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MARCOS TULER

Planejamento da Aula:
Construindo um “fazer pedagógico” consciente

E-book – Distribuição gratuita


DEDICATÓRIA

Aos educadores cristãos de todo o Brasil e aos meus


alunos, responsáveis por minha constante necessidade de
aprimoramento.

“Os dois grandes males que debilitam o ensino e


restringem seu rendimento são: a rotina, sem inspiração
nem objetivo e a improvisação dispersiva, confusa e sem
ordem. O melhor remédio contra esses dois grandes males
é o planejamento”.
(Luiz Alves de Mattos)
SUMÁRIO

DEDICATÓRIA

INTRODUÇÃO (7)

I. CARACTERÍSTICAS DE UM BOM PLANEJAMENTO DE


ENSINO, (7)

1. Unidade, (7)
2. Continuidade, (8)
3. Flexibilidade, (8)
4. Objetividade e realismo, (8)
5. Precisão e clareza, (8)

II. ETAPAS DO PLANEJAMENTO DE ENSINO, (9)

1. Conhecer a realidade, (9)


2. Elaboração do plano, (10)
3. Execução do plano, (10)
4. Avaliação e aperfeiçoamento do plano, (10)

III. COMO ELABORAR UM PLANO DE AULA, (11)


1. O que é um plano de aula, (11)
2. A importância do plano de aula, (11)
3. Questões para reflexão do professor antes de
planejar a aula, (12)
IV. COMPETÊNCIAS IMPRESCINDIVEIS AO ENSINO NA ESCOLA
DOMINICAL, (16)

1. Competência para traçar e alcançar objetivos, (17)


2. Competência para planejar a aprendizagem, (18)
3. Três tipos de planejamento, (19)
4. Competência para orientar a aprendizagem, (22)

CONCLUSÃO (26)
7

INTRODUÇÃO

Alguém já disse que “prever é a melhor garantia


para bem governar o curso futuro dos acontecimentos.” O
plano de ação é o instrumento mais eficaz para o sucesso
de um empreendimento. Prever é agir. É o primeiro passo
obrigatório de toda ação construtiva e inteligente.
Planejando, o homem não é vencido pelas circunstâncias,
e aprende a aproveitar as novas oportunidades. O
planejamento é imprescindível em qualquer atividade
humana, especialmente no que diz respeito à educação.
Nesta área, ele se concretiza num programa de ação
contínua que constitui um roteiro seguro para conduzir os
alunos aos resultados desejados. A responsabilidade do
mestre é imensa, pois, grande parte da eficácia de seu
ensino depende da organicidade, coerência e flexibilidade
de seu planejamento.
Em relação ao ensino, planejar significa prever de
modo inteligente e bem calculado todas as etapas do
trabalho escolar e programar racionalmente todas as
atividades, de modo seguro, econômico e eficiente. Em
outras palavras, planejamento é a aplicação da
investigação científica à realidade educacional a fim de
melhorar a eficiência do trabalho de ensino.

I. CARACTERÍSTICAS DE UM BOM PLANEJAMENTO DE


ENSINO

1. Unidade. No planejamento, é fundamental fazer


convergir todas as atividades para a conquista dos
8 Planejamento da Aula

objetivos visados; eles são a garantia de unidade da


operação docente.

2. Continuidade. Sem planejar o professor corre o risco de


perder o “fio da meada”, dispersando-se e valorizando
pontos secundários em detrimento de pontos prioritários
da matéria. O professor precisa prever todas as etapas do
trabalho em pauta, desde a inicial até a final.

3. Flexibilidade. Se durante a execução do planejamento, o


professor perceber a impossibilidade de cumpri-lo em
razão de um imprevisto qualquer, poderá alterá-lo sem
problema, desde que não se distancie dos principais
objetivos. O plano, mesmo em marcha, pode ser
modificado ou reajustado sem quebra de sua unidade e
continuidade.

4. Objetividade e realismo. O plano deve ser objetivo e


estar baseado nas condições reais e imediatas de local,
tempo, recursos, capacidade e preparo de seus alunos. De
que adianta planejar a utilização de recursos didáticos de
alta tecnologia se na sua Escola Dominical não há
possibilidade sequer de ter um quadro-de-giz? Se esse for
o caso, o planejamento, baseado na irrealidade, só
causará frustração.

