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PARA COMEÇAR 2016 DO JEITO CERTO

DO JEITO QUE TEM QUE SER

NOTA: Eu não estou fazendo defesas elaboradas dos argumentos neste texto, não
estarei fazendo as maiores apresentações, lidando com objeções e etc. O texto é apenas
um resuminho de alguns dos principais argumentos pela existência de Deus, procura
mostrar as diferenças entre eles e por aí vai. Fiz pequenas alterações no texto original,
mas 99% está igual e inclusive mantém o estilo de MP e etc. Interessados aproveitem
esse belo guia introdutório
---

A maioria das suas perguntas dizem respeito à teologia natural. A teologia natural é,
basicamente, o projeto de se estudar e conhecer Deus apenas através da razão, sem acesso a
dados da Revelação Divina (como a Bíblia). Talvez o principal assunto da teologia natural seja
a existência de Deus, e como o homem pode saber que Deus existe através da razão e da
observação da realidade. Praticamente todos os grandes filósofos praticaram teologia natural e
discutiram o assunto. A lista de defensores de argumentos da existência de Deus chega a
parecer uma lista qualquer dos grandes nomes da filosofia ocidental: Platão, Aristóteles, Santo
Agostinho, Santo Anselmo, Al-Ghazali, Maimonides, Avicenna, Santo Tomás de Aquino,
Descartes, Locke, Leibniz, etc.

E aí você me pergunta: "É basicamente pelas 5 vias de Sto Tomás que você acredita estar
provada a existência de Deus?", respondo: sim. "Existem outros argumentos?". Respondo: sim,
também existem outros argumentos.

Eu acredito que as 5 vias de Santo Tomás funcionam e provam a existência de Deus, e que
estão entre os melhores argumentos da teologia natural. Mas não são os únicos, e existem
muitos outros, os quais tentarei apresentar. Então aqui vai um pequeno compêndio:

Argumentos cosmológicos - são os argumentos que procuram mostrar que o cosmos (o


próprio universo ou multiverso, ou um aspecto específico do universo -- como a mudança das
coisas, na primeira via --, ou simplesmente conjunto de todos os fatos contingentes) tem uma
causa ou explicação. Essa causa do cosmos é imaterial, eterna, transcendente, necessária
(não poderia não-existir de forma alguma, não depende de nada, existe por si), pessoal, ativa,
fundamento de toda existência, onipotente, onisciente, etc. Em outras palavras, é o que todos
chamam de "Deus". Basicamente, existem três tipos de argumentos cosmológicos. Explicarei
as diferenças básicas entre eles:

-argumentos Kalam: o argumento cosmológico Kalam parte de um princípio causal bem


simples (e.g. "tudo o que começa a existir tem uma causa") e defende que o universo não é
eterno, começou a existir. Chega à existência de uma primeira causa eterna, incausada e com
os demais atributos divinos, que criou o universo.

-argumentos tomistas: as três primeiras vias de Santo Tomás são argumentos cosmológicos.
Diferentemente do argumento Kalam, as três primeiras vias não exigem que o universo tenha
um começo no tempo, e provam que mesmo que o universo existisse desde sempre, ainda
assim precisaria ser sustentado/mantido em existência em cada momento por Deus: primeiro
motor imóvel, causa incausada, ser necessário.
-Argumentos leibnizianos: este tipo de argumento cosmológico foi elaborado e defendido por
filósofos como Leibniz e Samuel Clarke. Basicamente, o argumento leibniziano parte de um
princípio geral e o aplica ao universo/conjunto de fatos contingentes, chegando à existência de
Deus. O princípio é o famoso "Princípio da Razão Suficiente", que é basicamente "todo fato
contingente tem uma explicação" ("contingente", aqui, é tudo aquilo que é ou ocorre de maneira
não-necessária, ou seja, que não precisaria existir ou ocorrer. Por exemplo, que eu tenha
comido banana no café da manhã é um fato contingente, pois eu poderia ter comido uma maçã
em vez da banana, ou simplesmente não ter comido nada; a nossa existência também é um
fato contingente, nós poderíamos não ter nascido, ou nascido em lugares ou tempos diferentes,
sem que isso acarretasse quaisquer absurdos lógicos. Que 2 + 2 = 4 é, entretanto, um fato
necessário, pois 2 + 2 jamais poderia ser igual a 5 ou 3, mas apenas 4. Não precisamos
explicar por que 2 + 2 é 4 porque isso é necessário, 2 + 2 sempre será 4, porque 2 + 2 de fato
implica 4. Verdades lógicas são necessárias. Mas fatos contingentes exigem explicações -- que
a banana apareceu mordida na minha geladeira é um fato que exige uma explicação, porque
poderia não ter ocorrido, e a explicação provavelmente seria que alguém sentiu fome e comeu
um pedaço da banana e a colocou na geladeira, etc). O princípio da razão suficiente é usado
por todos nós o tempo todo, e a própria ciência o exige (para que se busque de fato
explicações do que observamos, por exemplo; uma estátua oxida por causa das reações
químicas das moléculas de oxigênio na atmosfera, e não "do nada" ou sem explicação
nenhuma). Há inúmeros argumentos em favor do princípio da razão suficiente, inclusive. O que
Leibniz percebeu foi que o princípio da razão suficiente acaba implicando a existência de um
ser necessário que explique a existência do universo e tudo o que vemos. É o que responde a
pergunta: "por que algo existe em vez de nada?". Assim como o argumento tomista, o
leibniziano não exige que o universo não seja eterno ou tenha "começado a existir" -- mesmo
que existisse eternamente o universo como um bloco 4D, por exemplo, ainda haveríamos de
nos perguntar por que o bloco existe.

Note que não estou propriamente defendendo os argumentos aqui, mas apenas apresentando-
os muito brevemente. Se você quiser, podemos discutir o assunto, e ficarei feliz em explicar e
defender um argumento específico (é só pedir). Eu acredito que todos os três tipos de
argumentos cosmológicos funcionam, estabelecem a existência de Deus. Pessoalmente, o
meu favorito é o leibniziano, porque "vai direto ao ponto": é o que responde a profunda
pergunta "por que algo existe em vez de nada? por que o universo, tudo isso, existe, quando
poderia não ter existido?". O sujeito poderia até negar que o universo tenha um começo, e
ainda assim precisaria de uma explicação externa, uma causa que sustente o universo em
existência, que explique o fato de ele existir. Dizer que algo existe "desde sempre" não explica
a sua existência, se este algo for um ser contingente (dizer que uma bola rosa existe porque
"existe desde sempre" não explica a sua existência, obviamente); só um ser necessário tem a
existência em si mesmo, e o universo obviamente não é necessário (e praticamente ninguém
defende isso).

Defendo os três cosmológicos, que considero extremamente fortes. As "vantagens e


desvantagens" de cada um com relação ao outro são -- sucintamente -- as seguintes: o Kalam
exige um princípio causal bem simples ("tudo o que começa a existir..."), o que é bom, e é
provavelmente o mais claro e intuitivo para a maioria das pessoas (se o universo começou a
existir, obviamente teve um criador), mas sua "desvantagem" é ter que estabelecer que o
universo não pode ser eterno. Os cosmológicos tomistas também usam princípios causais bem
simples (tudo o que é movido é movido por outro; tudo o que é causado é causado por outro...)
e ainda têm a vantagem de não exigirem que o universo não seja eterno; a "desvantagem" é
que eles são mais complicados, exigem considerações metafísicas específicas e por isso
podem ser mais difíceis para a maioria das pessoas. O leibniziano tem a vantagem de ir "direto
ao ponto", sem precisar fazer consideração nenhuma sobre eternidade/não-eternidade do
universo, teorias do tempo, ordens causais e etc. A "desvantagem" é que o princípio que exige
é mais abrangente (todo fato contingente tem uma explicação), embora possam existir
variações com princípios mais simples ("toda coisa/ser contingente tem uma causa externa"),
mas o princípio da razão suficiente é óbvio, de qualquer jeito.
Isso completa a minha mensagem sobre argumentos cosmológicos. Se você tiver alguma
dúvida a respeito de cada um deles em específico, vontade de ver uma defesa específica e etc,
pode me avisar. Escrevi isso aí como um guia para te orientar nas reflexões e estudos deste
assunto. Minha próxima mensagem será sobre outros argumentos pela existência de Deus,
(...).
Argumentos cosmológicos estão entre os mais famosos e poderosos pela existência de Deus,
e são os meus favoritos. Mas existem outros argumentos também, e tão bons quanto. Farei um
resumo bem mais breve para poder recomendar uma pequena bibliografia logo:

Argumentos teleológicos

São argumentos que mostram como o universo, ou aspectos do universo, têm finalidades
próprias, e foram, portanto, projetados por um "intelecto divino" (i.e. projetados, por Deus. Há
vários tipos de argumentos teleológicos, que provavelmente são os mais populares ao longo da
história (muitas pessoas se convencem -- e argumentam -- sobre a existência de Deus a partir
da ordem impressionante que vemos na realidade), mas três tipos principais:

-Argumentos de design de Paley

Se tornou famoso pela defesa de William Paley. Basicamente, compara a natureza com
artefatos humanos, e argumenta como tamanha complexidade não poderia ter sido gerada por
mero acaso, mas exige um "intelecto criador". Sua versão mais moderna é a do "Design
Inteligente", e aí entra toda aquela polêmica de "complexidade especificada", evolução e etc.
Tem pontos interessantes e há defesas rigorosas, mas infelizmente há muito da polêmica em
torno da idéia de se defender o design inteligente como ciência e etc. (e só por curiosidade:
não tenho problemas com a evolução, a Igreja Católica também não, basta ler o que o
Magistério ensina a respeito).

