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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

MESTRADO ACADÊMICO EM DIREITO

Disciplina: Fundamentos do Conhecimento Aplicados no Ensino e na Pesquisa do


Direito
Professor: Dr. Orides Mezzaroba
Aluna: Larissa Thielle Arcaro
Ficha literária da obra: HESSEN, Johannes. Teoria do conhecimento. 7ª ed. São
Paulo: Martins Fontes, 1980, p. 3-68.

Introdução
1. Essência da Filosofia
A teoria do conhecimento é disciplina filosófica. São pontos essenciais da
filosofia a orientação para a totalidade dos objetos (mundo exterior e interior) e o
caráter racional/cognitivo desta orientação. É, ao mesmo tempo, concepção do eu
(microcosmos) e do universo (macrocosmos). Trata-se de uma tentativa do espírito
humano para chegar a uma concepção do universo, por meio da autorreflexão sobre
as suas funções de valor teóricas e práticas.
A filosofia pertence ao lado teórico do ser humano, estando ligada à religião e
à arte porque todas pretendem resolver o enigma do universo e da vida. Tem uma
face dirigida à religião e à arte e outra face à ciência, porque, igual aquelas, dirige-se
ao conjunto da realidade e, tal como esta, tem caráter teórico.

2. A posição da teoria do conhecimento no sistema filosófico


É ramo da filosofia da ciência material. É teoria dos princípios materiais do
conhecimento humano, a qual dirige-se aos pressupostos materiais mais gerais do
conhecimento científico; busca a significação objetiva do pensamento para a sua
referência aos objetos; pergunta pela verdade do pensamento, isto é, pela sua
concordância com o objeto; é designada como a teoria do pensamento verdadeiro.
É comumente dividida em geral (investiga as referências do pensamento ao
objeto em geral) e especial (investiga criticamente princípios e conceitos
fundamentais em que se exprime a referência do pensamento aos objetos).

3. A história da teoria do conhecimento


Surgiu como uma disciplina filosófica independente apenas na Idade
Moderna, com John Locke. Antes apenas fragmentos epistemológicos existiam
amalgamados com textos metafísicos e psicológicos.
Na filosofia continental, o verdadeiro fundador da teoria do conhecimento foi
Immanuel Kant, que pretendeu fornecer fundamentação crítica do conhecimento
científico da natureza, investigando a validade lógica do conhecimento, isto é, como
é possível o conhecimento e sobre que bases/pressupostos ele assenta.

Primeira parte
Teoria geral do conhecimento
Investigação fenomenológica preliminar
O fenômeno do conhecimento e os problemas nele contidos
A teoria do conhecimento é uma explicação/interpretação filosófica do
conhecimento humano. Porém, antes de filosofar quanto a um objeto, é necessário
examiná-lo, método que se chama de fenomenológico, o qual visa apreender a
essência geral no fenômeno concreto (o que é essencial a todo conhecimento, em
que consiste a sua estrutura geral).
No conhecimento, encontram-se frente a frente a consciência e o objeto, o
sujeito e o objeto. No sujeito, algo se altera em resultado da função do
conhecimento, surgindo imagem que contém as propriedades do objeto. O objeto é
o determinante e o sujeito é o determinado.
Dessarte, o conhecimento pode ser definido como uma determinação do
sujeito pelo objeto (o determinado não é o sujeito pura e simplesmente, mas a
imagem do objeto nele). Ao determinar o sujeito, o objeto mostra-se independente
dele, transcendente a ele. Os objetos podem ser reais (dados/inferidos pela
experiêcia externa ou interna) ou ideais (irreais/meramente pensados, ex.:
matemática).
O conceito de verdade está relacionado com a essência do conhecimento. A
verdade consiste na concordância da imagem criada pelo sujeito com o objeto
(relação do conteúdo do pensamento e da imagem com o objeto). É o conceito
transcendente da verdade.
Porém, há necessidade de alcançar a certeza de que o conhecimento é
verdadeiro (critério da verdade). O conhecimento consiste na apresensão do objeto
pelo sujeito. Há três esferas diferentes: o sujeito, a imagem e o objeto, isto é,
psicológica, lógica e ontológica. Nenhuma delas sozinha consegue resolver o
problema da essência do conhecimento humano, fato gnoseológico (referência do
nosso pensamento aos objetos, a relação do sujeito e do objeto, que não cabe em
qualquer das três disciplinas), criando-se, portanto, uma terceira, que é a teoria do
conhecimento.
O conhecimento consiste em forjar uma imagem do objeto, enquanto a
verdade do conhecimento é a concordância dessa imagem com o objeto. A questão
é saber qual o critério que diz, concretamente, se um conhecimento é ou não
verdadeiro.

