OURO PRETO
2014
Ficha catalográfica
Setor de Processos Técnicos da Biblioteca Central - IFMG
Prezado estudante,
Você faz parte de uma rede nacional de ensino, que por sua vez constitui uma das
ações do Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. O
Pronatec, instituído pela Lei nº 12.513/2011, tem como objetivo principal expandir, in-
teriorizar e democratizar a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica (EPT)
para a população brasileira propiciando caminho de acesso mais rápido ao emprego.
É neste âmbito que as ações da Rede e-Tec Brasil promovem a parceria entre a Secre-
taria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) e as instâncias promotoras de
ensino técnico como os Institutos Federais, as Secretarias de Educação dos Estados, as
Universidades, as Escolas e Colégios Tecnológicos e o Sistema S.
A Rede e-Tec Brasil leva diversos cursos técnicos a todas as regiões do país, incenti-
vando os estudantes a concluir o ensino médio e realizar uma formação e atualização
contínuas. Os cursos são ofertados pelas instituições de educação profissional e o
atendimento ao estudante é realizado tanto nas sedes das instituições quanto em suas
unidades remotas, os polos.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Nosso contato: etecbrasil@mec.gov.br
e-Tec Brasil
e-Tec Brasil
Palavra do professor-autor 9
Apresentação da disciplina 11
Projeto instrucional 13
Referências 57
Currículo do professor-autor 59
e-Tec Brasil
Prezado leitor, é com muita satisfação que entregamos a você o nosso livro
de Economia Ambiental para ser utilizado na Educação a Distância (EaD). Ao
contrário do que muitos dizem, a EaD chegou para ficar no ensino brasileiro!
Acreditamos piamente no que essa modalidade pode significar a oportunidade
para milhões de estudantes que, nem sempre puderam estar no ensino
presencial, seja por falta de tempo, seja por dificuldades outras.
Saber que tem alguém lendo este material e que isto pode contribuir com a
formação técnica de qualidade nos enche de orgulho. Sabemos também que
existem obstáculos para estudar, mas a única luta que está perdida é aquela
que é abandonada.
Não deixe de sonhar, não deixe de crer, acredite em seu potencial, pois acreditamos
(e muito) em você!
Professor-autor
Pedro Luiz Teixeira de Camargo
9 e-Tec Brasil
Olá a todos e todas! O curso que se inicia agora é sobre uma área fantástica
e ainda nova da economia! Apesar de termos apenas 45 horas para nos
aprofundarmos em cima de nosso tema de estudo, faremos o máximo neste
material para que cada um de vocês, alunos e alunas, possam conseguir
avançar em nossa temática!
Para um melhor entendimento, este material está dividido em aulas, sendo que
na primeira, falaremos de maneira geral sobre o que vem a ser economia, suas
escolas e a diferença entre economia ecológica e ambiental.
Na quarta aula, a abordagem será em cima do papel das ONG, falaremos sobre a
recente alteração do Código Florestal e o que isto tem a ver com sustentabilidade,
e também um dos maiores empreendimentos do mundo dentro de uma ótica
sustentável: A transposição do Rio São Francisco.
Para terminar, teremos uma seção da quarta aula, onde faremos uma breve
reflexão e conclusão acerca do tema estudado, facilitando o entendimento
por parte de cada um.
11 e-Tec Brasil
Carga horária
Aulas Objetivos Conteúdos
(horas)
13 e-Tec Brasil
Objetivos
Escola Marxista: Seu autor se chamava Karl Marx. Este pensador mencionou
que o valor de um determinado bem é apurado pela quantidade de trabalho
socialmente necessário para sua produção. Para ele, o lucro não se realiza por
meio da troca de mercadorias relacionadas a seu valor, mas sim pela troca em
relação a sua produção. Os trabalhadores não recebem o valor correspondente
a seu trabalho, mas só o necessário para sua sobrevivência. É autor também da
teoria da mais-valia, que seria a diferença entre o valor incorporado a um bem
Recursos naturais
Recursos humanos
Estoque de fatores de Capital
produção Capacidade tecnológica
Capacidade empresarial
Elementos
constitutivos do
sistema Unidades familiares
Quadro de agentes
econômico como Empresas
econômicos Governo
um todo:
recursos, agentes
e instituições
Jurídicas
Complexo de
Políticas
instituições Sociais
Pensando especificamente no nosso dia a dia, isto faz todo o sentido, pois o
valor de mercado de uma fruta da época é muito mais barato do que de uma
fruta que não é encontrada naquela estação.