-Argumentos de Fine-Tuning (ou "Sintonia Fina")

Esses são muito interessantes. Com recentes descobertas científicas, principalmente no ramo
da astrofísica, constatou-se que a existência de um universo como o nosso, capaz de abrigar
vida que evolua e se torne seres como nós (por exemplo) depende de uma série de valores de
constantes e quantidades. Ao que tudo indica, esses valores e quantidades não são
necessários, e a chance de terem sido definidos de modo aleatório é ridiculamente absurda
(seria mais fácil ganhar na loteria centenas de vezes, etc). Os valores e quantidades, então,
foram "finamente sintonizados" (finely tuned) para a existência de um universo como o nosso;
sem isso, não haveria química, nem planetas, nem estrelas, nem formas de vida conscientes,
etc. A principal alternativa ao teísmo, no caso, seria a teoria do multiverso, mas ela mesma não
explica totalmente a sintonia fina. Há também uma questão de cálculo de probabilidade. Há
argumentos de Fine-Tuning sobre a "inteligibilidade do cosmos", também (sem valores e
quantidades específicas, a ciência e tecnologia humanas não seriam possíveis, e etc) que
ainda tornam uma explicação pelo multiverso mais absurda ainda. É um argumento forte e
bastante defendido e discutido hoje, tanto por filósofos como por cientistas. O maior
especialista no tema hoje é, creio eu, Robin Collins (e ele vem defendendo o novo argumento
de fine tuning pela inteligibilidade do universo, também). Há diversas maneiras de se formular o
argumento: inferência à melhor explicação, probabilidade clássica, e versão bayesiana (pelo
teorema de Bayes; nosso universo é extremamente improvável dado ateísmo, mas não dado
teísmo, etc). Minha formulação preferida é a bayesiana.
-A quinta via

A Quinta Via de Santo Tomás é um argumento teleológico próprio, diferente dos outros, e,
como um autor certa vez chamou, é "filosoficamente formidável". Devido ao fato de Santo
Tomás tê-la exposto de forma muito breve na Suma Teológica, e de muitos leitores modernos
não conhecerem bem a metafísica tomista, ela foi muito mal interpretada. Muitos ficam com a
impressão de que a quinta via de Santo Tomás é apenas um argumento de design como o de
Paley, mas não é, é completamente diferente. Basicamente, Santo Tomás discute a existência
da ordem no universo: há, indubitavelmente, uma ordem no cosmos, constante, que pode-se
observar na natureza o tempo inteiro. Corações bombeiam sangue especificamente, e
seguindo ritmos ordenados, e quando não o fazem, não o fazem por algum defeito gerado por
outras causas. Mas especificamente um coração bombeia sangue de tal modo, e não cresce
em 2 metros e depois encolhe 50 metros, por exemplo. Quando você liga o seu carro, ele liga e
funciona, em vez de se transformar numa galinha (estou dando exemplos absurdos mesmo,
para mostrar como há ordem mesmo em coisas que quase nunca notamos). E quando o carro
não liga e não funciona, ele não funciona por um determinado motivo limitado, e não porque se
transformou numa galinha, ou criou pernas e começou a dançar. Quando eu risco um palito de
fósforo, o que se produz é fogo, e não gelo. O que se produz especificamente é gelo, e não
fogo. Quando moléculas de hidrogênio e oxigênio se "juntam", o que se forma é a água, H2O, e
não cobre. Há ordem e regularidade causal por todo o cosmos, independentemente de
complexidade ou chances; há o que chamamos de "causas finais". O que explica o fato de uma
causa A gerar especificamente B em vez de C ou D ou E em dadas condições, é o fato de que
B é causa final de A. É simplesmente um jeito de nomearmos a regularidade; há algo em A que
se dirige especificamente à geração de B em vez de C, D ou E. Há algo no fósforo que é
direcionado (causa final) especificamente à produção de fogo em vez de gelo (condições
ambientais também são levadas em consideração, e lembre-se, as próprias condições são
geradas em termos de causas finais, substâncias/coisas com causas finais específicas que
geram efeitos específicos quando combinados com determinadas outras substâncias/coisas). A
ciência faz uso de "causas finais" o tempo todo -- toda a idéia de "lei natural" é precisamente
dependente da idéia de causalidade final para fazer sentido; uma lei natural é uma descrição
de fenômenos naturais específicos e constantes. Toda a evolução, com seus mecanismos de
seleção natural, também depende de causalidade final no reino biológico. Mas é obviamente
muito estranho que o universo apresente uma ordem desse jeito. Como explicar a própria
ordem no universo? Não se explica o conjunto de primeiras leis naturais através de outras leis
naturais, evidentemente. A partir daí, intuitivamente já se pode chegar ao intelecto divino. Mas
Santo Tomás vai além, fazendo uma demonstração metafísica de que causas finais só podem
operar na natureza porque encontram-se num intelecto divino e eterno acima de todo o mundo
(visto que as causas finais *ainda* não existem na natureza para serem operantes; o fogo que
o fósforo produz ainda não existe antes do fósforo, obviamente, para direcioná-lo de algum
modo, mesma coisa com moléculas químicas, etc); há um longo argumento sobre isso, que
não posso explicar por inteiro agora por causa de limites de tempo e espaço. Enfim chega-se a
um intelecto que ordena e explica as causas finais no universo.

A quinta via é meu argumento teleológico preferido. O assunto é extenso e não pude fazer uma
defesa completa, mas espero que tenha ajudado você a entender melhor o assunto. Na minha
próxima MP eu apresentarei outros argumentos pela existência de Deus
ATEU:

Essa primeira premissa aí, lei de causa e efeito não fala exatamente sobre a criação da matéria
ou energia, aliás, isso nunca é observado né, e nem testável a parâmetro de análise mais
"cientifica".

Sempre entendi a lei da causa e efeito, aí, aplicado aos estados de mudança da matéria,
reorganização dos átomos, mudanças de estados e outras coisas q não me veem em mente
agora devido a fome, ahh e também a tipos de transferência de energia, através do calor,
movimento e som, semelhante a um ciclo, armazenando-a outra vez. Dessa forma, as leis de
causa e efeito não são aplicáveis a criação da energia e matéria. Pra mim aí, no argumento de
Kalam já se torna uma falácia de equívoco, claro com ajudinha da semântica coloquial.

CRISTÃO:

Não há falácia de equívoco. Logicamente falando, o argumento é válido (acredito que é


verdadeiro também, mas enfim, respondendo a questão de causalidade...). Não é questão de
observação ou "testes científicos". Ou o universo tem uma causa ou não tem. Se não tem e
começou a existir, temos precisamente o caso bizarro de um surgimento completamente ex
nihilo sem causa eficiente, enquanto toda e qualquer mudança que observamos na natureza
tem certa causa eficiente. Estados de mudança de matéria e etc seriam contemplados pelo
princípio causal; aliás é possível reformular a premissa causal do Kalam para um princípio de
razão suficiente que, acoplado à segunda premissa, levaria à conclusão da existência de uma
explicação (ou causa eficiente) do universo como um ser imaterial, eterno, pessoal, etc etc. E o
princípio de razão suficiente no caso não poderia ser rejeitado (por outros motivos, enfim)

ATEU:

É uma lógica circular, ela se auto completa. Mas d boa, aq no VT é chato querer discutir de
forma séria, acho chato em qualquer lugar na verdade.

