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HABITAÇÃO E DESASTRE: O CONJUNTO HABITACIONAL CIDADE DE DEUS E

A “GRANDE ENCHENTE” DE 1966.


MARCELA REBELLO MARTINS1
Introdução

O espaço central da cidade do rio de Janeiro está em constante movimento. De acordo


com Henri Lefebvre, o espaço não pode ser entendido como passivo, já que influência
diretamente as forças produtivas. O século XX redesenhou o espaço urbano do Rio de Janeiro.
A organização do espaço foi constantemente modificada, a cidade passou por diversos
projetos de embelezamento, por diversas reformas estruturais e por diversas tragédias
ambientais.
A partir da década de 30, o espaço central da cidade não comporta o contingente
populacional vindo de fora. O intenso movimento de migratório é a principal justificativa para
o aumento considerável a partir de então da ocupação irregular dos morros e encostas. Neste
cenário, o déficit habitacional torna-se um problema no Rio de Janeiro, a ocupação dos
morros e consequentemente ampliação das favelas aparece como problema grave. As questões
sociais começam a constar na agenda política do Rio de Janeiro,os projetos sociaisse voltam
para o problema de ausência de habitação popular (DE MELO, 1982). A visibilidade das
favelas aponta para a falta de habitação digna no Rio de Janeiro, entretanto, acontece
simultaneamente ao estouro imobiliário na cidade.
Para osgovernantes, o boom construtivo serviria para solucionar o problema, porém
não só não resolve como se intensifica frente à impossibilidade de compra de imóveis dos
habitantes dos morros.O Código de Obras da cidade do Rio de Janeiro do ano de 1938 foi
uma iniciativa por parte do governo federal voltada para o problema do déficit habitacional
popular, o código que legitimava a construção de parques operários,viria como solução para
acabar com o começo do processo de favelização. Em 1944, o presidente Getúlio Vargas
consolida e põe em prática a política de construção de vilas operárias.A unificação de diversos
institutos de aposentadoria e pensão resultou no início do que viria a ser a Fundação de Casa

1
Graduanda em História pela UFRJ e participante do projeto intitulado “Cidades Submersas: paisagem, história
e memória das enchentes no Rio de Janeiro e em Buenos Aires no século XX (décadas de 1900 a 1960)” sob
orientação da Prof.ª Dr.ª Andrea Casa Nova Maia e da Prof.ª Dr.ª Lise Fernanda Sedrez – Apoio FAPERJ e
CNPq.
Popular, mas é só no governo de Eurico Gaspar Dutra que é lançado o decreto 9.218, de 1º de
maio de 1946, que formaliza a criação do instituto Fundação da Casa Popular.
A Fundação da Casa Popular (FCP) é uma resposta às demandas da população frente à
crise habitacional que se fortalece na década de 1940. No entanto, juntamente com as
construções, vieram novas questões. Para além da moradia, a infraestrutura e saneamento
básico estavam incluídos nos objetivos da Fundação da Casa Popular. Anos depois, após
construção de inúmeros conjuntos habitacionais pelo país, a instituição se mostrou frágil para
resolver todos os problemas estruturais como um todo.(AZEVEDO & ANDRADE, 1982.).
Durante a presidência de Juscelino Kubitschek,a Fundação da Casa Popular foi
restruturada. Propôs-se a criação do Instituto Brasileiro de Habitação, e dele surgiria o Plano
de Assistência Habitacional. O programa previa a construção de 100 mil casas de julho de
1961 a dezembro de 1962. Os beneficiários da medida passariam por um crivo de exigências,
dentre eles estabilidade no emprego e tempo de residência na cidade. O plano, por tanto, não
incluía a grande parte dos que necessitavam de assistência habitacional. Ficariam de fora
aqueles que trabalharam no mercado informal e os imigrantes.
No governo de Jânio Quadros houve a criação do Plano de Assistência Habitacional e
o Instituto Brasileiro de Habitação. O projeto repetiria a tentativa de articular o déficit e o
desenvolvimento econômico. Os investimentos públicos no setor habitacional serviriam para
incentivar o emprego com a construção civil, e capital viria de empréstimos do Banco
Interamericano de Desenvolvimento2. O projeto não é implementado, Jânio renuncia antes de
ser posto em prática.
O breve governo de João Goulartdesenvolveu outras medidas para tratar déficit
habitacional. Neste governo foimantido a Fundação da Casa Popular, porém atuando de outra
forma. João Goulart congelou preços de alugueis para que a questão a habitação não se
limitasse a criação de novas casas pela Fundação da Casa Popular. A questão foco do seu
governo eram as reformas de base, e com ela a reforma agrária. Entendia que a crise no
espaço urbano era de uma desconexão entre campo e cidade. A população que saía dos
campos ia para as cidades, porém as cidades não tinhasuporte para agregar a população
vinda.A questão habitacional aparece no Plano Trienal, desenvolvido por Celso Furtado, está
associada à tríade de elementos essenciais para a vida, junto com alimentação e
2
O Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID – foi criado no ano de 1959 com o propósito de financiar
projetos viáveis de desenvolvimento econômico na América Latina.
2
saneamentobásico, por tanto fixados na ideia de saúde, a fim de esta tríade finde com as
doenças das massas3 (KOURY, 2013).
Em junho de 1963, com o fracasso do Plano Trienal, o afastamento de Celso Furtado,
juntamente com a pressão popular para reformas direcionaram medidas que dizem respeito à
reforma urbana. A começar pela união entre reforma urbana e habitacional, desapropriação
virou um ponto legitimado a fim de que o solo urbano seja aproveitado de outra forma, no
caso, construções sociais. Numa prática semelhante aquela que seria praticado com os
proprietários nas zonas rurais, ou seja, desapropriação com indenização prévia. A
desapropriação era um tema recorrentemente debatido no período pré-golpe militar. Em um
contexto onde o solo urbano é muito disputado, a desapropriação é automaticamente acionada
como opção a ser utilizada.
São inúmeras as políticas públicas que visavam resolver o déficit habitacional no país,
porém, no que diz respeito a Rio de Janeiro, as grandes mudanças na organização do espaço
não vieram da esfera federal, mas sim estadual. Os projetos mencionados foram responsáveis
por fazerem surgir bairros no subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, porém os projetos que
viriam a redefinir o conceito de cidade teve início nas ideias de Carlos Lacerda durante
período que governou o Estado da Guanabara.

