RESUMO
Este trabalho busca discutir e esclarecer alguns conceitos relacionados ao meio ambiente, bem
como avaliar os princípios usados para elaboração de EIA-RIMA, a fim de propiciar uma
visão geral sobre o fato de que novos empreendimentos, devem preocupar-se com o grau de
impactação ambiental ainda no seu processo de planejamento. A pesquisa foi executada por
meio de revisão bibliográfica sobre a temática em questão, com base em livros, e publicações
de artigos na Scielo e no site de dissertações e teses da Capes. Foi constatado que os
princípios usados com base para produção de EIA-RIMA atendem as necessidades ambientais
e estão intimamente ligados aos conceitos de degradação ambiental.
1 INTRODUÇÃO
1
Especialista em Educação Ambiental e Sanitária, pela Faculdade Católica de Anápolis. Docente da FNG, UEG
e colégio Impacto de Porangatu. Email: elidabio@live.com
2
Especialista em Metodologia da Língua Portuguesa, pela Faculdades Integradas de Amparo-SP. Docente na
FNG, Colégio Neo Objetivo e Colégio Impacto de Porangatu-GO. Email: suartejackeline@yahoo.com
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2 IMPACTO AMBIENTAL
Durante muito tempo, o meio ambiente não era motivo de preocupação para os
países de modo geral, na década de 60 os interesses eram apenas avanço financeiro de modo
privado em detrimento aos recursos naturais oferecidos abundantemente pelo ambiente. As
questões ambientais começaram a virar motivo de interesse comum entre as nações quando a
degradação do ambiente natural tomou rumos demasiados. Para atender as necessidades das
indústrias crescentes iam sendo retirados maiores extensões de áreas com florestas naturais e
usadas como plantações para produção de matéria-prima.
A partir disso desenvolveu-se um enfoque maior dos governos aos fatores ambientais
reivindicados pela comunidade. No século XX, mais precisamente na década de 70 os
empenhos deixaram de ser de modo particular e passaram a ser direcionado para a
comunidade como um todo, havendo uma maior preocupação com os habitats naturais de
organismos selvagens, a água e o ar (TAKEDA, 2011).
3 MEIO AMBIENTE
3
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
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Sistema Nacional de Meio ambiente
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rarefeita a camada de ozônio e que agravam o efeito estufa. E todos esses acontecimentos são
provocados pelo homem que não utiliza com a devida responsabilidade os recursos oferecidos
pelo meio ambiente.
Quando o termo meio ambiente é mencionado, pensa-se em tudo que está ao redor do
ser humano, as plantas, os animais, os rios. De certa forma está correto tomar esta posição,
mas é muito sucinto. O conceito de meio ambiente vai mais além das explicações que são
dadas no dia-a-dia ou que vem escrita nos livros didáticos de ciências.
De acordo com Naime (2010) meio ambiente são as relações entre os vários meios:
físico (água superficiais e subterrâneas, solo, rochas, clima), biológico (fauna e flora) e
antrópico (todas as atividades humanas: plantações, depósito de resíduos, lixo). Quando se
toca no solo, em pássaro ou em alguma plantação, por exemplo, a interação acontece apenas
com elementos (físico, biológicos e antrópico) existente no meio ambiente e não com o meio
ambiente em si, uma vez que este é impalpável e, portanto, facilmente comparado com as
relações entre os seres humanos de carinho e afeto que também não consegue serem tocadas.
É cabível, esclarecer também a definição de relação, para que fique bem claro o real
conceito de meio ambiente. Neste contexto a palavra relação exprime seu verdadeiro sentido,
o de ligação ou conexão. Desse modo pode-se estabelecer um elo ligante, entre o conceito de
relação e de meio ambiente ao ressaltar uma situação em que alguém protege algum animal
contra a caça predatória, evita a derrubada ilegal de árvores, não joga lixo em margens de rios
ou negativamente, joga tocos de cigarros nas rodovias causando incêndio, descarta efluente
não tratado em rios afetando os peixes, todos esses exemplos, positiva ou negativamente, são
interações com os elementos que conferem as relações com o meio ambiente. (NAIME,
2010).
A situação ambiental vivida no mundo atual das avançadas tecnologias é resultante
das más relações do homem com os elementos do meio ambiente, que indevidamente degrada
e corrompe os recursos naturais.
4 DEGRADAÇÃO
Por algum tempo a natureza atendeu as necessidades do homem, mas essa condição
ficou para traz à medida que houve o desenvolvimento ideológico das populações. Surgiu
então a ideia de produzir, porque apenas colher da natureza já não era mais suficiente para
manter a população que crescia. Eis que surgem as desavenças no equilíbrio ambiental.
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O meio natural está sujeito a modificações constantes, podendo ser causada pelo
homem ou mesmo por fenômenos naturais que se processam lentamente, numa escala de
tempo bem maior quando comparadas as ações humanas.
