Estado do tempo
Clima
É a sucessão habitual dos estados do tempo, durante um longo período de tempo, geralmente 30 ou mais
anos.
As condições da atmosfera num dado lugar e num dado momento resultam da conjugação dos valores dos
vários elementos do clima. Assim, é frequente haver variações do tempo:
Ao longo do dia: numa determinada localidade, em períodos da manhã, pode, num dado momento
estar céu limpo e vento fraco para, momentos depois, por exemplo, o céu ficar nublado, a
intensidade do vento aumentar e haver ocorrência de chuva;
De lugar para lugar: o tempo que se faz sentir numa localidade do Centro do país, pode, para o
mesmo momento, ser diferente do que se faz sentir numa localidade do Norte do país.
Os fatores climáticos são fenómenos e situações naturais que influenciam o comportamento dos
elementos do clima. Destacam-se a:
A LATITUDE;
O RELEVO;
A PROXIMIDADE OU AFASTAMENTO DO MAR (CONTINENTALIDADE)
AS CORRENTES MARÍTIMAS.
Observa a figura 1.
Em latitude há uma variação da intensidade da radiação solar que se faz sentir ao longo do dia, do DIA NATURAL –
período em que o Sol se encontra acima da linha do horizonte, ou seja, entre o nascer e o pôr-do-sol.
Observa a figura 2.
Fig.2 O movimento diurno aparente do Sol no hemisfério Norte e a variação da temperatura ao longo do dia.
A temperatura varia ao longo do dia para qualquer lugar da superfície terrestre. Sendo:
Mínima, durante a madrugada, antes do nascer do Sol, porque durante a noite os lugares não recebem
radiação solar (6 e 8 horas);
Máxima, entre as 13 e 15 horas, porque é neste período que se atinge o valor mais elevado de radiação
solar.
AS ESTAÇÕES DO ANO
O movimento anual aparente do Sol (movimento que o Sol parece fazer ao longo do ano) só se efetua na zona
intertropical, entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio.
Observa a figura 3.
A VARIAÇÃO DA TEMPERATURA DEPENDE DO GRAU DE INCLINAÇÃO DOS RAIOS SOLARES SOBRE A SUPERFÍCIE
TERRESTRE.
Observa a figura 4.
O relevo também influencia a temperatura através da orientação geográfica das montanhas em relação aos raios
solares e à linha de costa.
Os lugares do LITORAL, por estarem mais próximos do mar, têm temperaturas mais amenas ao longo do
ano;
Os lugares do INTERIOR, por estarem mais afastados do mar, têm temperaturas mais baixas no inverno e
mais elevadas no verão (maior amplitude térmica anual).
O MAR AMENIZA A TEMPERATURA
A subida do ar pode acontecer através de quatro processos diferentes, originando quatro tipos de
precipitação:
Orográficas – subida do ar ao longo das vertentes montanhas;
Convergente – subida do ar devido à convergência dos ventos numa determinada zona;
Convectiva – subida do ar, causada pelo seu aquecimento, após ter contactado com uma superfície
mais quente. Ao aquecer, torna-se mais leve e sobe;
Frontal – subida do ar devido ao contacto de duas massas de ar diferente.
Lê os quadros seguintes:
OROGRÁFICAS CONVERGENTES
Resultam da ascensão do ar ao longo das vertentes das Resultam da ascensão do ar devido à convergência dos ventos
montanhas. numa determinada zona.
Exemplo: Cordilheira Central e serras do noroeste português, Exemplo: zonas de baixas pressões equatoriais.
como a serra do Gerês e da Peneda.
CONVECTIVAS FRONTAIS
Resultam da ascensão do ar, causada pelo seu aquecimento, Resultam da ascensão do ar, devido ao contacto de duas
após ter contactado com uma superfície mais quente. Ao massas de ar diferentes.
aquecer, torna-se mais leve e ascende.
Exemplo: interior dos continentes das zonas temperadas Exemplo: sobretudo nas latas e médias latitudes do
(muito frequentes no Verão). hemisfério Norte.
A circulação do ar na atmosfera influência a pressão atmosférica, que por sua vez influência o estado do
tempo. O ar desloca-se sempre das altas para as baixas pressões, o que origina a convergência e a subida
do ar nas áreas de baixas pressões, e divergência e descida do ar nos centros de altas pressões.