A POLÍTICA HABITACIONAL DE CARLOS LACERDA: O CASO DA


CIDADE DE DEUS.

Ainda na candidatura para governo do novo estado da Guanabara, Carlos Lacerda teve
como pilar os sérios problemas estruturais da cidade (PEREZ, 2007). Para compensar o
prejuízo financeiro, resultado da transferência da capital, o argumento de Carlos Lacerda se
baseava na autonomia da cidade, pregando que esta só seria conseguida através da estatização.
Carlos Lacerda foi um grande apoiador da criação da cidade-estado da Guanabara temendo o
esvaziamento de investimentos, esta medida poderia resultar em diminuição de verbas
naquela que ainda era vitrine do país.
A transformação política no Rio de Janeiro, para Marly Motta (1994), está inserida no
medo de não perder os privilégios sempre concedidos enquanto capital do antigo Impérioe,
3
Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social. Distrito Federal: Imprensa Nacional, dezembro de
1962, p.94.
3
agora, da República. Segundo a autora, o peso do passado da cidade repercutiu diretamente
nas decisões políticas neste período. Todos os investimentos urbanísticos de Carlos Lacerda
vinham desta lógica de manutenção de status de capitanidade do país. Ainda que não mais
distrito, o Estado da Guanabara pretenderia manter o status de capital, tendo de ser, por tanto,
o pilar da beleza e progresso do país. A Bela-Cap, que seria o Rio de Janeiro, seria o
contraponto da Nova-Cap, que é a nova capital Brasília.
O projeto de modernização de Carlos Lacerda no início do seu mandato era pensado
para uma cidade funcional (PEREZ, 2007), casava criação de zonas industriais,
alargamentode avenidas e criação de vias expressas coma construção de conjuntos
habitacionais. As indústrias instaladas neste contexto eram de bens de consumo não duráveis
– produtos têxteis, vestuário, calçados, metalurgia, entre outros - situadas em espaços
pensados para o respectivo desenvolvimento econômico. Focado na zona oeste, ainda quase
inabitada, a principal Zona Industrial incentivada por Carlos Lacerda é a de Santa Cruz, ligada
ao centro do Rio de Janeiro através da Av. Brasil, que neste momento fora ampliada. Os
principais eixos expressos pensados, com base no Plano Doxíadis4, eram as três ligações: o
eixo que ligava a zona norte com a zona sul, o eixo que ligava leste e oeste e um eixo interno
em menor escala na região da Zona Oeste.
Tanto em níveis nacionais como em níveis regionais/locais, o planejamento urbano
tornou-se fundamental a partir de então, mas foram incentivados também por pressões
estrangeiras, oriundas das agências de financiamento. O programa Aliança para o Progresso
foi responsável diretamente, pois impôs a mentalidade do planejamento no meio político
brasileiro, era uma exigência para solicitação de financiamento, numa relação ofuscada de
doador-donatário (DALAND, 1969), a ajuda financeira só viria mediante aprovação de um
projeto apresentado previamente.A interferência estrangeirapor meio da Aliança para o
Progresso5 contribuiu para a realização de grande parte das obras postas em prática por Carlos
Lacerda.Havia o entendimento de que a saída para o subdesenvolvimento era a
industrialização, que esta só poderia ser feita mediante ao auxilio financeiro de países já