Pensando de modo mais amplo estas mesmas modificações aconteceriam sem a
intervenção do homem só que em milhares ou até milhões de anos à frente, assim, baseando
em conceitos ecológicos, a humanidade antecipa o seu próprio fim, porque enquanto há
abundância de recurso à população cresce, quando há declínio dos mesmos recursos devido ao
consumo da população, esta também entra em declínio.
A definição de impacto ambiental é feita por vários autores e dentre eles, Plantenberg
(2002) busca a terminologia na origem e significado da palavra e ressalta que impacto vem do
latim impactu e significa choque ou colisão.
O conceito de impacto ambiental pode ser buscada na terminologia da palavra, a qual
se origina do latim: impactu e significa choque ou colisão de substâncias nos três estados
físicos da matéria (sólido, líquido e gasoso) de radiações ou formas variadas de energia,
vindas de obras ou atividades realizadas com danosas alterações do ambiente natural,
artificial, cultural ou social. Estas mudanças podem ser provocadas por diversas formas de
energia ou matéria resultante de atividades antrópicas que afetam direta ou indiretamente a
saúde, segurança da população, atividades econômicas e sociais, a biota e a disposição dos
recursos do ambiente. (PLANTENBERG, 2002; CUSTÓDIO, 1995; SPADOTTO 2002)
A visão autores acima assemelha-se muito com o que diz a Resolução do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) artigo 1, definindo impacto ambiental como sendo
5
Enciclopédia livre, disponível na internet.
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É notável que toda intervenção do homem na natureza, por menor que seja causa
impacto, mesmo que ele não seja de grande importância. As atividades que tem impacto
relativamente importante são a construção de aeroportos, rodovias, ferrovias, portos, extração
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Ainda o mesmo autor, Spadotto (2002) destaca que quantitativamente o que se tem
em vista é a magnitude do impacto gerado por uma ação, sendo objetivo ressaltar o grau de
alteração dos fatores ambientais em aspectos quantitativos.
Além dos dados numéricos apresentados para classificação de impactos ambientais,
outras informações fornecidas pela AIA melhor possibilitam uma ótica de magnitude de
impacto. Sendo assim a Avaliação de Impactos Ambientais representam os graus de impactos
com cores em função dos valores numéricos.
A cor branca (zero) representa a inexistência de impacto; A cor amarela (um) é um
valor desprezível; A cor laranja (dois) assume um baixo grau de impacto; A cor marrom (três)
é um impacto de grau médio; A cor vermelha (quatro) alto grau de impacto ambiental; A cor
preta (cinco ou acima) Grau muito alto de impacto que afeta o ambiente. (SILVA, 1994).
Com a simplificação da representação dos dados numéricos da Avaliação de Impacto
Ambiental conforme as cores, torna-se mais fácil a assimilação dos graus de impactos
ambientais decorrentes de uma ação.
Quando surge um projeto para criação de novos empreendimentos nos mais diversos
ramos da indústria, significa uma parcela de aumento dos indicadores socioeconômico do
país, gerando mais renda e emprego para a população. Das partes envolvidas na realização do
projeto sabe-se pouco sobre as preocupações ambientais. Não precisa ter a ótica de nenhum
ambientalista estudioso para ver que existe, por menor que seja impacto ou degradação do
meio ambiente a fim de custear a realização de tal projeto. Levado em consideração empresas
com maior razão social como a siderurgia que manipula vários tipos de ligas metálicas, os
impactos são bem mais relevantes pela combustão que libera dióxido de carbono na
atmosfera.
Em função da demasiada exploração dos recursos finitos da natureza houve
necessidade de uma política que regulamente a questão ambiental na implantação de novos
projetos. Foram criados instrumentos aplicáveis para avaliar os possíveis impactos positivos e
negativos de um projeto.
O emprego da Avaliação de Impacto Ambiental se deu no início dos anos 70, neste
período se preocupava restritamente com os aspectos ecológicos, parte biofísica que diz
respeito às alterações das características dos recursos e deixa de lado os aspectos sociais e
econômicos. (BARBOSA, 2006)
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6
Organização das Nações Unidas.
7
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
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São várias as definições para Avaliação de Impacto Ambiental, e pode ocorrer algum
tipo de confusão decorrente das várias adaptações feitas pelas legislações dos países e estados
ao longo dos continentes.
A definição proposta por Moreira (1992) diz que a AIA é um instrumento de política
ambiental, composta por um conjunto de procedimentos que garantem a execução de um
exame sistematizado dos impactos ambientais de um programa, projeto, plano ou política bem
como suas alternativas. Os resultados deverão ser apresentados ao público e aos responsáveis
pela tomada de decisão já com as devidas avaliações feitas.