Na natureza, por não vermos um valor diretamente ligado ao imenso bem que
ela causa para todo o planeta (como na fabricação do oxigênio, por exemplo),
A moeda, como hoje a
muitas das vezes esta é deixada de lado. conhecemos, é o resultado de
uma longa evolução.
No início não havia moeda.
Para se tentar resolver esse grande imbróglio, é que tem crescido muito dois Praticava-se o escambo, simples
ramos da economia. A economia ambiental e a economia ecológica. Por troca de mercadoria por
mercadoria, sem equivalência
serem ambas constantemente confundidas iremos falar separadamente de de valor.
cada uma delas nos próximos tópicos.
Figura 1.2: Tudo é moeda de troca no modo de produção capitalista, até mesmo
nosso planeta
Fonte: Banco de imagens SXC.HU. Adaptado por Alessandro de Oliveira.
Observando o que colocamos anteriormente sobre recursos limitantes, é A evolução tecnológica é algo
que sempre esteve presente na
perfeitamente possível e imaginável dizer que os recursos naturais podem vida do homem.
Tecnologias são, de uma
se esgotar. Portanto, o grande desafio, seria então fazer com que os recursos maneira geral, todas as
naturais não renováveis (como o petróleo, por exemplo) fossem substituídos criações feitas pelo homem,
para ampliar sua atuação no
pelos renováveis (como pela água, por exemplo). Para se conseguir resolver tal planeta e simplificar o modo
demanda, seria necessária uma grande evolução tecnológica, ou seja: para se de vida. Abrange, por exemplo,
desde simples ferramentas até
buscar este “desenvolvimento sustentável” com substituição da matéria prima complexos aparelhos para se
explorar o universo.
utilizada, seria fundamental o desenvolvimento tecnológico, pois o objetivo
deste é exatamente aumentar a produção de um determinado bem de consumo
de maneira que a matéria prima que o origina seja menos utilizada.
Para concluir o que vem a ser a economia ambiental, podemos entender que
esta possui uma base na economia neoclássica, entretanto levando-se em
conta que o mercado não é perfeito, sendo necessário, portanto, intervir no
mesmo para proceder a suas necessárias correções.
Figura 1.3: A análise econômica não pode deixar de levar em conta o valor dos
fatores biofísicos
Fonte: <http://www.atitudessustentaveis.com.br/artigos/sustentabilidade-empresarial-uma-nova-concepcao-ao-fazer-
negocios/>. Adaptado por Alessandro de Oliveira. Acesso em: 26 mar 2014.
1.4 Reflexão
Antes de entrarmos a fundo sobre as utilidades da economia ambiental, cabe
fazermos algumas reflexões sobre tudo que vimos até agora.
Figura 1.4: Exemplo clássico de rio poluído devido ao descuido da indústria e dos
órgãos de fiscalização
Fonte: <http://geografia002.blogspot.com.br/>. Acesso em: 26 mar 2014.
Blogs:
• http://ecologiaemfoco.blogspot.com.br/
• http://ecologiaurbanacwb.blogspot.com.br/
• http://www.academicoo.com/economia-ambiental/
Este site traz diversos textos acadêmicos sobre economia ambiental, vale a
leitura para quem queira se aprofundar mais ainda no tema.
Vídeos:
• http://www.colunazero.com.br/2011/02/video-palestra-sobre-
economia-ecologica.html
Resumo
Objetivos
Entretanto, apesar das críticas, acreditamos que essa seja uma das mais
avançadas ideias dentro da economia ambiental, pois, se dentro do modelo
econômico vigente, tudo necessita ter valor monetário de troca para ser
valorizado ou comercializado, nada mais justo que também a natureza a
tenha, afinal de contas, se ela não tiver nenhum valor, qual será o sentido
financeiro de preservá-la?
Com base nisso, Oliveira Júnior (2004) propõe uma expressão para nos ajudar
a entender o valor econômico total:
Para facilitar ainda mais o que vem a ser este VET, observe a figura a seguir:
Funções ecológicas
Controle de erosão EXISTÊNCIA
Clima/ Reprodução
OPÇÃO HERANÇA
Recreação
(cachoeiras, parques, zoológicos, áreas
naturais para prática de ecoturismo, etc.) Biodiversidade Animais em extinção Fauna e Flora
Alimento Áreas de Habitat Habitat
Biomassa conservação e lazer Ecossistemas Recursos Naturais
Educação
Pesquisa
Por acaso você já ouviu falar ou mesmo viu de perto a aplicação de alguma
destas técnicas que vimos? Se sim, explique como foi a experiência de observar
uma destas metodologias de perto. Se não, onde (em sua cidade ou bairro)
alguma delas poderia ser usada? Como seria este uso em sua opinião?