4
ConstantinosDoxiadis, arquiteto e urbanista grego, construiu um plano diretor urbanístico com vias expressas de
circulação para o Rio de Janeiro, conhecido pelo uso de cores para designar o nome das principais vias. O plano
era uma análise conjuntural, que incluía as favelas, mas ficou pronto no final do governo de Carlos Lacerda e só
houve continuidade com o prefeito César Maia.
5
Aliança para o Progresso foi um amplo programa destinado a acelerar o desenvolvimento
econômico na América Latina, ao mesmo tempo visava frear o avanço do comunismo.
4
industrializados (PEREZ, 2009). Do montante conseguido, de janeiro de 1961 a dezembro de
1964, foram destinados a principalmente a obras de saneamento e abastecimento de água e
para a construção de casas populares. Dentre os órgãoscriados para dar conta dessas questões,
destaca-se a Companhia de Habitação Popular – COHAB (Lei de nº 263, de 1962).
Carlos Lacerda promoveu construções de inúmeros conjuntos habitacionais através da
COHABcom a perspectiva de por em prática a desocupação social. Grande parte de
moradores de favelas era transferida para os conjuntos recém-criados, dando a estes a moradia
fixa e regular. Partia-se do princípio de que a favela não era um lugar digno, e que melhorias
não resolveria o problema. A solução, por tanto, seria a remoção de áreas favelizadas
juntamente com construção de bairros operários.A Cidade de Deus foi apenas mais um desses
conjuntos, juntamente com a Vila Kennedy e Vila Aliança, e outros, sob a política
habitacional que associava remoção e urbanização (MOTTA, 1994).

O PROJETO CIDADE DE DEUS: O QUE DEU ERRADO?

O projeto Cidade de Deus foi planejado em 1964 e posto em prática em 1965. É


resultado de um projeto urbanístico de habitação popular que pretendia ser em larga escala e
de baixo custo já durante do governo militar, era pra servir como modelo para as próximas
construções. Tinha a perspectiva de ser um bairro voltado para as camadas populares com
novas estratégias. Foram construídas 3.053 casas, mas pensavam em milhões. A primeira
gleba do bairro contava com 2.492 unidades, a segunda gleba havia previsão 561 casas, que se
situava na margem direita do rio. A casa-modelo possuía a dimensão 18 metros quadrados
para uma família de quatro pessoas, o terreno era de 60 metros, imaginando possibilidade de
ampliações do imóvel por iniciativa dos moradores. Importante mencionar que 65 metros era
o padrão mínimo de uma casa popular de acordo com os modelos arquitetônicos para
habitação popular, por isso a Cidade de Deus era a expectativa para aqueles que pretendiam
continuar o modelo COHAB.Os custos eram muito inferiores a qualquer outro conjunto já
construído. A chamada de casa-embrião, ou casa-evolutiva, por ser econômica, teve o modelo
inspirado na experiência pessoal de onde o arquiteto do conjunto morou quando chegou ao
país após a segunda guerra mundial6. A dimensão erasemelhante à dimensão de uma garagem.

6
Entrevistacom o arquiteto Giuseppe Badolato em entrevista dia 10 de julho de 2013.
5
O projeto do bairro era dividido por quadras, cada uma tinha uma área de lazer e uma
área de esportes, divididas em duas glebas entre a estrada Edgard Wernek e as margens do
Rio Grande. A Cidade de Deus não foi inserida diretamente na malha urbana. O desenho do
projeto não incluía veículos, era formado por rua de pedestres, na “periferia” do bairro é que
havia rua para entrada de veículos. O conjunto habitacional tinha o propósito oficial de
abrigar a massa trabalhadora que iria atender a Barra da Tijuca, um bairro de classe A.
O nome “Cidade de Deus” foi uma ideia da secretária de habitação, Sandra Cavalcanti,
a fim de criar naquele espaço uma espécie de paraíso para as famílias removidas. Como foi
dito a cima, o conjunto habitacional seria mais um conjunto voltado para o mercado popular,
as casas serviriam ao mercado imobiliário. A população que iria comprar o imóvel passaria
por uma série de exigências para receber a casa, por tanto, seria “preparada”7 com noções de
sociabilidade e higiene – condição fundamental para adesão de um imóvel em todos os
projetos habitacionais.
A Cidade de Deus foi o principal conjunto que recebeu os desabrigados, por ainda não
ter sido disponibilizado para o mercado imobiliário, o conjunto ainda estava em construção.
Os demais conjuntos habitacionais na Zona Oeste como um todo receberam desabrigados,
porém a singularidade da Cidade de Deus é que era um projeto muito recente, estando ainda
em construção. O início da construção do conjunto, à priori, antecipou o surgimento do Banco
Nacional de Habitação, porém o sucesso ou o fracasso do empreendimento respingaria nas
construções futuras promovidas pelo Banco.
Apesar de a zona oeste já ter sido alvo de outras construções, com outros conjuntos, a
regiãopraticamente emergiu principalmente após a inundação. A mudança de moradores das
favelas para os conjuntos recém-criados era de forma lenta, a inundação favoreceu esse
processo, já que havia uma necessidade emergencial em suprir a população desabrigada de
moradia, ainda que a custos de nãocontinuar ao projeto inicial da Cidade de Deus. Por tal
tragédia, o governador Negrão de Lima é tido como o governista que mais removeu favelas
no Rio de Janeiro.

