Experiência 10
Regressão Linear
1. Introdução
Modelos matemáticos em ciência são de extrema importância para se realizar os mais diversos
tipos de previsões. Sendo assim, uma vez obtido, o modelo matemático, dentro de certos limites, ele
nos propiciará prever como um determinado sistema irá se comportar quando mudamos uma ou mais
variáveis de interesse que afetam tal sistema. Imagine a situação em que temos, por exemplo, a relação
entre massa e volume de uma substância. A equação em questão é:
m
d ou m d .V (eq 1)
V
Para uma substância qualquer e a temperatura constante, a sua densidade permanecerá
constante, e sendo assim, a última equação nada mais é do que a equação de uma reta do tipo , onde
“y” é a massa do corpo ou objeto, “x” é o volume de uma determinada massa do objeto e “a” é o
coeficiente angular da reta e consequentemente o valor numérico da densidade. Em um laboratório, ao
medirmos o volume ocupado por diferentes massas de um objeto obteremos um conjunto de
resultados que irão constituir uma forma de determinarmos a densidade deste objeto, e para isso só
precisamos determinar a equação da reta que relaciona estas grandezas. A relação pode então ser
estabelecida usando um artifício matemático que denominamos de regressão linear através do método
dos mínimos quadrados. Suponha o exemplo a seguir:
Tabela 1. Valores das massas dos corpos de chumbo, dos volumes de água deslocados e das
densidades calculadas.
Corpo de Chumbo massa / g volume / cm3 densidade / g/cm3
média 11,4
desvio-padrão 0,1
1
O gráfico a seguir foi obtido através do método dos mínimos quadrados.
80
Massa, g
60
40
20
0
0 2 4 6 8 10
3
Volume, cm
A reta obtida na regressão é da forma y a . x b . O valor “b” numa situação ideal deveria ser
igual a “zero”, pois como sabemos para uma massa igual a zero, não existirá volume, e, portanto não
tem sentido falarmos em densidade. Porém, como se sabe, toda medida experimental está sujeita a um
erro, por menor que seja, e dessa forma, na regressão linear o valor de b≠0, pode ser entendido como
um desvio da idealidade nas medidas, o que em certa magnitude é perfeitamente normal. Se
observarmos, o coeficiente linear da reta obtida é igual a 11,3 que é numericamente igual à densidade
do metal chumbo. Ele difere do valor médio obtido em cálculos isolados, quando encontramos
densidade igual 11,4 g/cm3. O método da regressão linear, por ser mais aprimorado (permite melhor
ajuste), é preferido em relação aos cálculos isolados e posterior obtenção da média. O valor de R2 é o
coeficiente de correlação linear e nos dá a ideia do quão afim é a relação entre as variáveis medidas
para o modelo linear (reta).
2. Objetivo
Obter um modelo matemático que relacione a densidade de uma solução de cloreto de sódio
(NaCl) em função da concentração deste último em água e familiarizar os alunos com técnicas
importantes ligadas ao campo científico
3. Parte Experimental
3.1. Materiais
Balões volumétricos de 10, 25, 50 e 100 mL
Pisseta com água destilada
Béquer de 100 mL (4)
2
Bastão de vidro
Funil
Balança
3.2. Reagentes
NaCl sólido
3.3 Procedimento
Pesar (vazio) cada um dos quatro balões volumétricos a serem utilizados. Anote as massas na tabela a
seguir.
Pesar 1,2; 3; 6 e 9 gramas de NaC em um béquer de 100 mL. Dissolver utilizando um bastão de vidro
para auxiliá-lo, numa quantidade mínima de água e transferir para o balão volumétrico de 10, 25, 50 e
100 mL, respectivamente. Utilize um funil para auxiliá-lo se necessário. Em seguida, lavar o béquer com
pequenos volumes de água (pelo menos três vezes) transferindo-os para o balão.
Após isso, completar o balão com água destilada.
Pesar novamente (cheio com solução) cada um dos três balões volumétricos. Completar os dados no
quadro abaixo.
Plotar o gráfico de massa da solução versus volume da solução aplicando no mesmo a devida
regressão linear. Para isso, utilize o Microsoft Excel ou qualquer outro software adequado (Origin,
Minitab, Statistica, etc.).
Encontre o valor da densidade da solução com sua respectiva concentração em % m/v.
10
25
50
100
4. Referências
- Giesbrecht, E.; Experiências de Química técnicas e Conceitos Básicos – PEQ – Projetos de Ensino de
Química; Ed. Moderna – Universidade de São Paulo, SP (1979).
- Brown, Lawrence S.; Holme, Thomas A. Química geral aplicada à engenharia. São Paulo: Cengage
Learning, 2010, 653 p.