CRISTÃO:

Não é circular. Que lógica circular?

Posso formular da seguinte maneira:

1- todo ser contingente tem uma explicação de sua existência (uma causa eficiente, mesmo
que se identifique às ações de substâncias gerando certas mudanças e eventos, etc)

2- o universo é contingente (porque começou a existir)

3- o universo tem uma explicação (e daí se mostra como a explicação é um ser necessário,
Deus).

Ou ainda:

1-todo ser contingente tem uma explicação de sua existência (uma causa eficiente)

2- se o universo começou a existir, há um número finito de seres contingentes

3- logo, há uma explicação para o primeiro ser contingente, ou para todos os seres
contingentes (e essa explicação é encontrada em um ser necessário, Deus).
Ou melhor ainda:

1- todo fato contingente tem uma explicação (princípio da razão suficiente)

2- a existência do universo é um fato contingente

3- este fato tem uma explicação que se encontra em um ser necessário

Aí eu defenderia que qualquer rejeição do princípio de razão suficiente implicaria aporias


imensas. Todas as formulações que eu apresentei aqui precisariam ser aceitas para se impedir
aporias como um completo ceticismo epistemológico, incoerência, destruição da ciência,
argumentos de melhor explicação, etc.

Para entender melhor (e também estou com preguiça) pegue o livro "The Principle of Sufficient
Reason: A Reassessment" de Alexander Pruss, ele faz toda uma defesa do PSR e ainda
mostra como ele implica o teísmo.
Há outros argumentos pela existência de Deus, entre eles:

Argumentos ontológico

Famosos por procurarem demonstrar a existência de Deus partindo tão somente da idéia de
Deus (por exemplo, argumento ontológico modal: é possível que exista um ser maximamente
perfeito, um ser maximamente perfeito implica um ser com existência necessária, logo é
possível que exista um ser necessário maximamente perfeito, pelo axioma S5 da lógica modal -
- possível necessário é necessário -- esse ser existe). Há várias formulações diferentes, foram
defendidos por gente como Santo Anselmo, Descartes, Leibniz, Kurt Gödel, etc. São muito
discutidos hoje. Pessoalmente, eu suspendo juízo: não sei se existe um argumento ontológico
que realmente funciona. O principal problema desse tipo de argumento é que ele parece
cometer uma petição de princípio, pois a primeira premissa implicaria diretamente a conclusão
(possível que um ser que realmente existe exista de verdade...), mas há muita discussão sobre
o assunto, especialmente por lógicos.

Argumentos morais

Defendem, basicamente, que se Deus não existisse não haveria moral objetiva de fato. Como
há moral objetiva (premissa), segue que Deus existe. São bastante populares e há um bocado
de defensores. Eu mesmo já defendi argumentos morais no fórum, e devo dizer que, ao menos
intuitivamente, me parecem muito fortes, mas pessoalmente defendo uma noção de moral
lastreada em lei natural imanente, que seria objetiva mesmo sem se ter de necessariamente
reconhecer Deus -- embora penso ainda que se poderia fazer um argumento sobre a
"indiferença" da moral objetiva no ateísmo, como alguns como Sartre já haviam notado. E de
qualquer modo, muitos não defendem lei natural, e de toda forma estariam sujeitos a
argumentos morais, que, volto a repetir, intuitivamente fazem sentido e são fortes.

Argumentos de consciência/alma

Esses são extremamente interessantes, e, devo dizer, muito fortes. Gosto muito deles, mas se
eu fosse escrever tudo a respeito, terminaria com outra MP gigantesca. Basicamente,
argumenta-se que Deus é a única explicação possível para a existência de seres humanos
conscientes como nós. Como assim conscientes? Consciência é como muitos filósofos hoje
chamam a experiência subjetiva do mundo, qualia, que é algo notavelmente problemático para
o materialismo. Podemos também generalizar e formular argumentos diretos pela "mente" ou
"alma". A filosofia da mente é um dos campos mais efervescentes e discutidos hoje. Há muitos
argumentos contra o materialismo e em favor da imaterialidade da mente, e até imortalidade da
alma. Entre eles, o problema das qualia, o problema da intenção (argumento da razão), e o
conhecimento de formas universais. Sei que não expliquei nada disso (talvez em outra MP,
outro dia, porque é outro assunto enorme), mas resumidamente, um argumento da alma
estabeleceria que o ser humano não é completamente material, e que possui uma alma
imaterial. Mas se este é o caso, obviamente a explicação da alma/consciência deve vir de uma
causa também imaterial, não-física, e análoga a uma mente: Deus. O argumento pode rodar
também a partir apenas de um dualismo de propriedades (seres humanos com propriedades
imateriais mentais além do cérebro, não necessariamente dualismo cartesiano ou dualismo
hilemórfico -- sou um dualista hilemórfico). Há alguns argumentos diretos da consciência até o
teísmo, como por exemplo os de J. P. Moreland e Richard Swinburne. Pode-se também fazer
argumentos do tipo apenas para quebrar o materialismo e o naturalismo, e aumentar a
plausibilidade e prior probability de religiões como o cristianismo (e.g. se eu não sou
materialista, obviamente não posso descartar absolutamente a ideia de que Jesus pode ter
ressuscitado dos mortos).
Argumento de experiência religiosa

Argumenta que a existência de Deus é a única ou melhor explicação para os milhões de casos
de experiência religiosa no mundo. Há boas defesas notáveis, como as por Richard Swinburne
e Kai-Man Kwan.

Argumento de milagres

Argumenta que Deus existe a partir de milagres. São intuitivamente claros (para dar um
exemplo rápido: se o São Padre Pio faz uma menina sem pupilas enxergar, obviamente se
trata de um milagre e é muito provável que Deus existe e operou milagres pelo padre Pio de
alguma forma). O milagre central é a Ressurreição de Jesus. Esses argumentos são fortes, e
se destacam obviamente por já entrarem no campo explicitamente religioso: quer dizer, se
Jesus de fato ressuscitou, então não apenas Deus existe como também o cristianismo é
verdadeiro. Também é possível usar argumentos do tipo apenas para se provar o cristianismo
(e.g., eu creio que Deus existe por causa de outros argumentos, e isso obviamente aumenta a
prior probability da ressurreição, e a ressurreição por sua vez prova o cristianismo e me leva do
teísmo simples/deísmo ao cristianismo).
A existência de deus

Por conseguinte, a estrutura atual da organização desafia a capacidade de equalização de


todos os recursos funcionais envolvidos. Nunca é demais lembrar o peso e o significado destes
problemas, uma vez que a complexidade dos estudos efetuados maximiza as possibilidades
por conta das diretrizes de desenvolvimento para o futuro. É claro que a expansão dos
mercados mundiais não pode mais se dissociar do remanejamento dos quadros funcionais.
Assim mesmo, a necessidade de renovação processual afeta positivamente a correta previsão
das regras de conduta normativas.

Percebemos, cada vez mais, que o novo modelo estrutural aqui preconizado acarreta um
processo de reformulação e modernização do sistema de participação geral. Pensando mais a
longo prazo, a adoção de políticas descentralizadoras causa impacto indireto na reavaliação
das posturas dos órgãos dirigentes com relação às suas atribuições. Desta maneira, a
constante divulgação das informações estimula a padronização das direções preferenciais no
sentido do progresso. Neste sentido, a crescente influência da mídia promove a alavancagem
das formas de ação.

A nível organizacional, a consolidação das estruturas possibilita uma melhor visão global dos
níveis de motivação departamental. Do mesmo modo, o surgimento do comércio virtual exige a
precisão e a definição dos modos de operação convencionais. O que temos que ter sempre em
mente é que a percepção das dificuldades cumpre um papel essencial na formulação do
processo de comunicação como um todo. Todas estas questões, devidamente ponderadas,
levantam dúvidas sobre se a mobilidade dos capitais internacionais pode nos levar a considerar
a reestruturação do retorno esperado a longo prazo.

Não obstante, o consenso sobre a necessidade de qualificação apresenta tendências no


sentido de aprovar a manutenção do impacto na agilidade decisória. No entanto, não podemos
esquecer que a valorização de fatores subjetivos oferece uma interessante oportunidade para
verificação do fluxo de informações. No mundo atual, a consulta aos diversos militantes deve
passar por modificações independentemente dos métodos utilizados na avaliação de
resultados. O cuidado em identificar pontos críticos no desenvolvimento contínuo de distintas
formas de atuação assume importantes posições no estabelecimento dos índices pretendidos.
A certificação de metodologias que nos auxiliam a lidar com a determinação clara de objetivos
auxilia a preparação e a composição dos conhecimentos estratégicos para atingir a excelência.