A “GRANDE ENCHENTE” DE 10 DE JANEIRO DE 1966.

7
Termo utilizado pelo arquiteto Giuseppe Badolato em entrevista dia 10 de julho de 2013.
6
O governador Negrão de Lima8 determinou queos conjuntos da Zona Oeste fossem os
principais espaços de abrigo para os desabrigados da inundação. O novo governador
intensificou o projeto de habitação de Carlos Lacerda através da COHAB, apesar de serem
historicamente inimigos políticos. Negrão de Lima, antes do golpe militar de 1964, era
partidário da política trabalhista de Getúlio Vargas, além de pertencer o mesmo partido, PTB.
A inundação de 1966, e posteriormente a de 1967, foramcorroborou para a manutenção dessa
política de desocupação. Os moradores dos morros correspondem ao grupo vulnerável às
inundações no Rio de Janeiro, são elas as principais vítimas de deslizamentos, justamente por
residir nos morros que prejudicavam a estética da cidade-estado. Com as grandes chuvas
sucessivas, as remoções ocorreram naturalmente, sem que precise do trabalho de
convencimento de retirada9.
Um fenômeno natural de grande intensidade, que pode ser agravado pela atividade
humana, possuiu consequências negativas em grande escala.Quando as consequências são
maiores quea estrutura pode suportar, são considerados desastres.Desastres naturais são
normais num ecossistema, mas quando ocorrem em um meio urbano, prejudica gravemente a
organizaçãosocial. Constata-se o aumento da ocorrência de desastres naturais no Brasil a
partir de 196010. Os desastres conhecidos e de alta frequência no Brasil são as cheias. Para o
nosso país, as cheias são um fenômeno natural.Aestrutura socialé construída ignorandoa
rotina natural do ecossistemaque,por sua vez, não está preparada para elas. Cheias são
naturais e frequentes, mas quando há intensidade nas chuvas transforma-se em enchente. A
inundação é resultado de uma precipitação para além do suportável.Asenchentes são
fundamentais para compreensão da relação histórica entre memória e natureza no Rio de
Janeiro. (MAIA, A. C. N;SEDREZ, L. F. 2011.).
A premissa básica para realização de uma pesquisa voltada para o campo de história
ambiental é que a mesma deve construir pontes entre sistemas sociais e sistemas naturais
dentro do tempo histórico (PÁDUA, 2010). A relação homem-natureza sempre esteve
implicitamente presente nas questões mais básicas da vida humana. A contemporaneidade,
porém, adicionou uma nova perspectiva. A interação homem-natureza foi sobreposta ao