5. Precisão e clareza. É preciso caprichar nos enunciados


do planejamento. O estilo deve ser sóbrio, claro, preciso,
com indicações bem exatas e sugestões bem concretas
para o trabalho a ser realizado. Um planejamento com
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 9

enunciados mal elaborados poderá dificultar a tomada de


decisão.

II. ETAPAS DO PLANEJAMENTO DE ENSINO

1. Conhecer a realidade. Para planejar adequadamente a


tarefa de ensino e atender às necessidades do aluno, é
preciso, antes de tudo, saber para quem se vai planejar.
Por isso, conhecer o aluno e seu ambiente é a primeira
etapa do processo de planejamento. É preciso saber quais
são suas aspirações, frustrações, necessidades e
possibilidades. Este trabalho é conhecido como
sondagem, isto é, uma coleta de dados importante para
um perfeito diagnóstico. Uma vez realizada a sondagem e
o diagnóstico, deve o professor estudar cuidadosamente
todas as informações reunidas a fim de elaborar com
segurança sua estratégia de trabalho.
Sem a sondagem e o diagnóstico corre-se o risco
de propor o que é impossível, ou o que não interessa ou,
ainda, o que já foi alcançado. Eis algumas perguntas úteis
ao planejamento de um curso para novos convertidos, por
exemplo: Onde você mora? Com quem vive? Como você
se relaciona com a comunidade? Qual era a sua religião
antes de aceitar a Cristo como Salvador? É a primeira vez
que você se decide ao lado do Senhor? Você já foi
membro de alguma igreja evangélica antes? Muitas outras
informações poderão ainda ser coletadas: histórico
familiar, nível socioeconômico, cultura, valores étnicos,
aptidões, necessidades pessoais, limitações físicas etc.

Observe o seguinte esquema:


10 Planejamento da Aula

Sondagem + Dados coletados + Diagnóstico


= Conhecimento da realidade = Estratégia de
Trabalho

2. Elaboração do plano. A partir dos dados fornecidos pela


sondagem e interpretados pelo diagnóstico, temos
condições de estabelecer o que é possível alcançar, como
fazer para alcançar o que julgamos possível e como avaliar
os resultados. O planejamento poderá ser elaborado a
partir dos seguintes passos:

a) Determinação dos objetivos.


b) Seleção e organização dos conteúdos.
c) Seleção e organização dos procedimentos de ensino.
d) Seleção de recursos.
e) Seleção de procedimentos de avaliação.
f) Estruturação do plano de ensino.

3. Execução do plano. Ao elaborarmos um planejamento,


antecipamos, de forma organizada, todas as etapas do
trabalho de ensino. A execução do plano consiste no
desenvolvimento das atividades previstas. Na execução,
sempre haverá o elemento não plenamente previsto. Às
vezes, a reação dos alunos ou as circunstâncias do
ambiente exigirão adaptações e alterações no plano. Isto é
normal e não invalida o planejamento, pois, como já
dissemos, uma das características de um bom
planejamento é a flexibilidade.

4. Avaliação e aperfeiçoamento do plano. Ao executar o


que foi planejado, necessita o professor avaliar o próprio
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 11

plano com vistas ao replanejamento. Nesta fase, a


avaliação adquire um sentido diferente da verificação do
ensino-aprendizagem e um significado mais amplo. Isso
porque, além de medir os resultados do ensino-
aprendizagem, procuramos avaliar a qualidade do nosso
plano, nossa eficiência como professores e, a eficiência do
currículo.
Há vários tipos de Planejamento: o educacional,
mais amplo, faz parte das incumbências do Governo; o
curricular é de responsabilidade das instituições de
ensino; os de ensino, unidade e aula, são da alçada de
cada professor. Para o fim que desejamos, abordaremos
apenas, e de forma sucinta, o planejamento de aula.

III. COMO ELABORAR UM PLANO DE AULA

1. O que é um plano de aula? O plano de aula é um


instrumento de trabalho que especifica os objetivos, isto
é, os comportamentos esperados do aluno, os conteúdos,
os recursos didáticos e os procedimentos que serão
utilizados para sua realização. O plano de aula busca
sistematizar todas as atividades que se desenvolvem no
período de tempo em que o professor e aluno interagem,
numa dinâmica de ensino-aprendizagem.

