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IMPACTO AMBIENTAL: UMA PERSPECTIVA DOS CONCEITOS


RELACIONADOS À EFETIVIDADE DOS PRINCÍPIOS USADOS PELO
EIA-RIMA
CUNHA, Elida Lucia da1
SUARTE, Jackeline da Silva Moreira 2

RESUMO

Este trabalho busca discutir e esclarecer alguns conceitos relacionados ao meio ambiente, bem
como avaliar os princípios usados para elaboração de EIA-RIMA, a fim de propiciar uma
visão geral sobre o fato de que novos empreendimentos, devem preocupar-se com o grau de
impactação ambiental ainda no seu processo de planejamento. A pesquisa foi executada por
meio de revisão bibliográfica sobre a temática em questão, com base em livros, e publicações
de artigos na Scielo e no site de dissertações e teses da Capes. Foi constatado que os
princípios usados com base para produção de EIA-RIMA atendem as necessidades ambientais
e estão intimamente ligados aos conceitos de degradação ambiental.

Palavras-chave: Impacto Ambiental. Princípios. EIA-RIMA. Degradação Ambiental.

1 INTRODUÇÃO

A preocupação com o meio ambiente é notável e a nível global. Os diversos ramos


industriais adotam meios para se adequar, em escala crescente, a produção mais limpa
reduzindo a geração de resíduos que degradam ou agridem de alguma forma o meio ambiente
e racionalizando o uso de recursos naturais cada vez mais escassos.
Porém apesar de toda a preocupação por parte de ambientalistas, e algumas pessoas
da comunidade em geral, ainda fatores ambientais são negligenciados. A prova disso são os
acidentes ambientais catastróficos que acontecem, pode-se dizer com uma certa regularidade,
em vários habitats do globo, comprometendo a biodiversidade em geral, solo, mananciais
hídricos e até mesmo a sobrevivência de humanos.
Partindo da premissa que essas catástrofes podem ser evitadas, existe o Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto ambiental (RIMA), os quais são realizados
antes da instalação de projetos potencialmente poluidores. A competência para realização do

1
Especialista em Educação Ambiental e Sanitária, pela Faculdade Católica de Anápolis. Docente da FNG, UEG
e colégio Impacto de Porangatu. Email: elidabio@live.com
2
Especialista em Metodologia da Língua Portuguesa, pela Faculdades Integradas de Amparo-SP. Docente na
FNG, Colégio Neo Objetivo e Colégio Impacto de Porangatu-GO. Email: suartejackeline@yahoo.com
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EIA-RIMA é de órgãos estaduais, municipais, IBAMA3 E SISNAMA4. O licenciamento


ambiental está previsto no CONAMA nº 001/86 e nº 237/97 e na Lei 6.938/81. E mais recente
a lei complementar nº 140/2011, a qual enfoca a competência do estado e da federação para o
licenciamento, baseado na localização da atividade. (IBAMA, 2013).
É importante ressaltar que apenas o RIMA pode ser de conhecimento do público e o
mesmo participa de uma parte da elaboração do EIA. A partir disso é possível discutir e
verificar a viabilidade da implantação dos projetos, com o foco na mitigação da degradação
ambiental.

2 IMPACTO AMBIENTAL

Durante muito tempo, o meio ambiente não era motivo de preocupação para os
países de modo geral, na década de 60 os interesses eram apenas avanço financeiro de modo
privado em detrimento aos recursos naturais oferecidos abundantemente pelo ambiente. As
questões ambientais começaram a virar motivo de interesse comum entre as nações quando a
degradação do ambiente natural tomou rumos demasiados. Para atender as necessidades das
indústrias crescentes iam sendo retirados maiores extensões de áreas com florestas naturais e
usadas como plantações para produção de matéria-prima.
A partir disso desenvolveu-se um enfoque maior dos governos aos fatores ambientais
reivindicados pela comunidade. No século XX, mais precisamente na década de 70 os
empenhos deixaram de ser de modo particular e passaram a ser direcionado para a
comunidade como um todo, havendo uma maior preocupação com os habitats naturais de
organismos selvagens, a água e o ar (TAKEDA, 2011).

