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Convite de Ariane Mnouchkine e do Théâtre du Soleil:

Não Deixe o Samba Morrer

Caros amigos muito próximos ou mesmo distantes, contanto que amigos.

Em 1º. de janeiro de 2019, o Brasil, um dos países mais amados do mundo, o maior país da América
Latina, vai entrar num dos períodos mais arriscados e imprevisíveis de sua história.

Jair Bolsonaro será apenas um fantoche nas mãos de um capitalismo sem freios, ou um caudilho, ou
mais provavelmente os dois, ainda não se sabe. Mas podemos passar em revista algumas das
promessas deste que acaba de ser alçado ao comando do país, em eleições envenenadas pelas
mesmas forças mentirosas que intoxicaram as de campanhas de Donald Trump e do Brexit.

- Reabilitar a ditadura, modificando a maneira como os livros de história a evocam nas escolas.
Estimular os alunos a filmar seus professores a fim de poder denunciá-los caso se oponham a essa
reabilitação ou ao discurso dominante sobre a moral, a educação sexual e religiosa.
- Contrapor-se a qualquer flexibilização da lei sobre o aborto que, no Brasil, é uma das mais
restritivas e retrógradas do mundo.
- Triplicar a quantidade de colégios militares dirigidos pelas forças armadas, implantando um deles
em cada uma das 26 capitais estaduais do país.
- Liberalizar o acesso às armas de fogo. O que equivale, num dos países mais violentos do mundo, a
responder à violência com ainda mais violência.
- Dar “carta branca” aos agentes policiais. Segundo ele, um policial que matar dez, quinze, vinte
pessoas deve ser condecorado, e não submetido a processo.
- Definir como “terrorismo” qualquer invasão de propriedades rurais ou urbanas, ou seja, anular o
direito de manifestação de todos os movimentos de sem-terra e sem-teto.
- Acelerar a grande “limpeza” do país, eliminando os esquerdistas “fora-da-lei” e os “marginais
vermelhos”, deixando-lhes a escolha entre o exílio e a prisão.
- Reunir os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, o que equivaleria a submeter os órgãos
de proteção e controle do meio ambiente, já pusilânimes, à tutela de um ministério que sempre foi
controlado com mão de ferro pelo agronegócio, ou seja: os maiores responsáveis pelo
desflorestamento da Amazônia e outros malefícios aos índios, aos sem-terra e, de maneira mais
geral, aos brasileiros mais pobres.
- Autorizar projetos industriais, hidrelétricos e de mineração em regiões ainda protegidas.
- Não acrescentar “nem um centímetro quadrado” às terras indígenas ainda existentes.

Lamentar-se, vituperar, lançar sobre estes ou aqueles a responsabilidade pela catástrofe, nada disso
adianta.
Estruturar ações globais ou globalizantes está fora do nosso alcance.
Nós, artistas teatrais, somos minúsculos. Podemos muito pouco, mas o que podemos também não é
zero.
Não deixemos que o nosso olhar se perca num horizonte vasto demais e indecifrável, o que nos tira a
coragem e nos dá motivo para não fazer nada.
Façamos o que pudermos, aqui, e agora. Vamos ajudar desde já alguns artistas brasileiros a viver e
trabalhar. Uma semana, um mês, algumas semanas, alguns meses. Em seguida, aqui e agora,
veremos o que mais poderemos fazer.

E eis o que o Théâtre du Soleil decidiu fazer, aqui e agora.


Um baile. Uma festa brasileira. Uma festa brasileira e solidária. Na noite de 31 de dezembro.
Exatamente. Na véspera da tomada do poder por um ex-capitão do Exército notoriamente saudosista
da ditadura militar e fascista que dominou o Brasil de 1964 a 1985.

Músicos brasileiros virão especialmente para a ocasião. Atores do Théâtre du Soleil, e de outras
companhias, irão cantar. Uma batucada irá nos animar. Vamos tocar, vamos dançar a noite inteira, ou
pelo menos enquanto ainda houver dançarinos dispostos.
Iremos preparar uma bela e saborosa refeição brasileira, também em versão vegetariana. Serviremos
vinho.
Haverá ainda, é claro, caipirinhas que serão também solidárias, ou seja, pagas à parte. Mas tão
deliciosas!
E de manhãzinha, para os mais corajosos, café, pão, manteiga e geleia. E tudo ao preço de 50 euros.
Mas nada impede quem puder de pagar um pouco, ou até muito, mais.

Não vamos deixar o samba morrer!

Para reservar, pois as reservas serão absolutamente necessárias, liguem para 01 43 74 24 08, todo
dia das 11 às 18h.

Até já,

O Théâtre du Soleil

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