2. A importância do plano de aula. É de estarrecer o que


ouvimos nos “bastidores” da educação cristã quando o
assunto é planejamento: “O que? Planejar aulas? Que
nada! É só ler a lição e reproduzir o comentário com
outras palavras.” Este é o retrato do famigerado e nocivo
comodismo. Para alguns professores, o plano de aula
consiste apenas em observar três etapas: introdução,
12 Planejamento da Aula

desenvolvimento e conclusão. Infelizmente, para outros,


sequer isto tem importância. Como se costuma dizer, suas
aulas são “sem pé nem cabeça”. Estes, quase sempre são
surpreendidos com o aviso do superintendente às classes:
“Faltam 5 minutos para o término da lição!” Só lhes resta
queixarem-se com ar de grandeza: “Agora que eu estava
terminando a introdução!” Isto geralmente acontece em
razão de muitos professores ignorarem a relevância e a
finalidade do plano de aula. Um bom plano de aula
promove a eficiência do ensino, economiza tempo e
energia, contribui para a realização dos objetivos visados
e, acima de tudo, evita a nociva rotina e a improvisação.

3. Questões para reflexão do professor antes de planejar a


aula.

O que pretendo alcançar? Quais são meus


objetivos para esta aula específica? Quais
comportamentos terão meus alunos após esta aula? Serão
capazes de escrever, dissertar, responder, debater? Qual
estratégia de trabalho será utilizada para atingir meus
objetivos? Quais métodos são mais apropriados? Em
quanto tempo serão executadas as diversas fases do
trabalho letivo? Quanto tempo gastarei na introdução da
aula? E no desenvolvimento? E na conclusão?

O que fazer e como fazer? Qual a melhor maneira


de introduzir esta aula? Como posso transmitir o conteúdo
desta lição de maneira atraente e interessante? Que tipo
de aplicação seria mais eficiente nesta aula? Como
concluir essa lição eficazmente a ponto de suscitar no meu
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 13

aluno o desejo de retornar à classe no Domingo seguinte?


Quais procedimentos usar? Quais recursos dispor? Como
avaliar o que foi alcançado? Quais instrumentos de
avaliação são mais adequados? A avaliação deverá
acontecer em que período do processo de ensino? No
início? No meio? No final? Ou em todos?

Após refletir sobre as questões acima, precisa o


professor executar os seguintes passos:

a) Identificar o tema da aula. O primeiro passo é indicar o


tema central da aula. Exemplo: Tema da aula: “A
Biblioteca Divina” – Textos-chaves: (Sl 119.103,105; 1 Pe
2.2).
b) Estabelecer os objetivos. Enfatizando o que dissemos
anteriormente, ao planejar, o professor deve ter em
mente os objetivos do seu trabalho, isto é, saber para o
quê e para quem está planejando. Exemplo: Ao final da
aula o aluno será capaz de:

 Identificar as principais divisões da Bíblia.


 Comparar os livros do Antigo com os do Novo
Testamento.
 Classificar os livros dos dois Testamentos da Bíblia.

c) Indicar o conteúdo da matéria de ensino. Indique os


conteúdos que serão objetos de estudo. O que representa
este conteúdo? A matéria de ensino basicamente envolve
um conjunto estruturado de conhecimentos dispostos
com o objetivo de dar ao aluno oportunidade de adquirir
um cabedal de informações, e de saber usar
funcionalmente o conhecimento desenvolvendo
14 Planejamento da Aula

adequados modos de pensá-lo e de aplicá-lo em situações


novas. Segundo o educador Horbert Wiener, não é a
quantidade de informação emitida que é importante para
a ação, “mas antes a qualidade e quantidade de
informação capaz de penetrar o suficiente num dispositivo
de armazenamento e comunicação, de modo a servir de
gatilho para ação”.
Em relação ao ensino na Escola Dominical, os
conteúdos didáticos são partes integrantes dos
comentários das revistas de cada faixa etária.
Como o conteúdo deve ser apresentado no plano?
O conteúdo deve ser apresentado em forma de esquemas
que facilitem o seu desenvolvimento, pois o plano não
deve ter textos extensos a serem lidos pelo professor
durante a aula. O professor não deve contentar-se com os
esquemas apresentados nas revistas-didáticas, mas, a
partir deles, elaborar outro mais rico e mais completo,
baseado em suas próprias pesquisas.
Os dados essenciais do conteúdo têm de ser
distribuído no plano de forma ordenada, ressaltando sua
concatenação e subordinação. Na elaboração de um plano
de aula deve o professor buscar a melhor maneira de
comunicar o conhecimento ao aluno, pois o conteúdo da
matéria de ensino e o processo de aprendizagem estão
intimamente relacionados.