Reportagens e sites:
• http://naturlink.sapo.pt/Natureza-e-Ambiente/Gestao-Ambiental/
content/A-valoracao-economica-de-bens-ambientais?bl=1
• http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/corporacao-2020/onu-
quer-incluir-valoracao-dos-servicos-ambientais-nos-objetivos-de-
desenvolvimento-sustentavel/
Nesta reportagem, é visível como os conceitos que estudamos estão cada vez
mais atuais, sendo usados como prerrogativas pela própria ONU na definição
de políticas públicas de preservação ambiental.
• http://www.aprendizagempsa.org.br/blog/equipe-comunidade-
psa/valora%C3%A7%C3%A3o-ambiental
Este site explica de maneira clara como a valoração ambiental foi e tem
sido utilizado para o cálculo dos valores econômicos de áreas protegidas e
desmatadas na área da Amazônia.
• http://www.eclac.org/dmaah/noticias/paginas/9/28699/
Feresvalor070522.pdf
• http://www.ecoeco.org.br/conteudo/publicacoes/encontros/v_
en/Mesa1/8.pdf
Vídeos:
• http://www.youtube.com/watch?v=ghTCuzUEsTo
Resumo
Nesta aula, vimos o que é e para que serve a valoração dos ativos ambientais,
além de entender o que é, falamos ao longo da aula das mais diversas técnicas
de valoração. Abordamos o valor econômico total; a metodologia dos custos
de perda de funções ambientais; a de prevenção de perda de funções ambien-
tais; a disposição a pagar por uma função ambiental; o Método de Valoração
Contingente (MVC); o método dos preços hedônicos; a disposição a aceitar
pela compensação de perda de funções ambientais; e o Método de custo de
viagem. Por último, fizemos uma reflexão lembrando que apesar das diversas
técnicas faladas, existem muito mais.
Objetivos
Desenvolvimento sustentável
Até meados da década de
1950, pode-se verificar que a
preocupação ambiental ficava
restrita a meios acadêmicos,
especificamente voltados para
a preservação de espécies e/ou
meios naturais, ou seja, notava-se
uma preocupação meramente
conservacionista.
Figura 3.1: Ideal do Desenvolvimento Sustentável: Cada setor fazendo sua parte
Fonte: Ilustrado por Alessandro de Oliveira. Adaptado de: <http://1.bp.blogspot.com/- kXLOOJE7Z7M/TcMjTtjxrII/
AAAAAAAAAAQ/pAIs4PuFoqM/s1600/DESENVOLVIMENTO+SU STENT%25C3%2581VEL.jpg>. Acesso em: 28 nov. 2013.
3.2.1 No mundo
A década de 1960, para o movimento ambiental começa especificamente
com o lançamento do livro “Primavera Silenciosa (Silent Spring)”, de Rachel
L. Carson, em 1962. Esse livro, que tratava, entre outras coisas sobre o efeito
do DDT, os efeitos das pragas agrícolas em trabalhadores rurais resultando em
doenças e mortes e também denunciou o câncer de origem ambiental, devido
Caso o aluno ou aluna se
interessar em ler o livro, o link
ao excesso de agrotóxicos usados nas lavouras.
para baixá-lo é:
<http://www.
biologicaldiversity.org/ Esta clássica obra, deve ser lida e estudada, devido a seu efeito prático, uma
publications/papers/Silent_ vez que este livro influenciou a rede de televisão britânica CBS a fazer um
Spring_revisited.pdf>.
documentário sobre os efeitos do DDT, o qual foi assistido por mais de 15
milhões de espectadores. A autora, em 2006 foi escolhida também pelo jornal
inglês The Guardian como uma das pessoas que mais contribuíram para a
defesa do meio ambiente.
Por acaso você já leu algum livro sobre meio ambiente? Qual? Conte um pouco
dele para a gente em 5 linhas. Caso nunca tenha lido nenhum, também em 5
linhas imagine o que poderia ter em um destes livros e que poderia contribuir
em sua formação de futuro técnico de controle ambiental.
Com a chegada da década de 1980, vemos dois eventos de grande porte e que
merecem destaque: Em 1987, o Protocolo de Montreal, que bane os clo-
rofluorcarbonos ou CFCs e estabelece prazos para sua substituição, devido à
preocupação com a Camada de Ozônio e em 1989, na Basiléia, Suíça, onde
firma-se um acordo para se controlar o comércio de resíduos tóxicos de
países ricos para países pobres, prática que era comum na época.
100% 70%
infravermelhos
deixando a Terra
Figura 3.3: Gases do efeito estufa e sua importância para o planeta Terra.