Todavia, a competitividade nas transações comerciais prepara-nos para enfrentar situações


atípicas decorrentes da gestão inovadora da qual fazemos parte. Por outro lado, o desafiador
cenário globalizado ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança
dos paradigmas corporativos. Acima de tudo, é fundamental ressaltar que o fenômeno da
Internet faz parte de um processo de gerenciamento do levantamento das variáveis envolvidas.
Evidentemente, o comprometimento entre as equipes representa uma abertura para a melhoria
das condições financeiras e administrativas exigidas.

Caros amigos, o julgamento imparcial das eventualidades talvez venha a ressaltar a


relatividade de alternativas às soluções ortodoxas. A prática cotidiana prova que o aumento do
diálogo entre os diferentes setores produtivos estende o alcance e a importância das diversas
correntes de pensamento. O empenho em analisar o acompanhamento das preferências de
consumo agrega valor ao estabelecimento das novas proposições. As experiências
acumuladas demonstram que a execução dos pontos do programa é uma das consequências
dos relacionamentos verticais entre as hierarquias. É importante questionar o quanto a
hegemonia do ambiente político facilita a criação das condições inegavelmente apropriadas.

Ainda assim, existem dúvidas a respeito de como o início da atividade geral de formação de
atitudes nos obriga à análise dos procedimentos normalmente adotados. Podemos já
vislumbrar o modo pelo qual a contínua expansão de nossa atividade aponta para a melhoria
do investimento em reciclagem técnica. O incentivo ao avanço tecnológico, assim como a
revolução dos costumes obstaculiza a apreciação da importância do orçamento setorial.
Gostaria de enfatizar que o entendimento das metas propostas garante a contribuição de um
grupo importante na determinação do sistema de formação de quadros que corresponde às
necessidades.

Por conseguinte, a estrutura atual da organização desafia a capacidade de equalização do


impacto na agilidade decisória. Nunca é demais lembrar o peso e o significado destes
problemas, uma vez que a revolução dos costumes obstaculiza a apreciação da importância
das diretrizes de desenvolvimento para o futuro. Ainda assim, existem dúvidas a respeito de
como a adoção de políticas descentralizadoras não pode mais se dissociar do remanejamento
dos quadros funcionais.

Assim mesmo, a necessidade de renovação processual afeta positivamente a correta previsão


dos paradigmas corporativos. Percebemos, cada vez mais, que a expansão dos mercados
mundiais acarreta um processo de reformulação e modernização do sistema de participação
geral. Caros amigos, o novo modelo estrutural aqui preconizado talvez venha a ressaltar a
relatividade das condições inegavelmente apropriadas. Desta maneira, a hegemonia do
ambiente político possibilita uma melhor visão global dos relacionamentos verticais entre as
hierarquias.

Neste sentido, o aumento do diálogo entre os diferentes setores produtivos deve passar por
modificações independentemente das formas de ação. Acima de tudo, é fundamental ressaltar
que o fenômeno da Internet representa uma abertura para a melhoria dos modos de operação
convencionais. O cuidado em identificar pontos críticos no surgimento do comércio virtual exige
a precisão e a definição dos conhecimentos estratégicos para atingir a excelência. O que
temos que ter sempre em mente é que a percepção das dificuldades assume importantes
posições no estabelecimento do processo de comunicação como um todo.

A nível organizacional, a crescente influência da mídia ainda não demonstrou


convincentemente que vai participar na mudança dos níveis de motivação departamental. Não
obstante, a mobilidade dos capitais internacionais oferece uma interessante oportunidade para
verificação de todos os recursos funcionais envolvidos. Todas estas questões, devidamente
ponderadas, levantam dúvidas sobre se a complexidade dos estudos efetuados apresenta
tendências no sentido de aprovar a manutenção do sistema de formação de quadros que
corresponde às necessidades.
No mundo atual, a consulta aos diversos militantes promove a alavancagem dos métodos
utilizados na avaliação de resultados. A certificação de metodologias que nos auxiliam a lidar
com o entendimento das metas propostas agrega valor ao estabelecimento das novas
proposições. Pensando mais a longo prazo, a determinação clara de objetivos estende o
alcance e a importância do retorno esperado a longo prazo. Por outro lado, a competitividade
nas transações comerciais cumpre um papel essencial na formulação dos procedimentos
normalmente adotados. Evidentemente, o desafiador cenário globalizado pode nos levar a
considerar a reestruturação de alternativas às soluções ortodoxas.

Gostaria de enfatizar que o desenvolvimento contínuo de distintas formas de atuação maximiza


as possibilidades por conta da gestão inovadora da qual fazemos parte.
INDECISO:

Como pode existir uma realidade atemporal?

Se Deus é atemporal e eterno, entao em que momento Ele decidiu criar o Universo? E porque
esperou um determinado tempo para efetivar a criação? Antes da vida ser criada, o que Deus
fazia em sua realidade-metafísica-transcendente-necessária-atemporal?

Se existe um momento da criação, então existe um antes e depois (em algum momento havia
nada e após a criação havia tudo); entao isso implica que Deus está regido pelas leis do
tempo?

Como pode algo existir sem uma causa? Como pode uma consciência existir desde sempre
sem outra que lhe dê causa? Por que essa consciência tem personalidade amorosa? E será
que ela se sentia solitária e, por isso, criou outras derivadas?

CRISTÃO:

Uma realidade atemporal não é algo incoerente, logo, é plenamente possível para existir. Nós
podemos ter certas dificuldades *imaginando* a atemporalidade pelo fato de estarmos muito
acostumados com a temporalidade, e ainda mais com uma noção comum do que é o tempo e
sua "passagem" em uma teoria do tempo específica (explicarei mais adiante a controvérsia).
Mas independentemente da teoria do tempo, uma realidade atemporal não é algo logicamente
incoerente, e é, portanto, possível -- na verdade, temos bons motivos para crer que várias
coisas às quais nos referimos, geralmente abstrações como números e proposições, existem
atemporalmente.

Perceba, ainda, que a causalidade não é necessariamente temporal -- não precisa ser dividida
em eventos temporais --, mas pode ser simultânea. Há exemplos conhecidos para provar isso,
como a ideia de um pé afundado na areia desde a eternidade -- a pegada é efeito do pé, e há
uma relação causal, mas o pé não é temporalmente anterior à pegada. Ou a idéia de uma bola
sobre uma almofada desde a eternidade, causando uma pequena depressão nesta -- nenhum
é temporalmente anterior ao outro, mas ainda assim a bola causou a depressão, a bola é parte
da explicação da depressão na almofada. Novamente, são exemplos que nos fazem pensar um
pouco, mas o fato de serem concebíveis -- não terem qualquer incoerência lógica, ao contrário
de proposições como "esse círculo é quadrado" que implica contradição -- mostram que são
possíveis, e que causalidade não é uma relação necessariamente temporal, mas ontológica.

Temos, além disso, motivos parar crer que *toda* causalidade é simultânea em última
instância. Pense no exemplo de um tijolo que é atirado em uma janela e quebra o vidro. O tijolo
quebra o vidro na medida em que o atravessa, não é o caso de um contato que gera uma
reação no vidro, o tijolo atravessando o vidro e o vidro sendo quebrado (e atravessado) são na
verdade o mesmo evento, sob descrições diferentes. Há também argumentos técnicos para
que toda causalidade seja simultânea (pois se não fosse assim haveria momentos inexplicados
em que se tem a causa sem ter o efeito, etc).

Então causalidade atemporal não é impossível. Ademais, perceba o que você escreveu: "Se
Deus é atemporal e eterno, então em que momento Ele decidiu criar o universo?" Ora, se Deus
é atemporal e eterno, Ele não decidiu criar o universo em "momento" nenhum. Por isso a
própria pergunta "por que Deus não criou o mundo mais cedo?" não faz sentido, como Santo
Agostinho já havia observado; não é como se Deus tivesse "esperado" um "tempo" até criar o
tempo. A criação -- simultânea, atemporal, não dividida -- do universo (que ocorreu no Big
Bang) é o início do tempo e do espaço. E desde então se transcorreram os anos.
Um ponto interessante é que essas perguntas que você fez são justamente utilizadas para se
argumentar que a causa do universo é um ser pessoal e livre, pois parece que a única forma
de se conciliar um efeito temporal com uma causa atemporal é através de agência
(considerando pelo menos o livre arbítrio libertário, um homem sentado desde a eternidade
pode decidir se levantar e assim gerar um efeito "temporal" contra uma realidade atemporal; o
que não é livre/agente parece estar determinado pelas condições). Esse argumento remonta
até pelo menos Al Ghazali. O mesmo ocorre com a noção de necessidade/contingência; parece
que a única forma de uma causa necessária gerar/explicar um efeito contingente seria por
agência e liberdade -- e sobre isso recomendo pelo menos a leitura do artigo de Alexander
Pruss no Blackwell Companion to Natural Theology, para uma breve discussão a respeito.

