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Editora Brasil Seikyo Terceira Civilização - Edição 493 - 01/09/2009 - Pág.13 - E agora?

Terceira Civilização - E agora?

E agora?
"Sou budista e tenho uma filha de três anos que também é convertida e recita Daimoku.
Às vezes, quando está sozinha, ela fala, canta, bate palmas, como se estivesse na companhia de
alguém. Outro dia, ela me disse que o avô estava em nossa casa e correu para me mostrar a única foto
que temos de meu falecido sogro. Insistia em dizer que o via a meu lado. Eu li sobre o assunto
‘fantasmas’ na TC de março de 2009, mas ainda ficaram dúvidas... Há um trecho em que Antonio
Nakamura afirma que ter visto a imagem de uma pessoa falecida, pode ser, na realidade, manifestação
do cérebro. No caso de minha filha, entretanto, ela nem conheceu o avô paterno. Devo me preocupar
com a situação?"
M.M.W., Japão

E Agora, Reginaldo Tateigi?


A princípio, gostaria de reiterar a explicação do Sr. Antonio Nakamura. O que temos de referência mais
atual em relação a este assunto é justamente o material que foi apresentado por ele.
Em sua resposta, Nakamura emprega trechos de um diálogo do presidente da SGI, Daisaku Ikeda, com
os líderes dos jovens, “A vida e a morte”.1 Lá consta:
“[Pergunta]: Há pessoas que dizem ter visto um fantasma ou que ouviram a voz de sua avó falecida.
Essas experiências são apenas sonhos ou ilusões?
“Não, essas experiências podem ser reais. Mas a pessoa não está vendo um fantasma. Pode ser que
as ondas de uma pessoa que está no estado de morte se sobreponham, por alguma razão, às ondas
da que está viva, e a pessoa viva percebe algo como uma visão ou a voz de uma pessoa já falecida.
(...)
“O Sr. Toda costumava dizer que ver fantasmas ou ouvir vozes acontece quando a energia vital da
pessoa está fraca. Se as pessoas estão fracas, são sobrecarregadas por outros sinais e acabam
atuando como se fossem um receptor de rádio ou TV para esses sinais. É por essa razão que elas são
as únicas a ouvir ou ver tais coisas”.
Com base nesses trechos de orientação, imaginemos o seguinte: uma estação de rádio FM, de um
milhão de watts de potência. Trata-se de fantástica transmissão, límpida, cristalina e sem interferência
de outros sinais de rádio que estejam na mesma região. Não existe interferência justamente pela
elevada potência que prevalece e a torna única como estação de rádio nesta determinada frequência.
Vamos imaginar agora uma estação de rádio muito pequena com potência bastante baixa. Devido a
esta potência reduzida, sua transmissão sofre interferências de outros sinais, que se misturam a ela —
ora estes outros sinais se tornam audíveis, ora inaudíveis; ora se configuram como interferências, ora
desaparecem.
Analogamente, se a minha energia vital ou estado de vida está frágil, minha vida acaba sofrendo
interferências de outras vidas (falecidas), que também estão frágeis e precisam de causas para se
elevar. Como já não têm mais corpo físico para realizarem causas (formadas por pensamentos,
palavras e ações) para elevarem o próprio estado de vida, “buscam” o de outras pessoas. Só
conseguem isto, porém, com uma pessoa que apresente vitalidade frágil e que permita interferências,
as quais são percebidas pela pessoa viva, como visões, vozes, que apenas ela sente. Não se trata de
Editora Brasil Seikyo Terceira Civilização - Edição 493 - 01/09/2009 - Pág.13 - E agora?

fantasmas, e sim de ondas de energia vital de alguém falecido, interagindo com as ondas de energia
vital de alguém vivo.
Ao recitar Daimoku, a pessoa viva consegue atingir um forte nível de energia vital que inibe estas
interferências e, além disso, se torna capaz de enviar ondas do estado de Buda para os falecidos, que
encontrarão a paz. Conheço muitos relatos de pessoas que, antes de praticarem o budismo, tinham
visões, ouviam vozes ou até “recebiam espíritos”. Porém, todas são unânimes em afirmar que, ao
iniciarem a prática budista, deixaram naturalmente de experimentar tais fenômenos.
Por isso, eu acho que toda esta explicação não tem muito a ver com a situação da sua filha. Como você
disse, além de sua prática, que protege e eleva o estado de vida de sua filha, ela também faz Daimoku.
Desse modo, não teria como haver estas “interferências”.
Diante do fato de sua filha falar sozinha, gostaria de levantar outro aspecto: “amigos imaginários”.
Não sou psicólogo, mas transcrevo, a seguir, trechos de um artigo bastante esclarecedor sobre “amigo
invisível ou imaginário” do psicólogo e jornalista brasileiro Roque Theophilo — presidente da Academia
Brasileira de Psicologia e Academia Internacional de Psicologia.
“É comum os pais surpreenderem seus filhos em solilóquio (fala de alguém consigo mesmo) e muitos o
chamam ‘amigo invisível’ ou ‘imaginário’ com o qual a criança passa o tempo a brincar e a conversar.
Quando isto acontece, os pais costumam ficar preocupados.
“Mas na primeira infância não há motivos para estas inquietações, pois as crianças com estas idades
precisam imaginar e criar o seu mundo de fantasia e é isso que lhes dá felicidade e prazer em crescer.
“Os amigos imaginários podem surgir de dois modos: amigos invisíveis (que ninguém pode ver) e
objetos personificados (com os quais a criança interage como se fossem humanos)”.2
Theophilo ainda comenta sobre a possibilidade de esses amigos imaginários aparecerem em
momentos nos quais a criança esteja ansiosa ou passando por algum tipo de estresse. Segundo ele,
perdas importantes ou a chegada de um irmãozinho podem fazer com que a criança arranje um “amigo
imaginário” para a descarga das emoções contidas.
Neste mesmo artigo, o psicólogo dá algumas dicas importantes sobre amigos imaginários e alerta os
pais de que devem procurar um profissional se a criança só quiser “ficar” com os amigos invisíveis,
esquecendo-se da realidade. Vale conferir.
Quanto à sua filha lhe trazer a foto, pode significar a imagem que tem do avô, apesar de não
conhecê-lo. Não seria nenhuma surpresa ela projetar o avô como alguém mais velho que estivesse
numa fotografia.
Enfim, M.M.W., acredito que não há com o que se preocupar. Agradeço imensamente por compartilhar
sua dúvida, pois é um assunto de grande interesse para muitas pessoas que passam por situações
semelhantes.

Notas
1. BS, edição nº 1.577, 28 de outubro de 2000, p. 4.
2. Academia Brasileira de Psicologia. www.psicologia.org.br/internacional/ap24.htm. Acessado em 14
de agosto de 2009.
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Reginaldo Tateigi, coordenador da Divisão Sênior do


Departamento de Estudo de Budismo da TCGI

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