3 MEIO AMBIENTE

É colocado na mídia muitas manchetes sobre o meio ambiente, mais especificamente


sobre as grandes catástrofes que vem ocorrendo. São acidentes no mar, como vazamentos de
óleo, que matam várias espécies, queimadas ilegais para formação de pastagens, retirada e
comércio ilícito de madeira da floresta amazônica, construções de mansão de luxo em local de
reserva ecológica, desvio e interrupções de curso dos rios para construção de novas
hidrelétricas com o propósito de maior geração de energia, emissão de gases que tornam

3
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
4
Sistema Nacional de Meio ambiente
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rarefeita a camada de ozônio e que agravam o efeito estufa. E todos esses acontecimentos são
provocados pelo homem que não utiliza com a devida responsabilidade os recursos oferecidos
pelo meio ambiente.
Quando o termo meio ambiente é mencionado, pensa-se em tudo que está ao redor do
ser humano, as plantas, os animais, os rios. De certa forma está correto tomar esta posição,
mas é muito sucinto. O conceito de meio ambiente vai mais além das explicações que são
dadas no dia-a-dia ou que vem escrita nos livros didáticos de ciências.
De acordo com Naime (2010) meio ambiente são as relações entre os vários meios:
físico (água superficiais e subterrâneas, solo, rochas, clima), biológico (fauna e flora) e
antrópico (todas as atividades humanas: plantações, depósito de resíduos, lixo). Quando se
toca no solo, em pássaro ou em alguma plantação, por exemplo, a interação acontece apenas
com elementos (físico, biológicos e antrópico) existente no meio ambiente e não com o meio
ambiente em si, uma vez que este é impalpável e, portanto, facilmente comparado com as
relações entre os seres humanos de carinho e afeto que também não consegue serem tocadas.
É cabível, esclarecer também a definição de relação, para que fique bem claro o real
conceito de meio ambiente. Neste contexto a palavra relação exprime seu verdadeiro sentido,
o de ligação ou conexão. Desse modo pode-se estabelecer um elo ligante, entre o conceito de
relação e de meio ambiente ao ressaltar uma situação em que alguém protege algum animal
contra a caça predatória, evita a derrubada ilegal de árvores, não joga lixo em margens de rios
ou negativamente, joga tocos de cigarros nas rodovias causando incêndio, descarta efluente
não tratado em rios afetando os peixes, todos esses exemplos, positiva ou negativamente, são
interações com os elementos que conferem as relações com o meio ambiente. (NAIME,
2010).
A situação ambiental vivida no mundo atual das avançadas tecnologias é resultante
das más relações do homem com os elementos do meio ambiente, que indevidamente degrada
e corrompe os recursos naturais.

4 DEGRADAÇÃO

Por algum tempo a natureza atendeu as necessidades do homem, mas essa condição
ficou para traz à medida que houve o desenvolvimento ideológico das populações. Surgiu
então a ideia de produzir, porque apenas colher da natureza já não era mais suficiente para
manter a população que crescia. Eis que surgem as desavenças no equilíbrio ambiental.
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A degradação ambiental pode ocorrer em um ecossistema de forma natural em função


dos fenômenos da natureza, ventos que causam erosão, chuvas que transportam materiais por
meio da lixiviação, porém degradação também pode advir de ações humanas em desarmonia
com o meio ambiente, afetando diretamente a fauna e flora.
Segundo a Wikipédia5 a degradação é um processo degenerativo do meio ambiente,
onde as alterações na estrutura física e química do meio provocam perda da biodiversidade. E
esta degradação se associa muito a poluição causada pelas ações humanas que impactam
direta e indiretamente os solos e todas as formas de vida.

5 CONCEITO DE IMPACTO AMBIENTAL

O meio natural está sujeito a modificações constantes, podendo ser causada pelo
homem ou mesmo por fenômenos naturais que se processam lentamente, numa escala de
tempo bem maior quando comparadas as ações humanas.
Pensando de modo mais amplo estas mesmas modificações aconteceriam sem a
intervenção do homem só que em milhares ou até milhões de anos à frente, assim, baseando
em conceitos ecológicos, a humanidade antecipa o seu próprio fim, porque enquanto há
abundância de recurso à população cresce, quando há declínio dos mesmos recursos devido ao
consumo da população, esta também entra em declínio.
A definição de impacto ambiental é feita por vários autores e dentre eles, Plantenberg
(2002) busca a terminologia na origem e significado da palavra e ressalta que impacto vem do
latim impactu e significa choque ou colisão.
O conceito de impacto ambiental pode ser buscada na terminologia da palavra, a qual
se origina do latim: impactu e significa choque ou colisão de substâncias nos três estados
físicos da matéria (sólido, líquido e gasoso) de radiações ou formas variadas de energia,
vindas de obras ou atividades realizadas com danosas alterações do ambiente natural,
artificial, cultural ou social. Estas mudanças podem ser provocadas por diversas formas de
energia ou matéria resultante de atividades antrópicas que afetam direta ou indiretamente a
saúde, segurança da população, atividades econômicas e sociais, a biota e a disposição dos
recursos do ambiente. (PLANTENBERG, 2002; CUSTÓDIO, 1995; SPADOTTO 2002)
A visão autores acima assemelha-se muito com o que diz a Resolução do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) artigo 1, definindo impacto ambiental como sendo