8
Governador do Estado da Guanabara de 1965 a 1970.
9
O trabalho de convencimento de retirada era árduo, e foi posta em prática para a transferência para o conjunto
Vila Kenedy. Consistia em visitas recorrentes das mães das famílias ao conjunto ainda em construção.
10
EM-DAT, no período de 1900 a 2009 (até o 1º trimestre de 2009), em torno de 70% são posteriores a 1960.
7
controle do homem sobre a mesma. A capacidade da ação humana de intervenção na natureza,
e assim promover a degradação do ambiente foi oriunda na contemporaneidade, essa
capacidade advém de uma oposição construída entre sociedade urbanizada e sociedade
primitiva. A evolução espacial dos grandes centros urbanos foi direcionada a suprir ou
controlar os espaços genuinamente naturais. Mas a natureza é ativa dentro do processo
histórico, não é algo estático como se pensava na antiguidade, muito menos uma fonte
inesgotável de suprimentos para a vida humana. A mudança de perspectiva sobre o conceito é
subjetiva, entender a natureza que tem movimento, que age e reage por determinações
próprias.
As intervenções no espaço urbano do Rio de Janeiro foram um ponto forte durante o
governo de Carlos Lacerda, e pilar na política urbana no país do governo militar. Em oposição,
os desastres ambientais vieram com a mesma intensidade e frequência.São sucessivas as
inundações ocorridas e que marcaram a história do Rio de Janeiro, e é concomitantemente
com o impulso do desenvolvimento urbanoacelerado. São dois processos distintos, mas
paralelos e indiretamente ligados. As intervenções são validadas, ou não, pela conjuntura
ambiental. Intervenções como desmatamentos, aterros, planificações, drenagens do solo,
assoreamento dos solos e ocupação irregular vieram juntamente com o aumento do
crescimento urbano,que este desconsidera a dinâmica dos processos naturais geomorfológicos.
A incapacidade de drenagem do solo resulta no acúmulo de água na superfície e, sem ter por
onde escorrer, a água devasta todo solo, que por sua vez, resulta em consequências
catastróficas. Uma inundação é o transbordamento de águas para além do esperado por conta
de condicionamentos naturais e antrópicos11. Com os entraves, como asfaltamento de ruas,
ocupação irregular próximo aos cursos de água, canalização de rios, entre outros, para o
escoamento das águas, as chuvas intensas ou de longa duração – naturais na cidade do Rio de
Janeiro – tornam-se um problema para os moradores da cidade.
A inundação de 10 de janeiro de 1966 é apelidada de “grande enchente”, tanto pela
quantidade de água caída, 237 mm em 24 horas de chuva, mas também pelas consequências
da tragédia. De acordo com dados do corpo de Bombeiros, mais de 50.000 desabrigados e
milhares de mortos. Tornando o maior desastre natural conhecido até agora na cidade do Rio
de Janeiro, foi um marco na história urbana da cidade do Rio de Janeiro.

11
Condicionamentos provocados pelo homem.
8
Após a enchente, escolas, igrejas, o Maracanãzinho, e o próprio Maracanã, foram
alguns dos lugares que receberam famílias. O Campeonato Carioca deve de ser cancelado
para receber os desabrigados, mas no ano seguinte, em meio a uma nova e intensa inundação,
o Maracanã não poderia continuar servindo de abrigo,os novos desabrigados eram
direcionados para a Fazenda Modelo. Os lugares eram provisórios, e não poderiam continuar
abrigando a população flagelada. Em 1967 ocorre uma nova inundação devastadora, e mais
famílias ficaram sem ter onde morar. A Fazenda Modelo, criada em 1957 e tradicionalmente o
maior abrigo de mendigos da América Latina, também serviu de abrigo, não tão temporário,
para que os primeiros lugares citados fossem disponibilizados para a população novamente.
O imprevisto ocasionou uma medida circunstancial, disponibilizar casas na Cidade de
Deus aos desabrigados. É perceptível uma característica antes e após a inundação, toda a
expectativa quanto ao lugar fora abandonada na medida em que as casas foram vendidas a
valor menor que o usual - entorno de 35 cruzeiros - para os desabrigados, e não para famílias
solidamente estruturadas como era exigência do que foi previsto no planejamento do bairro. A
distribuição das casas não teve uma formalidade específica. O valor era cobrado, e este tinha
de ser pago, porém inúmeros são os casos de invasão, inúmeros são os casos de revenda do
imóvel, inúmeros são os casos onde a casa foi abandonada devido à falta de estrutura do
bairro, inúmeros são os casos de retorno à antiga região de moradia.
A inundação de 1966 foi responsável pelo deslocamento de grande parte da população
dos morros para a Zona Oeste, uma verdadeira transformação no espaço do Rio de Janeiro.
Contingente de quase 50 mil desabrigados, milhares para a Zona Oeste, mesmo com
condições precárias e isoladas. Algumas casas na Cidade de Deus estavam apenas com o
telhado e grande parte ainda em construção. Foram criados dentro da Cidade de Deus, casas
de madeira provisórias e banheiros coletivos. A enchente mobilizou a sociedade como um
todo no auxílio aos desabrigados. Redes de solidariedades foram construídas pela população,
se mostram como principais fatores de ajuda para reestrutura social, o novo bairro era carente
de infraestrutura básica. Em 1967, nova enchente e novos desabrigados foram direcionados
para a Zona Oeste. A prática de injetar desabrigados permanece nas inundações posteriores.
Em menos de cinco anos a região já estava conurbada.Como já foi dito, Negrão de Lima foi o
governador responsável por essa decisão de redistribuir espacialmente a população flagelada.