I A possibilidade do conhecimento
1. O dogmatismo
Posição epistemológica para a qual inexiste o problema do conhecimento,
concebendo como evidente que o sujeito, enquanto consciência cognoscente,
apreenda o objeto. Assenta, pois, uma confiança na razão humana, o que é
ingenuidade, porque não vê que o conhecimento é essencialmente uma relação
entre um sujeito e um objeto.
Compreende que os objetos da percepção e os objetos do pensamento são
dados da mesma maneira, isto é, diretamente na corporeidade. Subdivide-se em
dogmatismo teórico, ético e religioso.

2. O cepticismo
É a a antítese do dogmatismo. Diz que não há nenhuma verdade. Nega a
possibilidade de contato entre o sujeito e o objeto como algo compreensivel por si
mesmo, defendendo que o sujeito não pode apreender o objeto e que, portanto,
deve haver uma abstenção quanto a qualquer juízo (não se deve julgar).
O ceticismo não vê o objeto, compreendendo que todo conhecimento sofre
influência da índole do sujeito e dos seus órgãos do conhecimento, assim como das
circunstâncias exteriores.
Pode referir-se à possibilidade de um conhecimento geral (ceticismo
lógico/absoluto/radical) ou determinado (ceticismo metafísico, ético e religioso). Há,
ainda, o ceticismo metódico (designa um método, põe em dúvida tudo que se
apresenta à consciência natural como verdadeiro) e o sistemático (questão de
princípio).
O ceticismo acadêmico defende que não temos nunca a certeza de que
nossos juízos concordam com a realidade; podemos, no máximo, dizer que parece
ser verdadeiro, que é provável; não existe a certeza rigorosa, apenas a
probabilidade. É uma posição intermediária, que sustenta a possibilidade de chegar
a uma opinião provável.
O ceticismo metafísico é normalmente chamado de positivismo, preceituando
que devemos nos limitar ao positivamente dado, aos fatos imediatos da experiência,
fugindo de toda a especulação metafísica.

3. O subjetivismo e o relativismo
Defendem que há uma verdade, a qual, entretanto, tem validade limitada, ou
seja, não é absoluta. O subjetivismo limita a validade da verdade ao sujeito que
conhece e julga. Divide-se em individual (um juízo é válido somente para o sujeito
individual que o formula) e geral (há verdades supraindividuais, mas não verdades
universalmente válidas; nenhum juízo é válido para além do gênero humano).
O subjetivismo faz depeder o conhecimento humano de fatores que residem
no sujeito cognoscente, enquanto o relativismo sublinha a dependência a fatores
externos (influência do meio, do espírito do tempo, a cultura, etc)

4. O pragmatismo
Abandona o conceito da verdade no sentido da concordância entre o
pensamento e o ser. Substitui por um novo conceito de verdade, calcado no útil,
valioso, no fomentador da vida.
Segundo tal corrente, o ser humano não é teórico, mas prático, um ser de
vontade e reação; o intelecto é dado para ele orientar-se na realidade, não para
investigar e conhecer a verdade. A sua verdade consiste na congruência entre os
pensamentos e os fins práticos do homem, em que aqueles resultem úteis e
proveitosos para o comportamento prático deste.
Porém, não é possível identificar os conceitos de verdadeiro e de útil; o erro
maior do pragmatismo é não ver a esfera lógica, desconhecer o valor próprio, a
autonomia do pensamento humano. A estreita relação entre o conhecimento e a vida
não deve induzir a passar por cima da autonomia do pensamento e a fazer dele uma
simples função da vida.
5. O criticismo
É uma posição intermediária entre o dogmatismo e o ceticismo. Há confiança
fundamental na razão humana, ou seja, é possível o conhecimento, há uma
verdade; porém, desconfia de todo conhecimento determinado.
Examina, pois, todas as afirmações da razão humana e não aceita nada
despreocupadamente, perguntando pelo motivos. É comportamento reflexivo e
crítico, um meio termo entre a temeridade dogmática e o desespero cético.
Há criticismo quando há reflexões epistemológicas. Trata-se de um método
de filosofar que consiste em investigar as fontes das próprias afirmações e objeções
e as razões em que as mesmas assentam, dando a esperança de chegar à certeza.
Parece posição mais aceitável em comparação às outras. Na questão da
possibilidade do conhecimento, o criticismo é a única posição justa.

II A origem do conhecimento
O juízo, em regra, assenta em dois elementos, a saber, a experiência e o
pensamento. Mas as questões são em qual deles a consciência cognoscente
assenta e qual a origem do conhecimento. Pode ter sentido lógico (fundamentado na
experiência, negando a autonomia do pensamento) e psicológico (calcado na
autonomia do pensamento).