Exemplo de conteúdo de uma lição bíblica:

I. As divisões da Bíblia
1. Os dois Testamentos
2. Os livros divididos em seções
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 15

II. Os livros do Antigo Testamento


1. Como está dividido o Antigo Testamento
a) O Pentateuco
b) Livros históricos
c) Livros poéticos
d) Livros proféticos
III. Os livros do Novo Testamento
1. Como está dividido o Novo Testamento
a) Biografia
b) História
c) Doutrinas
d) Profecia

d) Estabelecer os procedimentos de ensino. É preciso


estabelecer as formas de utilizar o conteúdo selecionado
para atingir os objetivos propostos. Sua aula será somente
expositiva ou você precisa utilizar outras técnicas?
e) Escolher os recursos didáticos. De que forma seus
alunos serão estimulados à aprendizagem? Utilizará
recursos humanos ou materiais? Quais recursos dispõe
sua Escola Dominical? Quadro-de-giz? Retroprojetor?
Álbum seriado? Flanelógrafo? Gráficos? Mapas? Reálias?
Computadores? Internet? Em que momento da aula
pretende utilizar cada recurso previsto?

f) Escolher o instrumento de avaliação. Finalmente, o


planejamento da aula deve prever como será feita a
avaliação. Não é conveniente propor ao aluno apenas
questões que avaliem se ele memorizou ou não alguns
conceitos ou definições. Por exemplo: “Quais são os livros
históricos da Bíblia?” O ideal é que os alunos manifestem
16 Planejamento da Aula

comportamentos que demonstrem claramente sua


aprendizagem.

Exemplos:

 Peça ao aluno para localizar em sua Bíblia um dos


livros históricos.
 Relacione no quadro-de-giz vários livros da Bíblia e
peça ao aluno que identifique os que pertencem
ao Pentateuco.

Como podemos observar, ao elaborar o plano de


aula, deverá o professor programar todas as suas
atividades, isto é, ordená-las e dispô-las em fases
sucessivas e bem calculadas. O plano de aula racionaliza as
atividades do professor e do aluno, possibilitando
melhores resultados e maior produtividade do ensino.

IV. COMPETÊNCIAS IMPRESCINDIVEIS AO ENSINO NA


ESCOLA DOMINICAL

“Ensinar pode ser caracterizado como uma


atividade que visa promover a aprendizagem e que é
praticada de modo a respeitar a integridade intelectual do
aluno e a sua capacidade para julgar de modo
independente”
(Israel Scheffler)

Competência é a palavra de ordem nos ambientes


educativos de todos os níveis. No sentido educacional, a
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 17

expressão vai além das raias da simples capacidade,


aptidão, habilidade ou idoneidade. Competência é um
conjunto de conhecimentos e atitudes que utilizamos para
estabelecer relações com e entre objetos, situações ou
pessoas que desejamos conhecer.
O desenvolvimento acelerado das novas
tecnologias da informação e comunicação ampliou a
velocidade da produção e da disseminação de
conhecimento. Agora, para ser uma pessoa ativa é
indispensável dominar conceitos e relações, compreender
tendências, mobilizar e aplicar conhecimentos de modo
pertinente, mesmo diante de situações incertas.
O impacto dessa nova realidade na educação
secular foi enorme. A escola, agora, não funciona mais
como armazém de dados, mas tornou-se fundamental
como fábrica pela qual os conhecimentos ganham sentido.
O currículo voltou-se para competências básicas, como
aprender a aprender, saber acessar e interpretar a
informação, trabalhar em grupo e usar as linguagens com
propriedade.
Na educação cristã não é diferente. Para realizar
um trabalho dinâmico, pertinente e eficaz, o professor de
seminários teológicos ou Escola Dominical precisa, no
mínimo, desenvolver certa quantidade de competências:

1. Competência para traçar e alcançar objetivos

Um professor do interior contou-me que para


lavrar a terra o agricultor precisa escolher um
determinado ponto à frente, em linha reta, antes de
começar a cavar. Isso faz com que a vala, aberta pelo
arado, não fique sinuosa até o fim.
18 Planejamento da Aula

Do mesmo modo os mestres precisam de direção.