Fonte: Ilustrado por Alessandro de Oliveira. Adaptado de: <http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/02/
gases-efeito-estufa.jpg>. Acesso em: 27 mar 2014.
Ainda, sobre esse evento, cabe-se destacar alguns acordos firmados, como a
Agenda 21, que levava as nações a adotar métodos de proteção ambiental,
justiça social e eficiência econômica, criando um Fundo para o Meio Ambiente,
para ser o suporte financeiro das metas fixadas.
Será mesmo que as nações têm de fato preocupação com o meio ambiente
pelo “bom coração” de seus governantes? O que, em sua opinião tem sido tão
marcante no dia a dia dos países que sejam capazes de fazer seus governantes
se preocuparem com a natureza? Por quê?
3.2.2 No Brasil
Como não poderiam ser diferentes, em nosso país, os eventos mundiais também
repercutiram. Na década de 1970, se começa de fato a preocupação ambiental
propriamente dita e organizada em nosso país.
Outra ONG internacional que aparece nesta época por aqui e está até hoje é
o Greenpeace. Com 32 anos de existência esta ONG possui sede em Amsterdã,
na Holanda, apesar de ter sido fundada nos anos 1970 no Canadá, por
imigrantes norte-americanos. Originalmente, os fundadores desta entidade
eram cidadãos americanos descontentes com o apoio do país à Guerra do
Vietnã e influenciados ideologicamente pelo movimento hippie, um dos
motivos desta organização, até hoje, defender a desobediência civil.
Blogs:
• http://sustentavel-desenvolvimento.blogspot.com.br/
• http://blogdoambientalismo.com/
• http://www.wwf.org.br/
• http://www.greenpeace.org/brasil/pt/
Estes sites são das duas principais ONG ambientais do mundo, importante para
se entender por onde se passa o debate ambiental.
• http://www.fea.usp.br/feaecon//perfil_ex.php?i=10&u=13&e=25
Resumo
6. Qual foi o papel dos USA no Protocolo de Kyoto? Qual sua opinião
sobre isso?
7. O que é uma ONG? Você conhece alguma? Qual sua opinião sobre ela?
Objetivos
Tipos de APP
MATA CILIAR
O tamanho desta APP depende da largura do curso d’água:
De 30 metros para os cursos d’água com menos de 10 metros de largura
De 50 metros para os cursos d’água que tenham de 10 a 50 metros de largura
De 100 metros para os cursos d’água que tenham de 50 a 200 metros de largura NASCENTE
De 200 metros para os cursos d’água que tenham de 200 a 600 metros de largura Esta APP ocupa sempre um raio
De 500 metros para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 metros mínimo de 50 metros ao redor das
Ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou artificiais nascentes
O Código Florestal Brasileiro anterior a este novo tinha sido criado pela
Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965. Este código estabelecia limites de
uso da propriedade, que se devia respeitar a vegetação existente na terra,
considerada bem de interesse comum a todos os habitantes do Brasil.
Esse tipo de contrabando é algo tão sério, que muitas das vezes, os animais
que são exportados de maneira ilegal, quando pegos, são catalogados fora
do país! Isto é algo muito complexo, pois além de se buscar a defesa do bem
estar dos animais, a venda indiscriminada de animais silvestres pode levar a
contaminação de outras populações por doenças oriundas de determinados
locais específicos do planeta.
Mais um fator preponderante a respeito deste código que temos que levar em
conta diz respeito à produção de alimentos e a porcentagem a ser preservado
em cada bioma. Não há dúvida que uma das grandes disputas neste novo
século que se inicia se dará em torno da disputa por alimento.
Também é sabido por todos que a maior parte do alimento do país é oriunda
de grandes fazendas, conforme pode se comprovar pelos números do próprio
IBGE. Garantir quais são os locais a serem cultivados de maneira a não se
desmatar, ou seja, sem destruir as reservas já fixadas em lei também é uma
vantagem, uma vez que coloca no papel algo que não existe na prática. Fixar os
locais a serem desmatadas para a agricultura garante a preservação ambiental
e a produção de alimento para todo o país.
O maior argumento a favor dessa obra é óbvio: levar água para quem não
tem. Assim como levar comida a quem não têm, levar água a quem não tem
também é uma forma de desenvolvimento sustentável, pois se garantir as
mínimas condições de vida a população, tende a diminuir seu impacto na
natureza. Ao se levar em conta que cerca de 12 milhões de pessoas não tem
segurança hídrica, nada mais justo que estas pessoas tenham o acesso que
nunca tiveram a este bem ambiental (NASSIF, 2013).
