CENTRO DE TECNOLOGIA
ARQUITETURA BRASILEIRA II
PROF. DRª ALCÍLIA AFONSO
Ficha do Projeto................................................................................................................03
Histórico do Arquiteto ......................................................................................................04
Histórico da Obra ...........................................................................................................06
Nascimento .......................................................................................................06
Decadência .......................................................................................................07
Tombamento .....................................................................................................09
Projeto ............................................................................................................................11
Implantação ......................................................................................................11
Fachada/Volumetria ...........................................................................................12
Solução em Planta .............................................................................................13
Estrutura ............................................................................................................13
Revestimentos ....................................................................................................18
Detalhes Construtivos .........................................................................................20
Referências Bibliográficas .................................................................................................22
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FICHA DO PROJETO
O arquiteto responsável pelo projeto do Jockey Club do Piauí, Raimundo Dias, nasceu no
ano de 1943 neste mesmo estado, na cidade de São Raimundo Nonato. Participou da terceira
turma de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, no período de 1963 a 1969.
Nesta época, antes de irem para a Escola de Arquitetura, os alunos eram encaminhados
para o ICA (Instituto Central de Artes), onde passavam dois anos estudando matérias de formação,
integração e complementação. Após os dois anos, eram então iniciados nas disciplinas específicas
de suas áreas.
Como estudante, participou ativamente de movimentos estudantis, principalmente quando
passou a morar na universidade. Durante este período, na época da ditadura, a universidade
chegou a ser invadida e fechada cinco vezes, de acordo com o próprio arquiteto. O Golpe Militar
espulsou boa parte dos professores da escola e colocou em seus lugares professores militares.
Diante desta situação, os alunos se manifestaram e conseguiram, em protesto, o fechamento das
salas de aula. Com sucesso os estudantes, com a ajuda de arquitetos do IAB, indicaram e
convocaram uma comissão de novos professores a fim de qualificar o ensino.
Raimundo Dias foi secretário da Executiva Nacional dos Estudantes de Arquitetura e chegou
a ser preso em uma das manifestações estudantis, já que estava diretamente ligado ao diretório
acadêmico.
Depois de formado, decide voltar ao Piauí em junho de 1969 à convite dos secretários de
governo da época, no intuito de solucionar os problemas estruturais que a cidade vinha passando.
Vem para a capital com uma carta de recomendação do vice-reitor da Universidade de Brasília na
época, que lhe propôs oportunidades tanto em Brasília como Rio de Janeiro e em São Paulo;
oportunidades essas que foram recusadas, pois Raimundo Dias acreditava que o Teresina
precisava muito mais de qualificação na sua área de trabalho, visto que só haviam aqui três
arquitetos formados: Antônio Luiz , Miguel Cadah e Adalberto Correia Lima. A fim de responder a
essas atribuições passa a participar, com o apoio federal, como Secretário de Planejamento do
Plano de Desenvolvimento Moderno Integrado, que estabelecia normativas e projetos
estruturantes de melhoria das condições de vida no estado do Piauí. Ainda enquanto trabalhava
para a prefeitura, foi convidado para ocupar o cargo de arquiteto e responsável técnico na
Construtora Penta.
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HISTÓRICO DO ARQUITETO
Em sua formação como arquiteto sofreu fortes influências de figuras como o artista plástico
Athos Bulcão, que foi seu professor durante a formação acadêmica, o arquiteto e teórico Edgar
Albuquerque Graeff, de quem Raimundo dias foi estagiário, e de Pedro Paulo Saraiva, seu
professor e orientador no trabalho final de graduação.
Projetou em Teresina obras importantes, como o Jockey Clube do Piauí, a Rodoviária, o
Centro de Convenções, o Quartel da Polícia Militar, a Agespisa — único prédio resultado de um
concurso, do qual participaram cinco arquitetos —, além de outros prédios como a sede a Sistel, a
sede da FIEP em Parnaíba, o Edifício Cruzeiro do Sul e, ainda, igrejas por todo o estado.
