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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE TECNOLOGIA
ARQUITETURA BRASILEIRA II
PROF. DRª ALCÍLIA AFONSO

JOCKEY CLUB DE TERESINA


A CONTRIBUIÇÃO DA ARQUITETURA MODERNA NO CENÁRIO ARQUITETÔNICO E URBANO

ANA BÁRBARA RODRIGUES


DAVIDSON ARCANJO
LUNA HOLANDA
VÍCTOR VERÍSSIMO
JOCKEY CLUB DO PIAUÍ | TERESINA
SUMÁRIO

Ficha do Projeto................................................................................................................03
Histórico do Arquiteto ......................................................................................................04
Histórico da Obra ...........................................................................................................06
Nascimento .......................................................................................................06
Decadência .......................................................................................................07
Tombamento .....................................................................................................09
Projeto ............................................................................................................................11
Implantação ......................................................................................................11
Fachada/Volumetria ...........................................................................................12
Solução em Planta .............................................................................................13
Estrutura ............................................................................................................13
Revestimentos ....................................................................................................18
Detalhes Construtivos .........................................................................................20
Referências Bibliográficas .................................................................................................22

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FICHA DO PROJETO

Arquiteto: Raimundo Dias


Ano de Construção: Década de 1970
Estilo Arquitetônico Predominante: Moderno

Foto da Fachada. Fonte: Luna Holanda


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HISTÓRICO DO ARQUITETO

O arquiteto responsável pelo projeto do Jockey Club do Piauí, Raimundo Dias, nasceu no
ano de 1943 neste mesmo estado, na cidade de São Raimundo Nonato. Participou da terceira
turma de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, no período de 1963 a 1969.
Nesta época, antes de irem para a Escola de Arquitetura, os alunos eram encaminhados
para o ICA (Instituto Central de Artes), onde passavam dois anos estudando matérias de formação,
integração e complementação. Após os dois anos, eram então iniciados nas disciplinas específicas
de suas áreas.
Como estudante, participou ativamente de movimentos estudantis, principalmente quando
passou a morar na universidade. Durante este período, na época da ditadura, a universidade
chegou a ser invadida e fechada cinco vezes, de acordo com o próprio arquiteto. O Golpe Militar
espulsou boa parte dos professores da escola e colocou em seus lugares professores militares.
Diante desta situação, os alunos se manifestaram e conseguiram, em protesto, o fechamento das
salas de aula. Com sucesso os estudantes, com a ajuda de arquitetos do IAB, indicaram e
convocaram uma comissão de novos professores a fim de qualificar o ensino.
Raimundo Dias foi secretário da Executiva Nacional dos Estudantes de Arquitetura e chegou
a ser preso em uma das manifestações estudantis, já que estava diretamente ligado ao diretório
acadêmico.
Depois de formado, decide voltar ao Piauí em junho de 1969 à convite dos secretários de
governo da época, no intuito de solucionar os problemas estruturais que a cidade vinha passando.
Vem para a capital com uma carta de recomendação do vice-reitor da Universidade de Brasília na
época, que lhe propôs oportunidades tanto em Brasília como Rio de Janeiro e em São Paulo;
oportunidades essas que foram recusadas, pois Raimundo Dias acreditava que o Teresina
precisava muito mais de qualificação na sua área de trabalho, visto que só haviam aqui três
arquitetos formados: Antônio Luiz , Miguel Cadah e Adalberto Correia Lima. A fim de responder a
essas atribuições passa a participar, com o apoio federal, como Secretário de Planejamento do
Plano de Desenvolvimento Moderno Integrado, que estabelecia normativas e projetos
estruturantes de melhoria das condições de vida no estado do Piauí. Ainda enquanto trabalhava
para a prefeitura, foi convidado para ocupar o cargo de arquiteto e responsável técnico na
Construtora Penta.
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HISTÓRICO DO ARQUITETO

Em sua formação como arquiteto sofreu fortes influências de figuras como o artista plástico
Athos Bulcão, que foi seu professor durante a formação acadêmica, o arquiteto e teórico Edgar
Albuquerque Graeff, de quem Raimundo dias foi estagiário, e de Pedro Paulo Saraiva, seu
professor e orientador no trabalho final de graduação.
Projetou em Teresina obras importantes, como o Jockey Clube do Piauí, a Rodoviária, o
Centro de Convenções, o Quartel da Polícia Militar, a Agespisa — único prédio resultado de um
concurso, do qual participaram cinco arquitetos —, além de outros prédios como a sede a Sistel, a
sede da FIEP em Parnaíba, o Edifício Cruzeiro do Sul e, ainda, igrejas por todo o estado.
As obras de Raimundo Dias caracterizam-se por serem audaciosas e equilibradas. Dias não
se apresenta como um arquiteto formalista, e muito menos como funcionalista. Para ele, a
integração, a análise e a união desses dois princípios é que fazem do edifício eficiente.