Logo, esta integração levará a chamada sinergia hídrica. Isto quer dizer que
uma parte da água que vai embora por evaporação será aproveitada, e quando
os açudes estiverem cheios, não irá se ligar as bombas de transposição, uma
verdadeira inovação tecnológica!
Outro argumento que foi muito divulgado era de que haveria o chamado
“boom” imobiliário, ou seja, as terras que passariam a ser férteis ficariam muito
caras, o que geraria uma grande especulação imobiliária. De maneira a resolver
esse imenso problema, o governo federal, ainda em 2005, baixou decreto,
colocando como de utilidade pública para efeito de desapropriação com fim
social, 2,5 km de terras nas margens direita e esquerda dos dois canais. Essa
área, de cerca de 350 mil hectares, 50 mil dos quais próprias para a agricultura,
será utilizada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário para projetos de
reforma agrária. Ao longo dos canais norte e leste serão instalados grandes
chafarizes, que abastecerão, de maneira gratuita, 400 pequenas comunidades.
Você já parou para pensar que tem vários pontos do nosso país que as pessoas
possuem dificuldade de acesso a água como as pessoas do Nordeste? Com
base no que vimos neste tópico, o que você seria capaz de sugerir para tentar
minimizar esse problema?
O último argumento que bradam, vem em relação ao valor a ser pago pela
água. O custo da água será de R$ 0,11 por metro cúbico. Outros projetos
A ideia original de resolver o
problema da seca nas regiões
similares, como o de Múrcia, na Espanha, que faz a transposição do Rio Tejo,
Norte e Nordeste do País, tem um custo de 15 centavos de euro por metro cúbico, ou seja, R$ 0,45. Bem
por meio da transposição do
Rio São Francisco, já existia mais caro que o projeto brasileiro, mas ainda sim viável.
no Brasil desde a época do
Império. Foi retomada durante
os governos de Getúlio Vargas
(1937-1945) e Fernando
Henrique Cardoso (1994-1998),
Revisão
mas só saiu do papel na gestão Em resumo, projetos que visem a integração do país, assim como reformas na
do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. legislação que coloquem no papel algo que já ocorre há algum tempo são dois
exemplos de se buscar um desenvolvimento sustentável, ou seja, qualquer
tentativa, seja do Estado ou mesmo de uma empresa em reduzir
seus custos de degradação ambiental e de maneira a favorecer uma
parcela significativa da população, podemos considerar dentro do
que acreditamos ser desenvolvimento sustentável.
A educação ambiental será tratada mais para frente em uma disciplina específica,
os demais, tratamos, mesmo que de maneira breve e indireta nesta disciplina.
• http://blogs.ruralbr.com.br/entendaocodigoflorestal/
• http://portalflorestal.blogspot.com.br/2013/06/codigo-florestal-
esta-sendo-implantado.html
Estes dois blogs são interessantes de serem olhados, pois mostram de um lado
a visão dos ruralistas e de outro dos ambientalistas em relação ao novo código,
opiniões diversas são fundamentais para se tirar as próprias conclusões.
• http://www.slideshare.net/IgorBulhes/dissertao-sobre-
transposio-do-so-francisco-boletim-2
• http://sbpjor.kamotini.kinghost.net/sbpjor/admjor/arquivos/
cc_45.pdf
Sites e reportagens:
• http://bionarede.blogspot.com.br/2012/03/seria-o-novo-codigo-
florestal-um.html
Neste artigo o autor faz duras críticas ao então PL que se transformou na Lei do
Código Florestal, pois nele o autor entra em alguns pontos pouco comentados
ao longo desta aula.
• http://diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?codigo=358763
• http://www.youtube.com/watch?v=frBzNBhF4EY
Este vídeo do governo, mostra por onde vai passar e os objetivos de tal projeto,
vale observar para entender os argumentos do poder público e observar se
concordas ou não com eles.
• http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/reducao_de_
impactos2/temas_nacionais/codigoflorestal/video/
Resumo
Nesta aula, vimos como, a nível federal, o Brasil tem se comportado em
relação a alterações legislativas e empreendimentos ambientais. Em relação
às mudanças na Lei, vimos que muitas foram de fato controversas, mas que
o Código Florestal também não podia ficar como estava. Como os nossos
deputados representam diversos interesses, acabamos tendo uma Lei mais
avançada em alguns pontos e mais atrasada em outros. Já a obra de Trans-
posição do São Francisco, mostra ser uma ideia espetacular o fato de se levar
água para quem não tem, mas ao mesmo tempo é preciso ficar atento para
que a obra realmente resolva a situação dos que precisam, e não dos que his-
toricamente tiraram as vantagens do poder público em detrimento dos demais.