Na visão de Bursztyn (1994), Avaliação de Impacto Ambiental é um meio
informativo para autoridades legislativas responsáveis pela tomada de decisão com finalidade
de fornecer informações para a população envolvida, autoridades responsáveis e aos
empreendedores sobre os impactos ambientais desencadeados por algum projeto privado ou
público, dando flexibilidade de escolha da alternativa menos danosa sob a ótica ambiental.
A definição também é feita pelo PNUMA no documento que contém as normas e
princípios da AIA. No documento de Metas e Princípios feito pelo PNUMA a avaliação de
Impacto Ambiental é definida como análise, exame e avaliação do planejamento de atividades
para assegurar a preservação do ambiente e o desenvolvimento sustentável. (BARBOSA,
2006).
Pierri (2002) assegura que os conceitos podem ser complementados em questões
técnicas, administrativas ou propriamente conceituais. Complemento técnico consiste no
processo de identificação, interpretação e prevenção através de análise o possível impacto de
um projeto em processo de planejamento. Complemento administrativo auxiliam a própria
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administração e controle dos projetos, que asseguram a participação ativa da população com
mais voz e alcances nos aspectos de aceitação, modificação e rearranjo de determinado
projeto em decorrência de incidência impactantes no meio ambiente e na sociedade. Na parte
de complementação de conceitos prossegue em consenso sendo um processo de análise
objetiva a respeito do planejamento da manifestação do homem quando em contato com a
natureza, possibilitando a redução dos danos a parâmetros considerados aceitáveis conforme a
regulamentação política e de critérios técnicos.
Apesar de vários conceitos, todos estão corretos e convergem para a AIA como um
instrumento de política ambiental para cautelar e planejar as ações humanas ao meio
ambiente. Há também variantes na designação dos termos e instrumentos da AIA pelos órgãos
ambientais como Política Nacional do Meio Ambiente, Constituição Federal e Conselho
Nacional do Meio Ambiente.
Segundo Barbosa (2006) há divergências entre os termos utilizados pelos órgãos de
legislação ambiental para designar a AIA. A Lei da Política Nacional do Meio Ambiente usa
o termo AIA, a Constituição Federal usa Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA) as
Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente utilizam o termo Estudo de Impacto
Ambiental (EIA). Conforme Antunes (2002) a Avaliação de Impacto Ambiental proposta pela
Política Nacional do Meio Ambiente é igual ao Estudo Prévio de Impacto Ambiental
regulamentado na Constituição Federal e ao Estudo de Impacto Ambiental previsto nas
Resoluções Conama.
Segundo Barbosa (2006), com todas as terminologias há o que diferencia a AIA dos
demais termos. São as características do conteúdo mínimo que contém na AIA. Pois esta já é
um objeto utilizado por longo tempo, consolidada na edição do NEPA 8 nos Estados Unidos
no ano de 1969, o que implica um conteúdo mínimo consolidado nas legislações nacionais,
nos documentos das Nações Unidas e na literatura especializada. Assim estudos preliminares
utilizados com a finalidade de informar ao órgão ambiental se há ou não impactos que se
enquadram como significativos na realização de determinada atividade não consta como o
instrumento de Avaliação de Impacto Ambiental, são apenas formulários ou relatórios
contendo informações de modo que a atividade em vista precisa ou não da efetiva AIA.
No nosso país, a AIA é integrante do processo de licenciamento ambiental que reúne
informações sobre os possíveis impactos, as quais são descritas em forma de relatório.
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National Environmental PolicyAct – Política Nacional do Meio Ambiente EUA.
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10 CONSIDERAÇÕES FINAIS
ABSTRACT
This work aims to discuss and clarify some concepts related to the environment and to
evaluate the principles used for the preparation of EIA-RIMA, in order to provide an
overview about the fact that new projects should be concerned with the impaction degree
environmental still in its planning process. The research was carried out through literature
review on the topic in question, based on books, publications and articles in Scielo and the
site of dissertations and Capes. theses It was found that the principles used as base for
production of EIA-RIMA attend the environmental needs and are closely linked to the
concepts of environmental degradation.
REFERÊNCIAS
DERANI, Cristiane. Direito ambiental econômico. 2.ed. São Paulo: Max Limonad, 2001.
KURTZ. F. C. Avaliação de Impactos Ambientais na ilha das flores, Porto Alegre (RS).
Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto Aracaju/SE. 2002.
Disponível em: <http://www.cpatc.embrapa.br/labgeo /srgsr1/pdfs/poster09.PDF> Acesso:
14/09/11.
TAKEDA, Tatiana de Oliveira. Preocupação com meio ambiente nas últimas décadas.
Mato Grosso, 2011. Disponível em: <http://strege-monica.blogspot.com/2011/01/
preocupacao-com-o-meio-ambiente-nas.html>. Acesso: 01/06/2011