As obras de Raimundo Dias caracterizam-se por serem audaciosas e equilibradas. Dias não
se apresenta como um arquiteto formalista, e muito menos como funcionalista. Para ele, a
integração, a análise e a união desses dois princípios é que fazem do edifício eficiente.
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HISTÓRICO DA OBRA
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TOMBAMENTO
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O PROJETO
O projeto arquitetônico adotado por Raimundo Dias tirou partido de dois fatores principalmente; a
independência do bloco em relação ao seu entorno imediato, que ocupa sozinho toda a área do
quarteirão, e o partido que toma proveito da topografia para estabelecer os equipamentos
exigidos com o programa de necessidades (salão de festas, piscinas e quadras poliesportivas).
A Fachada: Apresenta fachada dinâmica marcada por um pórtico vazado que sustenta uma
marquise curva. Nela, percebe-se a ausência de esquadrias ,conferindo certa leveza aos pesados
blocos de sustentação. Reflete características essenciais do modernismo brutalista caracterizado
pelo uso de poucos materiais.
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PROGRAMA
Solução em planta:
O programa de necessidades apesar de simples, é respondido com maestria. Todos os ambientes
apresentam delimitações claras, mas se voltam sempre ao salão principal .De forma simples, pode
se descrever a planta da seguinte forma: um hall de entrada que desemboca no salão principal e
numa escada que que dá acesso aos salões secundários e aos camarotes abertos. Dando suporte a
esses ambientes, se acoplam a área de serviço, as lanchonetes, os camarins, os banheiros e
vestiários.
A estrutura:
simples em concreto armado, baseada na modulação de pilastras curvas que recebe as lajes dos
pavimentos e o bloco superior em aracada.
Esquadrias e fechamentos: Dentro da análise, à este tópico caberiam diversas outras pesquisas, em
virtude da característica progressista do arquiteto de conceber quase todo o edifício de forma
aberta, permitindo o acesso visual do usuário às mais variadas direções do clube. Em tese, o que
não é aberto apresenta fechamento em esquadria de vidro e ferro, o que garante amplitude a
maioria dos ambientes.
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PROGRAMA
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PROGRAMA
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REVESTIMENTOS
1. O Piso: Todas as circulações são recobertas em pedra piracuruca, característica essa que
evidencia o piso do salão principal todo trabalhado em madeira envernizada.
2. O Forro: Frente a análise, se observa que quase a totalidade do edificio não apresenta
forro, deixando a laje a mostra, característica que vai ao encontro dos preceitos do arquiteto
de economia dos materiais, e também aos ensinamentos do próprio modernismo, que prezam
por evidenciar a estrutura. Apenas no piso inferior das galerias laterais do salão principal é que
se constata a presença de forro, este todo trabalhado num ripado de madeira.
3. As Paredes: A maior parte do revestimeto das paredes é feita com o uso de reboco
recoberto por uma camada de tinta branca. Na parte de serviços e dos banheiros, o arquiteto
cria a partir de um jogo de azulejos de sua própria criação um estampilhado visualmente rico e
equilibrado.
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REVESTIMENTOS
A presença do elemento base se encontra também nos revestimentos, encomendados especialmente para a obra.
Fotografia: Ana Bárbara Rodrigues
- Murais: devido ao domínio de uso do concreto, Raimundo Dias também propôs um grande
mural no salão principal do clube desse material, no qual reproduzia o elemento anteriormente
discutido - o jota derivado do quadrado desconstruído - que dá identidade à obra.
- A cobertura: Apresenta cobertura em telha metálica
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DETALHES CONSTRUTIVOS
Detalhe da Marquise. Fotografia: Ana Bárbara Domus de Iluminação. Fotografia: Ana Bárbara
Rodrigues Rodruiges
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAROLINE OLIVEIRA. Da Glória a Decadência. Revista Cidade Verde. Teresina, v.1, n. 30, p
48-55, abril 2012.
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