E Deus não estava "se sentindo solitário", e já Se bastava, inclusive porque (como cremos) É
uma Trindade; a criação foi um ato puramente livre. Mas estou com pouco tempo para abordar
isso agora. O que sabemos pelos argumentos (e pela necessidade racional de evitar o
necessitarianismo) é que o universo é explicado por um ser necessário, agente e livre.

Agora, com referência às teorias do tempo, existem pelo menos duas (e outras mesclas das
quais não posso falar), e não posso falar muito agora, mas enfim: teoria A do tempo e teoria B
do tempo. A teoria A é uma visão dinâmica do tempo, em que só o presente existe, o passado
não existe mais e o futuro não existe, e os momentos "transcorrem". É a nossa visão de senso
comum do tempo. A teoria B, entretanto, é uma visão estática do tempo, em que passado,
presente e futuro são igualmente reais, e nós existimos distribuídos em "pontos" de uma
dimensão (e todos os "eventos" passados e futuros são igualmente reais e simultâneos aos
que você está tendo agora). Obviamente isso é complicado pra caramba e tem toda uma
discussão diferente (inclusive o William Lane Craig, grande defensor do argumento Kalam, é
um dos maiores especialistas em filosofia do tempo, ele foi presidente da associação de
filósofos do tempo e tem muitos livros a respeito). A maioria dos físicos e cientistas hoje
acredita que a teoria B é verdadeira, em parte porque ela faz muito sentido com a Relatividade
de Einstein (embora seja possível conciliar a teoria A com uma interpretação neo-lorentziana
da relatividade, então a questão não está resolvida). Coloquei isso aqui só porque já é algo que
mostra como temos muito o que pensar sobre o tempo, muitas vezes noções de experiência
comum do tempo podem estar meio equivocadas; é importante nos firmarmos na lógica. Dito
isso, eu não tomo partido sobre qual teoria do tempo está correta -- no momento, eu não sei.
Tem vezes que prefiro a A por ser mais intuitiva e não ter alguns problemas, outros em que
prefiro a B por motivos semelhantes. Ainda tenho que ler mais sobre considerações filosóficas
do tempo.
BÔNUS

Argumento escotista

É a prova de Duns Scotus pela existência de Deus. É fascinante por ser uma mistura de
argumento cosmológico com argumento ontológico. Duns Scotus parte de um princípio causal
extremamente fraco -- algo como "todo efeito *possivelmente* tem uma causa", ou "todo fato
contingente *possivelmente* tem uma explicação -- e, por considerações de lógica modal e
considerações sobre a perfeição divina (arg. ontológico) chega na existência real de Deus,
causa do universo. Esse argumento parece ser um precursor, ou talvez só extremamente
semelhante mesmo ou quase igual, ao argumento cosmológico Gale-Pruss. O argumento Gale-
Pruss é assim: parte de um PSR muito fraco (todo fato contingente possivelmente tem uma
explicação) e chega até a existência real dessa explicação. O Richard Gale (um dos
formuladores do argumento, junto com o Alexander Pruss) era notoriamente um dos maiores
filósofos ateus da área, mas parece que, em virtude desse mesmo argumento, acabou se
convencendo de que Deus existe, ou de que pelo menos existe um ser extremamente
poderoso que explica a existência de tudo. Quem quiser uma explanação mais completa do
argumento, procure um de meus tópicos (esqueci o nome, depois posto aqui) que fiz uma
exposição.

Argumento pelas verdades eternas

Remontam até pelo menos Santo Agostinho, é um argumento técnico e muito interessante;
parte da forma de existência de proposições ou verdades necessárias ("eternas"), por exemplo
proposições matemáticas e afins, e defende que como precisam sempre existir, e só podem
existir enquanto formas em um intelecto, deve haver um intelecto necessário que contenha
todas as verdades (Deus). Há versões leibnizianas que fazem emprego da noção de mundos
possíveis, e inclusive uma formulação pelo Alexander Pruss em "Possible Worlds, what they
are and what they're good for" (não lembro bem o título, mas se já perceberam eu continuo
citando o Pruss aqui porque sinceramente o cara é foda gênio da porra, phd em matemática e
filosofia também, especialista em teologia natural) em que a melhor formulação de mundos
possíveis exige a existência de um intelecto divino.
BÔNUS 2

Argumento dummetiano

Esse é muito pouco conhecido, até por ser extremamente técnico e específico. Vocês têm sorte
de eu manjar e conhecer até esses mais obscuros, sério menes.

É um argumento pela existência de Deus que foi formulado na Gifford Lecture (para quem não
sabe, as Gifford Lectures são palestras anuais na universidade de Saint Andrew's na Esócia,
sobre teologia natural) de Michael Dummett.

Sir Michael Dummett foi um dos maiores filósofos do século XX; ele era especialmente
influente no estudo de Fregel, filosofia da matemática e filosofia da linguagem. Era Wykeham
Professor de lógica na Universidade de Oxford. Além disso, era católico devoto.

É um argumento muito técnico que se baseia na "semântica justificacionista" de Dummett (em


parte baseado na rejeição dele do realismo na matemática, etc). A semântica justificacionista
exige que qualquer proposição coerente sobre o mundo seja uma descrição de como o mundo
é *percebido* por alguém. O argumento é então desenvolvido para mostrar que, dado isso, o
mundo só pode existir coerentemente porque há um ser cujo próprio conhecimento da
realidade seja responsável pela sua existência total (Deus, onisciente e que tudo mantém em
existência, etc).

O argumento é extremamente interessante, mas, novamente, depende da semântica


justificacionista do Dummett, que é bastante controversa. Qualquer dia posso escrever mais a
respeito, talvez.
ATEÍSMO = ARREMEDO DE RELIGIÃO

Tudo isso, trazido aqui como exemplo, autoriza-nos a expandir a investigação a respeito do
fenômeno irreligioso e concluir que o ateísmo, na verdade, não passa de um arremedo de
religião. Afinal de contas, é uma cosmovisão cuja assertividade não é passível de
demonstração empírica, com a qual se consente mediante argumentos de razoabilidade e de
cuja adesão decorre certa tomada de posição frente aos grandes problemas da humanidade -
de coisas mais abstratas como "qual o sentido da vida?" até questões mais concretas e que
interessam a todos os membros da sociedade, como "o que é o certo e o errado?" ou "que
crenças devem ser ensinadas às nossas crianças?".

Esmiúce-se, para fins didáticos, a definição acima dada:

i) Trata-se de uma cosmovisão, i.e., uma visão integrada de mundo, pretensamente completa,
capaz de responder inclusive às questões fundamentais da espécie humana que sempre
estiveram sob o encargo das religiões. O mundo é o que é por conta do Big Bang e da
evolução das espécies, a consciência é produto de reações bioquímicas no cérebro etc.

ii) Trata-se de algo, ainda, que não se pode demonstrar empiricamente. A proposição "Deus
não existe" não pode ser provada em laboratório " que é o único meio de prova que a
cosmovisão ateísta admite. A adesão a tal afirmativa, portanto, é, no sentido mais rigoroso do
termo, uma crença, i.e., uma opinião, uma confiança, uma doxa.

iii) A esta doxa aquiesce-se mediante um raciocínio indireto: os que alegam que Deus existe
não são capazes de provar a Sua existência, se Deus existisse e fosse Omnibenevolente não
deveria haver mal no mundo, há uma quantidade muito grande de deuses, a maior parte dos
quais patentemente falsos, então o mais provável é que todos sejam falsos mesmo, et cetera.

iv) Desta cosmovisão, finalmente, por uma razão de necessidade de coerência, decorrem
posicionamentos exteriores frente às grandes questões da humanidade. Assim, como não
existe um Deus para servir de ponto de referência para o Bem e o Mal, o fundamento ético
precisa ser buscado em outro lugar - no consenso social, por exemplo. Por outro lado, como o
conhecimento é melhor do que a ignorância, há um impulso natural para que o ateu esclarecido
deseje banir a ignorância religiosa do mundo. Ainda: como toda cosmovisão é excludente, os
ateus pretendem que à sua doxa somente seja socialmente concedido o status de "verdadeira"
- e as outras religiões sejam todas consideradas indistintamente superstições. Os exemplos
facilmente se multiplicam.