Não há como desenvolverem um bom trabalho educativo
sem metas bem delineadas à sua frente. Conforme
lecionou Aristóteles, todos os nossos atos devem ter um
fim definido, “à maneira dos arqueiros que apontam para
um alvo bem assinalado”.
Quando o professor prevê as competências e
habilidades que seus alunos revelarão à conclusão de uma
sequência de ensino, ele incorpora ao conteúdo didático,
oportunidades para que eles pratiquem comportamentos
que estejam de acordo com os objetivos visados. Um
professor cônscio de sua chamada para o magistério
eclesiástico jamais propõe atividades para o simples
preenchimento do tempo de aula, uma vez que todas elas
deverão estar de acordo com os objetivos formulados.

2. Competência para planejar a aprendizagem

É inadmissível trabalhar com educação cristã sem


um plano de ação didática. Há professor que repudia a
técnica do planejamento dizendo que o plano é apenas
um roteiro, abreviado, esquemático, sem cor e
aparentemente sem vida. Essa atitude irrefletida
demonstra claramente a falta de compreensão e de
imaginação dos que assim procedem.
Todo plano, tanto no ensino quanto em qualquer
área da vida humana, é, por sua própria natureza,
esquemático, lacônico e despido de vivacidade. Compare-
se, por exemplo, a frieza geométrica da planta de uma
casa com a beleza, o conforto e o aconchego dessa
mesma residência já construída, mobiliada e com seus
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 19

alegres moradores. Na área de ensino, o plano não foge à


regra; ele é também esquemático e frio. Define os
objetivos a atingir, o tempo necessário para alcançá-los, as
etapas a percorrer, os recursos a empregar e o método a
seguir. Todo esse esquema e essa linguagem fria, não
significam que o ensino a ser ministrado baseado nesse
plano deva ser igualmente mecânico e despersonalizado.
Pelo contrário, compete ao professor que o confeccionou
dar-lhe vida e colorido no ato de sua execução,
impregnando-o de sua personalidade dinâmica, sua
vibração, entusiasmo e graça divina. Mas, lembrem-se! A
despeito de sua importância, o plano não é uma “camisa
de força”, por isso jamais pode ser feito por outra pessoa
e imposto ao professor.

Ao planejar a aprendizagem o professor deve:

 Manter-se atualizado e em sintonia com as


tendências didático-pedagógicas;
 Estabelecer objetivos realistas e precisos;
 Correlacionar conteúdos às necessidades e à
realidade;
 Organizar sequencialmente os conteúdos;
 Propor ações coerentes aos objetivos e aos
conteúdos;
 Determinar recursos adequados às atividades
propostas;
 Definir estratégias de avaliação;
 Registrar esquematicamente sua proposta
educativa, abrindo espaço para ajustes.

3. Três tipos de planejamento:


20 Planejamento da Aula

a) Planejamento de curso. É o planejamento mais amplo,


abordando os temas de um curso (bimestral, semestral ou
anual), incluindo os objetivos, os conteúdos, as estratégias
e a avaliação de cada tema, assim como a duração
provável de cada unidade. O planejamento antecede
sempre a realização do curso.

b) Planejamento de unidade. É um planejamento parcial,


referindo-se a um único tema, incluindo também
conteúdo, estratégia e avaliação de cada tema. Cada
unidade deve ser planejada antes de se iniciar a seguinte,
pois ela serve de apoio. Este planejamento é feito ao
longo do curso.

c) Planejamento de aula. É um plano detalhado, referente


ao que se pretende tratar numa aula. Também inclui os
mesmos elementos dos planejamentos anteriores. Ele
ocorre ao longo do curso, na medida em que as aulas se
sucedem. Nas primeiras faixas etárias, este planejamento
envolve diferentes atividades, cada qual com os seus
objetivos, conteúdos estratégias e avaliações.

Exemplo de plano de aula.

Objetivos Específicos:

Ao término da aula o aluno deverá ser capaz de:

 Identificar os principais elementos da comunicação


humana.
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 21

 Diagnosticar os principais problemas da


comunicação
 Sugerir meios que facilitem a comunicação na sala
de aula.

