra.
O trabalho infantil fere o fundamento constitucional da dignidade da
pessoa humana insculpido no artigo 1º, inciso III, assim como viola os direitos e
garantias fundamentais garantidos no art. 5º da Carta Magna.
Combater o trabalho infantil é dever de todos os cidadãos: a omissão
nos torna responsáveis pela exploração de milhares de crianças. Criança tem
direito à educação de qualidade. Ferramenta de criança é lápis!
40
Os mitos e verdades sobre o trabalho infantil foram abordados de forma minuciosa no
artigo A questão do trabalho infantil: Mitos e Verdades da Procuradora do Trabalho, Jane Araújo
dos Santos Vilani. Disponível em: <http://revista.ibict.br/inclusao/article/view/1593>. Acesso em
21.7.17.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______. Decreto-Lei n.º 2.848, de 1940, de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm>. Acesso em: 30 jul.
2017.
______. Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1.943. Consolidação das Leis do Trabalho –
CLT, Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em:
30 jul. 2017.
LIBRO VERDE. Fomentar un marco europeo para la responsabilidad social de las empresas.
Disponível em:
http://www.europarl.europa.eu/meetdocs/committees/deve/20020122/com(2001)366_es.pdf.
Acesso em: 21 jul. 2017.
PORTAL BRASIL. Acidentes domésticos ainda são principal causa de morte de crianças até
9 anos. Disponível em <http://www.brasil.gov.br/saude/2013/09/acidentes-domesticos-ainda-sao-
principal-causa-de-morte-de-criancas-ate-9-anos>. Acesso em: 29 jul. 2017.
VILANI, Jane Araújo dos Santos . A questão do trabalho infantil: mitos e verdades. Disponível
em: <http://revista.ibict.br/inclusao/article/view/1593>. Acesso em: 21 jul. 2017.