Ora, o paralelismo com as religiões tradicionais é notável; as religiões são i) visões de mundo
que pretendem explicar a realidade de modo holístico, ii) cujos postulados não são passíveis
de demonstração empírica, mas que por isso mesmo iii) fundamentam-se em argumentos de
razoabilidade (do tipo "todo efeito pede uma causa proporcionada" ou 'a ordem no Universo
exige uma Inteligência ordenadora", por exemplo) dos quais iv) decorre um determinado
comportamento socialmente exigido (por exemplo, a opinião de que a sua crença é a única
verdadeira e todas as outras são falsas, que se manifesta na busca por privilégios especiais
para ela - como o direito do seu ensino oficial nas escolas).

Sob essa ótica, e ao contrário do que o sr. Sourisseau insinua, o problema que se coloca não é
a opção entre o "ateísmo esclarecido" e a "religião irracional". Muito ao contrário, a verdadeira
questão é: dentre todas as respostas possíveis ao problema de Deus - nas quais se incluem o
paganismo, o islamismo, o judaísmo, o hinduísmo, o cristianismo, o espiritismo, etc., e o
ateísmo -, qual é a mais coerente? Qual das cosmovisões explica mais adequadamente a
realidade? Qual é a que produz os melhores frutos? Qual a que torna os seres humanos mais
íntegros, mais justos, mais felizes? Qual, enfim, a melhor entre elas? Sem dúvidas cabe muita
discussão a respeito de qual o critério deste melhor; o que não dá, no entanto, é para continuar
fingindo que o único critério aceitável é o raciocínio circular do "apenas o ateísmo liberta das
antigas superstições, porque tudo aquilo que se refere ao sobrenatural é supersticioso". À luz
desta fundamentação, aliás, a cosmovisão ateísta se afigura a mais pobre de todas.
CHARLINHO:

Qual o sentido dessas coisas de argumento e tal?

Não dá para provar que Deus existe e nem que não existe, ainda mais com essas asneiras
filosóficas produto da mente humana.

Acreditar em Deus é uma questão de fé, pelo menos é assim para quem acredita no Deus
cristão, como é o meu caso.

OUTRO CRISTÃO:

"Se alguém disser que Deus vivo e verdadeiro, criador e Senhor nosso, não pode ser
conhecido com certeza pela luz natural da razão humana por meio das coisas que foram feitas,
seja anátema".

(Concílio Vaticano, Cânon sobre a Fé católica. Denzinger, 1806).

"Se alguém disser que a revelação divina não pode se tornar crível por sinais externos e que,
portanto, os homens devem mover-se à fé somente pela experiência interna de cada um e pela
inspiração privada, seja anátema".

(Concílio Vaticano, Cânon sobre a Fé. Denzinger, 1812).

"E em primeiro lugar professo que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser
certamente conhecido e, portanto, também demonstrado, como a causa por seus efeitos, pela
luz natural da razão mediante as coisas que foram feitas”.

(São Pio X, Juramento anti modernista, Denzinger 2145).

"O raciocínio pode provar com certeza a existência de Deus, a espiritualidade da alma e a
liberdade do homem. A fé é posterior à revelação, e, portanto, não se pode alegar
convenientemente para provar a existência de Deus contra o ateu, nem a espiritualidade e a
liberdade da alma racional contra o seguidor do naturalismo e do fatalismo".

(Decreto da Sagrada Congregação do Index de 11 de junho de 1855. Denzinger 1649).

CRISTÃO:

O sentido é muito claro: se os argumentos estão corretos, eles estabelecem a existência de um


ser necessário, transcendente, eterno, imaterial, onipotente, onisciente, que criou e ordenou o
universo, almas humanas e etc. Ou seja, se os argumentos estão corretos, eles nos levam à
existência de Deus. Só isso.

"Não dá pra provar que Deus existe e nem que não existe" então quer dizer que você já refutou
todos esses argumentos? Já concluiu que nenhum deles funciona, que todos estão errados?
Por favor, me diga o que há de errado nos argumentos, então.

"Produto da mente humana"? É uma questão de lógica. Se você quiser descartar todas as
crenças, descobertas e argumentações humanas como produtos tolos é problema seu.

Veja, você pode acreditar em Deus por algum motivo próprio. Tudo bem. Mas não venha aqui
desmerecer todo um assunto sério, discutido por gente muito mais inteligente que qualquer um
de nós aqui, como "asneiras filosóficas", especialmente se você não entende nada do assunto
e não pode sequer sustentar uma alegação gratuita dessas.
Se você não se interessa por teologia natural, isso é contigo; há muita gente que se interessa
por argumentos pela existência de Deus, ao contrário de você. Se você não se interessa e não
conhece o assunto, suma do tópico e procure outra coisa para fazer, em vez de aparecer aqui
e dizer que nenhum dos argumentos funciona (sem explicar ou demonstrar o porquê) e é tudo
"asneira" sem sentido. Para que isso?
"Remarkably, these proofs of the existence of God lasted for over 700 years, defying the
repeated challenges of scientists and logicians. The reason for this is that not enough was
known about the fundamental laws of physics and biology. In fact, only within the past century
have new laws of nature been discovered that can isolate the potential flaws in these proofs.

The flaw in the cosmological proof, for example, is that the conservation of mass and energy is
sufficient to explain motion without appealing to a First Mover. For example, gas molecules may
bounce against the walls of a container without requiring anyone or anything to get them
moving. In principle, these molecules can move forever, requiring no beginning or end. Thus,
there is no necessity for a First or a Last Mover as long as mass and energy are conserved".

CRISTÃO:

Já está respondido logo no primeiro tópico. O único argumento cosmológico que exige um
início temporal do universo é o Kalam (e dá argumentos para isso), os tomistas e leibnizianos
funcionam mesmo considerando que o universo seja eterno. Em "universo" você já pode incluir
todo o espaço material, possível multiverso ou o que for; em algumas formulações mais
técnicas do argumento leibniziano poderíamos substituir "universo" simplesmente por BCCF
(Big Conjunctive Contingent Fact, um fato conjuntivo contingente que inclui todos os fatos
contingentes). O primeiro motor/first mover não precisa ser temporalmente anterior ao movido
na maioria dos argumentos.

Quando Santo Tomás de Aquino fala em "movimento" ele não quer se referir ao movimento
que se estuda na física, mas a qualquer mudança -- o movimento da potência para o ato, o que
incluiria mudanças qualitativas, por exemplo. As moléculas de gás não "quicam" sem
explicação nenhuma, elas estão incluídas em ambientes bastante específicas (se a
temperatura em volta do gás é menor, ele perderá energia, por exemplo). Esse tipo de coisa
faria parte dos fenômenos mais gerais que são abordados pelos argumentos cosmológicos.
Além disso, a própria operação de leis naturais é algo que serve como base para argumentos
teleológicos como a quinta via, por exemplo.

O Kaku é inteligente em física, mas fala besteira em filosofia. Evidentemente todos os filósofos
que defendem argumentos cosmológicos hoje estão muito bem cientes das descobertas da
ciência moderna, só que tais descobertas não alteram o cerne dos argumentos.

Kaku realmente não faz a menor ideia do significado de 'movimento' usado por São Tomás de
Aquino.

No argumento cosmológico tomista, o movimento tem a ver com a passagem de potência para
ato, se eu não estiver enganado.