1. O racionalismo
Posição epistemológica que vê no pensamento, na razão, a fonte principal do
conhecimento humano. Só é conhecimento o que é logicamente necessário e
universalmente válido (isto é, sempre e em todas as partes). Todo verdadeiro
conhecimento se funda no pensamento.
O modelo de instepretação racionalista do conhecimento é o matemático. O
racionalismo é extremamente antigo; os filósofos clássicos cunharam as
compreensões de que o mundo da experiência encontra-se em contínua alteração e
mudança e, por isso, não pode fornecer um verdadeiro saber; que os sentidos não
podem nunca conduzir-nos a um verdadeiro saber (mas apenas a uma simples
opinião); que tem de haver, além do mundo sensível, um mundo suprasensível, do
qual tire a nossa consciência cognoscente os seus conteúdos (mundo das ideias –
reino de ordem lógica, metafísica, da essência ideais). As ideias são modelos das
coisas empíricas. Os conteúdos da experiência não dão qualquer ponto de apoio ao
sujeito pensante.

2. O empirismo
A única fonte do conhecimento humano é a experiência. Comprovação dos
fatos se edá mediante cuidadosa observação. O pensamento não agrega um novo
elemento, pois limita-se a unir uns com os outros os diferentes dados da
experiência.
Ex.: Locke, Hume, Mill.

3. O intelectualismo
Tentativa de mediação entre o racionalismo e o empirismo. Pensamento e
experiência são fatores integrantes da produção do conhecimento. Há juízos
logicamente necessários e universalmente válidos sobre objetos ideais, mas
também sobre objetos reais. Os elementos desses juízos são derivados da
experiência. A consciência cognoscente lê na experiência, tira os seus conceitos da
experiência. Deriva o fator racional do empírico (todos os conceitos procedem da
experiência). Aproxim-se do empirismo.
Ex.: Aristóteles.

4. O apriorismo
Tentativa de mediação entre o racionalismo e o empirismo. Pensamento e
experiência são fontes do conhecimento. O conhecimento apresenta elementos a
priori, independentes da experiência. O fator a priori (fator racional) não procede da
experiência, mas sim do pensamento, da razão. Aproxima-se do racionalismo.
Ex.: Kant.

5. Crítica e posição própria


É preciso separar o problema psicológico e o problema lógico. Não só a
experiência mas também o pensamento tem parte na produção do conhecimento. O
conhecimento humano é um cruzamento de conteúdos de consciência intuitivos e
não intuitivos; um produto do fator racional e do fator empírico.

III A essência do conhecimento


O conhecimento é uma relação entre um sujeito e um objeto; o verdadeiro
problema do conhecimento é o problema da relação entre o sujeito e o objeto.

1. Soluções pré-metafisicas
a) O objetivismo: o objeto determina o sujeito. Ex.: Platão.
b) O subjetivismo: fundamenta o conhecimento no sujeito. Não há objetos
independentes da consciência, pois todos os objetos são parte desta. Ex.:
Santo Agostinho.
2. Soluções metafísicas
a) O realismo: há coisas/objetos reais, independentes da consciência.
b) O idealismo: a realidade tem por fudamento forças espirituais, potências
ideais; não há coisas reais, independentes da consciência.
c) O fenomenalismo: tentativa de conciliar realismo e idealismo. Não
conhecemos as coisas como são em si, mas como nos apresentam; não
podemos conhecer sua essência; o conhecimento é limitado à
consciência; as coisas não estão constituídas da maneira como as vimos.
A coisa em si é incognoscível; o nosso conhecimento permanece limitado
ao mundo fenomenico; este surge na nossa consciência porque
ordenamos e elaboramos o material sensível em relação às formas a priori
da intuição e do entendimento.
d) Crítica e posição própria: nem o realismo, nem o idealismo pode povar-
se ou refutar-se por meios puramente racionais; somente parece ser
possível uma decisão por um caminho irracional.
3. Soluções teológicas
a) A solução monista e panteísta: concebe o absoluto como imanente ao
mundo. Absorve em uma só unidade os dois membros da relação do
conhecimento. Sujeito e objeto são uma mesma coisa na substância
universal.
b) A solução dualista e teísta: concebe o absoluto como transcendente ao
mundo. Nega um dos dois membros da relação do conhecimento,
negando-lhe caráter real. Prega a diversidade metafísica essencial do
pensamento e do ser, a consciência e a realidade. Deus, como causa
criadora do universo, coordenou o reino ideal e o real, com harmonia entre
o pensamento e o ser (teísmo cristão).
IV As espécies do conhecimento
1. O problema da intuição e a sua história
Quando se fala em intuição, não se pensa na intuição sensível, mas numa
intuição não sensível, espiritual (gera o conhecimento intuitivo). Funda-se no
pensamento/racional, sentimento/emocional e vontade/volitiva, gerando uma
apreensão imediata de um objeto (intuição da essência, do valor e da existência).

2. Razão e sem razão do intuicionismo


Não é o intelecto, mas sim as forças emotivas e volitivas do homem que lhe
parecem dominantes nesse jogo de forças a que chamamos vida. Todos os grandes
sistemas metafísicos radicam em certas intuições. As provas da existência do
mundo exterior não possuem um caráter absolutamente convincente.

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