Os centros de baixas pressões estão associados a céu muito nublado e ao mau tempo – contribuem
para o aumento da precipitação.
Os centros de altas pressões estão associados a céu limpo e a tempo seco – contribuem para a
diminuição da precipitação.
Fig.6 O movimento do ar, nos centros de baixas e de altas pressões, no hemisfério norte.
CENTROS BAROMÉTRICOS
Centros de altas pressões ou Anticiclone Centros de baixas pressões ou Ciclone
A pressão aumenta da periferia para o centro; A pressão diminui da periferia para o centro;
A pressão é mais elevada no centro. A pressão é mais baixa no centro.
A precipitação é influenciada pela altitude e pela sua exposição em relação à linha de costa. De facto, a
precipitação é mais elevada em áreas de maior altitude e nas áreas montanhosas concordante. As áreas de
montanhas concordantes são paralelas à linha de costa e são fortemente influenciadas pelos ventos
húmidos.
As montanhas podem ter vertentes barlavento (lado de onde sopra o vento), que estão expostas aos ventos
húmidos e vertentes sotavento, que estão abrigadas dos ventos húmidos. Nas vertentes barlavento é
maior a precipitação do que nas vertentes sotavento, que normalmente são muito secas.
As áreas próximas do mar são influenciadas pelos ventos húmidos marítimos registando valores elevados
de precipitação, à medida que os ventos marítimos vão avançando para o interior do território, perdem
humidade e o seu efeito amenizador da temperatura. Assim, verifica-se um contraste litoral/interior.
longo do ano
estação seca; vegetação apenas
reduzido; Zona
- Predomínio da ultrapassada pela floresta
- Reduzida envolvente
estação húmida equatorial.
variação anual do clima
(chuva
- Reduzida Savana equatorial
abundante
amplitude formação herbácea, com
durante mais de
QUENTES
- Estação
- Elevada ao
húmida e
Tropical Seco
longo do ano;
estação seca;
- Variação Estepe Zona que
- Predomínio da
anual; Vegetação herbácea e envolve os
estação seca
- Reduzida arbustiva rasteira. desertos
(precipitação
amplitude
concentrada em
térmica anual.
3 a 4 meses)
- Elevada
durante o dia
Desértico Quente
CLIMAS QUENTES
Os climas quentes, localizados na região intertropical, caracterizam-se, em geral:
Pela elevada temperatura;
Pela precipitação, que diminui, em latitude, do equador pra os trópicos de câncer e de capricórnio;
é muito elevada no equatorial e rara no desértico quente.
Fig.10 Tabela – classificação climática e as formações vegetais associadas aos climas temperados
- Verões
quentes;
- Escassa,
- Invernos Floresta de folha mista Sobretudo no
Continental
sobretudo no
frios com espécies de folha caduca interior da
Verão;
temperaturas que se misturam com América do
- No inverno
negativas; outras de folhas Norte e da
ocorre sob a
- Fortes persistentes. Europa.
forma de neve.
amplitudes
térmicas
CLIMAS TEMPERADOS
Os climas temperados fazem a transição entre os quentes e os frios.
Caracterizam-se, em geral:
Pela temperatura moderada;
Pela existência de uma estação seca, que corresponde à quente, enquanto a estação húmida
corresponde à fria no clima temperado mediterrânico;
Pela elevada precipitação, sobretudo no Outono e Inverno no temperado marítimo;
Pela existência de temperaturas negativas no Inverno no temperado continental.
Fig.11 Tabela – classificação climática e as formações vegetais associadas aos climas frios
Gráfico
Climas Temperatura Precipitação Formação vegetal localização
Termopluviométrico
- Sempre baixa
ao longo do - Chuva escassa; Taiga ou Floresta de
Subpolar
- Alasca
ano; - Precipitação coníferas
-Canadá
- Invernos muito anual sob a Árvores de folha perene
- Sibéria
frios; forma de neve. (abetos, pinheiros)
- Verões curtos;
FRIOS
- Valores - Norte do
constantemente Tundra Canadá;
Polar
CLIMAS FRIOS
Caracterizam-se, em geral:
Pela baixa temperatura;
Pela reduzida precipitação, com excepção do de altitude, que apresenta uma precipitação mais
abundante.