Conteúdos:

- O processo da Comunicação Humana


- A Comunicação Eficiente na Sala de Aula
- Diagnóstico do problema
- Identificação do foco de interesse
- Ajustamento da mensagem
- Concisão na exposição da mensagem
- Linguagem natural

PLANO DE AULA

Etapa: Apresentação
Tempo Atividades: 5 min
Recursos: Leitura de um artigo; Xerox de artigo de revista.
Desenvolvimento: 25 minutos.
Técnica: Aula expositiva com o auxílio do Datashow e
quadro-de-giz.
Integração: 10 minutos.
Dinâmica de grupo: (GV X GO); Quadro-de-giz.
Avaliação: 10 minutos.
Observação, participação na aula e resposta a um
questionário de cinco questões.
Questionário em folha de papel ofício.

Justificativas do uso dos recursos


22 Planejamento da Aula

Datashow

O Datashow captura e mantém a atenção dos


alunos. Os olhos humanos são atraídos pelo movimento,
brilho e cor. O simples ato de ligar um Datashow, segundo
o professor Donald P. Regier, desperta a atenção
involuntária da audiência, porque gera movimento, cor e
brilho na frente da sala. Regier enfatiza que o professor
experiente capitalizará este movimento propício ao ensino
e transformará a atenção involuntária em voluntária.

Quadro-de-giz

O quadro-de-giz é um eficiente veículo expositor


dos conteúdos de ensino. Para utilizá-lo não são exigidas
habilidades especiais nem equipamentos dispendiosos. Os
assuntos apresentados poderão ser facilmente corrigidos
ou alterados sem em nada prejudicar o veículo em si. Ele
pode ser combinado com outros meios, tais como
Datashow ou outros materiais ilustrativos, como cartazes,
figuras, álbum seriado etc.

Texto para leitura e reflexão

O objetivo é fazer com que o aluno, em contato


direto com parte do conteúdo exposto, teça críticas e faça
ponderações ao assunto. Tais críticas e ponderações
permitirão ao professor reajustar ou replanejar sua aula.

4. Competência para orientar a aprendizagem.


Construindo um “fazer pedagógico” consciente 23

Segundo o teólogo e educador Comenius, os


exemplos devem preceder às regras. Os educadores
precisam obedecer a um critério lógico na exposição dos
assuntos. Primeiro, devem situar os problemas, mostrar as
suas características e somente depois se devem extrair as
conclusões. Não se deve ensinar aquilo que está além da
capacidade de percepção do educando. Tal atitude
equivale lançar sementes de uma planta fora da terra que
a alimenta. Para que isso ocorra é necessário cultivar no
estudante o desejo de aprender, bem como as condições
para que as sementes do ensino se desenvolvam.
O ensino consiste na orientação que se dá aos
alunos em seu aprendizado. O trabalho do educador
cristão não se resume em simplesmente apresentar aos
alunos conceitos, ideias e fatos bíblicos, mas, em conduzi-
los no processo de aprender até que cheguem às suas
próprias conclusões a respeito da matéria de estudo.
O que o professor faz só é relevante em função do
que leva seus alunos a fazerem. Em outras palavras, o
autêntico educador não é o que apenas aponta o caminho
do conhecimento, mas o que conduz seus alunos
diligentemente ao longo desse caminho. A missão
precípua do professor é estimular a busca do
conhecimento e não trazê-los pronto para a sala de aula.
Tempos atrás, muitos educadores imaginavam que
sua principal responsabilidade docente consistia na
seleção de certa quantidade de informação, para serem
amontoadas na mente dos alunos. Nesse sentido, o bom
aluno era aquele capaz de armazenar o máximo possível
desses “dados” e reproduzi-los todas as vezes que fosse
solicitado.
24 Planejamento da Aula

Hoje se sabe que o ensino não está baseado no


que o professor faz para os alunos, mas naquilo que o
próprio aluno faz em decorrência da orientação recebida
pelo professor. Isto nos faz lembrar um adágio popular
que diz: “Poderás levar o cavalo até a água, mas não
poderás fazê-lo beber”.
A nobre tarefa de educar vai além das raias da
informação ou mera instrução. Educar tem a ver com
transmissão e assimilação de valores culturais, sociais e
espirituais. Quem exerce apenas tecnicamente a função
de ensinar não tem consciência de sua missão educativa,
formadora de pessoas e de “mundos”.
O professor precisa mudar de postura! Abandonar
a cômoda e “honrosa” atitude professoral e assumir,
definitivamente, conforme leciona Carls Rogers, a função
de “facilitador da aprendizagem”.
O que nossas crianças, adolescentes e jovens se
tornarem sob a nossa orientação na Escola Dominical,
servirá como prova do que de fato representou o nosso
ensino para eles.