5
Enciclopédia livre, disponível na internet.
78

Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio


ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I. A saúde, a segurança e o bem estar da população,
II. As atividades sociais e econômicas
III. A biota
IV. As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente
V. A qualidade dos recursos ambientais.

Na visão de Sanchez (1999) impacto ambiental é decorrente de ações que provocam


eliminação de um elemento do meio ambiente ou ainda a introdução da quantidade de fatores
maior que a capacidade de suporte.
Há na literatura visões diferenciadas de impacto ambiental, bem como opinião de que
o homem pode viver em harmonia com o meio ambiente. Assim, Barbosa (2006) ressalta que
os impactos ambientais podem ser de forma positiva ou negativa, causando degradações
significativas do ambiente ou degradações bem menores não tão significativas, não deixando
é claro, de ser impacto ambiental. É notável que o homem usa os recursos da natureza para a
manutenção da própria vida (sobrevivência) e como consequência disso promove o desarranjo
ambiental. No entanto algumas atividades podem ser satisfatórias, as quais o homem adapta o
meio ambiente para atender seus interesses sem causar danos significativamente negativos, e
se ainda assim haver algum dano que este seja compensado.
A praticidade e perspectiva apurada, na definição da terminologia impacto ambiental,
acabam se tornando mais proveitosa para que se encontrem métodos de mitigação dessas
degradações.
O Conceito de Derani (2001) é bem prático e diz que impacto ambiental é
simplesmente a interferência do homem no meio ambiente. E para que seja visto os dois lados
possíveis do impacto (positivo e negativo), com intuito de ampliação do lado positivo e
mitigação dos efeitos contrários, atingindo assim a homeostase dos reflexos das ações
humanas no meio natural, no meio social e também no meio econômico, a Avaliação de
Impacto Ambiental então foi idealizada e inserida pelos governos como um forte instrumento
de política ambiental.

6 CLASSIFICAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

É notável que toda intervenção do homem na natureza, por menor que seja causa
impacto, mesmo que ele não seja de grande importância. As atividades que tem impacto
relativamente importante são a construção de aeroportos, rodovias, ferrovias, portos, extração
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de combustíveis fósseis (petróleo, carvão, gás natural), construção de hidrelétricas, extração


de minérios, aterros sanitários (lixos tóxicos e radioativos) extração econômica de madeira ou
lenha, entre outros.
Os principais pontos do impacto ambiental são a magnitude e a importância.
Magnitude e importância ressaltam a significância do impacto ambiental. Logo a magnitude é
a medida de alteração de uma característica do ambiente, de modo amplo é a grandeza do
impacto. A importância é o grau de significância de impacto em relação aos fatores
ambientais ou quando comparados a outros impactos. (SPADOTTO, 2002)
Para verificar a magnitude e importância de um impacto são avaliados vários
critérios. Magnitude - extensão: Tamanho da ação ambiental do empreendimento;
Periodicidade: tempo que dura à ação; Intensidade: grau (baixo, médio ou alto) da ação
impactante. Importância – magnitude: que envolve todos os critérios descritos acima; Ação:
Quantidade de efeitos que a ação causa; Ignição: Tempo que demora a sentir o efeito da ação
(imediato, médio ou mediato); Criticidade: nível de relação entre causa X efeito da ação.
(KURTZ, 2002).
Impacto ambiental também é classificado de forma qualitativa e quantitativa. Para
Spadotto (2002) qualitativamente são levados em consideração seis critérios. 1 - Valor que se
refere a impacto positivo quando causa benefício de um fator ambiental ou negativo quando
provoca algum dano em um fator do ambiental; 2 - Ordem onde o impacto é direto, primário
ou de primeira ordem, exprimindo simplesmente a relação de causa e efeito, impacto indireto,
secundário ou de ordem enésima sendo resultado de uma reação secundária em relação à ação
feita ou quando ocorrem às reações em cadeia; 3 - Espaço verifica se o impacto é local,
quando a ação acomete as imediações ou o próprio sítio. Regional, quando o impacto se
propaga para além das imediações do sítio. Global, onde o impacto se propaga tão
imensamente que afeta um componente do ambiente em nível nacional ou internacional; 4 -
Tempo, impacto curto prazo, quando este surge imediatamente após a ação. Médio prazo, o
qual o impacto surge a um prazo médio que deve ser definido e longo prazo, quando surge em
longo prazo que, da mesma forma, deve ser definido; 5 - Dinâmica quando o impacto é de
caráter temporário, ou seja, é definido em curto prazo ou ao tempo determinado, após o
término de realização da ação. Cíclico, o impacto ocorre em ciclos que podem ser constantes
ou não ao longo do tempo. Permanente, uma vez realizada a ação os impactos se manifestam
por tempo indeterminado; 6 - Plástica, a qual os impactos são reversíveis, quando a ação é
cessada e o fator do ambiente afetado volta as suas condições originais. Impactos irreversíveis
quando a ação é cessada, o fator ambiental afetado não retoma as suas condições originais.
80