9
Negrão de Lima permanece com a política que unia remoção e construção habitacional,
porém já com o apoio da sólida estrutura do Banco Nacional de Habitação.

A POLÍTICA HABITACIONALDO BANCO NACIONAL DE HABITAÇÃO.

No dia 1º de abril de 1964, o presidente João Goulart é deposto e foge para o Uruguai.
Ranieri Mazzilli é empossado sob o caráter provisório, dias depois o militar Humberto
Castelo Branco toma a posse efetiva. Dia 21 de agosto do mesmo ano, a lei de nº 4.380
legaliza a criação do Serviço Federal de Habitação e Urbanismo, que promoveria estudos
técnicos relativos ao déficit de moradia, e o Banco Nacional de Habitação – BNH. E as
supostas soluções é o modelo de COHAB tem origem, como foi dito, antes da própria criação
do BNH. A criação tão imediata do Banco Nacional de Habitação está associada à
necessidade do novo regime de se legitimar frente à população.O novo regime estaria
supostamente mais atento às demandas sociais (AZEVEDO & ANDRADE, 1982). A
ineficiência da Fundação da Casa Popular foi associada pelos militares ao excesso de
demagogia da suposta esquerda - a esquerda mencionada são presidentes anteriores ao golpe,
respectivamente o Juscelino Kubitschek do PSB (Partido Social do Brasil) e o João Goulart
do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro). O BNH viria com o intuito de suprir o problema
habitacional, mas se diferenciando do modelo tradicional da Fundação da Casa Popular,
extinta devido a escândalos de corrupção.O BNH viria a ser, a cima de tudo, um banco, que,
ao contrário da Fundação da Casa Popular, estaria em benefício do povo.
Apesar de ser um órgão público, o BNH mediaria às relações entre o setor público e o
privado, concedendo créditos imobiliários. Caberia ao BNH impor regras de acesso ao imóvel
ao comprador, e delegava ao setor privado executar as construções. O banco serviria, por
tanto, para atender ao mercado imobiliário em ascensão. Se a princípio a construção de casas
possuía intuito de correção de um problema social e, através dela, aparecia o interesse
eleitoreiro - angariava votos ao político que promoveu a escolha do lugar para a construção
das casas - com a extinção dos partidos perde-se a característica social, ainda que mínima, na
construção de casas. O aspecto social promovido pelo BNH, e amplamente difundido, era a
criação de empregos para a construção civil, ou seja, explícita contradição:o estouro

10
imobiliário, inúmeras construções supriria a demanda por empregos, mas ainda incentivasse o
emprego, as imposições na compra da casa não atendia aquele trabalhador da construção civil.
A política implícita da construção dos conjuntos habitacionais de modelo COHAB é
pautada sob a lógica de remoção de favelas, ceder espaço às obras de melhorias para valorizar
os espaços de interesse. O modelo aplicado por anos, também através do BNH, tem a ótica
autoritária, mas que foi inspirado na prática do governo de Carlos Lacerda. A prática regional
do Estado da Guanabara se ampliara as demais regiões do Brasil com o golpe político de 1964,
não por coincidência que a antiga secretária do governo de Carlos Lacerda, Sandra Cavalcante,
torna-se a primeira presidente do Banco Nacional de Habitação. O ponto em comum entre o
governo de Carlos Lacerda e os posteriores governos do regime militar, e aqui ressaltado, é
que ambos estão presos à perspectiva de que a remoção de favelas é uma solução para findar
os entraves que impediam a ascensão do país.
Em setembro de 1966 consolida a criação do SFH – Sistema de Financeiro
Habitacional, que seria uma espécie de poupança compulsória com base em 8% do salário
mínimo. O financiamento de casas seria dividido em três diferentes segmentos do mercado
imobiliário, e para cada segmento uma estratégia de atendimento. O mercado médio
correspondia a uma família com renda igual a seis salários mínimos, para esse público a
forma de financiamento do imóvel era através de agentes privados de concessão de crédito. O
mercado econômico correspondia a uma família com renda mensal de três a cinco salários
mínimos.Essas famílias seriam atendidas pelas cooperativas habitacionais, que são formadas
por profissionais que trabalhavam juntamente com o BNH, após o término das obras a
parceria entre a cooperativa e o BNH era diluída. O financiamento seria integralmente pago
através Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS. E por fim, o mercado popular, que
constituída de famílias de até três salários mínimos. Direcionamento dado eram através das
Companhias Habitacionais (COHABs), os recursos para o atendimento de famílias de baixa
renda era por meio também do FGTS. Os conjuntos do modelo de COAHBs possuíam
subsídio para a construção, e suas prestações com baixa taxa de juros corroborou para a
apropriação do setor médio nessas habitações. Neste período, através da política de subsídios,
a classe média urbana ascendeu consideravelmente com facilidade a compra de imóveis para
este setor. O mesmo imóvel era sublocado por valores maiores que as taxas mensais pagas