Em síntese: Como facilitador da aprendizagem o professor


deve:

 Manter o foco de sua ação no aluno (em suas


características e necessidades) e na aprendizagem;
 Observar as ações dos alunos;
 Identificar as melhores ações para viabilizar a
aprendizagem;
 Estimular o trabalho independente dos alunos e
valorizar iniciativas;
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 25

 Conduzir o processo estimulando a


autoaprendizagem;
 Partir de situações-problema concretas, visando à
facilitação da aprendizagem;
 Usar situações do cotidiano do grupo para
possibilitar a reconstrução do conhecimento;
 Associar teoria e prática;
 Criar estratégias de ação adequadas ao assunto, às
características e aos interesses dos alunos;
 Fornecer informações precisas;
 Discutir soluções apresentadas pelos alunos;
 Rever suas ações;
 Orientar na elaboração de análises e sínteses;
 Observar e analisar criticamente resultados em
todas as etapas do processo;
 Comunicar-se e interagir com os alunos,
objetivando a efetiva construção do
conhecimento.
 Falar com desenvoltura e clareza;
 Ouvir com atenção;
 Agir como mediador nas discussões, exercendo
liderança nos momentos de impasse e ou
dispersão;
 Manter o foco de atenção no tema;
 Estimular a interação entre todos os participantes
do processo educativo;
 Estimular o pensamento crítico, a argumentação
coerente e a tomada de decisão em grupo;
 Explorar adequadamente materiais didáticos e
recursos audiovisuais de acordo com a atividade a
ser desenvolvida.
26 Planejamento da Aula

CONCLUSÃO

São tantas competências necessárias aos


professores da Escola Dominical, devido à especificidade
do seu trabalho, que jamais esgotaria o tema em espaço
tão exíguo. Não é fácil encontrar alguém que reúna uma
boa parte de todos os atributos necessários a um
professor capacitado e idôneo. Por isso, gostaria de
concluir este E-book dizendo que o mestre da Escola
Dominical não necessita ser um exímio técnico do
conhecimento. O que realmente precisa é de ser um
educador cristão em toda a acepção da palavra.
O educador não é um simples professor, no
sentido daquele que apenas ensina uma ciência, técnica
ou disciplina. Educadores e professores possuem natureza
e função distintas. Eles não são forjados no mesmo forno.
Os alunos podem se esquecer das lições de seus
mestres, mas, dificilmente da pessoa que eles
representam. Afinal, os melhores professores ensinam as
lições da própria vida.
Se um educador revela personalidade estável,
ajustando-se e enfrentando ponderadamente os
problemas da vida, se sempre combina os ensinamentos
de Cristo aos seus melhores conhecimentos e habilidades,
por certo conduzirá seus alunos ao âmago de suas
próprias experiências. O ensino realmente ocorre quando
os alunos conservam na memória as lições vividas por seus
competentes mestres.
Construindo um “fazer pedagógico” consciente 27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BORDENAVE, Juan Díaz & PEREIRA, Adair Martins,


Estratégias de Ensino-Aprendizagem. 17. ed. Petrópolis:
Vozes, 1997.
CARVALHO, Irene Mello, O Processo Didático. 1.
ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1972.
GANGEL, Kenneth O. 24 ideas para mejorar su
enseñanza. 1.ed. México, Ediciones Américas, A.C., 1992.
GREGORY, John Milton, As Sete Leis do Ensino. 3.
ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1977.
TULER, Marcos. Manual do Professor de Escola
Dominical. 12. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
TURRA, Clódia Maria Godoy. Planejamento de
Ensino e Avaliação. 9.ed. Porto Alegre: PUC, 1999.

Proibida a reprodução, parcial ou total desta apostila, sem


a expressa autorização do autor.

Contatos para palestras:


E-mail: prof.mtuler@gmail.com
Telefone: (21) 99991-9952

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