Ainda o mesmo autor, Spadotto (2002) destaca que quantitativamente o que se tem
em vista é a magnitude do impacto gerado por uma ação, sendo objetivo ressaltar o grau de
alteração dos fatores ambientais em aspectos quantitativos.
Além dos dados numéricos apresentados para classificação de impactos ambientais,
outras informações fornecidas pela AIA melhor possibilitam uma ótica de magnitude de
impacto. Sendo assim a Avaliação de Impactos Ambientais representam os graus de impactos
com cores em função dos valores numéricos.
A cor branca (zero) representa a inexistência de impacto; A cor amarela (um) é um
valor desprezível; A cor laranja (dois) assume um baixo grau de impacto; A cor marrom (três)
é um impacto de grau médio; A cor vermelha (quatro) alto grau de impacto ambiental; A cor
preta (cinco ou acima) Grau muito alto de impacto que afeta o ambiente. (SILVA, 1994).
Com a simplificação da representação dos dados numéricos da Avaliação de Impacto
Ambiental conforme as cores, torna-se mais fácil a assimilação dos graus de impactos
ambientais decorrentes de uma ação.

7 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS (AIA).

Quando surge um projeto para criação de novos empreendimentos nos mais diversos
ramos da indústria, significa uma parcela de aumento dos indicadores socioeconômico do
país, gerando mais renda e emprego para a população. Das partes envolvidas na realização do
projeto sabe-se pouco sobre as preocupações ambientais. Não precisa ter a ótica de nenhum
ambientalista estudioso para ver que existe, por menor que seja impacto ou degradação do
meio ambiente a fim de custear a realização de tal projeto. Levado em consideração empresas
com maior razão social como a siderurgia que manipula vários tipos de ligas metálicas, os
impactos são bem mais relevantes pela combustão que libera dióxido de carbono na
atmosfera.
Em função da demasiada exploração dos recursos finitos da natureza houve
necessidade de uma política que regulamente a questão ambiental na implantação de novos
projetos. Foram criados instrumentos aplicáveis para avaliar os possíveis impactos positivos e
negativos de um projeto.
O emprego da Avaliação de Impacto Ambiental se deu no início dos anos 70, neste
período se preocupava restritamente com os aspectos ecológicos, parte biofísica que diz
respeito às alterações das características dos recursos e deixa de lado os aspectos sociais e
econômicos. (BARBOSA, 2006)
81