11
pelo proprietário. Sendo assim, difundiu-se compra e venda de imóveis na região da baixada
litorânea do estado.
Não por acaso, em 1967, a partir da tragédia do ano anterior, criou-se o Sistema
Financeiro de Saneamento (SFS), associado diretamente com o BNH, foi encarregado de
realizar o diagnóstico inicial da situação sobre o saneamento. Foram criados fundos de água e
esgoto estaduais. O financiamento aos municípios passou a ser realizado juntamente pelo
BNH e pelos governos estaduais. Em 1971, a questão do saneamento aparece através do
PLANASA – Plano Nacional de Saneamento. Na verdade, o PLANASA foi apenas uma
formulação de política pública predominantemente centrada na expansão da rede urbana de
abastecimento de água, mas ainda em paralelo ao BNH, ampliando ao banco uma proposta de
desenvolvimento urbano. O BNH, a partir de então, foi induzido, praticamente, a configurar o
planejamento urbano do país. Ainda que a proposta fosse de relativa autonomia das empresas
estaduais de saneamento, o BNH foi responsável, em grande parte, de disponibilizar verbas
para ampliação do programa, numa espécie de economia mista (privada e pública).
Em 1968, a criação da CHISAM (Coordenação de Habitação de Interesse Social da
Área Metropolitana do Grande Rio), órgão do Ministério do Interior, ligado ao BNH que
reafirma o interesse numa política de extermínio total das favelas do Rio de Janeiro, mas, a
partir de 1970, percebe-se uma crise no modelo tradicional dos conjuntos COHABs. Cai o
número de construções populares, de 1970 a 1974, financiam-se apenas 76.746 unidades. O
setor médio era o foco da construção neste período por ser uma clientela confiável, do modelo
de cooperativas. O mercado médio não havia grandes números de inadimplência, e até mesmo
baixo índice de abandono, logo, era a classe de maior interesse para venda. Percebe-se aqui o
interesse meramente mercadológico.
A construção da COHAB valoriza e resignifica o espaço, neste período de revenda dos
imóveis, os conjuntos atraem grande parte de empregados do setor terciário (bancários,
vendedores, funcionários públicos), por vezes o valor a ser vendido do imóvel, ou a ser
alugado, se torna bem superior ao valor inicial, e mais uma vez o projeto se mostra ineficaz
para resolver o problema da habitação, já que permanece excluindo as camadas mais
populares com setores de maior poder aquisitivo se apropriando de habitações populares. De
1975 a 1980 foram construídas 749.911 unidades de COHABs, sob novos programas o
PLANHAP, o PROFILURB – Programa de financiamento de Lotes Urbanizados, e o PRÓ-

12
MORAR, mas o BNH retoma em vão o fôlego das habitações populares, o fim do mesmo
seria decretado por José Sarney em 1986, quando a questão da habitação seria delegada a
Caixa Econômica Federal.