Se você voltar lá, verá que eu incluo "argumentos de milagres" e ainda especifico que, por
exemplo, se Jesus de fato ressuscitou, então não apenas Deus existe como também o
cristianismo é verdadeiro. Eu acredito na ressurreição e acredito que temos bons argumentos
com evidências históricas em favor da ressurreição, logo, o cristianismo é muito mais plausível
para mim do que um "teísmo simples" (ou deísmo). Também há outros milagres interessantes,
por exemplo os de Lourdes, e de outros santos que também tornam o catolicismo mais
plausível para mim. Além disso, como eu já coloquei, há algumas considerações filosóficas que
tornam o cristianismo também mais provável -- por exemplo, a conveniência e beleza de Deus
Se encarnar para compartilhar da vida (e do sofrimento!) dos seres humanos que Ele criou, e
para nos salvar (coisas do tipo você já encontra em algo como Cur Deus Homo), ou que a
verdadeira perfeição em Deus exigiria algo como a Trindade (há defesas desses tipos de
considerações filosóficas também na filosofia da religião moderna, por exemplo por Richard
Swinburne em "Was Jesus God?", embora o tratamento teológico técnico dele da Trindade não
me pareça tão bom, mas o argumento é interessante). Além disso, há a consideração mais
geral de que eu acharia muito estranho Deus existir, criar tudo isso, um universo com seres
como nós, e jamais Se revelar de maneira especial.
Nota:

Realidade é o mesmo que coisidade, como determinação interna de uma coisa, de seu
conteúdo material (matéria aqui é o mesmo que as notas características de algo). Real é aquilo
que pertence à res. Quando os escolásticos, por exemplo, falavam da omnitudo realitas, da
totalidade das realidades, eles não tinham em vista a totalidade das realidades efetivas
(existência), mas a totalidade das determinações possíveis da coisa. Real é o conteúdo
qüididativo da coisa, e não sinônimo do que existe.

Isso foi uma nota sub-enciclopédica, se bem que não a retirei de uma, despretensiosa que
depositei aqui, a partir de cuja guisa (bem simples na verdade, não há nada prolixo. Para de
fato o ser haveria, ocasionalmente, de se entender por mais alguns parágrafos, distinguindo,
conceituando e contextualizando historicamente - objetos de hermenêutica filosófica - os
termos técnicos latinos mencionados, fundamentando ontologicamente sua ideia e
conformação gnosiológica) se poderia evitar muitas aporias desnecessárias de ordem
metafísica rotineiramente presentes em discussões dessa categoria. Se você a entendeu
apenas como uma distinção acessória de razões, sinto notificar, mas esta indagação que faz
não lhe é própria de dignidade.

CRISTÃO:

Quentin Smith, importante filósofo da religião ateu, chega a afirmar que a vasta maioria dos
filósofos ateus (isso para não dizer nada da galerinha bazinga) não possui real justificativa para
a crença de que o teísmo é falso e o naturalismo é verdadeiro, e que não fazem idéia do
brilhantismo de alguns dos melhores trabalhos por filósofos teístas. Ele chega a dizer, no artigo

"If each naturalist who does not specialize in the philosophy of religion (i.e., over ninety-nine
percent of naturalists) were locked in a room with theists who do specialize in the philosophy of
religion, and if the ensuing debates were refereed by a naturalist who had a specialization in the
philosophy of religion, the naturalist referee could at most hope the outcome would be that "no
definite conclusion can be drawn regarding the rationality of faith," although I expect the most
probable outcome is that the naturalist, wanting to be a fair and objective referee, would have to
conclude that the theists definitely had the upper hand in every single argument or debate.

Due to the typical attitude of the contemporary naturalist... the vast majority of naturalist
philosophers have come to hold (since the late 1960s) an unjustified belief in naturalism. Their
justifications have been defeated by arguments developed by theistic philosophers, and now
naturalist philosophers, for the most part, live in darkness about the justification for naturalism.
They may have a true belief in naturalism, but they have no knowledge that naturalism is true
since they do not have an undefeated justification for their belief. If naturalism is true, then their
belief in naturalism is accidentally true."
A Física das civilizações de Tipo I, II e III. Em concreto, podemos classificar as civilizações por
seu consumo de energia, usando os seguintes princípios:

1) As leis da termodinâmica: inclusive uma civilização avançada está limitada pelas leis da
termodinâmica, especialmente pela Segunda Lei, e pode, portanto, ser classificada pela
energia de que dispõe.

2) As leis da matéria estável: a matéria bariônica (baseada em prótons e nêutrons) tende a


reunir-se em três grandes agrupamentos: planetas, estrelas e galáxias. Isto está bem definido
pelo produto da evolução galáctica e estrelar, fusão termonuclear, etc.

3) As leis da evolução planetária: qualquer civilização avançada deve incrementar seu


consumo de energia mais rapidamente que a frequência de catástrofes que ameacem a vida
(por exemplo, impactos de meteoritos, glaciações, supernovas, etc.). Se crescem mais
lentamente, estão condenados à extinção. Isto marca o limite inferior para a taxa de
crescimento destas civilizações.

Em um artigo original publicado em 1964 no Journal of Soviet Astronomy, o astrofísico russo


Nicolai Kardashev teorizou que as civilizações avançadas devem estar agrupadas de acordo
com três tipos: Tipo I, II, e III, as quais chegaram a dominar as formas de energia planetária,
estrelar e galáctica, respectivamente. Kardashev calculou que o consumo de energia destes
três tipos de civilização estaria separado por um fator de muitos milhares de milhões. Porém,
que tempo levará alcançar a situação de Tipo II e III?.

O astrônomo de Berkeley Don Goldsmith nos recorda que a Terra recebe ao redor de uma
bilionésima parte da energia do Sol, e que os humanos utilizam só uma milionésima parte
desta. De modo que consumimos ao redor de uma trilhonésima parte da energia total do Sol.
Na atualidade, a produção energética total de nosso planeta é aproximadamente de 10 trilhões
de ergs por segundo. Porém nosso crescimento energético aumenta de forma exponencial, e,
portanto, podemos calcular quanto nos levaria alcançar a situação de Tipo II ou III.

Goldsmith disse: "Veja quão longe chegamos no uso da energia uma vez que compreendemos
como manipular, como obter combustíveis fósseis e como criar energia elétrica a partir da força
da água, e assim sucessivamente; temos aumentado nosso uso de energia em uma
quantidade extraordinária em apenas um par de séculos comparado com os milhares de
milhões de anos de existência de nosso planeta... e da mesma forma poderia isto se aplicar a
outras civilizações".

O físico Freeman Dyson estima que, em um prazo não maior do que 200 anos, deveríamos
alcançar plenamente a situação de Tipo I. Deste modo, crescendo a uma modesta taxa de 1%
por ano, Kardashev estimou que levaríamos 3.200 anos para alcançar a situação de Tipo II, e
5.800 anos a situação de Tipo III.

Por exemplo, uma civilização de Tipo I é plenamente planetária, dominou a energia de seu
planeta. Sua produção de energia pode estar em ordem de milhares de milhões de vezes a
produção atual de nosso planeta. Mark Twain disse uma vez: "Todo mundo se queixa do clima,
porém ninguém faz nada para mudá-lo". Isto poderia mudar com uma civilização de Tipo I, a
qual tenha suficiente energia para modificar o clima. Também teriam suficiente energia para
alterar o rumo de terremotos, vulcões, e construir cidades nos oceanos.

Atualmente, nossa produção de energia nos qualifica para o estado de transição do Tipo 0 para
a consolidação do Tipo I. Derivamos nossa energia não do aproveitamento de forças globais,
mas da combustão de plantas mortas (por exemplo, petróleo e carbono). Porém, já podemos
ver as sementes de uma civilização de Tipo I. Vemos o começo de uma linguagem planetária
(Inglês), um sistema de comunicação planetário (Internet), uma economia planetária (a força da
União Europeia, por exemplo), e inclusive os começos de uma cultura planetária (meios de
comunicação, TV, música rock, e cinema).
Por definição, uma civilização avançada deve crescer mais rápido que a frequência de
catástrofes que ameacem a vida. Como o impacto de um grande meteorito ou cometa tem
lugar uma vez a cada poucos milhares de anos, uma civilização de Tipo I deve dominar a
viagem espacial para desviar os escombros em um lapso de tempo que elimine o problema. As
glaciações têm lugar em uma escala temporal de dezenas de milhares de anos: então
civilização de Tipo I deve aprender a modificar o clima dentro deste marco temporal.

CIVILIZAÇÕES DO TIPO IV

Ok, até agora você viu espécies muito evoluídas e todas essas teorias da evolução.... mas não
viu o caso mais interessante de todos: as civilizações Tipo IV. Em seu trabalho de revisão
Zoltan Galantai propôs um novo tipo de civilização que simplesmente perturbou os cientistas e
todos os entusiastas do assunto. A civilização Tipo IV, que divide a comunidade científica, teria
um poder tecnológico tão gigantesco que poderiam controlar toda a energia do Universo. Não
apenas isso, eles poderiam ser os próprios criadores do Universo.