Não se tinha em vista a sustentabilidade, o homem não poderia viver em harmonia


com a natureza. A atividade humana era visualizada como perturbador do equilíbrio natural,
dessa maneira restringindo a ação do homem não haveria desequilíbrio. (BARBOSA, 2006)
A evolução dos instrumentos da AIA trouxe uma exploração maior dos impactos
negativos e positivos para o ambiente. O lado positivo foi expandido e o negativo foi
minimizado seus efeitos ou compensados, havendo equilíbrio nas relações ecológicas, sociais
e econômicas das atividades que o homem realiza. Dessa maneira a Avaliação de Impacto
Ambiental foi inserida na legislação do país como instrumento de política ambiental.
(DERANI, 2001)
Segundo Derani (2001) a avaliação de impacto ambiental reúne todos os esforços
necessários para obter informação sobre a possibilidade dos impactos ambientais, para a
tomada de decisões apropriadas a fim de impedir a ocorrência do dano ambiental. Sendo
então, conforme referido anteriormente, a AIA classificada como parte integrante de uma
política ambiental com intuito de prevenção, intitulada no planejamento das atividades do
homem.
Como toda nova implantação precisa de divulgação para ser adotada e seguida, as
medidas de Avaliação de Impacto Ambiental, também foram divulgadas para o
reconhecimento em nível global.
A divulgação dos instrumentos de proteção ambiental foi feita pela ONU 6,
objetivando a implantação dos mesmos nas legislações das nações dispersas por todos os
continentes. Dessa forma, a ONU foi à alavanca que deu força para a instrumentação da
Avaliação dos Impactos Ambientais, afirma Barbosa (2006).
Foi feito pelo PNUMA7 um importante documento que contém as normas e
princípios que regem a AIA. Ainda Barbosa (2006) destaca que as metas e princípios da AIA
propostas pelo PNUMA foi o grande invento dentro da ONU, este documento composto por
três metas e treze princípios tornam mais claras as delimitações da Avaliação de Impacto e
instigam a prática apropriada dos métodos de AIA nas nações. É de grande valia ressaltar que
todas as metas e os princípios propostos pelo PNUMA são em contexto generalizado, cabendo
aos países e estados se adequarem da melhor forma possível.
O documento criado pelo PNUMA estabelece de forma conspícua o conteúdo
mínimo que deve conter a AIA

6
Organização das Nações Unidas.
7
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
82

Descrição da atividade proposta; Descrição do meio ambiente potencialmente


afetado com especificação dos efeitos da atividade proposta; Descrição de
alternativas; A avaliação dos prováveis impactos da atividade proposta e das suas
alternativas; Identificação e descrição de medidas mitigatórias para a atividade
proposta e para suas alternativas; Indicação de eventuais lacunas no conhecimento e
incertezas; Indicação de possíveis impactos transfronteiriços e um resumo (relatório)
(BARBOSA, 2006. p. 106-107).

A AIA é um documento utilizado por todos os continentes, portanto é fundamental


fazer alterações nas legislações dos países e mais precisamente de cada estado para atender as
necessidades ambientais, além disso, têm-se definições e terminologias distintas, todas no
mesmo sentido da AIA (BARBOSA, 2006).

8 CONCEITO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

São várias as definições para Avaliação de Impacto Ambiental, e pode ocorrer algum
tipo de confusão decorrente das várias adaptações feitas pelas legislações dos países e estados
ao longo dos continentes.
A definição proposta por Moreira (1992) diz que a AIA é um instrumento de política
ambiental, composta por um conjunto de procedimentos que garantem a execução de um
exame sistematizado dos impactos ambientais de um programa, projeto, plano ou política bem
como suas alternativas. Os resultados deverão ser apresentados ao público e aos responsáveis
pela tomada de decisão já com as devidas avaliações feitas.
Na visão de Bursztyn (1994), Avaliação de Impacto Ambiental é um meio
informativo para autoridades legislativas responsáveis pela tomada de decisão com finalidade
de fornecer informações para a população envolvida, autoridades responsáveis e aos
empreendedores sobre os impactos ambientais desencadeados por algum projeto privado ou
público, dando flexibilidade de escolha da alternativa menos danosa sob a ótica ambiental.
A definição também é feita pelo PNUMA no documento que contém as normas e
princípios da AIA. No documento de Metas e Princípios feito pelo PNUMA a avaliação de
Impacto Ambiental é definida como análise, exame e avaliação do planejamento de atividades
para assegurar a preservação do ambiente e o desenvolvimento sustentável. (BARBOSA,
2006).
Pierri (2002) assegura que os conceitos podem ser complementados em questões
técnicas, administrativas ou propriamente conceituais. Complemento técnico consiste no
processo de identificação, interpretação e prevenção através de análise o possível impacto de
um projeto em processo de planejamento. Complemento administrativo auxiliam a própria
83