CONCLUSÃO
Sob o pilar da racionalidade técnica, ascidades contemporâneas foram construídas
fisicamente, com o Rio de Janeiro não foi diferente.Entende-seaqui como processo de
urbanização a transformação do espaço natural para usufrutoracional do homem. O natural se
contrapôs a civilização, tornando-seum estorvo.A relação do homem com o ambiente sempre
esteve intermediada por técnicas para melhoradaptação e acomodação no espaço. As técnicas
se sobrepuseram ao curso natural, e a natureza é tidacomo um acervo amplo e de fácil
acessível para o suporte da vida moderna. Como serãodesenvolvidas essas técnicas depende
do fator cultural da sociedade em questão. O desenvolvimentohistórico e cultural de uma
sociedade repercute diretamente na evolução do espaço físico onde estasociedade se localiza,
porém a dinâmica natural também impõe condições à construçãohistórica e social, numa
correlação entre o espaço e aquele que o utiliza. Por tanto, o ambiente é passivoe ativo ao
mesmo tempo. (COELHO, 2001. p. 23).Os impactos ambientais são as consequências
negativas desta relação.
Um desastre não atinge igualmente uma mesma região, os impactos são mais sentidos
nos lugaresmais vulneráveis para tal. A distribuição demográfica de uma cidade ocorre
pelavalorizaçãode certas regiões em detrimento de outras. Áreas mais valorizadas serão
aqueles espaços privilegiados,sãoespaços protegidos. Para essesespaços, há investimento
público-privado,planejamento e estratégias de segurança ambiental preventiva, porém
essesespaços abrigam uma parcela pequena da sociedade. Será a grande maioria quesentirá o
efeito mais drástico de um possível desastre ambiental. Na falta de habitaçãoadequada, vão
ocupar leitos de rios, morros ainda que com histórico de deslizamento, entre outros
lugaresimpróprios. A disputa pelo solo urbano determina quais os grupos protegidos e os
vulneráveis à ação danatureza.
Ainda que a “grande enchente” de 1966 tenha afetado o Rio de Janeiro como um todo,
as partes mais prejudicadas não por coincidência foram em lugares habitados pelas camadas
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mais populares. Houve deslizamento nos morros da região da grande Tijuca com
deslizamento nos morros da Formiga, Borél e Salgueiro, nos morros da Zona Sul (entornos de
Ipanema, Botafogo e Copacabana), a favela Pavão-Pavãozinho e Rocinha, e no subúrbio, com
água cobrindo casas.
A política de remoção era uma práxis necessária para contexto político autoritário.
Negrão de Lima não só permaneceu com a política de remoção, como foi o governador que
mais conseguiu diluir favelas. A inundação foi à justificativa para a transferência de um
considerável contingente de famílias das camadas mais populares, porém a remoção estava
previamente pensada no ato do planejamento dos conjuntos habitacionais.
O político Carlos Lacerda incitava facilmente as massas através de discursosem
programas de rádio e TV, além dos seus artigos escritos na mídia impressa. Seus projetos
eram facilmente aprovados pela população. A manutenção intencional da imagem de bom
administrador se sobrepunha a imagem negativa do político estereotipado. Característica da
personalidade de Carlos Lacerda era o dom da retórica e o poder de persuasão. O programa de
reformas urbanas implantadas por Carlos Lacerda no Estado da Guanabara representa, para
alguns, sinônimo de uma racionalidade técnica focada em planejamento e orçamento, porém a
questão vai além. Fundamental para a implantação de tantos projetos, a reforma
administrativa no estado, divididas em subprefeituras, e o auxilio estrangeiro para o
financiamento de grande parte das obras foram essenciais para que pudesse colocar em prática.
O impulso para tanto era a disputa por status de capitanidade e ascensão política particular.No
que diz respeito às remoções de favelas, quando o discurso não conseguia atingir o propósito
de convencimento através de práticas já previamente elaboradas, a remoção da comunidade se
dava, inclusive, por meios ilegais como incêndios criminosos. Dentre os mecanismos de
convencimento de que a desocupação era uma solução legítima, o discurso usado – por ele, e
outros políticos - seguia a linha do desenvolvimento urbano, as mesmas justificativas serão
usadas posteriormente nos governos militares.
O modelo de habitação COHAB, tão difundido pelo país através do Banco Nacional
de Habitação, é um modelo que tende a simplificar a questão habitacional à construção de
casas para as camadas populares. Tende também a associar conceitos pré-concebidos as
comunidades, na medida em que áreas favelizadas são veementes rechaçadas pelas condições
insalubres, sendo esta condição associada a uma cultura do morador das favelas, com aspecto

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fortemente higienista na adoção desta política. A única solução pensada no período é a
remoção. O modelo de COHAB associa as duas práticas, remoção e construção. A
conformidade da ideia de desocupação social, porém, é de antes, advém do início do processo
de favelização, década de 30, mas fortalece-se na década de 60, e finda apenas na década 80
com o fim da instituição BNH. Por tanto, o modelo posto em prática de COHAB é elaborado
durante o governo de Carlos Lacerda, mas baseado num consenso político anterior.
Com base no exposto, é possível entender que a inundação foi utilizada como
justificativa para legitimar medidas governamentais com intuito do afastamento de
indesejáveis das áreas de interesse. A Cidade de Deus pouco tempo depois se tornou um lugar
vulnerável a desastres, enchentes são frequentes na região desde o período de sua ocupação.
As vítimas de 1966 foram vítimas de outras centenas de enchentes depois na Cidade de Deus.
Um suposto lugar construído para proporcionar salubridade em moradia, torna-se um lugar
insalubre em menos cinco anos de uso.
É importante ressaltar, as consequências da calamidade não ficaram restritas as vítimas
que perderam as suas respectivas casas, a cidade ficou paralisada por conta de tal
catástrofe,mas foram utilizados pelos agentes do governo com finalidade de por em prática o
hábito de desapropriação e resolver o entrave, as favelas do Rio de Janeiro.

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Nacional Habitação. Rio de Janeiro. 1982.

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