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HISTÓRICO DA OBRA

O Jockey Clube do Piauí foi idealizado mm meio às comemorações do centenário da


cidade de Teresina, na década de 1950, e tornou-se cenário de grandes eventos na capital. Criado
como opção de lazer para a elite, era palco de corridas de cavalos, bailes, concursos de misses,
casamentos, carnavais, dentre outros acontecimentos que movimentavam e davam vida ao local.
Fez parte também da história e ajudou de certa forma na construção de grandes famílias
importantes da sociedade piauiense.
A construção do clube foi realizada de maneira gradual, até a entrega do prédio atual em
1982. Sua primeira sede era apenas uma casa coberta de palha, depois mudou para o terreno
onde encontrava-se até pouco tempo a Casa das Linhas. Essa mudança de locais ocorreu devido
ao loteamento do terreno pertencente a Fazenda dos Noivos, propriedade da família Arêa Leão,
área hoje correspondente ao trecho entre as avenidas Nossa Senhora de Fátima e Homero Castelo
Branco e da rua Senador Arêa Leão à avenida Jockey Clube.
Ocupando 39 hectares e localizado em um ponto super bem conceituado da Zona Leste da
cidade, a construção do clube foi crucial para o desenvolvimento e expansão da região em que foi
implantado. A sede atual possui um prédio, quadras de esportes, piscinas, campos de futebol e um
amplo estacionamento.

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HISTÓRICO DA OBRA

SOBRE DECADÊNCIA E DÍVIDAS

Na opinião de Nelito Marques o clube começou a entrar em decadência com a mudança


da direção, que nos últimos anos saiu da mão do construtor da sede atual, Aquiles Nogueira. E
afirma não acreditar que o clube possa reerguer-se novamente.
O engenheiro Napoleão Filho relata que o problema maior foi a politicagem e o fato de
que os interesses particulares superaram os relacionados ao público. Para ele o clube nunca vai
acarbar-se, mas é preciso tomar medidas para salvá-lo.
Já o empresário e filho do idealizador do clube, Valmir Miranda, diz que a decadência foi
planejada. Pois, fizeram de tudo para inviabilizar o clube, tanto na área das contribuições
trabalhistas, como nos encargos sócias e depredando o patrimônio do clube, oferecendo aos
associados um péssimo tratamento, e fazendo assim que o mesmo deixasse de frequentá-lo.
Afirma ainda que todos esses atos foram pensados para facilitar possíveis interesses de
compradores para o edifício.
Com o descaso apresentado pela atual administração de Raimundo Nerval Campelo Leite
Júnior, contas acumularam-se desde 2007 e as dívidas chegam a 1 milhão de reais. As mesmas,
são utilizadas como justificativa para a venda da sede. Propostas foram feitas e em 2011 o clube
teria sido vendido para uma empresa do ramo civil por 25 milhões de reais. Mas a venda não foi
efetuada, pois a decisão teria sido ilegal. Visto que, a venda deveria ter sido efetivada apenas se a
decisão entre os sócios tivesse sido unânime, o que não ocorreu.
É válido ressaltar a importância que o Jockey tem sobre a vida dos associados e de todos
que por ali passaram, além de fazer parte da memória e história não só de Teresina, mas de todo o
estado.

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HISTÓRICO DA OBRA

Capa da Revista Cidade Verde com denúncia sobre gestão do


clube. Fonte: Alcília Afonso
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HISTÓRICO DA OBRA

TOMBAMENTO

Percebendo-se a eminente ameaça da destruição do patrimônio, a população tomou uma


iniciativa que garantisse a preservação histórico e cultural do mesmo.
Os sócios entraram com o pedido e o decreto de tombamento da sede do clube foi
entregue ao atual presidente, Raimundio Nerval Campelo Leite Júnior, em abril deste ano de 2012.
Apesar do decreto, essa é uma medida de restrição ao imóvel. A possibilidade de venda e aluguel
ainda existem, contanto que haja sua conservação. Demolição e alterações na fachada, da
construção ou urbanística, que possam afetar de alguma forma o clube, devem apresentar
autorização prévia do município, e o não cumprimento dessas ordens pode acarretar uma série de
multas e penalidades para os proprietários.

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HISTÓRICO DA OBRA

Estado de Conservação do Edifício. Fotografia: Luna Holanda


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IMPLANTAÇÃO

Aerofotometria de Situação. Fonte Google Earth

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O PROJETO

Fachada Principal. Fotografia: Victor Veríssimo

O projeto arquitetônico adotado por Raimundo Dias tirou partido de dois fatores principalmente; a
independência do bloco em relação ao seu entorno imediato, que ocupa sozinho toda a área do
quarteirão, e o partido que toma proveito da topografia para estabelecer os equipamentos
exigidos com o programa de necessidades (salão de festas, piscinas e quadras poliesportivas).
A Fachada: Apresenta fachada dinâmica marcada por um pórtico vazado que sustenta uma
marquise curva. Nela, percebe-se a ausência de esquadrias ,conferindo certa leveza aos pesados
blocos de sustentação. Reflete características essenciais do modernismo brutalista caracterizado
pelo uso de poucos materiais.
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PROGRAMA

2)SEGUNDO AS FONTES PESQUISADAS NÃO FOI ENCONTRADO A PLANTA BAIXA.