administração e controle dos projetos, que asseguram a participação ativa da população com
mais voz e alcances nos aspectos de aceitação, modificação e rearranjo de determinado
projeto em decorrência de incidência impactantes no meio ambiente e na sociedade. Na parte
de complementação de conceitos prossegue em consenso sendo um processo de análise
objetiva a respeito do planejamento da manifestação do homem quando em contato com a
natureza, possibilitando a redução dos danos a parâmetros considerados aceitáveis conforme a
regulamentação política e de critérios técnicos.
Apesar de vários conceitos, todos estão corretos e convergem para a AIA como um
instrumento de política ambiental para cautelar e planejar as ações humanas ao meio
ambiente. Há também variantes na designação dos termos e instrumentos da AIA pelos órgãos
ambientais como Política Nacional do Meio Ambiente, Constituição Federal e Conselho
Nacional do Meio Ambiente.
Segundo Barbosa (2006) há divergências entre os termos utilizados pelos órgãos de
legislação ambiental para designar a AIA. A Lei da Política Nacional do Meio Ambiente usa
o termo AIA, a Constituição Federal usa Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA) as
Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente utilizam o termo Estudo de Impacto
Ambiental (EIA). Conforme Antunes (2002) a Avaliação de Impacto Ambiental proposta pela
Política Nacional do Meio Ambiente é igual ao Estudo Prévio de Impacto Ambiental
regulamentado na Constituição Federal e ao Estudo de Impacto Ambiental previsto nas
Resoluções Conama.
Segundo Barbosa (2006), com todas as terminologias há o que diferencia a AIA dos
demais termos. São as características do conteúdo mínimo que contém na AIA. Pois esta já é
um objeto utilizado por longo tempo, consolidada na edição do NEPA 8 nos Estados Unidos
no ano de 1969, o que implica um conteúdo mínimo consolidado nas legislações nacionais,
nos documentos das Nações Unidas e na literatura especializada. Assim estudos preliminares
utilizados com a finalidade de informar ao órgão ambiental se há ou não impactos que se
enquadram como significativos na realização de determinada atividade não consta como o
instrumento de Avaliação de Impacto Ambiental, são apenas formulários ou relatórios
contendo informações de modo que a atividade em vista precisa ou não da efetiva AIA.
No nosso país, a AIA é integrante do processo de licenciamento ambiental que reúne
informações sobre os possíveis impactos, as quais são descritas em forma de relatório.

8
National Environmental PolicyAct – Política Nacional do Meio Ambiente EUA.
84

No Brasil a AIA faz parte do processo de licenciamento ambiental, integrada por


estudos multidisciplinares técnicos que é realizada por meio legal estabelecido e apresentado
em forma de relatório documental com linguagem acessível para consulta e informações
públicas (RIMA – Relatório de Impacto Ambiental). (BARBOSA, 2006)
De forma clara, a real finalidade da AIA é viabilizar a utilização de recursos naturais
e econômicos no processo de desenvolvimento, estimulando o prévio conhecimento, análise
imparcial e discussão dos impactos positivos e negativos ao ambiente, o que permite poupar e
regularizar as degradações e aperfeiçoar os aspectos positivos, aprimorando a eficácia das
soluções apresentadas.
É importante ressaltar que a AIA deve ser realizada desde o início do planejamento
da ação a ser feita, de modo a facilitar a comparação entre alternativas e a adoção de métodos
corretivos e que mitigam os impactos. Se já for feita a tomada de decisão antes da avaliação
dos impactos, esta perde suas reais finalidades cabendo apenas sugerir meios para correção
dos impactos mais evidentes.
A Constituição Federal fez a substituição do termo Avaliação de Impacto Ambiental
para Estudo Prévio de Impacto Ambiental, justamente pelo fato de o estudo ter que ser
realizado no momento certo: antes do início da execução, ou mesmo de atos preparatórios do
projeto.

9 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) E RELATÓRIO DE IMPACTO


AMBIENTAL (RIMA)

Como mencionado no subitem anterior o Estudo de Impacto Ambiental é o termo


equivalente a AIA usado pelas Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA).
No entanto, Custódio (1995) diz que o EIA funciona como um estudo prévio que
fundamenta a AIA e dá base para a redação do relatório sobre os impactos prováveis que
podem ser causados pela atividade ou projeto em questão (RIMA). O relatório feito com os
resultados de criterioso estudo de impacto é avaliado por autoridade competente que observa
os fatos positivos e negativos em relação ao ambiente e pode acatar ou excluir a atividade ou
projeto.
Conforme Plantenberg (2002) além do objetivo principal mais três objetivos são
traçados para o EIA:
85