Os seres de uma civilização Tipo IV é o mais próximo que uma civilização poderia chegar da
nossa visão de DEUS. Acredita-se que teriam milhões de anos de existência e um nível
tecnológico tão alto que é muito provável que alcançaram o topo da escala evolutiva se
transformando em seres perfeitos, capazes de criar tudo a partir de suas vontades. Seriam
oniscientes, imortais, atemporais e onipresentes.

"Mas afinal das contas, se eles já atingiram esse patamar, por que não dominam todo o
universo?" A resposta mais provável para essa questão é que eles não tenham interesse algum
nisso. Não dá para saber em que eles se interessariam, porém, imaginasse que nesse patamar
evolutivo, o único objetivo seria "criar". Desse modo, seriam esses seres "engenheiros
universais".

Outros estudiosos supõem que talvez não seja essa a explicação. Pode ser que seres do Tipo
IV não façam absolutamente nada, apenas desfrutem da sua perfeição pela eternidade. Há
ainda aqueles que falam que o propósito deles seria observar civilizações de menor grau
evolutivo e ajudá-los à alcançar a perfeição na escala evolutiva.

Religião e Gnose

O conceito de Deus cristão e um ser da Civilização de tipo IV tem uma semelhança absurda e
certamente por isso que uma das vertentes da Gnose, que estuda esses seres, tenha
difundidos ambos. Para essa vertente, o Deus cristão seria um ser de uma civilização Tipo IV,
responsável por criar esse Universo. Após a criação, teria iniciado o processo evolutivo,
transformando civilizações T0 em T4. Mas essa conversão não seria fácil e teria sido
observado que nesse universo, com essa configuração e estrutura, apenas espécies que
optaram por um caminho pacífico atingiram o nível IV.

Lúcifer seria um dos primeiros contatos por Ele. Lúcifer era o líder de uma civilização T3 que já
teria feito de tudo para descobrir se existia ou não, uma civilização T4. Essa civilização haveria
descoberto como contatar esse Ser, responsável pelo nosso universo. O contato seria um
sucesso se não fosse a ambição de Lúcifer em obter o poder ilimitado do Ser. Desde de então,
é travada uma Guerra, entre a civilização de Lúcifer e civilizações T3 próximas à T4. Lúcifer, o
opositor rancoroso, não admitiria que o poder dos T4 fosse disseminado pelo Universo, então
criava guerras e ocasionaria o mal com o propósito de frear a evolução de civilizações.

Quando uma espécie potencialmente inteligente apareceu no nosso planeta chamando a


atenção do Deus, Lúcifer teria visto a oportunidade de trazê-la para o seu lado. Haveria aí
iniciado o confronto na Terra, que nada mais era do que parte de um confronto universal, entre
civilizações T3 que optaram por seguir Lúcifer e sua filosofia maléfica e T3 que estariam
próximos aos T4 mas que são estagnados pela eterna batalha.
argumento ontomístico

Na verdade, esse não é bem um argumento "distinto", mas pode ser visto como uma fusão
bastante interessante entre o argumento ontológico e o argumento de experiência religiosa.
Tem sido explorado por autores como Alexander Pruss e Brian Leftow.

Basicamente, o argumento ontológico é o que argumenta que pela mera possibilidade de Deus
existir, Deus existe (por ser um ser necessário, e um "possível ser necessário" existe
necessariamente, na dúvida ver Brower axiom ou axioma S5 de lógica modal), e sua maior
dificuldade costuma ser a premissa de que é possível que Deus exista -- por exigir suporte. Já
o arg. De experiência religiosa argumenta que Deus é a melhor ou única explicação para as
experiências religiosas de muitos místicos (e.g. Sao Joao da Cruz, Santa Tereza, etc) e
pessoas ordinárias ao longo da história, e há defesas bem elaboradas (ver o próprio guia), mas
a dificuldade costuma ser em estabelecer a veracidade das experiências religiosas.

O argumento ontomístico combina os dois de maneira que o arg. De experiência religiosa,


mesmo se não estabelecesse que Deus existe pelas exp. Místicas (não sabendo se a exp. é
verídica ou não), o mero fato de as exp. existirem configura uma possibilidade de serem
verdadeiras (mesmo se não soubéssemos), e isso torna Deus possível logo, pelo arg.
Ontológico, necessariamente existente.

Pode ser ainda mais fortalecido se considerarmos um princípio como o de Samkara (ver um
artigo do Pruss), de que o que é aparente é possível (o impossível nem sequer pode ser
aparente), principl bastante razoável. Segue, portanto, que pela aparência da experiencia
mística Deus é possível e, dado o arg. Ontológico, Deus existiria necessariamente.
NOTAS FINAIS:

Há, então, no tópico, os seguintes argumentos:

-Cosmológico leibniziano, a partir da contingência (existência de um universo contingente);

-Cosmológico kalam, a partir do início do universo (universo começou a existir e, portanto,


exige uma causa);

-Cosmológicos tomistas, a partir do movimento (mudança) de coisas, da causalidade de coisas


em que essência e existência são distintas (contingentes, por assim dizer), e da causalidade de
coisas fadadas à corrupção (primeira, segunda e terceira vias de Santo Tomás de Aquino);

-Teleológico de paley (complexidade no mundo natural);

-Teleológico de fine tuning/sintonia fina (condições para a existência e desenvolvimento de vida


dm qualquer universo é absurdamente remotas, dadas as constantes e quantidades físicas no
início do universo, o que leva a uma inteligência);

-Fine tuning para a ciência e descobertas no universo (as condições para que sequer qualquer
vida pudesse florescer e descobrir o universo e aplicar suas propriedades em tecnologia eram
muito remotas, seria outra vez algo absurdamente fortuito, o que indica inteligência);

-teleológico em estilo tomista (como pela quinta via de Santo Tomás; também o similar pela
regularidade nômica; a mera existência de qualquer ordem e quaisquer padrões causais no
universo já é em si um mistério, suas explicações em termos de "leis naturais" seriam
impossíveis precisamente porque leis naturais apenas descrevem essa ordem, o fato de que
há um ordenamento e a existência de padrões causais claros, causas finais, no universo nos
leva a uma inteligência suprema ordenadora);

-Argumento ontológico (a mera idéia de Deus implica sua existência, se é sequer possível que
algo como Deus exista, Ele necessariamente existe. Muito discutidonpor lógicos. Várias
versões diferentes, algumas com Barcan formula, etc);

-Argumento moral (a existência de normas morais objetivas nos leva a existência objetiva de
um paradigma do bem, Aquele que é o próprio Sumo Bem, Deus. Sem Deus não haveria moral
ou sentido objetivos no universo, no entanto, como existem, então Deus também existe);

-Argumento pela experiência religiosa (o conjunto de experiências religiosas sinceras


documetadas por milhões de pessoas no mundo, presente, passado recente e até passado
antigo, fornecem certa evidência de algo suprasensível, sobretudo Deus pelas "experiências
teístas". Quando combinado com quaisquer outros argumentos como os já apresentados,
torna-se mais forte em caso cumulativo como uma evidência da existência de Deus);

-argumento da alma (o homem não pode ser completamente reduzido à matéria -- argumento
da razão, consciência, etc --, a alma humana existe e logicamente não pode ser formada
apenas por aspectos biológicos, precisa ser criada especialmente por um ser análogo a ela,
algo como uma quase "alma criadora", uma inteligência, uma razão -- como a alma humana --,
Deus, que explica a alma. Ou então que a existência da alma humana é melhor explicada
dentro do teísmo do que em outras perspectivas, fornecendo evidência ao teísmo;

-Argumento por milagres (milagres tal e tal ocorreram, fornecem boas evidências para a
existência de Deus ou cristianismo, etc);

-Argumento escotista (um misto entre ontológico e cosmológico a partir de um princípio de


razão suficiente bem simples);

-Argumento pelas verdades eternas (verdades matemáticas, formas necessariamente


verdadeiras e etc precisam de fato existir de alguma maneira, e só o podem em uma espécie
de mente. Logo, deve haver algo como uma mente eterna, divina, necessária, que contenha
todas as verdades necessárias. Parte de um neo-platonismo metafísico);
-Argumento de Dummett (para algo existir, precisa ser percebido por alguém, semântica
especial do Dummett, chega à existência de Deus, ver melhor na página 4);

-Argumento ontomístico (combina a experiência religiosa com o ontológico, fornece um apoio


pelas experiências religiosas de que é possível que exista um ser como Deus que,
modalmente, então existiria de fato pelo arg ontológico).

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