Portanto, este relato se baseia em visitas à obra.

Solução em planta:
O programa de necessidades apesar de simples, é respondido com maestria. Todos os ambientes
apresentam delimitações claras, mas se voltam sempre ao salão principal .De forma simples, pode
se descrever a planta da seguinte forma: um hall de entrada que desemboca no salão principal e
numa escada que que dá acesso aos salões secundários e aos camarotes abertos. Dando suporte a
esses ambientes, se acoplam a área de serviço, as lanchonetes, os camarins, os banheiros e
vestiários.

A estrutura:
simples em concreto armado, baseada na modulação de pilastras curvas que recebe as lajes dos
pavimentos e o bloco superior em aracada.
Esquadrias e fechamentos: Dentro da análise, à este tópico caberiam diversas outras pesquisas, em
virtude da característica progressista do arquiteto de conceber quase todo o edifício de forma
aberta, permitindo o acesso visual do usuário às mais variadas direções do clube. Em tese, o que
não é aberto apresenta fechamento em esquadria de vidro e ferro, o que garante amplitude a
maioria dos ambientes.

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PROGRAMA

Fotografia: Victor Veríssimo

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PROGRAMA

Fotografia: Davidson Arcanjo

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PROGRAMA

Fotografia: Luna Holanda

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PROGRAMA

Fotografia: Luna Holanda

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REVESTIMENTOS

Salão Principal. Fotografia: Davidson Arcanjo

1. O Piso: Todas as circulações são recobertas em pedra piracuruca, característica essa que
evidencia o piso do salão principal todo trabalhado em madeira envernizada.

2. O Forro: Frente a análise, se observa que quase a totalidade do edificio não apresenta
forro, deixando a laje a mostra, característica que vai ao encontro dos preceitos do arquiteto
de economia dos materiais, e também aos ensinamentos do próprio modernismo, que prezam
por evidenciar a estrutura. Apenas no piso inferior das galerias laterais do salão principal é que
se constata a presença de forro, este todo trabalhado num ripado de madeira.

3. As Paredes: A maior parte do revestimeto das paredes é feita com o uso de reboco
recoberto por uma camada de tinta branca. Na parte de serviços e dos banheiros, o arquiteto
cria a partir de um jogo de azulejos de sua própria criação um estampilhado visualmente rico e
equilibrado.
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REVESTIMENTOS

A presença do elemento base se encontra também nos revestimentos, encomendados especialmente para a obra.
Fotografia: Ana Bárbara Rodrigues

- Murais: devido ao domínio de uso do concreto, Raimundo Dias também propôs um grande
mural no salão principal do clube desse material, no qual reproduzia o elemento anteriormente
discutido - o jota derivado do quadrado desconstruído - que dá identidade à obra.
- A cobertura: Apresenta cobertura em telha metálica

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DETALHES CONSTRUTIVOS

Detalhe da Marquise. Fotografia: Ana Bárbara Domus de Iluminação. Fotografia: Ana Bárbara
Rodrigues Rodruiges

O edifício tem como característica marcante a existência de linhas retas e curvas. As


formas curvas se repetem ao longo de todo o edifício, tanto em detalhes construtivos como,
por exemplo, o desenhos dos painéis e a forma das esquadrias, como também na modulação
do espaço.
-Os domus: a fim de permitir a iluminação natural nas circulações do piso superior, o arquiteto
se utilizou de domus circulares em concreto aparente compondo uma linha eixo ligando os
salões do piso superior.
- As jardineiras circundam toda a parte superior do edifício, estabelecendo uma gradação entre
ambiente interno, pátio aberto e ambiente exterior, a fim de oferecer uma solução estética e
climaticamente agradável. Além disso, elas desempenham o papel de proteger, funcionando
como um obstáculo para quem está no piso superior.
- A marquise: repete o sistema estrutural do prédio com as pilastras curvas que sustentam um
bloco maciço em arco. Sobre a marquise repousa o brasão que identifica o clube, hoje
bastante desgastado.
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DETALHES CONSTRUTIVOS

Fotografia: Davidson Arcanjo

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIAS, Raimundo. Arquiteto responsável pelo projeto do Centro Administrativo do Piauí. E


ntrevista sobre o Jockey Clube. Junho de 2012. Teresina-PI.

SILVA, Valério; MACHADO, Cíntia. Centro Administrativo do Piauí: Relação do edifício


moderno com a capital contemporânea. In: DOCOMOMO Brasil, 8º Seminário, 2009, Rio de
Janeiro. Artigo p. 6.

CAROLINE OLIVEIRA. Da Glória a Decadência. Revista Cidade Verde. Teresina, v.1, n. 30, p
48-55, abril 2012.

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