a. Transparência administrativa: relacionado aos efeitos ambientais de uma determinada


ação ou projeto, alcançada no momento em que o órgão público e o proponente
liberam todas as informações de que dispõe respeitando apenas o sigilo industrial;
b. A consulta aos interessados: consistente na afetiva participação e fiscalização da
atividade administrativa por parte da comunidade, de modo a poder exprimir suas
dúvidas e preocupações antes que seja muito tarde. De fato, não basta que o
procedimento do EIA seja transparente. Há que ser, igualmente, participativo, pois
uma decisão ambiental arbitrária, mesmo que absolutamente transparente, não atende
ao interesse público.
c. A motivação da decisão ambiental, que se baseia no princípio de que existe uma
obrigação de motivar todo ato criador de situações desfavoráveis para os
administrados.
Com todos esses objetivos traçados o Estudo de Impacto Ambiental se torna um
método mais eficiente na regulação do uso e exploração dos recursos naturais pelas empresas
que necessitam da natureza como subsidio na fabricação de seus produtos.
O EIA e o RIMA, estudo de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental,
respectivamente, são tidos como sinônimos por leigos, mas se trata de duas vias diferentes.
Sendo o estudo de abrangência maior quando comparado ao relatório.
O estudo de impacto ambiental engloba um acompanhamento maior da literatura
científica, trabalhos e pesquisas de campo, análise laboratorial e a própria redação do relatório
baseado em todos os estudos realizados. O relatório de impacto ambiental é desenvolvido
apresentando de forma clara as consequências e vantagens ambientais do empreendimento,
enfatizando reflexões sobre do mesmo. De forma mais sucinta, o EIA é uma forma mais
complexa e detalhada, com linguagem e dados técnicos não compreendidos muito bem por
leigos. O RIMA é a parte mais concreta e visível do procedimento, caminho fundamental de
comunicação do EIA ao administrador público ou órgão responsável. (PLANTENBERG,
2002).
Sem dúvida no direito brasileiro, o EIA-RIMA representa atualmente um
instrumento de valor imprescindível a proteção do meio ambiente, elemento importante no
controle das decisões públicas e privadas que afetam a qualidade ambiental, desempenhando
um papel essencial para equilíbrio ecológico. É de grande valia expor que o EIA-RIMA
poderia representar para o empreendedor brasileiro, mais que um simples requisito formal
para a legalização ambiental, podendo ser uma importante alavanca para o planejamento
ambiental.
86

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da literatura consultada é possível considerar que o meio ambiente é


fundamental para a manutenção da vida humana, assim respirar ar puro e poder ingerir água
potável é o básico que pode-se citar. Para isso é preciso preservar a integridade natural, o qual
é possibilitado pelo EIA-RIMA.
Assim é de suma importância a realização de estudos no âmbito de avaliar prejuízo
ao ambiente para que se possa pensar em medidas de mitigação ou ainda, em caso de
degradações extremas, de inviabilização do negócio.
É possível entender que os princípios que regem o EIA-RIMA são satisfatórios para
atender as necessidades ambientais, desse modo pode-se afirmar que a partir dos objetivos
propostos pela pesquisa, os quais visavam esclarecer alguns conceitos sobre meio ambiente e
avaliar a funcionalidade dos princípios do EIA-RIMA, houve uma avaliação positiva.
Espera-se a partir dessa leitura contribuir para uma melhor conscientização, a
respeito de medidas que promovam a proteção do meio ambiente como um todo, de modo a
evitar/mitigar a degradação do meio natural.

ENVIRONMENTAL IMPACT: A PERSPECTIVE OF THE CONCEPTS


RELATED TO THE EFFECTIVENESS OF THE PRINCIPLES USED BY
EIA- RIMA

ABSTRACT

This work aims to discuss and clarify some concepts related to the environment and to
evaluate the principles used for the preparation of EIA-RIMA, in order to provide an
overview about the fact that new projects should be concerned with the impaction degree
environmental still in its planning process. The research was carried out through literature
review on the topic in question, based on books, publications and articles in Scielo and the
site of dissertations and Capes. theses It was found that the principles used as base for
production of EIA-RIMA attend the environmental needs and are closely linked to the
concepts of environmental degradation.

Keywords: Environmental impact. EIA-RIMA. Principles. Ambiental degradation.

REFERÊNCIAS

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Paradigmático da Sustentabilidade Ambiental no Direito Brasileiro. Dissertação de
87

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