Artaud em Alienação e Magia Negra, fala-nos da experiência de ter estado internado e submetido a
electro-choques:
(...)
O Bardo é a morte, e a morte só é um estado de magia negra que ainda não há muito tempo
não existia
Criar artificalmente a morte, como a actual medicina faz, é favorecer um refluxo do nada que
nunca deu proveito a ninguém mas desde há muito tempo sacia certos oportunistas
predestinados do homem.
Qual?
Aquele onde tivemos de optar entre a renúncia de sermos homem ou um alienado evidente.
Mas quem garante aos alienados evidentes deste mundo que serão tratados por vivos
autênticos?
Artaud
Quando Artaud nos fala em Bardo, trata-se de uma palavra tibetana que designa uma fenda ou
transição entre a vida e a morte.